segunda-feira, 15 de maio de 2017

A política mineral do governo Temer.

"O governo Temer não se diferencia da lógica de outros governos em relação à política mineral de gestões anteriores, nas quais também prevaleceu uma lógica produtivista da exploração mineral, com aparelhamento dos órgãos responsáveis por representantes das empresas, com insuficiente fiscalização e controle das atividades, e pouca governança do Estado. Mas o governo golpista demonstra um viés ainda mais acelerado e subordinado ao capital mineral. E com ainda menor abertura ao diálogo com o setor organizado da sociedade brasileira, seja movimentos ou sindicatos", escreve Maria Júlia Gomes Andrade, antropóloga e componente da coordenação do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), em artigo publicado por Brasil De Fato, 02-05-2017.
Eis o artigo.
No dia 17 de abril de 2017 completou-se um ano que a Câmara dos Deputados aprovou a abertura do pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, processo que consolidou o golpe parlamentar, jurídico e midiático no Brasil. Desde as primeiras movimentações do novo governo, sinalizava-se que o golpe de Temer aceleraria o saque mineral, com projeção de maior abertura do território nacional para a exploração desenfreada dos nossos bens minerais. Mas, apenas no início deste ano é que começam a se desenhar de forma mais explícita os eixos sobre os quais o governo decidiu investir os esforços neste momento: novo código da mineração, mineração em faixa de fronteira e aberturas de reservas do Estado.


Código da mineração

As mais recentes declarações do Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Bezerra Filho, indicam que a proposta de um novo código da mineração não será considerada na sua integralidade, mas será fatiada por temas específicos. Existe ainda a forte possibilidade de que não serão projetos de lei com tramitação regular no Congresso Nacional, mas sim Medidas Provisórias. Dois assuntos têm sido fundamentais na discussão do governo: o primeiro trata da transformação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em Agência Nacional de Mineração, com a justificativa de que traria maior regulação, tecnicidade e transparência ao órgão público. Não estão sendo considerados neste debate questões fundamentais que afetam negativamente o cumprimento das funções do órgão, como a defasagem de funcionários para cumprir as funções de fiscalização e controle dos pedidos, e o sucateamento da estrutura das regionais em todo o Brasil. O DNPM tem funcionado como um grande cartório, em que os requerimentos de pesquisa ou lavra são protocolados. O departamento, no entanto, não tem qualquer controle sobre as áreas concedidas. A estrutura disponibilizada para o insuficiente número de funcionários parece ser propositalmente pensada para estes fins: garantir a falta de fiscalização e controle, com um ambiente mais livre para a atividade mineral.

O segundo assunto em discussão é a nova alíquota da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, a CFEM. Este é o principal tópico de interesse de todos os prefeitos das cidades mineradas, que buscam aumentar a arrecadação dos municípios. A atual CFEM é distribuída da seguinte maneira: 65% para os municípios que possuem as cavas (minas), 23% para os estados e 12% para a União. Desde que o código começou a tramitar na Câmara dos Deputados, prefeituras de municípios que não possuem minas, mas são impactados pela infraestrutura (plantas de beneficiamento, barragens de rejeitos) ou pelos modais de escoamento da produção (rodovias, minerodutos e ferrovias), passaram a pressionar para que fosse incluída uma participação da CFEM para estas cidades também. Outra questão nevrálgica da discussão é a proposta que a CFEM passe a ser incidida no faturamento bruto e não líquido, como é hoje. Nesse caso, o valor variaria de acordo com o tipo de minério. E a discussão sobre a CFEM parece encerrar o principal do código, como se tudo se tratasse de uma arrecadação fiscal que precisa ser corrigida e melhorada em prol dos municípios. Não há uma linha de reflexão, da parte do governo, sobre os royalties da mineração no Brasil (mesmo que se incluam essas mudanças) serem um dos mais baixos do mundo. Ou, ainda, sobre que tipo de controle a população tem sobre o uso efetivo deste recurso. Por que há em Minas Gerais índices tão baixos do índice de desenvolvimento humano, com alta desigualdade social na população em quase todas as cidades com maior arrecadação de CFEM? E por que a população das cidades que recebem a CFEM sofre com problemas estruturais nos serviços de saúde e educação? Por que os maiores bolsões de pobreza do sudeste do Pará se encontram na região de Parauapebas, cidade onde se localiza o maior complexo de minas de ferro do mundo, o Projeto Grande Carajás? São reflexões importantes para sairmos do automatismo de imaginar que a arrecadação da CFEM resolve, em si, todos os problemas causados pelo atual modelo mineral.


