terça-feira, 12 de novembro de 2013

Estados Unidos - Os revolucionários que vivem entre nós.

Não deixem a paranoia e o medo afastá-los do ativismo. Derrubem tudo!
11/11/2013, [*] Chris Hedges, Truthdig
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Jeremy Hammond
NEW YORK – Jeremy Hammond estava sentado no Centro Correcional Metropolitano de New York, semana passada, numa pequena sala reservada para visitas dos advogados. Vestia o macacão de prisioneiro, largo demais. Muito alto e muito magro, o cabelo cai-lhe sobre as orelhas e está com uma barbicha rala. Falou com a clareza e a intensidade que se espera de um dos mais importantes prisioneiros políticos hoje presos nos EUA.
Sexta-feira, o ativista, de 28 anos, comparecerá para ouvir a sentença ante a Corte Distrital Sul de New York em Manhattan. Depois de ter-se declarado culpado, em troca de um acordo para reduzir a sentença, encara agora a possibilidade de ser condenado a 10 anos de prisão, por ter invadido os computadores da empresa de segurança privada Strategic Forecasting Inc., ou Stratfor, do Texas, que presta serviços sob contrato ao Departamento de Segurança Interna dos EUA; ao Marine Corps; à Agência de Inteligência do Departamento de Defesa e a inúmeras empresas entre as quais a Dow Chemical e a Raytheon.
Quatro outros envolvidos na mesma ação de hacking foram condenados na Grã-Bretanha, e todas as penas deles somadas – a mais longa foi de 32 meses – são muitíssimo menores que a pena possível de 120 meses que ameaça Hammond.
Hammond entregou o material todo à página WikiLeaks e à revista Rolling Stones e a outras publicações. Os três milhões de e-mails, quando tornados públicos, expuseram as ações de infiltração, monitoramento e vigilância contra manifestantes e dissidentes, sobretudo do movimento Occupy, feitas a serviço de empresas privadas e do estado de segurança nacional. Foi quando todos ficamos sabendo, comprovadamente, e talvez seja a revelação mais importante, que as leis antiterrorismo estão sendo aplicadas rotineiramente pelo governo federal dos EUA para criminalizar dissidentes democráticos não violentos, e para associar, falsamente, dissidentes norte-americanos e organizações internacionais terroristas. Hammond não procurava ganho financeiro. E nada recebeu.
Os e-mails que Hammond tornou de conhecimento público são parte das provas que instruem a ação que movi contra o presidente Barack Obama, nos termos da seção 1.021 da Lei de Autorização de Defesa Nacional [orig. National Defense Authorization Act (NDAA)]. Essa seção 1.021 permite que militares prendam cidadãos que o estado acuse de serem terroristas, permite negar-lhes o devido processo legal e mantê-los presos por tempo indefinido em instalações militares. Alexa O'Brien, estrategista de conteúdo e jornalista, co-fundadora de US Day of Rage [Um dia de Fúria-EUA], organização criada para reformar o processo eleitoral, é um dos coautores, comigo, naquela ação.
Katherine Forrest
Empregados da empresa Stratfor tentaram – e sabe-se pelos documentos que Hammond vazou – associar falsamente ela e sua organização a islamistas radicais e respectivas páginas de Internet, e à ideologia jihadista, pondo-a sob a ameaça de ser presa, nos termos da nova lei. A juíza Katherine B. Forrest decidiu, em parte por causa das informações vazadas, que nós tínhamos motivos razoáveis para ter medo, e anulou os efeitos da lei – decisão que foi anulada num tribunal de apelação, quando o governo Obama recorreu contra ela.
O estado-empresa já cancelou a liberdade de imprensa e a proteção legal a quem exponha abusos e mentiras praticados pelo estado e pelo governo. Daí resultaram o autoexílio de jornalistas investigativos como Glenn Greenwald, Jacob Appelbaum e Laura Poitras, além do processo contra Barret Brown. Todos os atos de resistência – inclusive o protesto não violento – já foram decididos, pelo estado-empresa, como atos terroristas. A imprensa foi castrada pelo uso repetido, pelo governo Obama, da Lei Antiespionagem [orig. Espionage Act], para acusar e condenar os tradicionais “tocadores de alarme” [orig. whistle-blowers].
Funcionários do estado e do governo norte-americano, que tenham consciência, estão aterrorizados e não procuram jornalistas, sabendo que o controle “no atacado” de tudo que se diga ou escreva pelos veículos de comunicação eletrônica é material rastreado e os torna facilmente identificáveis. E políticos eleitos ou o Judiciário já não impõem qualquer restrição à espionagem contra os cidadãos, ou eles mesmos nos espionam.
A última linha de defesa que nos resta são gente como Hammond, Julian Assange, Edward Snowden e Chelsea Manning, capazes de entrar dentro dos registros do estado de vigilância e controle, e que têm a coragem para entregar aos cidadãos o que lá encontrem. Mas o preço da resistência é muito alto.
Sarah Harrison
Nesses tempos de secretude e abuso de poder, só há uma solução: a transparência, escreveu Sarah Harrison, a jornalista britânica que acompanhou Snowden à Rússia e, de lá, partiu para o exílio, em Berlin.
Se os nossos governos já estão tão comprometidos a ponto de não dizer jamais a verdade, temos de avançar e pegá-la. Desde que se tenha em mãos as provas inequívocas, documentos, fontes primárias, é possível lutar e resistir. Se o governo não nos dá informação verdadeira, temos de tomá-la, nós mesmos.
Quando os “vazadores”, “tocadores de alarme”, nossos sentinelas, avançam e chegam à verdade, temos de lutar por eles, para que outros se sintam encorajados a avançar, continua ela...
Quando caem, temos de ser a voz deles. Quando são caçados, temos de garantir-lhes abrigo e escudo. E quando são encarcerados, temos de libertá-los. Dar a verdade à maioria não é crime. Os dados são nossos, a informação é nossa, é nossa história. Temos de lutar por eles. Coragem é contagiosa.
Bradley (Chelsea) Manning e Julian Assange
Hammond sabe desse contágio. Estava em casa, em Chicago, vivendo em regime de prisão domiciliar das 7h às 19h, condenado pela prática de vários atos de desobediência civil, quando Chelsea (então ainda Bradley) Manning foi presa por entregar a WikiLeaks informação secreta sobre crimes de guerra praticados por militares e mentiras do governo. Hammond, naquela época tocava programas sociais de ajuda para alimentar pobres famintos e enviar livros a prisioneiros. Ele tem, como Manning, especial talento para ciências, matemática e linguagens de computador, e sempre teve, desde menino. Invadiu os computadores de uma loja local da Apple, aos 16 anos. Invadiu a página do departamento de ciência computacional da University of Illinois-Chicago, no primeiro ano de universidade, ato pelo qual a universidade não o admitiu à universidade no ano seguinte, quando voltou das férias.
Foi precoce apoiador da “ciber-libertação” e em 2004 iniciou um jornal “jornal de desobediência eletrônica(o)” que batizou de Hack This Zine. Conclamou os hackers, em palestra na Convenção DefCon, em 2004, em Las Vegas, a usar suas competências e talentos para tumultuar a Convenção Nacional Republicana anual. Quando foi preso, em 2012, era uma das invisíveis estrelas do underground do ativismo hacker, dominado por grupos como Anonymous e WikiLeaks, nos quais só o anonimato e rígidas regras de segurança eletrônica, com frequentes troca de apelidos, garantiam o sucesso e a sobrevivência. A coragem de Manning induziu Hammond a praticar o seu próprio grande gesto de ciber-desobediência civil, embora soubesse que corria alto risco de ser identificado.
