sábado, 9 de maio de 2015

A Espanha em vias de tornar-se bolivariana.

Foto - FC Leite Filho
Está acontecendo um fenômeno novo e desconcertante na política. É a possibilidade de a Espanha despejar na Europa, com Pablo Iglesias, um líder quase imberbe de 36 anos, a fornada de governos progressistas iniciada  na América Latina, em 1999, com Hugo Chávez. Burguesia brasileira, tremei, porque isso não é lorota, é verdade cristalina!
Com efeito, o ciclo bolivariano, que já eliminou ou reduziu ao mínimo o analfabetismo, possibilitou o desenvolvimento com inclusão e a ampliação do emprego nos países que escolheram essa via (além da Venezuela, Nicarágua, Bolívia, Equador, Argentina, Brasil e Uruguai), já começou em chão europeu, com a recente eleição de Aléxis Tsípras, de 41 anos e integrante do movimento Syriza, na Grécia: sua primeira medida foi adotar o modelo argentino-kichnerista para tratar a dívida externa.

Mas é na Espanha, pelo peso de sua importância estratégica, que o movimento de inspiração progressista poderá se afirmar por lá e deitar raízes por outros vizinhos de origem latina, como Itália, Portugal e, quem sabe, França. Tais países vivem seus piores momentos de degradação social e moral. É entre os vaidosos espanhóis que desponta o movimento popular Podemos, partido de Iglesias, integrado na maior parte por cientistas políticos, estudantes e de cidadãos que perderam suas casas, empregos, e benefícios sociais.
Neste país milenar, berço de quase todas as jovens nações americanas, e que, até recentemente, batia a França na recepção de turistas, 800 mil apartamentos, tomados pelos bancos dos que se endividaram por causa da crise econômica, encontram-se vazios, e parte da população passou a viver nas casas dos parentes ou no meio da rua. Seus salários e pensões foram achatados e diminuídos e o desemprego entre a população de 20 a 30 anos oscila entre 55% e 60%, um despautério para qualquer nação que se preze.
Alguma semelhança com o Caracaço que produziu o coronel paraquedista Hugo Chávez ou a Argentina do colapso de 2001 que abriu espaço para Néstor e Cristina Kirchner? É a população do sul da Europa que, como seus filhotes das Américas, se articula para vencer seus impasses diante da truculência das elites tradicionais. Estas se tornaram reféns do capitalismo mais predador de que o mundo tem notícia e, tuteladas pela chamada troika – Banco Europeu, FMI e União Europeia -, impõem políticas recessivas, derrubam e levantam governos, via golpe parlamentar – casos específicos da Itália, Portugal e Grécia  – fazendo hoje da veneranda Europa um continente de terra arrasada, enquanto multiplicam suas barras de ouro nos bancos da Suíça e nos paraísos fiscais. E não se pense que as opulentas anglo-saxãs Inglaterra e  Alemanha estejam livre do naufrágio porque carregam as economias estagnadas há mais de dez anos.
Como surgiu Pablo Iglesias e sua turma de jovens magros e imberbes que pontuavam na Universidade Complutense, de que são masters e doutores em ciências políticas, e tiveram seu batismo de fogo no assessoramento a Chávez, Rafael Correa, Evo Morales etc. Eles ainda vivem viajando pela América Latina na busca de inspiração e bússola para seu projeto espanhol. Por terem mais visibilidade com os programas de entrevistas que instalaram na TV e  na internet, eles, conseguiram sobrepor-se às outras correntes dos indignados, os quais, desde a eclosão da crise econômica em 2008,  inundaram as ruas de Madri e outras grandes cidades em protesto contra os despejos e o desemprego.
Formaram então o Podemos, partido já registrado e que elegeu cinco eurodeputados na eleição de 2014, projetando-se desde já, com menos de um ano de formalização, como uma força política capaz de superar os carcomidos PP, da direita, e PSOE, antiga sigla de esquerda mas hoje totalmente submetida ao neoliberalismo. O nome Podemos quer significar  que suas propostas são possíveis e viáveis, numa derivação do “Yes, we can” , inaugurado pelo ex-esperançoso Barak Obama, nos Estados Unidos, também em 2008. Além do slogan, nada em comum com o Obama belicista e hoje perseguidor da Venezuela. Granjeou a simpatia nacional e o respeito internacional por suas propostas ousadas para enfrentar a crise e uma forma de democracia direta (plataforma, direção e lista de candidatos são todas votadas on line por qualquer cidadão, independente de filiação partidária).