Mineração em faixa de fronteira


Durante a ditadura militar, em 1979, estabeleceu-se uma lei que impunha uma série de proibições de atividades nas zonas de fronteiras, que são faixas de 150 km de largura. A justificativa era que essas áreas eram de segurança nacional, e deveriam ser reguladas mais rigidamente pelo Estado Brasileiro. São proibidas pesquisas e exploração dos bens minerais nestas áreas, entre outras atividades, salvo exceções que precisam passar previamente pelo Conselho de Segurança Nacional. Sobre as atividades de mineração recaem hoje restrições adicionais: empresas mineradoras que eventualmente consigam autorização para atuar nesses territórios precisariam ter, no mínimo, 51% do capital nacional e pelo menos dois terços de mão de obra composta por trabalhadores brasileiros. A proposta do governo Temer é abrir as faixas de fronteira para qualquer projeto de mineração, de forma irrestrita.

As faixas de fronteira atravessam 11 estados brasileiros, mas a concentração principal para a exploração mineral está na Amazônia. Algumas das áreas de maior interesse minerário são explicitamente citadas, como é o caso da região chamada de Cabeça de Cachorro, no estado do Amazonas, divisa com Colômbia e Venezuela. A região é marcada pela existência de diversos povos indígenas, de distintas famílias linguísticas, com centenas de aldeias e comunidades tradicionais. Mas esta não é a única região com declarado interesse mineral; todos os estados da região Amazônica possuem terras indígenas em conflito latente com possíveis projetos de mineração. Para além do debate necessário sobre a segurança nacional, a possível permissão irrestrita da mineração em zonas de fronteiras impactará, sobretudo, os povos indígenas e populações tradicionais da Amazônia.


CPRM e RENCA

O atual presidente do CPRM (Serviço Geológico do Brasil, na antiga sigla), Eduardo Ledsham, foi funcionário de carreira da empresa Vale S.A. por 29 anos, e há nove meses assumiu a presidência de um dos órgãos fundamentais da estrutura da política mineral do Estado brasileiro, responsável pelo mapeamento de pesquisas geológicas do subsolo brasileiro. O CPRM é vinculado ao Ministério de Minas e Energia e possui as mais vastas e detalhadas informações sobre a riqueza mineral do Brasil. Um conhecimento estratégico que deveria estar a serviço do Estado brasileiro, mas que tem sido usado como atrativo para investimentos. Em entrevista no dia 16 de fevereiro de 2017, Ledsham se preocupa em dialogar com as mineradoras, afirmando “que já encarregou de iniciar pesquisas para municiar as empresas interessadas em investir nas áreas”. O órgão estatal, historicamente dirigido pelo setor mineral, está se esmerando no governo Temer em ser ainda mais eficiente no serviço às empresas mineradoras.