Vi o que Chelsea Manning fez – disse Hammond, quando falou na 5ª-feira (1/11/2013) passada, sentado a uma mesa de metal.
Com seu hacking, ela entrou no jogo e tornou-se alguém que mudou o mundo. Correu riscos tremendos, para mostrar a feia verdade sobre a guerra. Perguntei a mim mesmo: se ela pode correr esse risco, por que eu não poderia? Não estaria errado eu, ali, confortavelmente sentado, trabalhando nas páginas de “Comida, não bombas”, quando eu tinha competência para fazer algo parecido? Eu também podia fazer diferença. A coragem dela empurrou-me a agir.
Black Bloc Anarquistas
Hammond – que tem tatuagens pretas nos dois antebraços, num o símbolo do movimento de ciberativistas a favor da fonte aberta, conhecido como “o glider[1]; no outro, o hexagrama 7 do I Ching, “A Multidão” – é versado no pensamento radical. Na adolescência, migrou sem conflito, da ala liberal do Partido Democrata para a militância dos Black Bloc anarquistas. Foi leitor ávido, no ginásio, de material publicado pelo coletivo anarquista CrimethInc, [2] que publica literatura e manifestos anarquistas. Seu pensamento foi moldado por radicais da velha escola, como Alexander Berkman e Emma Goldman e revolucionários negros como George Jackson, Elaine Brown e Assata Shakur, além de membros do Weather Underground.
Disse que, enquanto esteve em Chicago fez várias viagens para visitar o Monumento aos Mártires de Haymarket, que homenageia quatro anarquistas enforcados em 1887 e outros que lutaram nas guerras do trabalho nos EUA. Aos pés do monumento de mais de 4m de altura, leem-se as últimas palavras de um dos condenados, August Spies: “Dia virá, quando nosso silêncio será mais poderoso que a voz que vocês sufocam hoje”. Emma Goldman está sepultada ao lado.
Monumento aos Mártires de Haymarket
Hammond tornou-se bem conhecido do governo por uma série de atos de desobediência civil ao longo da última década. Vão de pintar graffitis antiguerra em muros de Chicago, para protestar contra a Convenção Nacional do Republicanos em 2004, a invadir a página do movimento direitista Protest Warrior, ação pela qual foi condenado a dois anos de prisão no Instituto Correcional em Greenville, Illinois.
Disse que hoje luta como “comunista anarquista” contra “a autoridade do estado centralizado” e contra “corporações exploradoras”. Seu objetivo é construir “coletivos sem líderes baseados na livre associação, no consenso, na ajuda mútua, na autossuficiência e na harmonia com o meio ambiente”. É essencial, ele disse, que todos cortemos nossos laços pessoais com o capitalismo e nos engajemos na “organização de protestos, greves e boicotes de massa”. Hackear e vazar, ele disse, são parte dessa resistência – “ferramentas eficientes para revelar as feias verdades do sistema”.
Hammond passou meses dentro do movimento Occupy em Chicago. Abraçou suas “estruturas sem liderança nem hierarquia, como as assembleias gerais e os consensos, e ocupando espaços públicos”. Mas criticou fortemente a, como disse, “política vaga” em Occupy, que acolheu seguidores do libertarista Ron Paul, gente do Tea Party, além de “liberais reformistas e Democratas”. Hammond disse que não estava interessado em movimento que queria “apenas uma forma “mais suave” de capitalismo, e trabalhava por reformas, não por revolução”. Permanece firmemente enraizado no ethos do Black Bloc.
Disse que: Estar preso foi o que realmente abriu meus olhos para a realidade do sistema da justiça criminal...
(...) não é sistema de justiça criminal que tenha algo a ver com segurança ou reabilitação. Só fazem recolher os lucros do encarceramento em massa. Há dois tipos de justiça – uma para os ricos e poderosos que cometem os grandes crimes e se safam; outra para o resto de nós, especialmente para pretos pobres e os que perderam tudo. Julgamento justo é coisa que não existe. Em mais de 80% dos casos as pessoas são pressionadas para confessar, em vez de se beneficiar do direito de serem julgadas, sob a ameaça de sentenças longuíssimas. Acredito que não há reforma satisfatória possível. Temos de fechar todas as prisões e libertar todos os presos, sem condições.
Disse que (...) esperava que seu ato de resistência encorajasse outros, como a coragem de Manning o inspirou. Disse que os ativistas têm de conhecer e aceitar a repercussão pior possível antes de iniciar qualquer ação, e que têm de estar conscientes das operações de contrainteligência/vigilância que existem contra nossos movimentos.
Hector Xavier Monsegur,
o traidor Sabu
Um informante que se fez passar por companheiro, Hector Xavier Monsegur, conhecido online como “Sabu”, entregou Hammond e outros, réus no mesmo processo, ao FBI. Monsegur armazenou dados obtidos por Hammond num provedor externo em New York. Essa tênue conexão com a cidade permitiu que o governo processasse Hammond em New York, por ação de hacking feito de sua casa, em Chicago, contra uma empresa privada de segurança cuja sede está no Texas. New York é o centro das ações judiciais que o governo Obama move, em sua chamada ciberguerra; é exatamente onde as autoridades federais, pelo que se viu, queriam que Hammond fosse investigado e acusado.
Hammond disse que continuará a resistir de dentro da prisão. Algumas infrações menores, como ter tido resultado “positivo” em testes para consumo de drogas, com outros prisioneiros de sua ala, que contrabandearam maconha para dentro da prisão, custaram-lhe o direito de receber visitas por dois anos e “tempo na caixa” [cela solitária]. Pode ver jornalistas, mas meu pedido de entrevista demorou dois meses para ser aprovado. Disse que prisão implica “muito tédio”. Joga xadrez, ensina guitarra e ajuda outros prisioneiros nos estudos para os exames do General Educational Development (GED). Quando nos encontramos, ele estava trabalhando na redação da declaração, um manifesto pessoal, que lerá no tribunal, essa semana.
Insistiu que não se vê como diferente dos demais prisioneiros, especialmente os negros pobres, presos por crimes comuns, quase todos relacionados a drogas. Disse que há ali muitos outros prisioneiros políticos, encarcerados injustamente por um capitalismo totalitário que sufocou as oportunidades básicas para a divergência democrática e a sobrevivência econômica.
Disse que:
(...) a maioria dos pobres que estão na prisão fizeram o que fizeram, para sobreviver.
Quase todos eram muito pobres. Foram apanhados na guerra às drogas que, hoje, é o modo de ganhar a vida se você é pobre. A razão verdadeira por que estão na cadeia por tanto  tempo é que, assim, as empresas que administram as cadeias podem lucrar muito. Não se trata de justiça. Não vejo diferença alguma entre eles e eu.
Cadeia é, na essência, aguentar abuso e condições de desumanização, com frequentes solitárias e espancamentos. Você tem de constantemente lutar pelo respeito dos guardas, às vezes já sabendo que vai acabar na solitária. Mas não é porque estou preso que vou mudar o modo como vivo. Continuarei a desafiar, agitar e organizar sempre que conseguir.
Disse que a resistência tem de ser um modo de vida. Planeja voltar às tarefas de organização de comunidades quando for solto, embora, disse, vá fazer o possível para não ser novamente preso. “A verdade”, disse, “sempre aparece”.
Alertou os ativistas para manterem-se hipervigilantes e conscientes de que “um erro pode ser para sempre”. Mas, ele completou:
Não deixem a paranoia e o medo afastá-los do ativismo. Derrubem tudo!