Desde o início do ano passado, Iglesias e seu fiel escudeiro, Iñigo Errejón, ainda mais magro e com apenas 31 anos, mas já secretário de estratégia política do partido, vem dando lições à velharia política, inclusive os carcomidos do PSOE (um de seus barões, Felipe González, é companheiro de jornadas do brasileiro FHC na sabotagem de nossos governos progressistas).
Sua movimentação frenética já lhes rendeu, além das cadeiras no Parlamento Europeu, a catapultação aos primeiros lugares nas pesquisas para as eleições de 20 de dezembro, que vão escolher o novo parlamento e o novo chefe do governo. Ainda é cedo para prognosticar se o flamante partido terá estrutura para sustentar-se até lá, mas indica que terá musculatura para influir nos destinos do país, qualquer que seja o resultado eleitoral.  Sobretudo porque o Podemos atraiu a ira da virulenta mídia espanhola, dominada pelos saudosistas do franquismo e da velha oligarquia europeia.
Por isso, estão debaixo de tonitruante campanha midiática visando intimidá-lo ou cooptá-lo. Iglesias e Errejón, são acusados da piores coisas, inclusive de receberem dinheiro da Venezuela e do Equador para implantar o chavismo em terras hispánicas ou americalatinizar a península Ibérica. Eles não se amofinam e, como Aléxis Tsypras, o fêz na Grécia, continuam a pregar contra o neoliberalismo e a viajar pela América Latina, onde dizem buscar inspiração e ensinamentos.
Não é só ganhar – Convenhamos que o programa do Podemos é ousado e prega a convocação de uma Constituinte, a exemplo do que fizeram Chávez, Rafael e Evo Morales; a renegociação soberana da dívida e a devolução das casas e apartamentos afanados e um programa de inclusão decididamente bolivariano, ainda que não use este nome, por razões óbvias. Em recente viagem ao Equador de Rafael Correa, Pablo Iglesias, acompanhado de Iñigo, explicou que seu movimento não está interessado só em ganhar eleições. Disse ele ao programa El Ciudadano, de uma TV de Quito: “Não basta ter muitos votos, não basta ganhar as eleições. Temos de alcançar os apoios sociais suficientes para disciplinar e ensinar os que não aceitarem os resultados eleitorais, que devem aceitá-los”.
Sobre suas inclinações políticas, Pablo afirma: “Quando me perguntam por referências do passado, sempre digo Salvador Allende (Chile) (e) Juan Negrín (presidente da breve II República Espanhola de 1937). Quanto ao presente, sempre digo Rafael Correa (Equador), ainda que não estejamos de acordo em algumas coisas. Rafael tem um espírito pragmático, diferentemente de alguns esquerdistas que são muito bravos na hora de criticar, mas que não assumem as contradições e as dificuldades de exercer a prática de governo”.
Iglesias referia-se aí à tentativa de golpe militar contra Correa, em 2010 e suas dificuldades em administrar um país desgovernado por uma sucessão interminável de golpes de Estado. Daí a importância do quadro equatoriano que pressupunha no início: “gerir um país diante da possibilidade de um golpe de Estado ou  diante das dificuldades econômicas, fazer funcionarem, de maneira simultânea, interesses diferentes, de administrar com habilidade as relações internacionais, os processos de aplicação de políticas públicas, cujos resultados não se produzem imediatamente; conseguir um grau de consenso suficiente para realizar transformações que nem sempre seguem os passos que alguém gostaria que seguissem”.
Por sua vez Iñigo Errejón, esteve na semana passada, em Buenos Aires, animando o seminário Emancipação e Igualdade, que reuniu, durante três dias pensadores como Noah Chomsky, Álvaro García Linera, Leonardo Boff, Emir Sader, Camila Vallejo, Axel Kicillof, Ricardo Forster, Gabriela Rivadeneira, promovido pelo governo Kirchner. Em sua intervenção, ele não se abespinhou em declarar seu apoio à política de Cristina: “Obrigado à Argentina por dizer que não negocia sua soberania nem sua emancipação. Obrigado à Argentina porque, quando teve de escolher entre servir a seu povo ou pôr-se de joelhos junto aos fundos abutres, escolheu ficar com seu povo”.
Errejón, que considerou o seminário uma “verdadeira nova internacional”, tal foi o volume de participação, sobretudo juvenil no belo Teatro Cervantes, ainda disse que “o exemplo argentino impregna hoje as melhores energias na recuperação da democracia e da soberania popular da Europa, do novo governo da Grécia e de milhares e milahres europeus do sul”. E quando esse exemplo vai nos impregnar aqui pelo Brasil, ameaçado por velhos e bolorentos golpistas que insistem em envenenar as mentes contra as conquistas dos últimos doze anos?