Um primeiro anúncio foi de que algumas reservas minerais do Estado, que são hoje fechadas para a exploração, seriam então disponibilizadas para a iniciativa privada. A primeira a ser anunciada foi a Reserva Nacional do Cobre e Associados (RENCA), criada em 1984, que possui uma enorme diversidade de minerais já mapeados: cobre, nióbio, ferro, platina, fosfato, tântalo, bauxita, paládio e grandes jazidas de ouro. Uma portaria de 30 de março de 2017, publicada em seguida no Diário Oficial da União, foi o primeiro passo administrativo para garantir que a área – cujo tamanho se aproxima de todo o território da Bélgica - seja então colocada à disponibilização do mercado do setor mineral. A reserva se localiza entre os estados do Pará e Amapá, possui cerca de 46.000 quilômetros quadrados, em uma região que possui baixa densidade populacional, grandes áreas de floresta amazônica e aldeias indígenas no entorno. A alegação para a extinção da RENCA foi a tradicional justificativa de que “é necessário atrair investimentos para a região”. É uma área muito visada porque tem potencial de exploração de diferentes tipos de minerais, e em altas quantidades.

mineração funciona historicamente em ciclos de altas e baixas, de valorização e desvalorização dos minerais, sempre existe uma melhor ou pior época para colocar as reservas à disposição, nos termos do próprio setor. Pensando através desta ótica, este é o pior momento para se colocar as gigantescas reservas da RENCA à disposição. O pretexto de “incentivar a indústria mineral” é colocado como se ela estivesse em crise; mas o ponto fundamental é que a indústria mineral que atua no Brasil só quer continuar lucrando nos patamares que tem lucrado.

Não está em discussão o melhor ou pior momento para o desenvolvimento do país, não são estes os termos. O processo de reabertura da RENCA é uma confirmação do ritmo mais agressivo de exploração que pode vir neste novo governo, aprofundando a subordinação da soberania mineral brasileira às grandes empresas mineradoras.

Mas a RENCA não é a única área sob o controle de pesquisa do CPRM. Além dela, outros territórios hoje fechados para o processo de concessão minerário já são nomeados para serem abertos e licitados a partir deste ano. Já estão na lista áreas em Pernambuco (fosfato), Tocantins (cobre, zinco, chumbo, cádmio e prata), Rio Grande do Sul (carvão) e Goiás (cobre). Estas áreas foram anunciadas no final de 2016 dentro do pacote do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal. Com o início da abertura da RENCA, a mais cobiçada, a tendência é que haja mais áreas abertas ao longo de 2017. Mais reservas estratégicas do Estado Brasileiro sendo colocadas para licitação do setor privado.

governo Temer não se diferencia da lógica de outros governos em relação à política mineral de gestões anteriores, nas quais também prevaleceu uma lógica produtivista da exploração mineral, com aparelhamento dos órgãos responsáveis por representantes das empresas, com insuficiente fiscalização e controle das atividades, e pouca governança do Estado. Mas o governo golpista demonstra um viés ainda mais acelerado e subordinado ao capital mineral. E com ainda menor abertura ao diálogo com o setor organizado da sociedade brasileira, seja movimentos ou sindicatos.

Se o código for levado adiante de maneira fatiada, focado em questões fiscais e sem pensar o todo, o Brasil vai perder uma oportunidade de pensar as novas regulações necessárias da política mineral. O desastre causado pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), já ensinou o quão necessário é repensar o modelo mineral brasileiro. E mais além: se as medidas de abertura para a exploração mineral nas faixas de fronteira e nas reservas estratégicas do Estado se concretizam, viveremos no próximo período uma aceleração sem freios deste mesmo modelo destrutivo, passando por cima do meio ambiente, das populações e da nossa soberania.

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MPF/MA reúne-se com representantes da etnia Gamela para ouvir sobre o ataque ocorrido no dia 30 de abril.

