quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Bom Jardim. Assassinaram o líder camponês Raimundo dos Santos Rodrigues, ele e sua esposa foram vitimas de pistoleiros.

Foto vias de fato - Raimundo dos Santos Rodrigues

Jornal vias de fato traz a trista notícia. MAIS UM CAMPONÊS É ASSASSINADO NO MARANHÃO.

Na tarde desta terça-feira (25), Raimundo dos Santos Rodrigues, Presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Rio da Onça II e Conselheiro da Reserva Biológica do Gurupi - MA, foi brutalmente assassinado. O crime aconteceu na cidade de Bom Jardim – MA.

O camponês estava acompanhado de sua esposa, Maria da Conceição Chaves Lima, que também foi alvejada e se encontra internada no Hospital Municipal de Açailândia, sob proteção policial. Seu estado de saúde não foi informado.

De acordo com as primeiras informações (ainda desencontradas), o camponês foi morto a tiros e golpes de facão. O casal teria sido pego em uma emboscada armada pelos criminosos, quando eles estavam na estrada que liga a comunidade ao município de Buriticupu-MA. A estrada é uma das vias de acesso á Reserva Biológica do Gurupi e também á comunidade onde eles moravam.

Segundo informações de pessoas das comunidades, o clima é de verdadeiro terror, pois, madeireiros da região teriam uma lista com os nomes das pessoas que fazem parte do Conselho Consultivo da Reserva Biológica do Gurupi.

Raimundo dos Santos era conselheiro desde 2012, bastante combativo, ele denunciava os crimes ambientais praticados por madeireiros ilegais na região do Vale do Pindaré. As denúncias teriam despertado a ira desses madeireiros que atuam na região. Seu “Dos Santos” como era conhecido, deixa seis filhos e até o momento seu corpo ainda se encontra no IML de Açailândia, aguardando liberação.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Presidente da EBC quer ampliar produção de conteúdo para a Amazônia.

Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil
Diretor-presidente da EBC, Américo Martins
Para o diretor-presidente da EBC, apesar de ser estratégica para o país, a região amazônica é pouco noticiada pela imprensa em geralArquivo/Agência Brasil
Empresa Brasil de Comunicação (EBC) quer ampliar os investimentos e aumentar a produção de conteúdo jornalístico próprio nas emissoras da região amazônica, anunciou hoje (26) o diretor-presidente, Américo Martins, em entrevista às rádios EBC. Ele destacou ainda a importância da comunicação pública.

“A comunicação pública merece uma atenção especial porque ela tem uma função distinta, um objetivo claro de ser independente, isenta, equilibrada. Mas todos esses veículos precisam ter mais relevância e, para consolidar a relevância, isso se dá através de mais briga por audiência, conquistar mais corações e mais mentes para esse produto que a gente faz”, disse.

Américo Martins quer ampliar e fortalecer a rede pública de rádios, que começou ser montada na gestão anterior, por meio de parcerias. “É uma das prioridades o fortalecimento da rede pública de rádios que pode ir além das rádios universitárias e comunitárias. Tem outras emissoras públicas que podem fazer parte dessa rede, como acontece na rede de televisão que foi a primeira que criamos”.

Ao destacar a função essencial das rádios da região amazônica, Martins disse que a proposta é aumentar a produção de conteúdo jornalístico próprio de forma a contribuir para a comunicação entre a Amazônia e o restante do país.

O diretor-presidente da EBC considera que a região é estratégica para o país, porém, pouco noticiada pela imprensa em geral. “Contamos com parceiros na região toda, mas gostaria de ter mais reportagem própria nossa. Gostaria de ter mais jornalistas viajando pela Amazônia, baseados na Amazônia. A intenção é não só que essas pessoas colaborem com a Rádio Nacional da Amazônia, mas tragam assuntos da Amazônia para o resto do Brasil”, afirmou.

A digitalização das rádios também foi tema da entrevista com os comunicadores da EBC. Martins lembrou que o governo brasileiro ainda não definiu o modelo que deverá ser adotado no país e disse que estuda parcerias com outras emissoras para melhorar o sinal de transmissão da AM, que, segundo ele, tem sofrido com o aumento dos níveis de interferência. “A questão da qualidade do sinal da AM é muito complicada, especialmente nas grandes cidades”, disse.

Martins assumiu a presidência da EBC há duas semanas e respondeu, nesta quarta-feira, a perguntas de comunicadores das rádios Nacional de BrasíliaNacional da Amazônia,Nacional do Alto Solimões e MEC AM do Rio de Janeiro. A entrevista foi retransmitida, também, pela Nacional FM de BrasíliaNacional AM do Rio de Janeiro e MEC FM do Rio de Janeiro.