CAIU O RESPONSÁVEL PELO MASSACRE DO GOVERNADOR BETO RICHA, FERNANDO FRANCISCHINI NÃO É MAIS O SECRETÁRIO DE SEGURANÇA DO PARANÁ.


Secretário de Segurança do Paraná, Fernando Francischini, deixou o cargo nove dias depois da ação violenta da Polícia Militar contra professores da rede estadual do Paraná; ele pediu demissão em carta ao governador Beto Richa (PSDB). 

Foto - Brasil 247.

De acordo com o Palácio Iguaçu, o delegado da Polícia Federal Wagner Mesquita de Oliveira responderá interinamente pelo comando da pasta; massacre que deixou mais de 200 manifestantes feridos no Centro Cívico de Curitiba já provocou a queda do secretário de Educação, Fernando Xavier Ferreira, e do Comandante da PM, César Vinícius Kogut; Francischini chegou a criticar o cerco policial, mas segundo Kogut, ele "participou de tudo" e "a responsabilidade pelos atos" deve ser de sua pasta.


8 DE MAIO DE 2015 ÀS 11:32.

Paraná 247 – O massacre da Polícia Militar contra professores do Paraná, que completou nove dias na ultima  sexta-feira 8, acaba de provocar a terceira queda no governo de Beto Richa (PSDB). O ex-Secretário de Segurança, Fernando Francischini, responsável pelo comando da ação, pediu demissão ontem em carta a Richa. O Palácio Iguaçu informou que o delegado da Polícia Federal Wagner Mesquita de Oliveira, que comandava o setor de inteligência da Secretaria, responderá interinamente pelo comando da pasta.

Foto - polícia Militar.
Por conta da ação da PM que deixou mais de 200 manifestantes feridos no Centro Cívico de Curitiba, também já caíram o secretário de Educação, Fernando Xavier Ferreira, e o Comandante da PM, coronel César Vinícius Kogut.

A situação de Francischini foi agravada depois que se tornou pública uma carta de Kogut ao governador. Ele respondia críticas do secretário ao cerco policial, assegurando que Francischini "foi alertado inúmeras vezes" sobre os possíveis desdobramentos da ação. Em entrevista ontem, ele reafirmou que o secretário "conhecia" a ação e "participou de tudo". Para o coronel, "a responsabilidade pelos atos" deve ser de sua pasta (leia mais).

Foto - Brasil 247.
Críticas feitas ao grupo político de Richa por Flávia Francischini, mulher do secretário, pelo Facebook, jogaram ainda mais lenha na crise (leia mais). "Um bom político trabalha e age por si só, não depende de homens sujos, covardes, que não honram as calças que vestem e precisam agir sempre em grupo, ou melhor quadrilha", escreveu.

Em meio a negociações com os professores, que estão em greve há duas semanas, o governo Richa tenta tirar o peso do desgaste à sua gestão provocado pela ação policial na semana passada, que acabou sendo criticada até por tucanos. O governador passou a ser pressionado pelo PSDB local para demitir Francischini.

Determinado a aprovar sua proposta que altera a previdência do funcionalismo estadual, Richa ordenou que policiais impedissem os servidores de entrar na Assembleia Legislativa para protestar, o que deu início à verdadeira batalha campal. 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Polícia Federal investiga ação de instituições financeiras em extração ilegal de ouro.

Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil Edição: José Romildo
Foto - Internet
Instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central a atuar no mercado de capitais são o alvo final da Operação Warari Koxi, deflagrada ontem dia (7), pela Polícia Federal (PF), para desarticular esquema criminoso de extração ilegal de ouro e pedras preciosas em reservas indígenas. O principal alvo da atividade ilícita é a Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

Segundo a delegada federal Denisse Dias Rosas Ribeiro, responsável pelo inquérito policial, o principal objetivo da investigação iniciada em novembro de 2014 é mapear toda a cadeia da extração ilegal de ouro, diamantes e tantalita para identificar e punir quem financia a ação ilegal dos garimpeiros. 

Foto - Internet
Tantalita é um minério bastante valorizado no mercado: por oferecer resistência ao calor é aplicado na indústria eletrônica. “Tivemos que atuar em três frentes: executores, pessoas que retiram o ouro [e outros minérios valiosos] das áreas indígenas; intermediários, lojistas que captam os produtos e fornecem insumos [recursos] para os executores atuarem; e financiadores, que estão nos grandes centros”, disse Denisse.

Segundo ela, em Roraima, há pessoas de baixa renda usadas pelo esquema. No topo da cadeia, como beneficiárias financeiras, há distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs). Ela acrescentou que lojistas e garimpeiros já autuados são explorados e "que a maior parte do dinheiro movimentado vai para os grandes centros urbanos, para as mãos de poucos".

"Já sabemos o destino final desse ouro: estamos atuando na base para demonstrar a materialidade desse crime e [identificar] toda a cadeia para, quando formos atuar em relação aos financiadores, não restar dúvidas sobre como isso é feito", disse Denisse.

Supervisionadas pelo Banco Central, as DTVMs, entre outras ações, intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado. Operam também no mercado acionário, comprando, vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliários, inclusive ouro.

De acordo com o chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado em Roraima, Alan Robson Alexandrino, as DTVMs investigadas – cujos nomes não foram revelados – faziam operações para aparência legal a todo o montante movimentado ilicitamente. Durante as investigações, a PF identificou movimentação suspeita de cerca de R$ 1 bilhão.

A PF estima que só o não pagamento de tributos tenha causado aos cofres públicos prejuízo mensal de cerca de R$ 17 milhões mensais. Denisse Ribeiro lembrou que a atividade garimpeira exige altas somas de dinheiro, o que reforça a necessidade de combater toda a cadeia.

Cerca de 150 policiais federais participam da operação. Trezentos e treze mandados judiciais estão sendo cumpridos em Roraima, no Amazonas, Pará, em Rondônia e São Paulo. Cinco servidores públicos foram conduzidos para prestar depoimento e liberados em seguida. O dono de uma draga foi preso. Documentos e computadores foram apreendidos.

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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Russia. Novo carro de combate Armata deixará seus análogos ocidentais para trás.

Foto - sputniknews.com
Especialistas militares russos e alguns do Ocidente dizem que o novo tanque russo T-14 Armata superará seus concorrentes ocidentais, escreveu nesta segunda-feira (4) a agência Associated Press.
Foto - sputniknews.com
Anteriormente, antes do ensaio principal para a parada em Moscou, o novo tanque T-14 Armata foi mostrado ao público com a torre coberta com tecido. Esta sexta-feira (4) foi o primeiro dia em que o Armata foi exibido completamente sem cobertura.
Foto - sputniknews.com
Este tanque será a estrela da Parada da Vitória em Moscou em 9 de maio. No total, 16,500 militares e cerca de 200 peças de equipamento militar participarão do evento.
Segundo o programa de modernização militar, o exército russo deve receber 2,300 destes tanques até o ano 2020.

Foto - sputniknews.com
A principal característica do Armata é a torre ser operada remotamente a partir de uma cápsula blindada e isolada. O tanque possui um sistema de radar único que pode rastrear, simultaneamente, até 40 alvos no solo e 25 no ar em um raio de 98 quilômetros.