Notas dos tradutores
[1] O glider (lit. “uma espécie de asa, para voo controlado; variante do paraquedas”) não tem nem marca registrada nem copyrights. Se quiser usá-lo em sua página, aqui vão as linhas que você pode copiar-colar:
hacker emblem
Entre os dias 8-23/11, a organização está promovendo um circuito de palestras, por várias cidades dos EUA, a serem apresentadas por “companheiros do Brasil”, que falarão sobre “Os levantes de 2013 no Brasil”. Bom serviço prestariam se falassem aqui. Mas... pois é.
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Chris Hedges escreve regularmente coluna no blog Truthdig.com. Formou-se na Harvard Divinity School e foi durante quase duas décadas correspondente no exterior do The New York Times. É autor de muitos livros, incluindo: War Is A Force That Gives Us Meaning, What Every Person Should Know About War, e American Fascists: The Christian Right and the War on America. Seu livro mais recente é Empire of Illusion: The End of Literacy and the Triumph of Spectacle.
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Saiba mais sobre Jeremy Hammond e o traidor Sabu (Hector Xavier Monsegur):
 
 Link desta matéria: http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/11/os-revolucionarios-que-vivem-entre-nos.html

Resumo dos dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2013.

Anuário Brasileiro de Segurança Pública

7ª Edição


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Em meio à comemoração dos 25 anos da Constituição Federal de 1988, no momento em que os governos e as polícias estão administrando as demandas geradas pelas manifestações sociais que tomaram as ruas desde junho deste ano e, ainda, no contexto da definição dos contornos da disputa eleitoral de 2014, segurança pública continua sendo um tema tabu no Brasil.

E, nesse contexto, os dados publicados na edição 2013 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública reforçam a sensação de que vivemos em uma sociedade fraturada e com medo; aflita diante da possibilidade cotidiana de ser vítima e refém do crime e da violência.