O presidente da EBC destacou a importância de ampliar e consolidar a relevância dos veículos da empresa junto ao público. A EBC é integrada por oito emissoras de rádio, pela TV Brasil, duas agências de notícias, a Agência Brasil e a Radioagência Nacional, e TV Brasil Internacional.

Edição: Lana Cristina

Maranhão tem a menor proporção de policial militar por habitante do País, um para cada 881 habitantes.

Estudo do IBGE aponta que Brasil tem um policial militar para cada 473 habitantes Tânia Rêgo/Agência Brasil

País tem um policial militar para cada 473 habitantes, aponta IBGE.

Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil.

Em 2013, o Brasil tinha 425.248 policiais militares, o equivalente a um policial para cada 473 habitantes, segundo dados do estudo Perfil dos Estados e dos Municípios Brasileiros 2014, divulgado hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O total de policiais civis era 117.642. Entre as unidades da Federação, a maior proporção de policial militar por habitante era no Distrito Federal (um para cada 194) e a menor, no Maranhão, um para cada 881.

Menos de 10% do efetivo da Polícia Militar eram mulheres no país. Na Polícia Civil, o percentual era de pouco mais de 26%.

Conforme o estudo, em 2006, 14,1% dos municípios tinham Guarda Municipal. Em 2012, o percentual passou para 17,8%, e em 2014, para 19,4%. De acordo com a gerente da pesquisa, Vânia Pacheco, um dos requisitos para o município acessar o Fundo Nacional de Segurança Pública é ter uma Guarda Municipal, o que pode ter contribuído para o aumento desse efetivo nos últimos anos. “Os municípios vêm se aparelhando para ter essas guardas municipais para ter acesso a esses incentivos federais. E desses, em 19%, em 169 municípios, a Guarda Municipal utilizava arma de fogo”.

Saúde - O estudo apontou que  90,3% dos municípios (5.030) oferecem testes de HIV e sífilis para gestantes, 81,3%  pormovem ações para a saúde sexual e reprodutiva das mulheres e 54,1% oferecem a Caderneta de Saúde do Adolescente.

Em 2014, 70,6 mil pessoas trabalhavam nas equipes de Saúde da Família. Em 102 municípios, não havia médicos nessas equipes e 125 cidades declararam não ter Equipe de Saúde da Família.

Outo dado mostra que todos os estabelecimentos de saúde estaduais, responsáveis por fazer partos, tinham interligação com um cartório ou posto de cartório nas unidades. Entre os estabelecimentos municipais públicos ou conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), 46,8% tinham interligação com cartórios e 13,6%, cartório no local. A medida é importante para facilitar o registro de nascimento da criança e evitar a subnotificação civil. 

Em relação ao atendimento de emergência, 87,1% dos municípios ofertam o serviço. Porém, 93,4% não têm hospital público ou conveniado com leitos de UTI neonatal.

Segurança alimentar - Em 2014, todos os estados desenvolviam atividades para o acesso ao trabalho formal e à sustentabilidade. Entre os municípios, 98,7% tinham pelo menos uma ação de inclusão produtiva. Ao todo, 26 governos estaduais promovem ações de assistência técnica e extensão rural, sobretudo, para agricultores familiares, pescadores artesanais e aquicultores. A exceção foi o Rio de Janeiro, que não especificou o público-alvo.

Quase 91% das prefeituras implementaram alguma ação de inclusão produtiva urbana. As mais citadas foram qualificação (75,4%) e capacitação profissional (86,4%), padrão semelhante ao dos estados.

Os inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais, os beneficiários do Programa Bolsa Família e desempregados foram o principal público-alvo das ações das administrações estaduais e municipais relativas à inclusão produtiva urbana.

Edição: Carolina Pimentel

Brasil. Aumenta percentual de municípios com órgãos relacionados a direitos humanos.

Flavia Villela – Repórter da Agência Brasil
Mais da metade dos municípios brasileiros (55,9%) não têm estrutura específica de gestão de direitos humanos. Nos municípios onde há essa estrutura, 71,6% são subordinadas a outras secretaria, 6,4% têm secretarias exclusivas, 17,5% têm secretarias em conjunto com outras políticas e 4,4% são subordinadas diretamente à chefia do Executivo. Os dados foram divulgados hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e constam do Perfil dos Estados e dos Municípios Brasileiros 2014.