O tanque possui um canhão com calibre de 125 milímetros, opera com projéteis de mais diversos tipos e supera em potência um dos melhores tanques do mundo, o alemão Leopard 2. O Armata também possuiu um canhão automático com calibre de 30 milímetros, que pode ser utilizado como elemento antiaéreo. Para combate com unidades menores, a torre está equipada com uma metralhadora com calibre de 12,7 milímetros.
Foto - sputniknews.com
FONTE: sputniknews.com

Rondônia. Mais uma liderança camponesa assassinada após reunião com a “Ouvidoria Agrária” do governo do PT.

mai 4th, 2015 | By  | Category: Notícias Recentes
PAULO JUSTINO PEREIRA, 51 anos, presidente de uma Associação Camponesa no distrito de Rio Pardo, município de Buritis, em Rondônia, foi assassinado covardemente na noite de sexta (1º de maio/2015), alvejado com seis tiros de revólver calibre 38, mais dois de calibre 12, todos na região da cabeça. O líder camponês Paulo Pereira havia participado no dia 29 de abril, de uma reunião no Incra, em Porto Velho, com o ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, onde teve discussões acirradas sobre o conflito de Rio Pardo.
camponês Paulo Justino Pereira assassino em Rio Pardo dia 1.5.2015
Na reunião Paulo Pereira falou que as famílias de Rio Pardo estavam preparadas para retomar as suas terras. O “Ouvidor Agrário” Gercino retrucou: “O sr. quer dizer que as famílias irão descumprir uma ordem?” Paulo respondeu: “As famílias estão esperando a resposta de vocês, que nunca chega!” Como a questão envolvia a Sedam (Secretaria Estadual de Meio Ambiente) que não estava presente, o assunto foi passado para o dia seguinte.
O distrito de Rio Pardo fica no norte de Rondônia, em uma vasta região de terras férteis, madeira, minérios, recursos hídricos numa longa faixa de terras, que se estende até a fronteira da Bolívia, dominada pelo latifúndio e marcada por intensos conflitos agrários com dezenas de ocupações de terra e ataques dos latifundiários e seus bandos armados. Nos últimos anos morreram assassinados os camponeses MANINHO, OZIEL NUNES, OSÉAS MARTINS, DERCY FRANCISCO SALES, JOSÉ VANDERLEI PARVEWFKI, NÉLIO LIMA AZEVEDO, ÉLCIO MACHADO, GILSON TEIXEIRA GONÇALVES E RENATO NATHAN. Sem contar as constantes humilhações, perseguições, abordagens e prisões ilegais e torturas que sofrem os camponeses desta região nas mãos da polícia.
O ouvidor agrário nacional, Gercino da Silva, preside a chamada “Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo”, e realizou diversas reuniões entre os dias entre os dias 28 e 30 de abril, no gabinete da presidência do Incra/RO. Participaram das reuniões os membros da comissão, camponeses, advogados, proprietários de terras e forças policiais no estado (Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec/RO) e Delegacia Especializada em Conflitos Agrários).
Repete-se o já mil vezes denunciado “ROTEIRO DA MORTE”, em que os camponeses vão aos representantes do Estado (entre os quais está quase que invariavelmente presente o Desembargador Gercino José da Silva Filho), denunciam as ameaças, cobram a regularização de suas posses, e depois são assassinados vítimas de tocaias.
Foto de Liga Operária.
Foi o que aconteceu tragicamente com os camponeses Elcio Machado (o Sabiá) e Gilson Gonçalves, em Buritis – Rondônia (7 de janeiro de 2010), Josias Paulino de Castro e Irene da Silva – lideranças da Associação de Produtores Rurais de Nova União – Mato Grosso (16 de agosto de 2014), o dirigente da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas, Cleomar Rodrigues, em Pedras de Maria da Cruz – Minas Gerais (22 de outubro de 2013) e agora com Paulo Justino Pereira, em Rio Pardo – Rondônia (1º de maio/2015), todos assassinados após terem participado de reuniões com a “Ouvidoria Agrária” do governo do PT, com o senhor Gercino José da Silva Filho à cabeça e, no caso das reuniões em Rondônia, na maioria das vezes, com o acompanhamento do inimigo declarado dos camponeses, Major Enedy, do 7.º batalhão da PM de Ariquemes. E teve também o caso da indígena guarani kaiowa, Marinalva Manoel, de Dourados-MS, assassinada a facadas dias após se reunir com procuradores do Ministério Público Federal em Brasília, em 1º de novembro de 2014.
Neste caso de Rio Pardo, os camponeses da região já haviam denunciado as ameaças que estavam sofrendo por parte do latifundiário João Neuto Saul Guerin que mantinha um grupo de 10 homens fortemente armados no latifúndio situado na Linha C1, Marco Zero. No início do mês de abril, haviam sido presos seis pistoleiros, e apreendidas duas pistolas Glock 9mm, uma pistola Taurus 380, três espingardas CBC 12, uma espingarda 38, uma submetralhadora 9mm, rádios-transmissores, coletes balísticos, mochila com munições de calibre 12, 7,62, 9mm e 380. Parte do material apreendido estava no interior da camionete S10, placa GVE-1083 de Foz do Iguaçu-Paraná, e o restante na sede da fazenda Guerin. Os pistoleiros foram identificados como Isaque Lima Muniz, 27 anos de idade, Marcio da Silva Silveira, 25 anos, Marco Alberto Dos Santos, 32, José Alvez de Souza, 51, Marcelo Correia da Silva, 30, e Marcos Roberto Pereira, 47, e à serviço do latifundiário João Neuto Saul Guerin. Ao depor na polícia, o João Guerin, informou que o arsenal seria “para sua segurança e defesa da propriedade”, e foi liberado pelo delegado, sem sofrer qualquer punição.
Com o latifundiário livre e em total impunidade, antes da ocorrência do assassinato do camponês Paulo Justino Pereira, o que a polícia de Buritis fez foi prender os camponeses LUCIANO DA SILVA COELHO, JOSÉ FELIX GONZAGA e CLAUDIMIRO MATIAS DA COSTA, na tarde do dia 27/04/2015, por estarem no ACAMPAMENTO RIO PARDO, sob alegação de porte ilegal de armas. Agora acontece o covarde assassinato do lider camponês PAULO JUSTINO PEREIRA.
O Estado brasileiro, gerenciado por Dilma/Lula/PT/PCdoB/PMDB et caterva (apoiado e defendido pelo pelego João Pedro Stédile), é culpado e responsável pelos assassinatos, perseguições e criminalização dos camponeses em luta pela terra.
Que todas as vozes honestas do Brasil se levantem em defesa dos camponeses de Rondônia!

