terça-feira, 3 de julho de 2012

UFMA: Dia 3 de julho, DIA NACIONAL DE MANIFESTAÇÕES DOS ESTUDANTES EM GREVE!!!


Dia 3 de julho é o dia nacional de ocupação das universidades!!

No Brasil inteiro o comando nacional de greve estudantil está articulando com os comandos locais atividades nas universidades.

E na UFMA não vai ser diferente!!

Os estudantes já começaram a se organizar e já estão construindo uma atividade com os professores e técnicos para esta terça-feira.

Venha somar forças e fortalecer esse dia de luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade!!

PROGRAMAÇAO:

13:00 - OFICINA DE CARTAZES NA ÁREA DE VIVÊNCIA

15:00 - Debate: 5 ANOS DE REUNI: O QUE MUDOU NA UFMA?

18:00 - ATIVIDADADE CULTURAL

Intolerancia. Abraço de irmãos acaba em ataque homofóbico e morte.

Agressores, foram presos, pensavam que irmãos era um casal homossexual

José Leonardo da Silva, 22 anos, não imaginava que o gesto inocente de caminhar abraçado com seu irmão gêmeo, José Leandro, despertaria a ira de outros homens. 

Os gêmeos foram espancados por cerca de oito pessoas na madrugada do último domingo (24) quando voltavam do Camaforró, na cidade de Camaçari (Grande Salvador). Leonardo morreu no local ao receber várias pedradas na cabeça, enquanto Leandro foi levado ao Hospital Geral de Camaçari com um afundamento na face, mas já recebeu alta.

Os agressores, que não tinham passagem na polícia, foram presos no mesmo dia do crime e estão custodiados na 18ª Delegacia (Camaçari). Segundo a delegada da 18ª DT, Maria Tereza Santos Silva, trata-se de um crime de homofobia.

- Pensaram que eles fossem um casal homossexual. Os agressores e as vítimas não se conheciam e não tiveram nenhuma briga anterior, por isso acho que a motivação seja a homofobia - explica.

A delegada relata que o grupo desceu de um micro-ônibus ao ver os gêmeos abraçados e iniciou as agressões.

- Eles alegaram que acharam que era um homem e uma mulher brigando - conta Maria Tereza. Após as investigações, ela indiciou três das sete pessoas conduzidas para a delegacia. Douglas dos Santos Estrela, 19; Adriano Santos Lopes da Silva, 21; e Adan Jorge Araújo Benevides, 22; foram autuados em flagrante por homicídio qualificado (por motivo fútil) e formação de quadrilha. 

Diogo dos Santos Estrela, irmão de Douglas, está foragido.

Segundo a delegada Maria Tereza, durante as agressões, Leonardo reagiu, conseguiu tomar a faca da mão de Diogo e saiu caminhando. Ao ver Leonardo com a faca que pertencia a Diogo, Douglas perguntou onde estava seu irmão.

- Leonardo respondeu que não sabia. Douglas pediu para ele largar a faca e conversar. Depois, Adriano meteu um paralelepípedo na cabeça de Leonardo e Douglas pegou a mesma pedra e golpeou várias vezes a cabeça da vítima - relata a delegada Maria Tereza. Adan foi o que desferiu os socos que provocaram o afundamento na face de Leandro, que sobreviveu.

Para a delegada Maria Tereza, o crime contra os gêmeos mostra um problema social.

- Estamos no século 21 e matar uma pessoa porque é homossexual é um absurdo. Um jovem pagou com a vida porque foi confundido com um gay - destaca a delegada. O presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, afirma que o episódio demonstra claramente o grau de homofobia cultural presente na sociedade.

- Esse caso mostra o perigo que é ser homossexual e demonstrar carinho em público. A gente repudia a situação e chama a atenção para a aprovação da lei que torna a homofobia crime no Brasil. Enquanto isso não acontecer, muitos casos vão se repetir - ressalta.

- Defender os direitos dos homossexuais é defender os direitos humanos - completa.