Não bastasse isso, os dados também indicam que o nosso sistema de segurança é ineficiente, paga mal aos policiais e convive com padrões operacionais inaceitáveis de letalidade e vitimização policial, com baixas taxas de esclarecimentos de delitos e precárias condições de encarceramento. Não conseguimos oferecer serviços de qualidade, reduzir a insegurança e aumentar a confiança da população nas instituições.

No plano da gestão, paradoxalmente, várias iniciativas têm sido tentadas: sistemas de informa- ção, integração das polícias estaduais, modernização tecnológica, mudança no currículo de ensino policial, entre outras. A própria institucionalização do SINESPJC, que alimenta a seção de estatísticas criminais do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, é uma iniciativa importante e que merece ser fortalecida.

Porém, a história recente da segurança pública tem sido marcada por mudanças incompletas. Ganhos incrementais nas políticas públicas tendem a perder força, na medida em que não são capazes, sozinhos, de modificar culturas organizacionais anacrônicas.

As instituições policiais não experimentaram reformas significativas nas suas estruturas. Faz anos que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública destaca que o Congresso tem dificuldades para fazer avançar uma agenda de reformas imposta pela Constituição de 1988 e até hoje possui diversos artigos sem a devida regulação, abrindo margem para enormes zonas de sombra e insegurança jurídica.

Para a Segurança Pública, o efeito dessa postura pode ser constatado na não regulamentação do art. 23 da CF, que trata das atribuições concorrentes entre os entes, ou do parágrafo sétimo, do artigo 144, que dispõe sobre as atribuições das instituições encarregadas em prover segurança e ordem pública. O próprio projeto de Lei que cria e regulamenta o Sistema Único de Segurança Pública – SUSP, que no início deste ano tinha chances de ser votado, teve sua tramitação obstruída na discussão sobre competências de cada ator institucional envolvido.

Isso significa que resultados de longo prazo só poderão ser obtidos mediante reformas estruturais que enfrentem alguns temas sensíveis, tais como: a distribuição e a articulação de competências entre União, Estados e Municípios e a criação de mecanismos efetivos de cooperação entre eles e demais Poderes; a reforma do modelo policial estabelecido pela Constituição; e o estabelecimento de requisitos mínimos nacionais para as instituições de segurança pública no que diz respeito à formação dos profissionais, transparência e prestação de contas, uso da força e controle externo.

Trata-se de uma agenda que associa mudanças incrementais e de práticas de gestão com alterações na arquitetura institucional e legal que regula o setor no Brasil. Sem que essas duas dimensões sejam simultaneamente enfrentadas, a perspectiva é de manutenção de uma perversa realidade.

Para esta edição do Anuário, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com apoio da Open Society Foundations,  produziu um amplo levantamento sobre letalidade e vitimização na ação policial no Brasil e suas consequências para as políticas de segurança pública. Trata-se de um tema sensível para as polícias brasileiras, que muitas vezes veem aqueles que buscam discuti-lo com forte desconforto e desconfiança.

Todavia, como destacam Samira Bueno, Daniel Cerqueira e Renato Sérgio de Lima no texto que apresenta e analisa os dados sobre letalidade policial, é importante deixar explícito que, ao buscar esses dados, o FBSP não se coloca contra as polícias. Pelo contrário, na verdade o que se pre- tende é discutir padrões operacionais das polícias e demonstrar que, se não avançarmos na agenda acima citada, tais organizações mais perderão do que ganharão em manterem taxas elevadas de mortes em suas intervenções. No Brasil, os policiais estão matando e morrendo num proporção em muito superior a qualquer métrica ou padrão internacional.

Ainda de acordo com o texto mencionado, o debate aqui proposto não é ideológico e visa, sobretudo, fortalecer as polícias enquanto instituições que valorizam o respeito ao primado da Lei, a qual, no Brasil, não autoriza o Estado a matar e é, pelo Artigo 5º da Constituição Federal, estruturado na defesa e garantia de direitos da população. Uma polícia forte é uma polícia que respeita e defende a sociedade; uma polícia que gera confiança e não temor.

Isso porque só desta forma é que conseguiremos fazer frente aos dilemas impostos pela multiplicidade de conflitos sociais que o mundo contemporâneo nos impõe: prevenção da violência, criminalidade urbana, organizações criminosas, controle de distúrbios, manutenção da ordem pública, contenção de grupos violentos, mediação e administração de conflitos, entre outros. A pauta de temas e esferas que exigem a intervenção das polícias é ampla e, portanto, falar de padrões operacionais, letalidade e vitimização na ação policial é falar da importância destas instituições para pensarmos as respostas públicas para os dilemas do modelo de democracia e desenvolvimento do Brasil atual.

Não podemos acreditar em uma sociedade sem polícias, mas podemos apostar que tais instituições sejam eixos estratégicos e de indução de um modelo de desenvolvimento social, econômico e cultural baseado no respeito e na paz. Ao compilar dados sobre letalidade e vitimização na ação das polícias, o FBSP redobra tal aposta e investe na transparência, na prestação de contas e no controle como instrumentos de fortalecimento destas organizações.

Por fim, ao chamar atenção para o investimento em transparência, prestação de contas e no controle como instrumentos de fortalecimento das políticas de segurança pública, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública destaca que a edição 2013 do Anuário compila dados de mais de 35 fontes diferentes de informação. Trata-se de um esforço de compilar registros existentes, associá-los de modo tecnicamente rigoroso e politicamente isento, de modo a garantir que a população tenha acesso a conhecimento qualificado sobre os rumos e sentidos da segurança pública no Brasil.