Apesar de ainda não ser o ideal, para a gerente da pesquisa, Vânia Pacheco, a institucionalização dos direitos humanos aumentou significativamente nos últimos anos. “Em comparação com 2009, cerca de 75% das prefeituras não tinham essa estrutura organizacional. Isso mostra que as prefeituras estão começando a pensar os direitos humanos como política pública de fato, estão começando a se preocupar com temas que antes não pensavam em tornar política pública”, disse ela.

Cerca de 41% das secretarias têm orçamento próprio, sendo que nos municípios mais populosos o número aumenta, chegando a 75% nas cidades com mais de 500 mil habitantes. Somente 57 prefeituras têm fundo específico de direitos humanos, porém metade tem ao menos um fundo de direitos como de crianças e adolescentes, idosos ou pessoas com deficiência.

As 27 unidades da Federação têm órgão responsável pela política de direitos humanos. No entanto, apenas Maranhão, Paraíba e Sergipe têm secretarias exclusivas. A secretaria estadual, em conjunto com outras políticas, está presente em 16 estados. Em sete, o setor é subordinado à outra secretaria e, no Ceará, as políticas para o setor são subordinadas diretamente à chefia do Executivo.

Em 22 estados, esses órgãos têm orçamento próprio. Nenhum governo estadual declarou ter fundo específico de direitos humanos, no entanto, 24 têm, ao menos, um fundo de direitos. Roraima, Ceará e Amazonas não têm nenhum tipo de previsão de recursos com esforço legislativo para um fundo relacionado a direitos humanos.

A proteção de mulheres vítimas de violência doméstica é a ação mais frequente, presente em 45,2% dos municípios e em 24 estados. Outros programas ou ações das prefeituras recorrentes são direcionados a crianças e adolescentes e idosos. No âmbito estadual, as maiores incidências de políticas específicas são para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais (LGBT); indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outros povos e comunidades tradicionais.

Dez unidades da Federação e 32 municípios têm legislação estadual específica para o público LGBT. O nome social de travestis e transexuais é reconhecido em 12 unidades e em 29 municípios. Políticas de proteção da igualdade racial são recorrentes em 27 secretarias estaduais (41,7%) e 21% das municipais (21%).

Em relação às políticas para a criança e o adolescente, destaca-se a política de Enfrentamento à Violência Sexual, presente em cerca de 4 mil municípios (72,6% do total) e em 25 dos 27 estados. A política menos presente é a voltada para ciganos, tanto no âmbito dos municípios quanto no dos estados.

Conselhos
Menos de 6% dos municípios brasileiros têm conselhos municipais de Direitos Humanos. Entretanto, apesar de baixo, a pesquisa mostra que o percentual é bem melhor que em 2009, quando apenas 1,4% das cidades tinha conselhos desse tipo. Dos 323 conselhos identificados, 266 (82,4%) haviam se reunido nos últimos 12 meses.

“O conselho para ser efetivo e ter participação da sociedade na discussão da política precisa ser atuante. Se não se reunir, esse conselho não tem participação”, ressaltou Vânia.

Outros conselhos específicos identificados são os da criança e do adolescente – presentes em 98,4% das cidades. O estudo revela que alguns conselhos dobraram em quantidade no período de cinco anos, como os conselhos municipais do Direito do Idoso que existiam em 35,5% dos municípios em 2009 e, atualmente, estão presentes em 61,9% das cidades.

Dos 5.570 municípios brasileiros, 25 não têm conselho tutelar. Os conselhos tutelares são responsáveis por garantir o cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes previstos em lei, em parceria com estado, comunidade e família. A maioria dos municípios sem conselho tutelar tem até 20 mil habitantes e se concentra no Maranhão e Minas Gerais.

Nas unidades da Federação, os conselhos estaduais de Direitos da Criança e do Adolescente – ausente apenas no Amazonas – do Idoso e da Pessoa com Deficiência são os mais frequentes. Já os conselhos dos Direitos LGBT só existiam em 12 unidades da Federação até o ano passado. Esse tipo de conselho foi o que teve menor proporção de reuniões nos 12 meses anteriores à pesquisa.

Edição: Denise Griesinger.

São Luís. População do Bairro Coroadinho cansada de esperar arregaça as mangas e conserta rua no Bairro.


Foto - Coroadinho Geral.
Cansados de esperar por promessas, eles aproveitaram a noite desta terça-feira para darem início à obra, paga pela própria vizinhança. Mesmo após um dia de trabalho, moradores dedicaram a noite desta terça-feira, 25, para colocarem, literalmente, a mão na massa, com pás e inchadas, eles estão raspando a Rua Epitácio Cafeteira, e colocando pedras e entulhos em buracos, em um dos trechos mais críticos da região da Vila dos Frades. É que a rua, uma das principais do Coroadinho, sofre há anos com o abandono do poder público e das autoridades. 