Morte ao latifúndio!

Terra para quem nela vive e trabalha!

Reproduzimos boletim da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia ocidental:

quarta-feira, 6 de maio de 2015

UFMA. Pesquisa analisa conflitos ambientais no Maranhão.

Foto - Fapema.
06 de Maio de 2015.

Escrito Por Israel De Napoli.

Os anos 1980, no Maranhão, foram marcados pelos conflitos por terra, resultando em altos índices de assassinatos e perseguições no campo, expulsões de camponeses de suas terras, impedimentos de acesso a recursos naturais tradicionalmente utilizados.

Mediante as profundas alterações pelas quais vêm passando nos últimos anos as paisagens e os modos de vidas dos grupos sociais em vários municípios do Estado, o professor do Departamento de Sociologia e Antropologia, Horácio Antunes de Sant’Ana Júnior, desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de identificar e analisar conflitos ambientais, no Maranhão, decorrentes de projetos de desenvolvimento instalados a partir do final da década de 1970 até os dias atuais.

Segundo o pesquisador, o confronto entre empreendedores e grupos locais tradicionalmente estabelecidos é causado em função das atividades produtivas ou de grandes obras de infraestrutura que demandam novos territórios ou quando as atividades produtivas já estabelecidas implicam em destruição ou proibição de uso de recursos naturais necessários para a reprodução social de determinados grupos sociais.

“A agressão ou destruição da natureza implica também no comprometimento da qualidade de vida tanto de trabalhadores industriais quanto de moradores das periferias das cidades e dos campos. Lutar por melhores condições de trabalho ou pela defesa de um território não é somente uma causa específica, mas um interesse geral das sociedades humanas, que é a conservação planetária”, explica Horácio Antunes.

