segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Projeto de Lei de Sarney Filho (PV) que cria a Zona Franca de São Luís, recebe apoio do Parlamento Amazônico.

Wellington
O Parlamento Amazônico aprovou requerimento, na última quinta-feira (22), reforçando o apoio ao Projeto de Lei que cria a Zona Franca de São Luís, de autoria do deputado federal Sarney Filho (PV).
O requerimento N°005/2015 foi um dos encaminhamentos da III Reunião Ampliada do Colegiado de Deputados do Parlamento Amazônico/2015, que aconteceu na Assembleia Legislativa do Maranhão, e foi assinado pelo presidente do Parlamento, deputado Sinésio Campos (PT);  pelo  Secretário de Direitos Humanos do Parlamento, deputado Wellington do Curso (PPS) e por demais deputados que integram o Parlamento Amazônico.
No requerimento, o Parlamento Amazônico manifesta apoio ao Projeto de Lei 1139/2015, do deputado federal Sarney Filho (PV), solicitando a aprovação do referido Projeto que tramita na Câmara dos Deputados. Tal projeto de lei é resultado da indicação N°46/2015, de autoria do deputado Wellington do Curso (PPS), que apresentou a proposição no dia 11 de fevereiro de 2015, solicitando que a Câmara elaborasse um projeto para implantação da Zona Franca de São Luís, já que a competência não pertencia ao Legislativo estadual.
Ao destacar o requerimento N°005/2015, Wellington enfatizou a relevância do projeto, bem como a implantação da Zona Franca de São Luís, além de enfatizar a posição do Parlamento Amazônico.
“Logo nos meses iniciais do mandato, destacamos as consequências positivas que a implantação da Zona Franca em São Luís ocasionaria. No entanto, por não ser competência estadual, apresentamos, no dia 11 de fevereiro, proposição que solicitava que a Bancada Federal apresentasse um projeto de implantação da Zona Franca de São Luís. Indo ao encontro de tal solicitação, o deputado Sarney Filho apresentou o Projeto de Lei 1139/2015 e o Parlamento Amazônico, por compreender a importância da implantação da Zona Franca, aprovou o requerimento manifestando o apoio ao Projeto”, frisou o parlamentar.

Rio de Janeiro - Presa grávida dá à luz em solitária de presídio.

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
Foto - Internet
A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap) terá de explicar como uma gestante presa, prestes a dar à luz, foi colocada na solitária, de castigo. Ela teve o bebê sozinha, apesar dos gritos de socorro das presas em uma cela vizinha. 

O caso ocorreu no dia 11, mas veio a público somente hoje (26) e motivou pedidos de esclarecimento da presidente da Comissão de Segurança Pública e vice-presidente da Comissão de Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputada Martha Rocha.

A Vara de Execuções Penais (VEP, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, pediu o afastamento da diretora da Penitenciária Talavera Bruce, Andreia Oliveira, e da sub-diretora, para apuração dos fatos. Procurada por email e telefone, a Seap não respondeu à Agência Brasil sobre o caso.

“Consta que a presa teve o bebê no isolamento e, mesmo com os gritos de outras detentas pedindo ajuda, ela só saiu com o bebê já no colo, com o cordão umbilical pendurado. Isso é de uma indignidade humana inaceitável”, criticou o juiz Eduardo Oberg, titular da VEP. Segundo ela, a diretora negou ocorrido, mas foi desmentida.

Após atendimento em um hospital, a presa voltou ao isolamento e a criança foi encaminhada a um abrigo, mesmo com a penitenciária dispondo de Unidade Materno Infantil (UMI). No local, as detentas podem ficar com os recém-nascidos por pelo menos seis meses.

Conforme a Agência Brasil informou no sábado (24), detentas do Presídio Talavera Bruce relataram que partos nas celas acontecem. Elas culpam a demora no serviço de escolta, responsável por levar às gestantes ao hospital, e cobram transferência das grávidas de unidade.

Em protesto em frente à sede da Seap, no centro, a Associação de Servidores da Saúde e Assistência Penitenciária, que reúne médicos, psicológicos e assistentes sociais, entre outras categorias, confirmou nesta segunda-feira que os partos em cela não são atípicos. De acordo com representantes da associação, a realidade é reflexo da precariedade do atendimento ao preso e das condições de trabalho dos profissionais.