Em julho do ano passado, um caso semelhante ocorreu no interior de São Paulo, na cidade de São João da Boa Vista. Pai e filho foram espancados em uma feira agropecuária porque estavam abraçados, assistindo às apresentações, quando um grupo com sete homens se aproximou e perguntou se eles eram gays.

O pai explicou que não, e o grupo foi embora, mas voltou logo depois e começou uma sessão de espancamento contra os dois.

Congresso dá a Paulo Freire título de patrono da educação brasileira.

  • O pedagogo Paulo Freire, em sua casa, em São Paulo, em foto de 1994
    O pedagogo Paulo Freire, em sua casa, em São Paulo, em foto de 1994. Foto de Bel Pedrosa/Folhapress











Em um ato público marcado por manifestações emocionadas, a viúva de Paulo Freire, Ana Maria Freire, recebeu o certificado que declara o educador pernambucano como patrono da educação brasileira. A cerimônia ocorreu nesta quarta-feira (27) à noite, no auditório da TV Câmara, na Câmara dos Deputados. 

Ana Maria recebeu a homenagem ao marido, falecido em 1997, das mãos da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), autora do projeto de lei que instituiu o título, aprovado por unanimidade na Câmara dos Deputados e no Senado e transformado na lei 12.612, em abril passado, após sanção da presidenta Dilma Rousseff.

Durante a homenagem, a importância da obra de Paulo Freire foi enfatizada em todos os discursos, mas houve espaço também para repercutir um dos assuntos políticos mais polêmicos da semana passada. Luiza Erundina recusou ser candidata a vice-prefeita na chapa liderada por Fernando Haddad (PT) na capital paulista, após encontro entre o candidato, o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e o deputado federal Paulo Maluf. O encontro selou o apoio do PP paulista, presidido por Maluf, a Haddad.

“Paulo teria abençoado sua decisão, pela coerência e pela ética”, afirmou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o primeiro a mencionar o assunto eleitoral no evento. Ele arrancou risadas dos presentes quando disse que precisava confessar a Erundina que recentemente cumprimentou Maluf no avião. “É que sempre cumprimento as pessoas, mesmo discordando delas, como é o meu caso em relação ao Maluf. De toda forma, apesar de entristecido por sua saída da chapa, elogio sua decisão”, acrescentou. 

A viúva de Paulo Freire também comentou o tema. “Nesse momento tão difícil, quero dizer que você mostrou quem realmente é”, enfatizou Ana Maria, dirigindo-se a Erundina. “Paulo gostava muito do seu lado valente, da sua ética, do seu compromisso com o povo brasileiro e certamente estaria feliz com sua decisão”, acrescentou.

Durante o ato público, Luiza Erundina disse que seu primeiro contato com Paulo Freire foi por meio de seu método de alfabetização, o qual aplicou junto a camponeses da Paraíba, seu Estado natal. “Foi um sucesso, não só pela rapidez da aprendizagem, mas também pelos efeitos, já que se tornaram cidadãos plenos, capazes de interpretar o mundo com suas próprias mentes”. Em 1980, eles se conheceram pessoalmente. Ambos foram paraninfos de uma turma de assistentes sociais da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas.) “Ele havia acabado de retornar do exílio. Havia uma expectativa de como seria o discurso dele, se seria raivoso, ressentido, mas não foi nada disso. Foi um discurso de amor e de alegria por ter voltado ao Brasil. Ele amava muito o nosso povo”.

Secretário de Educação

Quando foi eleita prefeita de São Paulo, em 1988, Erundina contou que Paulo Freire foi o primeiro nome que escolheu para sua equipe. “Quando o convidei para assumir a Secretaria da Educação, achei que não aceitaria, mas ele disse que não poderia recusar participar no primeiro governo democrático popular na principal cidade do País. Com o Paulo Freire na Secretaria, a educação pública da cidade passou por uma verdadeira revolução, reconhecida pelos educadores”, relatou.