De acordo com o pesquisador, iniciativas decorrentes de planejamentos governamentais e/ou da iniciativa privada – como a instalação de um grande conjunto de empreendimentos agropecuários, industriais, madeireiros, de transporte e de exploração marítima – têm provocado profundos impactos socioambientais, alterando biomas e modos de vida de populações locais.

A pesquisa afirma que esse cenário desenvolvimentista no Maranhão tem provocado a expulsão de milhares de agricultores de suas terras e o desmantelamento da produção familiar rural. “Um dos efeitos nefastos para a população local é o fato de o Maranhão ter se tornado, nos últimos anos, um dos estados brasileiros com maior quantidade de migrantes, pois a dificuldade, quando não impossibilidade, de produzir na própria terra tem levado principalmente homens jovens a buscar a sorte em outros locais, sujeitando-se a toda tipo de exploração. Assim, cabe também ao Maranhão o título de estado maior exportador de trabalhadores para o trabalho escravo”, afirma Horácio Antunes.

Conforme concluiu a pesquisa, que analisou indicadores sociais, após quarenta anos de projetos de desenvolvimento, o Maranhão permanece sendo um dos estados mais pobres do Brasil, com os piores indicadores de concentração de terras, riquezas e poder político.

O estudo foi desenvolvido nos municípios de São Luís, Bacabeira, Rosário, Açailândia, Buriticupu e Alcântara. “No entanto, temos um banco de dados no qual registramos notícias de conflitos ambientais [divulgadas nos principais jornais do Estado e em blogs e páginas eletrônicas] que existem em todas as regiões do Estado”, diz o pesquisador.

São Luís. Morte de Estudante em assalto a Onibus repercute em todo o Estado.

NOTA DA PASTORAL DA JUVENTUDE DA ARQUIDIOCESE DE SÃO LUÍS EM REPÚDIO AO EXTERMÍNIO DAS JUVENTUDES.

                   "O meu desejo é a vida do meu povo" (Éster 7, 3)

Qual o modelo de Segurança Pública que realmente queremos em nossas comunidades? Em que medida a vida da nossa Juventude está sendo cuidada, preservada? Quais as propostas para mudar essa realidade?

No fim da tarde de ontem mais um jovem teve sua vida ceifada vítima da violência perene em nosso estado. 

No fim da tarde de ontem mais um jovem foi alvo da criminalidade sendo autor do crime que destrói a sua Juventude.

Rondinelle, jovem adolescente de 18 anos, estudante do Ensino Médio da capital, coroinha na paróquia Santo Antônio, do Parque Vitória, e coordenador arquidiocesano do ministério da música dos acólitos; jovem protagonista cheio de sonhos e que desde cedo topou construir a Civilização do Amor.

O outro Jovem não sabemos o nome, idade, onde mora, o que fazia e sobre sua família; sabemos que agora ele será mais um invisível no País.
Em comum os dois agora são apenas estatística da violência.

Desde de 2009 a Pastoral da Juventude através da Campanha nacional contra a Violência e Extermínio de Jovens vem desenvolvendo ações sistemáticas de combate a essa violência e buscando estruturar nas comunidades estratégias de monitoramento e redução desse problema social. 

Nós da Pastoral da Juventude, estamos tristes com o falecimento do Jovem Rondinelle nesta madrugada. Pedimos ao Deus da vida e da libertação que conforte e acalme o coração de seus familiares e amigos, dando-lhes a justiça como alento. 

Expomos nossa profunda indignação com o descaso e o desmantelo com a Política de Segurança Pública nas comunidades, na capital, no estado e no país. 

Para que outros Rondinelles, assim como tantos outros jovens não virem números nem sejam subtraídos pela criminalidade exigimos respostas para essa situação que defendam a vida das Juventudes, e nos tire desse marasmo do medo. 

Nos colocamos a disposição para o diálogo e para construir uma nova história às Juventudes Maranhenses.

Chega de Violência e Extermínio de Jovens.
A Juventude quer viver.

Pastoral da Juventude - Arquidiocese de São Luís 05/05/2015.

LEIA MAIS.  Insegurança. Morre estudante que foi baleado dentro de ônibus durante assalto em São Luís. http://maranauta.blogspot.com.br/2015/05/inseguranca -morre-estudante-que-foi.html