Psicóloga agredida
Vestidos de preto, os servidores da saúde denunciaram a agressão de um preso a uma profissional da equipe na semana passada. Uma psicóloga teve o consultório invadido por um interno que voltava do ambulatório e foi rendida. Ele ainda a ameaçou de morte com uma caneta e tentou obrigá-la a usar cocaína, sem que agentes de segurança o impedissem.

Em ofício à Seap, a deputada Martha Rocha também cobrou informações sobre a agressão. “A situação de vulnerabilidade desses servidores é algo que temos de nos preocupar muito. Eles exercem funções fundamentais para o processo de ressocialização”, acrescentou a deputada. Ela pediu mais segurança para que os servidores da saúde possam trabalhar.

Para garantir melhores condições de trabalho nos presídios, com a criação de salas adequadas para o atendimento e o fim da insalubridade – que favorece a proliferação de doenças –, os servidores querem valorização e contratação de mais profissionais. Hoje, são 576 profissionais, uma média de dez para cerca de 50 unidades prisionais, que abrigam mais de 43 mil internos.

“O que queremos não é só para gente. São melhorias que favorecem os presos e suas famílias", disse a médica e presidente da associação dos servidores.

Em nota sobre a agressão à psicóloga, a Seap divergiu da versão dos servidores. Informou que ela foi agredida durante atendimento e reconheceu que não havia um inspetor penitenciário acompanhando o interno. O agressor foi identificado com problemas de saúde e levado ao Hospital Psiquiátrico. Uma sindicância vai apurar erros de procedimento. A secretaria também estuda contratar profissionais de saúde para as unidades prisionais.

Edição: Armando Cardoso

Tribos Arabes na Siria e no Iraque iniciam os preparativos para a realização de um fórum ampliado de reconciliação.

Damasco, SANA. O Comitê de Reconciliação Nacional na Assembleia do Povo discutiu no domingo, com uma delegação de tribos iraquianas, representando diversos Clãs para a realização de um encontro ampliado direcionado para ativar o seu papel na reconciliação local e combater o terrorismo, considerado um inimigo comum aos dois países.

Os membros da delegação iraquiana reiterou o apoio do povo iraquiano para seu povo irmão sírio e ao exército da Síria que estão travando uma guerra santa contra organizações terroristas, que pôs em extremo perigo, ameaçando toda a região.


O presidente da delegação iraquiana, Dr. Nizar al-Obaidi salientou a importância da criação de uma comissão conjunta entre as tribos e os clãs da Síria e do Iraque, que poderiam desempenhar um papel fundamental nas reconciliações populares, que podem apoiar as forças armadas contra as organizações terroristas.


Por sua vez, Omar Osi, presidente do Comitê da Reconciliação Nacional, em um Assembleia popular salientou a necessidade de reforçar a coordenação e cooperação entre o povo sírio e o povo iraquiano contra o terrorismo, que está tentando impor seu domínio sobre toda a região a serviço do governo sionista e do imperialismo norte-americano.

Lynn A., Riyad Sh.

domingo, 25 de outubro de 2015

Minas de Ouro . Começa um novo ciclo no Maranhão - Os projetos localizam-se em Godofredo Viana e na região de Gurupi... Notícias de ontem....

COMEÇA UM NOVO CICLO NO MARANHÃO - Os projetos localizam-se em Godofredo Viana e na região de Gurupi.

Atualmente, numa área de transição amazônica, renasce a expectativa de um novo "ciclo de ouro" com a descoberta de jazidas de boa qualidade no Maranhão. Em meio ao cenário promissor, a atuação discreta de mineradoras canadenses ganha destaque.
No melhor estilo low profile, sem dar muito alarde, essas mineradoras chegaram ao Estado e, ao que tudo indica, vão ficar por muito tempo. Dois projetos se destacam, embora em fases diferentes. Um deles já está em operação, enquanto o outro aguarda as etapas do licenciamento ambiental (em estágio avançado) para início da implantação.

Atualmente, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o Brasil está na 12º posição no ranking dos países produtores de ouro. Os principais Estados brasileiros produtores de ouro são (dados de 2010): Minas Gerais (64%), Goiás (11%), Bahia (11%) e Pará (3%).

No mercado global, a China é o atual maior produtor mundial, com 300 t (12% da produção mundial), seguida pela Austrália com 9,3% e África do Sul e Estados Unidos, com 9% cada um.