MPF/MA reúne-se com representantes da etnia Gamela para ouvir sobre o ataque ocorrido no dia 30 de abril
Procurador Hilton Araújo de Melo em reunião
com índios Gamela.  Foto: MPF/MA
Também foram ouvidas as reivindicações territoriais, de segurança e de acesso a políticas públicas para o povo indígena.
O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) reuniu-se com representantes da etnia Gamela e de outras instituições e entidades para obter mais detalhes sobre o ataque contra os indígenas ocorrido no dia 30 de abril, em Viana (MA). O encontro aconteceu na ultima quinta-feira (11), na sede da Procuradoria da República do estado, e também teve como objetivo ouvir as reivindicações territoriais, de segurança e de acesso a políticas públicas para os gamelas.
Na ocasião, o MPF esclareceu sobre todas as medidas adotadas pela instituição, tanto as providências no âmbito criminal, cuja investigação será conduzida pela Polícia Federal, quanto com relação à ação civil proposta em 2016 para identificação, delimitação e demarcação do território indígena.
Conforme relatado pelos representantes da etnia, a comunidade se reuniu em 2014 para, em assembleia, definir e externar a sua condição de indígena e decidiram iniciar ações de retomada dos territórios que, historicamente, lhes pertenciam, mas sempre eram reprimidos com violência pelos fazendeiros, inclusive com uso de armas de fogo. A exemplo do conflito que aconteceu em 30 de abril, no qual os fazendeiros estavam articulados para resistir ao processo de retomada dos indígenas. De acordo com um dos índios, durante o ocorrido, eles pediram paz e recuaram, mas o que aconteceu não teria sido um confronto, e sim, uma tentativa de extermínio de seu povo.
Providências - Ao final da reunião, o procurador da república estabeleceu que o MPF vai adotar as seguintes providências: com relação à questão fundiária, objeto da ação civil pública proposta no ano passado, discutirá com a Funai e a União formas de acelerar o procedimento administrativo que visa a identificação e delimitação do território reclamado pela etnia Gamela, oportunizando a todos a chance de se fazerem presentes e acompanharem o ato judicial designado; quanto à educação indígena, o MPF continuará exigindo a inclusão de políticas públicas, escolas e adequado projeto pedagógico, nos autos da execução judicial do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) já firmado com o governo do estado; no aspecto criminal dos fatos ocorridos, será cobrada celeridade no andamento do inquérito policial já requisitado.
O MPF pedirá à Funai nacional que acompanhe a situação no local do conflito, designando equipe para monitorar e prevenir novos ataques à etnia Gamela, e apresente solução administrativa imediata visando à conclusão dos estudos de identificação e delimitação. Solicitará ainda ao Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado o encaminhamento de cópia do procedimento administrativo que tramita na Vara Cível da Comarca de Viana (MA) e trata do registro civil de crianças Gamela.
Representantes - Além dos indígenas, estiveram presentes o promotor de Justiça da comarca de Penalva (MA) Alexandre Sabino Meira; o defensor público federal Yuri Michael Pereira Costa; o defensor público estadual Jean Carlos Nunes Pereira; a coordenadora do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB/MA) Rosenilde Gregoria dos Santos Costa, acompanhada pela assessora jurídica Sandra Regina Monteiro; a coordenadora do Conselho Indigenista Missionário Regional Maranhão (CIMI/MA) Rosimeire de Jesus Diniz Santos, acompanhada pela assessora Lucineth Cordeiro Machado e pelo assessor Ricarte Almeida Santos; o presidente da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) Wagner Cabral da Costa; o representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB Rafael Silva e a representante da Funai São Luís Daianne Veras, acompanhada da colaboradora Edilena Torino e do servidor Raimon Raimere.

Reunião com a Funai - Na manhã desta sexta-feira (12) o procurador da República Hilton Araújo de Melo se reuniu com o assessor técnico da presidência da Funai Artur Nobre Mendes e o coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental da Funai Bruno de Lima e Silva para discutir as reivindicações dos gamelas.