Ela exaltou ainda a atuação do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), relator no Senado do projeto de lei que oficializa Freire como patrono de educação. “Não é fácil aprovar projetos nas duas Casas, ainda mais quando é uma proposição minha”, disse a deputada, sorrindo. Cristovam não compareceu ao ato público por estar em viagem oficial. 

O ministro da Educação, Aluizio Mercadante, era esperado na cerimônia, mas também não pôde comparecer, e a ausência foi lamentada pela viúva de Freire. Em entrevista à UnB Agência, a deputada Luiza Erundina falou sobre a greve que atinge as universidades federais. Leia aqui.

Reconhecimento

O ato público contou com a presença e pronunciamentos de diversos representantes da política e da educação. O reitor da UnB (Universidade de Brasília) ressaltou os vínculos da Universidade com Freire, que integrou o Comitê Diretor da Universidade no início da história da instituição. “Ele foi um educador notável, reconhecido em todo o mundo, tendo recebido 40 títulos de Doutor Honoris Causa em universidades como Oxford, Harvard e Cambridge”, afirmou. 

José Geraldo citou a Semana Universitária em homenagem a Freire no ano passado, quando o educador pernambucano teria completado 90 anos. Por ocasião da Semana Universitária 2011, a UnB concedeu a Freire o título póstumo de Doutor Honoris Causa. A homenagem foi recebida pela viúva do educador.

Saiba mais sobre Paulo Freire

Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo e influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído. Nascido no Recife, Freire formou-se em Direito, mas nunca exerceu a profissão, preferindo dar aulas de língua portuguesa numa escola de segundo grau.

Nos anos 60 trabalhou com movimentos de educação popular e, no governo de João Goulart, coordenou o Plano Nacional de Alfabetização, com objetivo de tirar cinco milhões de pessoas do analfabetismo. Seu método, conhecido como “pedagogia da libertação”, tinha como proposta uma educação crítica a serviço da transformação social.

Em 1964, depois da ascensão dos militares ao poder, Paulo Freire foi preso e exilado. Morou na Bolívia, Chile, Estados Unidos e Suíça. No Chile, em 1968, escreveu sua obra mais conhecida, A pedagogia do oprimido. Ao longo da década de 70, desenvolveu atividades políticas e educacionais em diversos países da África, Ásia e Oceania. Ele só retornou ao Brasil em 1980, após a Lei da Anistia.

Filiado ao PT, atuou em programa de alfabetização de adultos do partido. Em 1989, com a posse de Erundina na Prefeitura de São Paulo, foi nomeado secretário de Educação, cargo em que permaneceu até 1991. Freire morreu em maio de 1997, em São Paulo.

FONTE:http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/06/28/congresso-da-a-paulo-freire-titulo-de-patrono-da-educacao-brasileira.htm

Bando arromba quartel no interior e leva munição pesada

RICARDO BRANDT
O paiol onde são guardadas as munições do Exército, no quartel do 13.º Regimento de Cavalaria Mecanizada (13º RecMec), em Pirassununga, no interior, foi arrombado na madrugada de anteontem. 

Mais de 3 mil cartuchos de fuzis calibres 7,62 mm e 9mm, munição pesada como cartuchos .50 e 90mm (para blindados) e 12 granadas de boca desapareceram. A cidade está tomada por policiais e soldados, em uma megaoperação. 

Além dos homens do Exército e da Polícia Militar, ajudam nas buscas policiais civis, guardas municipais e policiais rodoviários. O helicóptero Águia da PM fez sobrevoos para auxiliar na operação. O arrombamento teria ocorrido às 4h, mas o fato só foi comunicado à Polícia Civil às 22h45. Todos os militares que estavam de serviço estão sendo ouvidos e três soldados e um cabo ficaram retidos no quartel. 

Apesar do registro do BO, as investigações e buscas serão conduzidas pelo próprio Exército, com apoio da PM. O quartel teria sido invadido por meio de um alambrado, que foi cortado no limite com a Vila São Pedro. Assaltantes arrombaram dois cadeados para entrar no paiol. Militares que faziam guarda declararam ter visto somente duas pessoas correndo do local. 