A empresa Luna Gold Corporation é responsável pelo projeto Aurizona, localizado no município de Godofredo Viana, a 300 km de São Luís. A mineradora é a pioneira, que implantou a primeira mina de ouro do Maranhão. A vida útil da mina, batizada de Piaba, é de 12 anos, porém novas pesquisas apontam para 15 anos de atividades. A operação foi iniciada em abril de 2010, com lavra a céu aberto, e a Luna Gold prevê uma produção de 2.000 kg de ouro por ano, equivalente a 65 mil onças. A usina de beneficiamento tem capacidade anual de processamento de 1,5 milhão t de minério.

Os investimentos no projeto somaram R$ 130 milhões, entre pesquisas geológicas e obras de implantação. A empresa planeja investir numa produção futura de 100 mil onças a partir de 2012. "Acreditamos fortemente no potencial do Estado do Maranhão. Vamos investir cerca de US$ 16 milhões em 2011 em pesquisas entre as cidades maranhenses de Gurupi, na divisa com o Pará, e Turiaçu.

Esse trabalho envolve a prospecção de áreas com ocorrência de anomalias geofisicas, evidencias de lavra artesanal e analises geoquímicas do solo", detalha o vice presidente de Exploração da Luna Gold, Titus Haggan.

“Nas prospecções que temos realizado, usamos a sondagem com coroa, que é que é um tipo de sondagem altamente produtiva e segura", revela Haggan. A empresa possui uma área de 10 mil ha, dos quais, no momento, apenas 500 ha estão sendo trabalhados, o que representa pouco mais de 30% de sua capacidade. "Existem possibilidades de obtermos novas portarias, considerando os programas de pesquisas em andamento", comenta. A produção segue para uma indústria de refino em São Paulo e de lá, para o mercado externo.

Os países que mais importam ouro do Brasil são Reino Unido (45%), Suíça (32%), Emirados Árabes (12%), Estados Unidos (9%) e Canadá (2%). "No projeto Aurizona seguimos a risca toda a legislação ambiental brasileira referente à nossa atividade, trabalhando ainda para gerar resultados que vão além das exigências legais e que também contribuem com as comunidades", garante o vice presidente de Exploração da Luna Gold.

Para possibilitar o início da operação da mina, assegurar a segurança dos trabalhadores e evitar impactos ambientais severos, a empresa realizou estudos para assegurar a estabilidade dos taludes, da barragem de rejeitos e da pilha de estéril, com controle rígido para minimizar os riscos de erosão e deslizamentos.

Na região da reserva mineral de Aurizona, a mais ou menos 4 km, há cerca de 1.500 moradores, que vivem em 400 casas simples. A estrada de acesso e o fornecimento de energia na vila é recente, tanto quanto a empresa na região. 
Os moradores praticam agricultura e pesca de subsistência, além da caça de pequenos animais e aves. Há pequenas fazendas de gado. Na região não há serviço público de abastecimento de água nem de esgoto, muito menos coleta de lixo.
O município de Godofredo Viana tem 11.207 habitantes e mais de 70% da população é de baixa renda, segundo dados do perfil socioeconômico dos municípios da área de influência do projeto. O início de um projeto de mineração no local trouxe uma série de benefícios para a região. O mais expressivo é a geração de emprego para centenas de pessoas.

A grande maioria nunca havia tido emprego com carteira assinada. Atualmente, dos 850 empregados diretos da mina, 70% são dos trabalhadores dos municípios de Godofredo Viana, Luis Domingues e Cândido Mendes, próximos a área do projeto, que também gera cerca de 2.400 empregos indiretos.

Estudos feitos pela Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, do Ministério de Minas e Energia, mostram que o efeito multiplicador de empregos na mineração é de 1 para 13, ou seja, para cada posto de trabalho, são criadas outras 13 vagas de empregos diretos na cadeia produtiva, que é composta, basicamente, por empresas de transporte de produtos químicos, de produto acabado, prestadores de serviços de mão de obra e fornecedores de máquinas e equipamentos.

O relatório de sustentabilidade da mineradora demonstra o impacto positivo na região, como o aumento da renda per capita local e o incremento da receita municipal a partir do recolhimento de impostos. Segundo dados sobre o PIB per capita de Godofredo Viana, cada morador do município gera em média R$ 177 por mês. Ao considerar a média salarial dos trabalhadores provenientes da região de R$ 800/mês, pode-se perceber a contribuição socioeconômica da mineração para o município, uma vez que o pagamento de salário é quatro vezes maior que a média local.