Os representantes da fundação informaram que, em reunião da qual participaram no dia anterior (11), o governo do estado se colocou a disposição com recursos financeiros para que seja realizada a contratação dos profissionais que realizarão os estudos de identificação e delimitação do povo Gamela. A Funai sugeriu a assinatura de termo de cooperação para que os recursos fossem aplicados pela Secretaria de Direitos Humanos do Estado, ficando a Fundação responsável pela seleção dos profissionais e apoio técnico e logístico necessários. A proposta está sendo analisada pelo governo. Deverão ser contratados três profissionais: um antropólogo, um cartógrafo e um técnico ambiental. Os demais integrantes da equipe seriam técnicos da Funai, do estado do Maranhão e do Incra.

A Funai se comprometeu, no prazo de dez dias, encaminhar ao MPF uma cópia do termo a ser enviado ao governo do estado. O Ministério Público acompanhará o fechamento do acordo e vai exigir que um seja firmado até a data de audiência de conciliação marcada para acontecer no dia 13 de junho de 2017, às 14h, na sede da Justiça Federal.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no Maranhão.
Tel.: (98) 3213-7161 - E-mail: prma-ascom@mpf.mp.br - Twitter:@MPF_MA.

domingo, 14 de maio de 2017

Cabo da PM salva 22 pessoas em incêndio no DF e foi promovido por ato de bravura.

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Mariana Branco.
O cabo da Polícia Militar dos Distrito Federal Heitor Teodoro da Silva ganhará a patente de terceiro sargento, por ato de bravura.

A promoção foi determinada pelo governador Rodrigo Rollemberg. Na madrugada da última quarta-feira (10), o cabo Teodoro e sua equipe patrulhavam as ruas de Samambaia – região administrativa do DF – quando viram um prédio em chamas.


O grupamento chegou a pensar que o prédio era desabitado, mas avistaram uma criança em uma das janelas.O cabo resgatou 22 pessoas, entre as quais uma criança de 3 anos e a mãe.

vereador Estevão Aragão conseguiu aprovar requerimento solicitando da Prefeitura/SECULT a relação de SHOWS E EVENTOS pagos, valores, no período de 2013 a 2017.

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Foto - Vereador Estevão Aragão - PSB.

Conforme publicado na Ordem do dia de 03 de maio de 2017, consta de autoria do Vereador Estevão Aragão – PSB, o Requerimento N° 355/17: "SEJA ENCAMINHADO OFÍCIO AO SR. PREFEITO DE SÃO LUÍS, SOLICITANDO PROVIDÊNCIAS JUNTO A SECULT, PARA QUE SEJAM ENVIADAS A ESTA CASA, INFORMAÇÕES, VALORES E CONDIÇÕES DE PAGAMENTO DOS CONTRATOS DE SHOWS E EVENTOS CONTRATADOS PELA PREFEITURA DE SÃO LUÍS, NO PERÍODO DE 2013-2017." (APROVADO). 

Segundo o parlamentar, a solicitação visa traçar uma radiografia para entender porque a gestão atual que comanda a cidade de São Luís tanta humilha a cultura popular: “Somente gostaria, por ser representante da nossa população, o motivo dessa crise seletiva. 

Nossa Cultura está agonizando e somente não morre pelo amor das pessoas que as fazem. Gostaria de entender porque para um setor é uma humilhação para receber e para outros se paga adiantado e a peso de ouro”, finalizou Estevão Aragão.

Texto: Rachid Sauaia

Câmara Municipal de São Luís - Diretoria de Comunicação - 12.Maio.2017.

Celebramos o Mestre Antônio Vieira uma vida dedicada a cultura maranhense.

  
Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
No ultimo dia 09 de maio, terça-feira, saudosamente como fazíamos quando Antônio Vieira aqui estava, nos reunimos em frente a “banca do Dácio” na Praia Grande, para ali lhe rendermos homenagens, Mestre.

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Mestre onde estiver es sabedor, pois já nos vem acompanhando há nove anos initerruptamente, nestas homenagens espontâneas, simples é verdade, porém verdadeiras e de corpo e alma, foi a  forma como encontramos de manter você Antônio, vivo!

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Eterno em nossas memórias, em nossos corações. Mestre a sua obra musical, inigualável já o imortalizou através das gerações...

