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Por Andrei Iliachenko.
Mesmo se você tem paranóia, tal não significa que não pode ser espiado, pelo menos na Internet. Se tiver uma saúde de ferro, pelos vistos, é espiado de qualquer modo.
Se tiver dúvidas, basta conhecer a
lista de palavras utilizadas pelo Ministério de Segurança Nacional
(MSN) dos Estados Unidos (The Department of Homeland Security) para
monitorar sítios e redes sociais na Internet.
No
sábado passado, o jornal britânico The Daily Mail publicou esta lista,
comunicando que o MSN foi obrigado a divulgar este documento após uma
exigência da organização de interesse público Electronic Privacy
Information Center (Centro Informativo de Proteção da Privacidade na
Rede).
A lista, composta por centenas de palavras e
frases feitas, é impressionante. Seria difícil imaginar que o emprego de
tais palavras como “México” ou “China” por particulares no Facebook
seja captado por programas especiais. A lista inclui praticamente todo o
Oriente Médio e Extremo Oriente – Iraque, Irã, Afeganistão, Paquistão,
Iémen, assim como a Coreia do Norte, Colômbia e Somália.
O
princípio de seleção é compreensível: a lista é dividida em tais
categorias como “segurança interna”, “segurança nuclear”, “saúde e gripe
aviária”, “segurança de infraestruturas”, “terrorismo” e outras.
Compreende-se também a presença de expressões e palavras-chave, tais
como “bomba suja”, “reféns”, “sarin”, “jihad”, “Al-Qaeda”. Mas ao lado
encontram-se palavras do léxico habitual de qualquer usuário pacífico da
Internet – “nuvem”, “neve”, “carne de porco”, “químico”, “ponte”,
“vírus”…
Pode ficar sob vigilância o autor de um posts
sobre o Smart, carro popular na Europa, ou aquele que mencione a
história de Caim e Abel. Destaque-se que é monitorizado o próprio termo
“rede social”, ligado praticamente a tudo que é utilizado pela rede
mundial.
Os peritos do Electronic Privacy Information
Center consideram que a lista inclui muitas palavras que podem ter
sentidos diferentes, o que ameaça as garantias concedidas pela Primeira
emenda da Constituição dos Estados Unidos, que proclama a liberdade de
expressão.
O Ministério de Segurança Nacional aceita
em certo grau estas críticas. Segundo o secretário de imprensa do
departamento, Matthew Chandler, é necessário considerar os algoritmos de
programas de pesquisa. Ao mesmo tempo, em entrevista à edição
eletrônica Huffington Post, Chandler declarou que a atividade do
monitoramento da Internet se encontra na etapa inicial, sendo voltada
para prevenir o terrorismo e controlar cataclismos naturais. Por outro
lado, o responsável rejeitou liminarmente as suspeitas de o ministério
ter utilizado as suas potencialidades para controlar a dissidência.
Contudo, a julgar pela atividade do Electronic Privacy Information
Center, nem todos concordam com ele.
Ao mesmo tempo, o
monitoramento da Internet e das redes sociais seria muito difícil sem a
interação com líderes das tecnologias informativas. A Forbs escrevia
neste contexto que, pelos vistos, o Ministério de Segurança Nacional tem
certos acordos com tais companhias como Google, Facebook, Twitter e
outras que permitem obter acesso a alguns programas de computador e
controlar a Internet em regime próximo de tempo real.
Entretanto,
as maiores companhias dispõem de informações gigantescas sobre os
clientes de seus produtos. No ano passado, tornou-se pública uma
investigação do Wall Street Journal, segundo a qual o Google e a Apple
recolhem, como se verificou, a informação sobre a localização de seus
clientes não apenas através de gadgets
portáteis, mas também com a ajuda de PC. Segundo a edição, a Apple
guarda os dados sobre deslocações de seus usuários através de seus
computadores Macintosh ligados à rede Wi-Fi. O Google faz o mesmo
através de PC, cujos proprietários entram na Internet através do browser
Google Chrome. Como destaca o jornal, as duas companhias declaram que a
conservação destes dados é estritamente confidencial e que elas “não
têm quaisquer intenções secretas”.
Mas tal significa que de qualquer modo que você é espiado.
Pergunte-se,
contudo, qual será a abrangência geográfica de tais potencialidades
deste Big Brother, descritas ainda em 1949 no romance de George Orwell
“1984”.
Na semana passada, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, declarou que especialistas invadiram o site
da Al-Qaeda no Iémen e lá instalaram sua informação. Esta declaração
foi qualificada como o primeiro reconhecimento de que os Estados Unidos
efetuam operações cibernéticas. Mas, o importante é envergadura global
desta atividade, que não reconhece fronteiras e barreiras linguísticas.
FONTE:http://portuguese.ruvr.ru/2012_05_30/controle-na-internet-eua/