O relatório também informa que os impostos pagos durante a fase de implantação de Aurizona totalizaram R$ 13,7 milhões, arrecadados entre 2008 e 2010. Soma-se a esse valor a quantia destinada ao INSS e FGTS , que totalizou R$ 3,77 milhões. Na operação, os impostos anuais somam R$ 12 milhões por ano.

Ao iniciar a fase de comercialização, 1% do faturamento líquido da empresa, segundo seu relatório de sustentabilidade, também passou a ser destinado à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), sendo que, desse valor, 65% deve ser direcionado ao município de Godofredo Viana, a ser revertido em prol do desenvolvimento da cidade.

Além dos empregos e impostos gerados, a Mineração Aurizona realizou em Godofredo Viana algumas ações sociais como a melhoria de estradas e acessos, reforma de escola e biblioteca municipal, construção de ambulatório médico, onde são feitos cerca de mil atendimentos por mês entre funcionários e a moradores da comunidade, de centro de lazer, quadra de esporte e salão de eventos, além de uma lavanderia comunitária (algumas mulheres lavavam roupas nos córregos próximos ao Distrito de Aurizona, onde fica a sede da empresa).

Segundo Titus Haggan, a relação entre a mineradora e a comunidade começou desde quando a empresa chegou na região. "Em 2009, oferecemos aos professores uma visita ao projeto, com explicações detalhadas sobre nossa atividade.

Esse foi o primeiro passo para mostrar nossa abertura e estabelecer uma parceria de diálogo e cooperação, que vem se intensificando desde então", relembra. "Compartilhamos com a comunidade alguns de nossos recursos. Na área da saúde, por exemplo, construímos um ambulatório, localizado fora das dependências da empresa, para consultas médicas e campanhas de vacinação, o qual é compartilhado com comunidade. Nossa ambulância também é utilizada para o transporte de pacientes, sejam eles funcionários da empresa ou moradores da Vila, até os hospitais de cidades próximas.

A exploração de ouro da Aurizona, em Godofredo Viana, teve início em 1988, com as primeiras pesquisas. Em 2007, a Luna Gold comprou das empresas Eldorado Gold e Brascan Recursos Naturais as ações que elas detinham da Aurizona, passando a deter os direitos de lavra sobre a jazida do Piaba, no distrito de Aurizona, no Maranhão.

A empresa fez um estudo de viabilidade, que comprovou que a mina era economicamente viável, e iniciou o processo de implantação. Por questões de mercado (crise econômica mundial, em 2008) o projeto chegou a ficar paralisado, e noninício de 2009, foi retomado.

Impacto positivo - O secretário de Indústria e Comércio do Estado do Maranhão, Maurício Macedo, que acompanha o andamento dos projetos de mineração, destaca o impacto positivo para a região: "A mineração industrial gera emprego e renda para os moradores. Para o Estado é um ganho também por ser uma atividade que passa a ser explorada de forma adequada por empresas industriais com alto padrão de tecnologia e segurança. Isso é um marco na história do Maranhão".

A industrialização do processo de extração de ouro, segundo o superintendente do DNPM no Maranhão, Jomar Feitosa, além de contribuir para o desenvolvimento do Estado, influenciando positivamente no IDH, emprega tecnologias modernas tanto para a produção quanto para a segurança e controle ambiental.

Mina em Gurupi - Na pequena cidade de Centro Novo do Maranhão fica o segundo projeto de ouro em solo maranhense. Trata-se do projeto Gurupi, que é conduzido por outra mineradora canadense, a Jaguar Mining.

A microrregião do Gurupi possui tradição de extração de ouro de forma rudimentar. O projeto Gurupi abrange a implantação de mina e planta de beneficiamento de ouro. O Estudo de Viabilidade do projeto foi concluído em janeiro de 2011 e os executivos da Jaguar Mining já anunciaram o início do projeto, em fase atual de detalhamento da engenharia para instalação.