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Neste dia 09, se você vivo estivesse mestre, estaria celebrando seus 97 anos de existência terrena. Como o tempo voa... faltam apenas três anos para celebrarmos o seu centenário de nascimento, e ano que vem celebraremos uma década de sua partida...

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Aqui estamos com o Dácio a frente a ouvirmos e cantarolarmos suas musicas, seus versos, a relembrar seus causos. Nesta dia Vieira, do Reviver à Ponta d’areia todos cantam e dizem numa só voz viva Vieira!

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Aqui estamos na companhia de artistas populares, de jovens, de pessoas que contigo conviveram a te homenagear caro Mestre. 

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Começaremos com as cantoras negras do Coletivo Cultural de Mulheres Negras na Arte Lélia Gonzalez, que nas palavras de Rosa Santos, rendem suas homenagens “Antônio Vieira continua sendo um dos ícones da cultura popular maranhense, com sua voz inconfundível, cantou o Maranhão, musicando e cantando o cotidiano de nossa terra.”

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Tivemos ainda uma roda de tambor puxada pelos integrantes do ”Tambor da Lua”.
Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Na sequência uma roda de capoeira, com a presença de muitos apreciadores da arte da capoeira.

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
E, fechando esta noite mais que especial, uma roda de samba, puxada pelos sambistas do grupo de sambistas da Praia Grande, músicos que todo sábado alegram  as tardes de quem frequenta os bares da feira praia grande.

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Peço desculpas aos leitores por demorar a escrever e publicar este texto.

Foto - Chico Barros em 09/05/2017 na banca do Dácio - Reviver.
Texto de Chico Barros.

sábado, 13 de maio de 2017

Após realização de grande passeata a Polícia Civil comunica a elucidação do assassinato do professor "Manin" em Paraibano - MA.

http://radiosertaoweb.com/noticia/147414/adolescentes-confessaram-que-mataram-o-professor-manin
Em notícia divulgada originalmente na "página noticias de paraibano".
  
Após intensa investigação, ao longo de uma semana, a Polícia Civil elucidou, nessa sexta-feira, 12 de maio, o Homicídio do professor Ivanildo Ferreira, conhecido como professor "Manin".
Foram conduzidos os menores W.S.N., de 17 anos,  e J. F. S. S., de 16 anos,  que confessaram a autoria do ato infracional, ocorrido na noite do último dia 04 de maio de 2017, em Paraibano.
http://radiosertaoweb.com/noticia/147414/adolescentes-confessaram-que-mataram-o-professor-manin
Os menores infratores confessaram que levaram o professor para as proximidades do lixão do referido município, onde o amarraram com fita adesiva e, posteriormente, ceifaram sua vida, utilizando uma faca. O celular de um dos menores, utilizado para marcar o encontro com o professor, foi apreendido, como também a faca utilizada.
http://radiosertaoweb.com/noticia/147414/adolescentes-confessaram-que-mataram-o-professor-manin
Segundo eles, a motivação teria sido roubar o carro do professor, para a posteriori utilização em um sequestro de uma criança, também em Paraibano, onde combrariam R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) pelo resgaste.
PARABÉNS AOS PROFISSIONAIS DA POLÍCIA JUDICIÁRIA. Equipe da Policia Judiciária de Paraibano, sob o comando do delegado João Marcelino, com a participação dos delegados de Passagem Franca, Colinas e do regional de São João dos Patos, Francisco Tavera, obtiveram  êxito na elucidação do ato infracional que causou comoção em toda a região do médio sertão maranhense.
LEIA TAMBEM: “Paraibano clama por segurança pública”, diz deputado Wellington durante grande caminhada pela paz. https://maranauta.blogspot.com.br/2017/05/paraibano-clama-por-seguranca-publica.html

Central - um documentário sobre o capitalismo selvagem.