No paiol, foram abandonados um alicate, um pé de cabra, uma marreta de madeira, uma lima de aço, uma câmara de ar de bicicleta, um cobertor, uma bolsa de lona e um celular, além de duas caixas de madeira para 250 munições.

Buscas.
Todos os acessos de Pirassununga foram ocupados por soldados do Exército e policiais militares. Ontem, um pente fino foi feito na área do quartel para saber se o material que desapareceu não foi escondido no próprio local. Nada foi achado.

O Comando Militar do Sudeste (CMSE)não confirmou o número de munições. Em duas notas, limitou-se a informar que abriu inquérito para apurar o caso. 
FONTE:http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha

Eleições 2012. Mais cinco mil vereadores.

Câmaras aumentam número de vagas a serem preenchidas este ano; gastos crescerão

Diana Fernandes
Nas eleições de outubro, as câmaras municipais de todo país deverão ganhar um novo contingente de 5.070 vereadores que vão ocupar as vagas criadas a partir da aprovação da Emenda constitucional 58, em 2008. 

O país terá, então, um total de 56.818 vereadores, em relação aos 51.748 eleitos há quatro anos, um aumento de quase 10%. No levantamento anterior, feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), divulgado em maio, registrou-se a criação de 3.672 vagas. O prazo para aumentar as vagas acabou em 30 de junho. Ou seja, em pouco mais de um mês, foi contabilizada a criação de mais 1.398 vagas.

A emenda impôs restrições financeiras às câmaras para evitar acréscimo de despesas diretamente com os novos vereadores. Porém, é certo que as vagas criadas ampliarão o custo do legislativo local, o que pesará nas contas das prefeituras. 

Além do aumento do número de vereadores, as câmaras municipais devem aprovar, até o final de setembro, reajustes dos subsídios dos vereadores, prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais.

É esta nova despesa que assusta o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, que defende os interesses políticos e financeiros das prefeituras. O reajuste nos salários de vereadores é aprovado a cada quatro anos, antes das eleições; em alguns casos o prazo de aprovação da lei municipal é antes da posse.

No Estado do Rio, o maior aumento
Ziulkoski disse que é impossível calcular hoje o impacto desses salários nas contas das prefeituras, a partir de 2013, mas salienta que esse será o grande problema, porque o parâmetro para os reajustes é o novo salário dos deputados federais.

- É lógico que criar cinco mil vagas de vereadores aumenta o custo. Não sabemos ainda em quanto, mas o vereador é a parte menor do problema. O grande impacto financeiro para os municípios serão os novos salários municipais - disse Ziulkoski, explicando que o subsídio do vereador equivale a 75% dos subsídio do deputado estadual, que, por sua vez, recebe o equivalente a 60% do vencimento de um deputado federal (hoje em R$ 26, 6 mil.

- Este sim será um impacto de bilhões de reais nas contas das prefeituras, porque implica também em reajustar salários dos prefeitos, vices e secretários municipais - afirma.

Para calcular o número de vereadores nas eleições deste ano, foram usados os dados sobre a população divulgados pelo IBGE em julho de 2011: onde cresceu a população aumentou o número de vereadores.

Pelas contas da CNM, com base nos dados do IBGE, dos 5.563 municípios brasileiros, 2.153 poderiam aumentar o número de vereadores por meio de alteração em suas leis orgânicas. Desses, 2.125 responderam a questionários da CNM e 1.535 (72%) confirmaram que aumentariam suas cadeiras no legislativo local; 590 informaram que manteriam o mesmo número.

Com base nos dados populacionais do IBGE, os municípios do Estado do Rio são os que mais poderiam aumentar o número total de vereadores. Todos os municípios fluminenses poderiam eleger 1.362 vereadores este ano (em 2008 foram 999) - um aumento de 34,5%. Dos 92 municípios do estado, 72 poderiam, segundo a lei, mudar a composição de suas câmaras.