Foto - www.facebook.com/coroadinho.geral

A medida é para tentarem amenizar problemas históricos, como esgotos e falta de infraestrutura na área. Um tormento na vida da comunidade. "Nós moradores nos reunimos desde o começo do ano, e estamos arrecadando dinheiro para arrumar a nossa rua", declarou a moradora Lidia Araujo, que continua: "O Batalhão Florestal foi de grande ajuda também, mandaram máquinas para raspar fazer a raspagem".

Foto - https://www.facebook.com/coroadinho.geral

Em reunião, ficou acertado que eles ajudariam com a rua e nós moradores faríamos a galeria, que é de mais importância nessa rua, onde fica a escola Futuro do Amanhã. Os moradores daqui e das transversais próximas, que precisam da rua, também participaram das reuniões e do trabalho. O trabalho ainda não está totalmente pronto, porque o concreto não deu, foram só dois carros, deu até somente a metade da rua - disse a moradora.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Direitos humanos. Não teve o eco devido uma decisão histórica tomada pelo STF, no sentido de humanizar as prisões brasileiras.


Complexo carcerário de Pedrinhas, no Maranhão, um dos mais violentos do País
Matéria copiada da Carta Capitalpor Wálter Maierovitch — publicado 25/08/2015.
O Supremo Tribunal Federal, por unanimidade de votos, acaba de proferir decisão histórica capaz de resolver a caótica situação das prisões brasileiras. Verificam-se ali contínuas violações a direitos e garantias constitucionais fundamentais da pessoa humana, objeto de repulsas de associações humanitárias e de condenação internacional do País por desrespeitar as regras da Convenção Interamericana de Direitos Humanos e do Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos. (RE 592581 - RECURSO EXTRAORDINÁRIO - http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=592581&classe=RE&origem=AP&recurso= 0&tipoJulgamento=M  ). A decisão tão importante não repercutiu como deveria na mídia. Talvez a crise explique. 
Além do comando imperativo de procedência do recurso extraordinário modificador da decisão escapista do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (entendeu o TJRG ser matéria da atribuição exclusiva do Executivo gaúcho), o STF cuidou, em razão do reconhecimento da “repercussão geral” a definições consideradas relevantes à sociedade e à nação), de afastar futuras arguições defensivas. A parte vencida poderia agir por meio do instrumento jurídico conhecido por Reserva do Possível, válvula de escape para o descumprimento de decisão com trânsito em julgado, onde até a falta de recursos é invocada.
Sobre a desumanidade das nossas prisões, vale recordar a confissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de preferir se matar a cumprir pena de prisão fechada. Nem por isso o ministério entregue ao autor da confissão tomou providências a respeito. Vale lembrar, aliás, que Henrique Pizzolato, no processo de extradição em curso na Itália, se viu vitorioso em primeiro grau ao ver reconhecido pelo tribunal o risco a correr como preso no Brasil. 
Em voto erudito, o ministro Ricardo Lewandowski tratou de deixar patenteado não representar violação ao princípio constitucional da “separação de poderes” toda decisão judiciária atinente a direitos e garantias fundamentais. No caso ocorreram induvidosas violações às garantias de “ninguém ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante” (art. 5, III) e de ser “assegurado ao preso o respeito à integridade física e moral” (art. 5, XLIX).
Fora, evidentemente, o descumprimento à Lei de Execução Penal (LEP), de 1984, a obrigar a se manter o condenado em ambiente salubre e “condicionamento térmico adequado à existência humana”, com espaço mínimo e celas individuais (art. 88 da LEP). Para se ter uma ideia, o sistema penitenciário brasileiro possui, segundo frisaram ministros do STF, perto de 360 mil vagas e abriga população superior a 600 mil custodiados.
Como sabem até os reprovados no exame de capacitação da OAB, a atividade administrativa-expiatória, necessária ao cumprimento de pena ou de efetivação de medida preventiva detentiva imposta pelo Judiciário, é da atribuição do Executivo: estadual quanto às decisões da Justiça da unidade federativa ou, na hipótese de casos da Justiça Federal, do Executivo da União. Dadas as emergências, criou-se, por lei, um Fundo Penitenciário Nacional: quando do julgamento pelo STF, o Fundo mantinha contingenciado 1,3 bilhão de reais, ou seja, dinheiro suficiente para começar a consertar o vergonhoso sistema penitenciário nacional.
Na sessão de julgamento, o ministro Celso de Mello, sobre a legitimação judiciária e em face do princípio da separação dos poderes invocado pelo Tribunal gaúcho para acolher apelação em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, lembrou de prever a LEP os incidentes de “excesso ou desvio de execução”. O excesso e o desvio ocorrem sempre que algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares. Numa síntese, e sempre segundo o ministro Celso de Mello, ao se “impor pena mais gravosa àquela da condenação”.
Nos nossos presídios, o preso recebe uma “pena extra”, imposta pela administração penitenciária, qual seja, superlotação, risco de eletrocussão, submissão às organizações criminosas controladoras do interior dos presídios, banheiros entupidos, esgoto a céu aberto etc. Por evidente, e como destacou  Lewandowski, o Judiciário, sem violação à regra constitucional republicana da separação dos poderes, pode intervir para impor o cumprimento, ao Executivo, de obrigação de fazer, no caso, obras emergenciais.
Do trágico cenário não fica imune o Judiciário. A ação sobre a precária situação do presídio de Uruguaiana foi proposta em 2006 e restou definida pelo STF em 13 agosto de 2015. Nove anos depois.