Esforço esse que parte do princípio de que, para além da publicação regular de dados e do seu uso na modernização da gestão da área, a informação tem um papel estratégico no ciclo das políticas públicas e a participação da sociedade civil no processo de sua produção e análise oferece credibilidade e ganhos políticos e sociais que não seriam alcançados quando tratados exclusivamente por quaisquer dos atores institucionais envolvidos com o setor no país.

O objetivo principal do Anuário é, portanto, o de construir pontes entre diferentes atores institucionais, mesmo que alguns deles estejam investindo grandes e louváveis esforços de estru- turação de seus próprios sistemas de informação e divulgação, como é o caso da SENASP/MJ, responsável pela implantação do SINESP. Nessa direção, um dado só se transforma em informação se analisado e, deste modo, o FBSP busca dar sua contribuição para aumentar a eficiência das políticas de segurança pública no país.

Retificações informadas pelos Estados

Conforme comunicação enviada pelos Estados de Alagoas e Pará ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 04 de novembro de 2013, os dados destes Estados foram retificados no Sistema Nacional de Estatísticas em Segurança Pública e Justiça Criminal, da Secretaria Nacional de Segurança Pública/ Ministério da Justiça. Os dados utilizados na publicação impressa do VII Anuário foram colhidos no mês de setembro, tendo sido incluídas retificações enviadas até o dia 31/10/2013.
TABELA 02
Crimes letais intencionais, por tipo
Unidades da Federação –  2011-2012
 
Unidades da Federação Homicídio doloso Latrocínio Lesão corporal seguida de morte
Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas
2011 2012 2011 2012 Variação (%) 2011 2012 2011 2012 Variação (%) 2011 2012 2011 2012 Variação (%)
Alagoas 2.342 2.048 74,5 64,47 -13,6 36 94 1,1 3,0 159,3 21 25 0,7 0,8 18,2
Pará 2.914 3.051 37,9 39,0 2,9 140 132 1,8 1,7 -7,3 44 50 0,6 0,6 11,7
 
TABELA 03
Crimes violentos letais intencionais, por tipo
Unidades da Federação – 2011-2012
 
Unidades da Federação CVLI - Crimes violentos letais intencionais
Ns. Absolutos Taxas
2011 2012 2011 2012 Variação (%)
Alagoas 2.399 2.186 76,3 69,1 -9,5
Pará 3.098 3.233 40,3 41,3 2,6


TABELA 04
Outros crimes letais, por tipo
Unidades da Federação –  2011-2012
Unidades da Federação Homicídio culposo de trânsito Mortes acidentais no trânsito (exceto homicídio culposo) Outras mortes acidentais (exceto homicídio culposo) Outros crimes resultantes em morte
Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
Pará 562 313 7,3 4,0 ... ... ... ... ... 64 ... 0,8 ... ... ... ...
     Continua   
Outros homicídios culposos Suicídio Mortes a esclarecer
Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
... 19 ... 0,2 84 84 1,1 1,1 ... 12 ... 0,2
                                                                                                                                                           Conclusão
 
TABELA 05
Crimes violentos não letais contra o patrimônio, por tipo
Unidades da Federação –  2011-2012
 
Unidades da Federação Roubo a instituição financeira Roubo de carga Roubo de veículo
Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
Pará 62 52 0,8 0,7 105 89 1,4 1,1 3.056 2.984 275,5 235,7
                                                                                                                                                                                                                 Continua
Roubo (outros) Roubo (total)
Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
100.241 92.946 1303,8 1188,2 103.464 96.071 1.345,7 1.228
                                                                                                                      
 
TABELA 06
Leis especiais, por tipo
Unidades da Federação –  2011-2012
Unidades da Federação Entorpecentes - Tráfico Entorpecentes - Posse e Uso Porte ilegal de arma de fogo
Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
Pará 3.762 4.375 48,9 55,9 1.716 1.985 22,3 25,4 1.915 1.994 24,9 25,5
 
TABELA 07
Crimes contra a liberdade sexual, por tipo
Unidades da Federação –  2011-2012
Unidades da Federação Estupro Tentativa de estupro
Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
Pará 2.100 2.392 27,3 30,6 ... ... ... ...
 
TABELA 08
Crimes não letais intencionais contra a pessoa, por tipo
Unidades da Federação –  2011-2012
 
Unidades da Federação Tentativa de homicídio Lesão corporal culposa de trânsito Lesão corporal dolosa
Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
Pará 1.505 1.474 19,6 18,8 4.518 5.336 58,8 68,2 23.716 21.997 308,5 281,2
      Continua
 
Outras lesões corporais culposas Outros crimes resultantes em lesão corporal
Ns. Absolutos Taxas Ns. Absolutos Taxas
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
... ... ... ... ... ... ... ...
Conclusão

TABELA 09
Ocorrências envolvendo policiais, por tipo
Unidades da Federação –  2011-2012
 
Unidades da Federação Pessoas mortas em confronto com a Polícia Civil Pessoas mortas em confronto com a Polícia Militar Pessoas mortas por policiais civis em outras circunstâncias Pessoas mortas por policiais militares em outras circunstâncias
Ns. Absolutos Taxa Ns. Absolutos Taxa Ns. Absolutos Taxa Ns. Absolutos Taxa
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
Pará 8 5 0,1 0,1 70 44 0,9 0,6 ... ... ... ... ... ... ... ...
Continua
 
Policiais Civis mortos em serviço Policiais Civis mortos fora de serviço Policiais militares mortos em serviço Policiais militares mortos fora de serviço
Ns. Absolutos Taxa Ns. Absolutos Taxa Ns. Absolutos Taxa Ns. Absolutos Taxa
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
4 3 1,4 1,1 11 10 3,9 3,6 3 6 0,2 0,4 23 20 1,6 1,4
        Conclusão