Na pesquisa feita do CNM com 62 desses 72 municípios, 42 informaram que aumentaram o número de vereadores, e 20, que não. Nesse universo, os vereadores passam de 659 (eleitos em 2008) para 817 este ano.

As cidades fluminenses que mais aumentaram o número de vereadores foram Nova Friburgo e Teresópolis, de 12 para 21. Campos aumentou de 17 para 25.

Pelo resultado do IBGE, segundo a CNM, os municípios com mudanças populacionais poderiam criar este ano até 8.036 cadeiras, o que elevaria o número final para 59.764. Os dados informados pelos municípios indicam 5.070 novas vagas.

Poucos municípios - dado ainda não tabulado pela CNM - aprovaram leis reduzindo o número de vereadores. É o caso de Ribeirão Preto (SP). Lá, uma emenda reduz de 27 para 22 as cadeiras a partir de 2013. 

A Câmara de Agudos (SP) reduziu de 13 para 9 o número de vereadores. Em Minas, o legislativo de Divinópolis diminuiu de 19 para 17. No Paraná,os vereadores de Paiçandu tentaram aumentar as vagas de 9 para 13, mas, pressionados pela opinião pública, recuaram.



FONTE: http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Entrevista. Livro O Nome da Morte descreve a biografia do maranhense que matou 492 pessoas.

ENTREVISTA » Livro O Nome da Morte descreve biografia do homem que matou 492 pessoas

Samartony Martins   Publicação: 02/07/2012.

O Maranhão é um dos estados brasileiros onde os crimes de pistolagem ainda são uma prática comum. Muitos dos 'problemas' são resolvidos à base da bala.

Parte dessa faceta pode ser comprovada no livro o Nome da Morte, do jornalista Klester Cavalcanti que narra à biografia real do maranhense, Júlio Santana que matou exatamente 492 pessoas em mais de 35 anos de trabalho como matador de aluguel. 

Na obra, Cavalcanti conta que pistoleiro começou o ofício aos 17 anos e que 'pendurou a chuteiras' somente no ano passado.

O Nome da Morte é um livro/denúncia traz os nomes dos mandantes dos crimes, das vítimas e também o nome verdadeiro do matador. 

Um dos casos que mais chama a atenção é a execução de um menino de 13 anos feita por Santana, a mando de um fazendeiro. Como os pais do garoto haviam fugido da fazenda, a morte do menino foi um recado para que voltasse ao trabalho.

Para escrever o livro, Klester Cavalcanti, conversou com o Júlio Santana durante sete anos até conhecê-lo pessoalmente. Em entrevista, por e-mail, a O Imparcial o jornalista revela como conheceu a história do matador; como foi o primeiro encontro depois de dezenas de telefonemas e os motivos que levaram Julio Santana a matar.

O Imparcial - Como você tomou conhecimento da história do matador Júlio Santana?
Klester Cavalcanti - "Eu soube do Júlio em 1999. Eu era correspondente da Revista Veja e estava na Amazônia fazendo uma reportagem sobre trabalho escravo. Estava acompanhando uma operação federal em uma cidade chamada Tomé-Açu que fica no Pará. Durante essa reportagem fiquei sabendo por meio de um policial militar que me disse que era muito comum os fazendeiros da região contratarem pistoleiros para matar escravos que fugiam das fazendas. Eu falei a ele que gostaria muito de entrevistar um desses pistoleiros.

Depois de três dias ele me procurou e passou o telefone de um matador de aluguel. Fiquei pensando que aquele telefone seria de uma delegacia ou presídio. Tal foi minha surpresa ao saber que o telefone do pistoleiro era da cidade de Porto Franco, interior do Maranhão. Na primeira conversa com ele me identifiquei como repórter da Veja e disse que gostaria de fazer uma matéria com ele. De cara o Júlio Santana concordou. Mas ele disse que eu não revelasse o seu nome real e também não queria foto".