Central - um documentário sobre o capitalismo selvagem. 26546.jpeg

Caso alguém esteja interessado em saber como funciona o capitalismo em seu estado puro, não deve deixar de ver o documentário Central, sobre o presídio de Porto Alegre, a partir de um roteiro do jornalista Renato Dorneles e com direção de Tatiana Sager.
Os grupos que dominam as galerias, reproduzem o sistema capitalista sem qualquer mediação ou freios da sociedade, transformando cada preso num gerador de lucros, situação da qual ele não se livra nunca mais, mesmo quando saia da cadeia.
Usando imagens tomadas dentro do presídio por uma câmera profissional, mesclada com imagens feitas pelos próprios presos, entremeadas de entrevistas com o juiz da vara de execuções criminais (Sidney Brzuska) , um promotor ( Gilmar Bortoloto),um sociólogo ( Marcos Rolim), vários policiais militare, presos e ex-presos, o documentário,mais do que uma reconstituição da vida num presídio, onde vivem em condições subumanas quase 5 mil pessoas, é uma denúncia do descaso da nossa sociedade com a vida humana.
Ironicamente, quando o grande clamor dessa sociedade é mais segurança, exigindo que a polícia seja mais rigorosa nas prisões, o testemunho dos participantes do documentário é de que ao, entrar no Central, em vez de ser ressocializado, o preso, para poder sobreviver, precisa se associar a uma das facções criminosas que domina o presídio, vínculo que ele nunca mais poderá quebrar.
Como o sistema funciona como uma engrenagem que só visa o lucro dos que comandam a facção criminosa, o preso, querendo ou não, se transforma num soldado dela e precisa cumprir a missão que lhe for destinada dentro ou fora das grades.
O promotor sintetizou a situação desse modo: o sujeito entra como um guri chorão e sai como um bandido frio e capaz de todas as maldades.
Um dado estatístico confirma isso: apenas 10 por cento dos presos cumprem pena pela acusação de assassinato ou tentativa de assassinato. A grande maioria é pelo tráfico de drogas e muitas vezes, apenas pelo consumo de drogas já que a polícia e a justiça, nem sempre estão interessadas em fazer essa separação.
Como disse o juiz, o Estado controla o presídio apenas do lado de fora das grades. Lá dentro, o domínio é das facções, que funcionam como uma instituição que legisla, julga e executa e por incrível que pareça, esse acordo tácito entre as autoridades e os presos é que assegura a tranqüilidade na prisão, sem motins e praticamente sem mortes.
Essa transferência do poder do Estado para os presos fica claro nesse exemplo: dentro do presídio existe uma cantina, administrada por particulares, que pagam um aluguel para o Estado a fim de usar esse espaço (40 mil reais por mês, segundo o juiz), que vende desde refrigerantes até camisas de futebol. Só que não são todos os presos que podem freqüentar o local. O Plantão de Galeria, um homem de confiança da facção, designa quem pode ir e o que pode trazer. As compras são então revendidas pela facção aos demais presos com um valor altamente inflacionado.
O grande lucro dessas facções provém, porém, do tráfico de drogas, que apesar da vigilância policial, é trazida pelas chamadas mulas para dentro do presídio e então comercializadas a um custo exorbitante. Como existe um grande percentual de viciados, eles acabam se endividando e para pagar essa dívida, e com isso sobreviver, são obrigados a cumprir tarefas, dentro e fora do presídio, como assaltos e assassinatos de rivais.
O acordo não escrito entre a polícia e os presos, que dividiu as atribuições de poder dentro do presídio, se gerou uma certa tranqüilidade dentro do Central, transferiu para o semi-aberto e mesmo para as ruas da cidade, os ajustes das contas não pagas dentro do presídio.
Ou seja, o Central não é apenas um calabouço indigno de receber um ser humano, criminoso ou não, como é o grande gerador da violência nas ruas da cidade.
 Marino Boeira é jornalista, formado em História pela UFRGS.