Brasil finaliza a compra de 36 caças Suecos.

Foto - Brasil 247.
Os governos brasileiro e sueco assinaram contrato de financiamento no valor de US$ 5,4 bilhões para a compra de 36 caças Gripen NG, da empresa sueca Saab, encerrando o último entrave para aquisição das aeronaves destinadas a modernizar a Força Aérea Brasileira (FAB), cerca de US$ 245,3 milhões serão destinados à compra de armamentos; primeira aeronave deverá ser entregue em 2019 e a última em 2024; contrato inclui a compra dos aviões de combate, suporte logístico, aquisição de armamentos e transferência de tecnologia.

25 DE AGOSTO DE 2015.
Ivan Richard, Repórter da Agência Brasil - Os governos brasileiro e sueco assinaram hoje (25), em Londres, na Embaixada do Brasil na Inglaterra, o contrato de financiamento no valor de US$ 5,4 bilhões para a compra de 36 caças Gripen NG, da empresa sueca Saab. Essa era a última etapa para o início da fabricação dos aviões-caça. Desse valor, US$ 245,3 milhões serão para compra de armamentos e 39,882 bilhões de coroas suecas para a aquisição das aeronaves.
De acordo com o Ministério da Defesa, a primeira aeronave deverá ser entregue em 2019 e a última, em 2024. Segundo a Defesa, os caças atenderão às necessidades operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB) nos próximos 30 anos. O contrato prevê ainda a fabricação de 15 das 36 unidades no Brasil, incluindo oito unidades de dois lugares, modelo criado para a FAB.
Anunciado em dezembro de 2013, o contrato comercial com a Saab inclui a compra das aeronaves de combate, suporte logístico e aquisição de armamentos necessários à operação dos aparelhos. O contrato assinado prevê a transferência de tecnologia entre os dois países, o que possibilitará ao Brasil, segundo o Ministério da Defesa, deixar de ser comprador para se tornar fornecedor de aeronaves de combate de última geração.
No final de julho, após três dias de negociações, o governo brasileiro conseguiu a reduzir da taxa de juros do financiamento para 2,19%, o que ocasionou uma economia de até R$ 600 milhões ao governo do Brasil. A formalização do contrato financeiro foi realizada na Inglaterra, uma vez que o contrato de financiamento será regido pela lei inglesa, para imparcialidade do acordo.
"A assinatura do contrato financeiro do Gripen NG é de fundamental importância, já que encerra a fase negocial e inicia a fase de execução do contrato comercial, com aquisição e desenvolvimentos dos caças, concretizando, assim, uma aliança estratégica entre Brasil e Suécia", disse, em nota, o ministro da Defesa, Jaques Wagner.
De acordo com a nota divulgada pela assessoria do Ministério da Defesa, o pagamento efetivo do financiamento só ocorrerá após o recebimento da última aeronave, previsto para 2024. Segundo a pasta, a participação brasileira no desenvolvimento do projeto dará à indústria aeronáutica nacional acesso a todos os níveis de tecnologia, incluindo os códigos-fonte do Gripen. "O programa de transferência de tecnologia incluirá itens como a integração de hardware, aviônicos, software e sistemas da aeronave, além do intercâmbio de conhecimento, com mais de 350 brasileiros indo a Suécia para treinamento", informou o Ministério da Defesa.