E como você fez para driblar este obstáculo?
"Eu não faço livro ou reportagem sem nome real das pessoas até porque você perde a veracidade da história. Jornalista faz reportagem. Este é livro-denuncia com um pistoleiro que matou quase 500 pessoas. Sem o nome real viraria ficção. Qualquer um pode inventar o que quiser. Já com os nomes reais você pode checar a informação. E foi isso que eu fiz. No livro eu mostro um caso onde o mandante do crime era prefeito da cidade de Carmo do Rio Verde, em Goiás. Conto com detalhes como tudo aconteceu. Qualquer pessoa pode investigar o caso que vai confirmar que de fato naquele dia a pessoa foi assassinada e o prefeito da cidade chegou a ser julgado em processo judicial como mandante do crime e absolvido por falta de provas. As histórias que eu conto são assim, com os nomes das pessoas reais envolvidas. Quando Julio Santana me disse que não queria nem o seu nome real e nem a foto, coloquei na minha cabeça que ia falar com ele até ele autorizar o nome real na matéria. A ideia inicial era fazer só uma matéria, mas esse processo demorou sete anos. De 1999 até 2006, eu falava com ele uma vez por mês por telefone. Até que, em 2006, ele concordou que eu fosse a Porto Franco conhecê-lo pessoalmente. Depois disso ele me autorizou escrever sobre seus crimes e revelar o seu nome real.

Você ficou assustado quando ele revelou a você que tinha matado 492 pessoas?
"Na verdade, ele não revelou que tinha matado 492 pessoas. Ela não sabia quantas pessoas tinha matado na vida. Em abril de 2006, eu estava na casa dele, em Porto Franco , quando perguntei se ele sabia quantas pessoas já tinha assassinado. Ele disse que não sabia. Mas eu lembrei que ele tinha um caderno no qual anotava todos os trabalhos que fazia. Daí, eu falei para ele pegar o caderno, para que nós pudéssemos fazer a contagem juntos. E foi assim que fizemos. Sentados no sofá da casa dele, eu e o matador pegamos o caderno dele e contamos quantas pessoas ele já tinha assassinado. No caderno, havia 487 mortes. Mas, além dessas, ele matou mais 5 pessoas, o que dá um total de 492 assassinatos que ele cometeu em todo o Brasil, em 35 anos trabalhando como pistoleiro".

Somente após sete anos de contato que Santana autorizou você a conversar pessoalmente com ele. Como foi este encontro? Quais foram suas impressões ao estar diante, possivelmente, do maior matador de aluguel do país?
"Eu estava bem tranquilo, porque já conversava com o Julio Santana havia sete anos. Eu o conhecia bem, apesar de nunca termos nos encontrado pessoalmente. Tínhamos uma relação de muita confiança, de ambas as partes. Por isso, eu estava totalmente tranquilo em encontrar com ele. Eu fui falar com o Julio como vou falar com qualquer fonte minha, seja um padre, um arquiteto, um advogado ou um assassino de aluguel. Trato todas as minhas fontes com o mesmo respeito".

De que forma você conseguiu trabalhar a imagem deste homem que matou quase 500 pessoas e despertar o interesse do leitor. Houve alguma dificuldade?
"Minha intenção sempre foi contar a história da vida desse fantástico personagem, sem julgamentos nem opiniões. O Julio nasceu em Porto Franco , há quase 60 anos. Naquela época, só havia vilas ribeirinhas na região. Ele tinha tudo para crescer e virar um pescador, como o pai dele. Mas, por circunstâncias da vida, acabou se tornando o maior matador de aluguel de que se tem notícia no mundo. Acho que qualquer pessoa teria interesse em saber como um garoto pacato e religioso acabou se tornando um assassino profissional. E também conhecer o lado humano desse personagem, que também tem seus dramas, seus medos, seus amores, sua fé".