 TABELA 10
Comparação de fontes estatísticas para mortes violentas
Unidades da Federação –  2008-2012
Unidades da Federação Crimes violentos letais intencionais (CVLI)
Ns. Absolutos Taxas
2008 2009 2010 2011 2012 2008 2009 2010 2011 2012
Alagoas 2.126 1.548 2.183 2.399 2.186 68,0 49,0 70,0 76,3 69,1
Pará 3.172 2.866 3.604 3.098 3.233 43,3 38,6 47,5 40,3 41,3
        Continua
Mortes por agressão
Ns. Absolutos Taxas
2008 2009 2010 2011 2012 2008 2009 2010 2011 2012
1.187 1.872 2.086 2.268 ... 60,3 59,3 66,8 72,2 ...
2.868 2.997 3.540 3.078 ... 39,2 40,3 46,7 40,0 ...
Conclusão

Leia Mais aqui: Conheça o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2012. http://maranauta.blogspot.com.br/2013/09/conheca-o-anuario-brasileiro-de.html

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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sete fatos que você precisa saber sobre o novo prefeito de Nova Iorque.

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Bill de Blasio nos anos de 1980, quando apoiava o movimento sandinista.
Bill de Blasio é filho de simpatizantes do comunismo e casado com uma mulher negra, ativista LGBT. Sua lua de mel foi em Cuba.


Dodô Calixto, via Opera Mundi.
Novo Prefeito de Nova York Bill de Blasio, com sua esposa negra e seus filhos.

Os democratas venceram a eleição na terça-feira, dia 5/11, e estão de volta à prefeitura de Nova Iorque após 20 anos. O novo dirigente, Bill de Blasio, foi militante de esquerda nos anos de 1980 e projeta um plano progressista para cidade. Conheça sete fatos marcantes da trajetória do novo prefeito:


1. Pai comunista. Warren Wilhelm, pai de Bill de Blasio, teve carreira promissora como economista no Departamento de Comércio do governo norte-americano antes de servir ao Exército. No entanto, sofreu boicote de outros funcionários quando descobriram que ele e sua esposa argumentavam em favor do comunismo. Sanções e declínio profissional levaram o economista ao alcoolismo.


2. Mudança de nome. Na verdade, o nome no registro de nascimento de Bill de Blasio era Warren Wilhelm, Jr., em homenagem ao pai, que perdeu a perna esquerda na 2ª Guerra Mundial. Após seguidos casos de alcoolismo e violência, os pais de Bill de Blasio se divorciaram. Após a separação, ainda no ensino médio, o novo prefeito de Nova Iorque decidiu, na época, adotar o apelido de infância – Bill – e o sobrenome italiano da mãe – de Blasio. A alteração foi feita formalmente em cartório. “Estava bastante irritado com a separação”, disse Bill, em entrevista recente.


3. Apoio ao movimento sandinista. Um dos momentos mais marcantes da carreira política de Bill de Blasio aconteceu em 1988, quando o novo prefeito de Nova Iorque visitou a Nicarágua para entregar ajuda de uma organização de esquerda dos EUA. Naquela época, De Blasio tinha 26 anos e o governo sandinista nicaraguense enfrentava uma guerrilha apoiada pela administração de Ronald Reagan (1981-1989).


Após voltar da visita ao país, o novo prefeito manteve seu respaldo aos sandinistas colaborando com um grupo chamado Rede de Solidariedade com a Nicarágua, embora depois tenha se desvinculado progressivamente. Segundo de Blasio, ele estava desencantado pela maneira como os sandinistas tratavam oposição e imprensa.


4. Trabalho com Hillary Clinton. Bill de Blasio foi gerente de campanha de Hillary Clinton. No entanto, foi demitido sob a justificativa de ser “politicamente fraco” e “não decisivo”, na visão do casal Clinton. Na época, o jornal The New York Times chegou a escrever um artigo de opinião, condicionando a fraca campanha de Hillary à falta de poder de decisão do então gerente Bill de Blasio. Ambos, no entanto, mantiveram um bom relacionamento. Hillary inclusive organizou um evento para arrecadar fundos para as eleições de Nova Iorque no mês passado, angariando mais de US$1 milhão para campanha de Bill.


5. Casado com mulher negra e ativista de direitos LGBT. Bill é casado há 19 anos com a poeta Chirlane McCray, de 58 anos, conhecida pela atuação militante na organização radical de feministas e lésbicas negras Combahee River Collective, na década de 1970.


6. Lua de mel em Cuba. Contrariando a legislação norte-americana que proíbe viagens a Cuba, o casal de Blasio passou metade da lua de mel na Ilha. Os filhos herdaram a miscigenação da cor branca de Bill de Blasio e da cor negra de Chirlane McCray.


7. Despejo em Nova Iorque. Em 1983, graças a um problema contratual, Bill de Blasio foi expulso do apartamento em que morava em Nova Iorque. Ainda candidato, citou diversas vezes o episódio para defender uma política de moradia popular aos nova-iorquinos. A promessa é de construção de mais de 200 mil casas populares na cidade.

Com informações da Mother Jones, Agência Efe, O Político, Washington Post.

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                 Bill e sua família durante festa da vitória.


Filipinas: O Tufão Haiyan, Pode ter causado a morte de mais de Dez Mil Pessoas.

Tufão Haiyan pode ter provocado mais de 10 mil mortos só na província de Leyte.

 Agência Lusa 10.11.2013 - 

Manila – O super tufão Haiyan, que atingiu na sexta-feira o centro do arquipélago das Filipinas pode ter provocado 10.000 mortos apenas na ilha de Leyte, segundo anunciou hoje a polícia regional.

O número de vítimas da tempestade, que registou ventos médios de 235 quilômetros por hora, é ainda provisório, já que as equipas de socorro estão agora mais concentradas em Leyte e não há ainda dados seguros sobre outras zonas da região.