No livro você detalha 32 das 492 mortes contabilizadas pelo matador, pois foram as que você conseguiu checar por outras fontes. Quantas dessas ocorreram no Maranhão? Conte-nos um caso.
"Não sei o número exato de quantas pessoas ele matou no Maranhão. Mas há o caso do primeiro crime do qual ele participou, ajudando o tio dele, que também era matador. Esse caso aconteceu em Imperatriz. O tio dele precisava matar um homem e pediu para o Julio distrair a vítima, conversando com ele na rua. Muito nervoso, o Julio parou o homem na rua e fez uma pergunta qualquer. Ele estava tão nervoso que nem conseguia olhar para o homem. Só ficava olhando para o chão. Quando ele menos esperava, ouviu um tipo e viu o corpo da vítima cair a seus pés".

No relato sobre sua vida de matador você conta que o maranhense tinha de anotar, em um caderno com capa do Pato Donald, o nome de cada uma das vítimas e de cada um dos mandantes. Como você descobriu essa curiosidade tão importante para o seu relato. O caderno ainda existe?
"O Julio me falou do caderno naturalmente, como se fosse uma agenda de trabalho. Eu só fiquei sabendo que o caderno tinha a figura do Pato Donald na capa em abril de 2006, quando fui à casa dele, em Porto Franco. Depois que nós fizemos a contagem das mortes, o Julio ficou muito mal. Ele disse que não imaginava que tinha matado tanta gente na vida. Quando ele resolveu parar de matar e sair do Maranhão, ele colocou o caderno e o revólver dele dentro de uma mochila, encheu a mochila de pedras, e jogou no rio, para se livrar de tudo aquilo para sempre".

Santana contou a você que matou por vários motivos e que pelo menos 100 pessoas por conflitos de terra a mando de fazendeiros, madeireiros e políticos. Conte-nos alguma situação que lhe chamou a atenção.
"Há um caso muito triste de um garoto de 13 anos, que ele matou no Pará. Esse garoto era filho de um casal de trabalhadores escravos que haviam fugido de uma fazendo no interior do Pará. Para forçar o casal a voltar para a fazenda e continuar trabalhando como escravos, o dono dessa fazenda contratou o Julio para matar o filho mais velho do casal, um menino de 13 anos. O Julio foi até a cidade e matou o garoto com um tiro na cabeça, a queima-roupa. Depois do crime, o fazendeiro mandou um recado para os pais da criança: 'Ou vocês voltam para a fazendo ou eu mando matar seu outro filho".

Você conversou de 1999 a 2006 com o Júlio Santana uma vez por mês. Você lembra qual foi a ligação que mais durou? Qual foi tema/caso da conversa?
"Não lembro qual foi a ligação que mais demorou. Mas lembro de uma ligação que me marcou muito. Foi justamente em relação ao assassinato desse garoto de 13 anos. No dia seguinte a esse crime, o Julio me ligou para falar sobre esse episódio. Ele estava muito triste. Mal conseguia falar. Mas acabou me contando tudo e até chorou durante a conversa. Essa ligação foi marcante para mim porque, até então, era sempre eu quem ligava para ele, no dia e no horário que ele marcava. Essa foi a primeira vez que ele ligou para mim, o que demonstrava confiança total dele em mim. Eu senti que havia conquistado a confiança total dele".

Na sua opinião Júlio Santana matava por acreditar na impunidade, por prazer ou por dinheiro?
"O Julio nunca demonstrou prazer em matar as pessoas. Pelo contrário, ele sempre ficava mal, se sentindo culpado depois dos crimes. O Julio matava por dinheiro. Ele sempre encarou a pistolagem como uma profissão. Foi assim que o tio ensinou a ele. Foi assim que ele aprendeu. E foi assim que eu tentei retratá-lo no livro: um assassino profissional. Um cara que mata por profissão, não por prazer ou por ser louco".

Alguma vez ele revelou a você que se sentiu culpado ou arrependido por alguma dessas mortes?
"O Julio sempre se mostrava arrependido depois de todos os crimes. Ele é católico, crê em Deus, sabe que o que ele fazia era errado. Ele tem muito medo de ir para o inferno. Por isso, sempre que ele matava alguém ele rezava pedindo perdão a Deus".

Com tantas mortes nas costas Santana revelou a você se foi preso alguma vez?
"O Julio foi preso uma vez em toda a vida. Foi na cidade de Tocantinópolis, no Tocantins. Ele tinha acabado de matar uma mulher, a mando do marido. Quando estava saindo da casa da vítima, ele foi apanhado pelos vizinhos (que tinham ouvido gritos e tiros) e acabou preso na delegacia. Mas ele deu a moto que ele tinha ao delegado e o delegado deixou o Julio ir embora".

Como você avalia o Julio Santana dentro desse sistema de perpetuação de poder. Vítima ou culpado?
"Não acho que o Julio seja culpado nem inocente. Acho que ele, como muitos de nós, fez escolhas erradas na vida, que o levaram a ter a vida que teve e a se tornar um criminoso. Mas não o vejo como culpado ou vítima. Por outro lado, do ponto de vista legal e criminal, o Julio Santana é culpado pela morte de quase 500 pessoas no Brasil".

O seu livro relata uma série de denúncias que devem ser apuradas pela polícia e pela justiça desses estados onde ocorreram essas mortes. Como você analisa essa falta de interesse?
"Eu não escrevo livros esperando que a polícia e a justiça façam alguma coisa. Infelizmente, nós sabemos que a Polícia e a Justiça no Brasil fazem um trabalho muito aquém do que deveriam. Eu faço livros porque acho importante mostrar ao Brasil histórias e personagens que a maioria das pessoas não sabem que existem".

Depois do livro lançado você manteve algum contato com Julio Santana?
"Sim. Até hoje, eu e o Julio nos falamos de vez em quando. A última vez que falei com ele foi no sábado, dia 23 [junho], quando ele fez aniversário".

Você sabe qual o atual paradeiro de Julio Santana?
"Sei. Mas não falo para ninguém. Nem para os meus pais".

Hemetério Weba é condenado por improbidade administrativa.

O ex-prefeito de Nova Olinda do Maranhão e atual deputado estadual, Hemetério Weba Filho (foto), teve seus direitos políticos suspensos pelo prazo de três anos e pagará multa civil equivalente a dez vezes o salário que recebia em 2006.
A decisão foi tomada pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, que proibiu também o prefeito de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, mesmo que através de pessoa jurídica da qual seja sócio, por três anos.
Weba foi originalmente condenado em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE), em razão da não prestação das contas municipais de 2006 à Câmara Municipal de Nova Olinda do Maranhão, de onde era então prefeito, para que pudessem ser consultadas por qualquer cidadão interessado.
Ele recorreu da sentença proferida pelo juiz pelo juiz Frederico Feitosa de Oliveira, da comarca de Santa Luzia do Paruá, alegando inconstitucionalidade da Lei de Improbidade Administrativa e não obrigação de prestar contas simultaneamente ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e à Câmara Municipal, afirmando que a conduta não representou improbidade por falta de ilegalidade e dolo.
Apreciando o recurso, o desembargador Kléber Carvalho (revisor) entendeu que os dispositivos da Constituição Federal e da Lei de Responsabilidade Fiscal tratam da possibilidade do controle popular das contas do Executivo, por meio da consulta na sede do Legislativo, não se confundindo com o controle político no qual a Câmara julga as contas municipais, após parecer do TCE.

O magistrado negou o recurso, considerando lícita, legítima e constitucional a exigência de apresentação das contas tanto ao TCE quanto à Câmara de Vereadores, inclusive em respeito à cidadania, moralidade administrativa e publicidade, para garantir a fiscalização financeira e orçamentária da coisa pública.
O voto foi acompanhado pelo juiz Sebastião Bonfim (convocado), ambos contra a posição da desembargadora Raimunda Bezerra (relatora), que acatara o recurso do prefeito, considerando que a Constituição não exige apresentação concomitante das contas ao TCE e à Câmara Municipal.
Fonte: http://www.gazetadailha.com.br/2012/07/02/weba-e-condenado-por-improbidade-administrativa/