A tempestade, a mais forte a atingir o planeta em 2013, dirigi-se agora para o Vietnâ, onde as autoridades com o apoio de equipas especializadas como a Cruz Vermelha estão a deslocando as populações mais vulneráveis à tempestade para locais seguros.

Leia também
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Saiba como ajudar as vítimas do tufão nas Filipinas

 

 
ATUALIZAÇÃO:

O tufão tropical Haiyan, que matou milhares de pessoas nas Filipinas, chegou ao território do Vietnã e China. E apesar de sua força ter diminuído lá, chegam informações sobre vítimas e destruições. Na expectativa de novos golpes do tufão são realizadas evacuações de regiões potencialmente perigosas.

Até a manhã o principal golpe da tempestade foi ao norte do Vietnã e províncias do sul da China, chuvas torrenciais e forte vento atingiram a província chinesa de Cantão. Entretanto, como assinalou à Voz da Rússia o especialista do portal “gismeteo.ru”, Leonid Starkov, o Haiyan já não trará destruições semelhantes às Filipinas.

“Quando os tufões saem ao litoral eles perdem rapidamente sua energia. Literalmente eles em 24 horas desfazem-se nas camadas da atmosfera. Sua intensidade reduz-se inicialmente à categoria de “tempestade tropical”, com velocidade do vento de 18 a 30 metros por segundo. A próxima fase é a “depressão tropical”, a partir da qual o tufão começa a se formar, para a qual ele retorna. 

Ele prossegue o movimento para o noroeste, diminui sua velocidade. Se ao sair para o litoral o tufão movia-se a uma velocidade de mais de 30 quilômetros por hora, agora a velocidade é de 15 a 20 km. Em geral o super-tufão Haiyan desfaz-se nas camadas da atmosfera”.

"As destruições catastróficas e milhares de vítimas, que o Haiyan deixou nas Filipinas são, sem dúvida nenhuma, uma tragédia para esse país. Entretanto era praticamente impossível prevê-lo" - está convicto o especialista da União Socio-ecológica internacional, Igor Shkradiuk:

"Em determinadas condições é impossível prever onde e quando surgirá um tufão. Há alguns anos o furacão Katrina atingiu Nova Orleans nos EUA. Também houve muitas vítimas e destruições, choque e pânico para todos os americanos. Os Estados Unidos são um país mais desenvolvido, com um sistema ramificado de observação da natureza.

No entanto, os meteorologistas previram apenas que poderiam ocorrer mais furacões do que habitualmente. Mas, em princípio é impossível prever quando e onde eles surgirão. Assim foi aqui - passaram-se apenas algumas horas entre o surgimento do tufão e sua chegada ao litoral”.

Aliás, os filipinos devem preparar-se para novas provações. Como assinalou Igor Shkradiuk, depois da marcha destrutiva do Haiyan paira sobre as Filipinas o perigo de catástgrofes humanitárias e ecológicas.

“Além da fome e da sede, nas condições de clima tropical existe o problema de doenças infecciosas. Tudo se misturou - água limpa e suja, campos limpos e resíduos. Não há onde ferver a água, porque são necessários grandes esforços para organizar de alguma maneira a vida da população. Mas do que tudo sofrem as pessoas mais pobres, que não têm defesa social”.

Moscou já expressou a disposição de ajudar os prejudicados pelo desastre natural. Isto foi declarado pelo ministro do exterior da Rússia, Serguei Lavrov, durante o Forum Ásia-Europa em Nova Deli. 

O ministério para situações de emergência já está pronto para enviar a Filipinas um destacamento de salva-vidas, e também ajuda humanitária: tendas, cobertores e remédios.


Link: http://portuguese.ruvr.ru/2013_11_11/O-tufao-foi-imprevisivel-5254/

México: Jovem Anuncia Suicidio no Facebook e se Mata.

Estudante Gabriela Guerra, de 22 anos, anunciou seu próprio suicídio com fotos e texto no Facebook. Jovem se matou por conta de uma desilusão amorosa.

JOVEM ANUNCIA SUICÍDIO NO FACEBOOK E SE MATA
http://www.gurudanoticia.com.br/jovem-anuncia-suicidio-no-facebook-e-se-mata/
Por conta de uma desilusão amorosa, a estudante mexicana Gabriela Hernández Guerra, de 22 anos, se matou e, antes disso, anunciou o suicídio com fotos no Facebook.

Nas imagens, nota-se que a garota estava em uma grande crise de choro no momento. “Adeus a todos, não tenho nada, nada, não tenho nada. 

Julio, te amo, nunca se esqueça do meu sorriso, fruto da felicidade que você me deu. Peço desculpas a minha família”, escreveu a jovem em texto que acompanhou as fotos. 

De acordo com informações das autoridades mexicanas, o namoro de Gabriela nunca chegou a se consumar, acontecendo apenas pela internet. O jovem a que ela se refere, Julio, é equatoriano e, por conta da distância havia pedido diversas vezes para que a relação terminasse. 

Após confirmado o suicídio, a página do Facebook de Gabriela foi inundada de mensagens, grande parte delas com piadas feitas por usuários. 

A família da jovem agora busca meios para tirá-la do ar.

Fonte:Pragmatismo político

Link desta Matéria:
http://www.gurudanoticia.com.br/jovem-anuncia-suicidio-no-facebook-e-se-mata/


Continue Lendo Aqui: Em 2012 tivemos um caso de suicídio aqui em São Luís por desilusão amorosa. Suicídio - Garota se enforca após receber um fora da namorada. http://maranauta.blogspot.com.br/2012/08/suicidio-garota-se-mata-apos-receber-um.html

O Maranhão contra o Crime Organizado: Além da matar policial de plantão, bandidos levaram revolver e coletes a prova de balas.

Um fato que poucos tomaram conhecimento foi revelado ontem, domingo, dia 10, ao blog. 

Além de matarem o policial militar, no trailler da PM, no bairro Vila Nova, os bandidos levaram de dentro da cabine um revólver e mais dois coletes à prova de balas.

Durante uma troca de tiros com a polícia militar ontem, dois bandidos levaram a pior a acabaram tombando mortos, a polícia também prendeu mais seis pessoas que supostamente teriam envolvimento com os tiros disparados contra as delegacias do Turu, Maiobão e nos trailer da Vila Nova e Bairro de Fátima.

O carro utilizado pelos bandidos foi localizado. 

A camioneta Ranger fora tomada de assalto no começo da noite de sábado no centro da capital.

Notícia do blog do Luis Cardoso.

Continue lendo aqui: 

É uma verdadeira loucura a guerra que está acontecendo entre a facção denominada de “Bonde dos 40″ e a Polícia Militar do Maranhão.

O Blog do Luis Pablo foi informado que membros do bonde mataram hoje (09) o polícia militar Francinaldo Sousa Pereira, de 41 anos, com 19 tiros de pistola. A execução ocorreu na Vila Nova.
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Segundo informações, os criminosos estão em uma Hilux de cor preta e armados até com metralhadoras. Eles estão tocando terror nos trailers da PM, onde mataram um militar e balearam o sargento Marco Antonio Correa Cutrim e uma moradora no Bairro de Fátima.

A motivação dos crimes seria uma resposta da facção por conta da morte dos bandidos “Cesinha” e “Tobinha” – suspeitos do assassinato do policial militar reformado Leônidas Rabelo Silva, 57, o “Cabo Silva”, morto no último dia 08/10 no bairro do Cohatrac.

Cesinha seria um dos integrantes do Bonde dos 40, por essa razão a facção prometeu executar na noite de hoje vários policiais.


A Secretaria de Segurança Pública emitiu a seguinte nota:
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) informa que o Serviço de Inteligência, com apoio de homens do Batalhão de Choque e do helicóptero do Grupo Tático Aéreo – GTA, que está sobrevoando áreas de São Luís, está à procura dos envolvidos na morte do soldado Francinaldo Sousa Pereira, durante ataque, neste sábado (9), a um trailler da polícia, na Vila Nova.

A ação da SSP busca identificar, ainda, criminosos, que também num ataque a outro trailler da polícia, balearam o sargento Marco Antonio Correa Cutrim e uma moradora no Bairro de Fátima. Ambos foram levados para o Centro Cirúrgico do Socorrão I.

Continue lendo aqui: Dois ônibus incendiados em São Luís.

Nos dois casos, bandidos roubaram apenas cobradores, e atearam fogo no interior dos veículos.

Diego Torres / Imirante.com.
Mais um ônibus foi incendiado no fim da tarde deste sábado (9) chegando a dois o total de atentados a coletivos na capital maranhense. 
O último caso registrado foi no ponto final da linha Bequimão. Durante a tarde um ônibus da linha Alto da Esperança – Tamancão também foi alvo de bandidos.
De acordo com cobradores e motoristas que estavam no local três homens chegaram ao local, subiram no ônibus da empresa Primor e, depois de roubar a cobradora obrigaram os passageiros a descer do veículo. 

Em seguida derramaram gasolina no interior do veículo e quebraram suas luzes internas. Até os pertences da cobradora foram queimados.



Maranhão: Crime Organizado desafia o Estado.

Foto: http://robertlobato.com.br
Não há mais de uma opção para o sistema de segurança pública do Maranhão: ou enfrenta e derrota o tal “Bonde dos 40″, ou se desmoraliza e deixa a população à mercê desses criminosos. “40″ seria uma referência do tipo de arma que os meliantes usam para matar, no caso a pistola “Ponto 40″.

A ação do bando na noite de sábado (9), aliás, cedo da noite, foi uma demonstração de ousadia dos marginais para desafiar a autoridade do Estado. As características da ação – atacar trailers da PM e assassinar policiais, e concomitantemente incendiar ônibus – mostra que estamos diante de uma organização criminosa de perfil nacional, cujos muitos dos integrantes podem ser de outros estados.

É possível que haja um comando de fora do Maranhão, pois não podemos esquecer que o enfrentamento do crime (tráfico, sequestro, assalta em bancos etc) nos sul/sudeste do país fez com que muitas das facções se dissipassem para outras regiões do Brasil, e o nordeste parece ter sido o destino preferido desses monstros.

As autoridades polícias não podem vacilar! O clima é de guerra e como tal tem que ser encarado. Baixas terão mesmo, só que não pode ser somente do lado dos que estão com a lei. A reação da Polícia tem que ser exemplar. 

É aquela história: quando um policial sai da sua casa para o trabalho não tem garantias de que voltará vivo, principalmente nestes tempos sombrios de violência extrema.

Então se sabe que pode morrer, também deve ter a consciência de que pode matar os facínoras que desejam impor as suas leis marginais e criminosas à nossa sociedade.

Está passando da hora do senhor Aloísio Mendes colocar em prática uma série medidas anunciadas quando da barbárie ocorrida no mês passado na penitenciária de Pedrinhas.

Ou foi só “papo”?

Link: http://robertlobato.com.br/bonde-dos-40-desafia-o-estado/ 

Continue Lendo aqui:  O Maranhão contra o Crime: Polícia prende sete suspeitos de envolvimento em ataques a PMs. http://maranauta.blogspot.com.br/2013/11/o-maranhao-contra-o-crime-policia.html