A empresa prevê uma produção total de 2 milhões de onças de ouro, equivalente a aproximadamente 62 mil kg de ouro, durante a vida útil da mina, conforme dados atuais. Esse período estimado atualmente em 13 anos, podendo chegar a até 20 anos - baseado nos recursos geológicos ora em avaliação. O começo da operação comercial está previsto para o início de 2013. O investimento para a implantação do Projeto Gurupi está na casa de US$ 277 milhões.

A mineradora já solicitou, junto a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), do Estado do Maranhão, a Licença de Instalação (LI), que autoriza o início efetivo das obras de implantação da planta de mineração. A audiência pública para a implantação do projeto foi realizada no dia 16 de março. Cerca de 670 pessoas da cidade de Centro Novo do Maranhão e de municípios da região, além de autoridades municipal, estadual e federal estiveram presentes. A audiência também contou com a presença de entidades como Secretarias de Estado, dentre as quais a de Indústria e Comércio e Planejamento do Maranhão, Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), IBGE, IMESC e Federação dos Municípios do Estado do Maranhão.

Durante a audiência, foi apresentado o Estudo Ambiental do projeto, elaborado pela empresa Brandt Meio Ambiente. "Após a Audiência, aguardamos em torno de 30 dias para obtenção da Licença Prévia, a LP. Em seguida, com previsão de obtenção em cerca de 90 dias após a LP, deveremos receber a Licença de Instalação (LI). Ou seja, esperamos receber a licença de instalação até o julho", estima Adriano Nascimento, vice presidente da Jaguar Mining.

O projeto Gurupi irá gerar 1.000 empregos diretos durante a obra e mais 630 na fase de operação, sendo aproximadamente 450 empregos diretos e 180 indiretos. Considerando a geração de empregos pelo efeito renda (1 x 5) serão gerados 2.250 novos postos de trabalho inclusive indiretos. "Temos conseguido preencher 90% dos postos de trabalho com trabalhadores da região, graças à nossa política de capacitação e desenvolvimento. Na região de Centro Novo do Maranhão, esperamos uma participação inicial de 70% da mão de obra local nas obras de implantação", disse Adriano Nascimento.

Conforme o estudo de viabilidade, o projeto Gurupi tem reserva de ouro provável de 2.327.930 onças, com base em 63.756.700 toneladas com teor médio de 1,14 gramas por tonelada de ouro. Estes estudos foram coordenados pela empresa TechnoMine Service sediada em Salt Lake City, em Utah, nos Estados Unidos.

Para auditoria independente de validação do estudo, a Jaguar contratou a SRK Consulting, também dos Estados Unidos. A previsão é de que as atividades de implantação do projeto tenham início no terceiro trimestre de 2011. A produção total esperada em um ano é de 4.600 kg de ouro. Com relação aos encargos sociais gerados com o investimento, a expectativa gira em torno de R$ 15 milhões por ano e R$ 5,5 milhões de ISS durante a obra.

Enquanto aguarda a emissão da LI (licença de instalação), a Jaguar Mining dá andamento na preparação da comunidade local e já planeja realizar um programa de sondagem em duas etapas, sendo a primeira de 30.000 m em alvos em estreita proximidade com os depósitos identificados no estudo de viabilidade atual.

Após a conclusão deste trabalho, a empresa irá optar entre a extensão da vida útil do projeto e/ou a expansão da produção, conforme descrito no estudo de viabilidade concluído recentemente. "O objetivo desta campanha de sondagem é o de converter recursos inferidos em indicados nas proximidades das cavas projetadas (pits), tanto no depósito denominado Cipoeiro quanto no depósito de Chega Tudo, bem como, aumentar o recurso mineral nas extensões de Chega Tudo", explicou o vice presidente da Jaguar.

Embora ainda faltem estudos mais conclusivos, os executivos da Jaguar estão bastante otimistas com relação às perspectivas de produção mineral no Maranhão. Por meio de um comentário sobre as realizações da empresa no mundo, publicado no site global da empresa, o presidente da mineradora, Daniel Titcomb, declarou: "Os novos estudos de viabilidade do projeto Gurupi demonstram claramente o valor do empreendimento. Continuamos a avançar o projeto inicial dentro do cronograma e com a continuação da perfuração em outras zonas mineralizadas, identificadas perto das áreas inicialmente planejadas. Acreditamos na existência de um potencial adicional", entregou o executivo.

Para a operação da mina, a mineradora prevê a incorporação de tecnologias alternativas, que oferecem vantagens potenciais sobre os tradicionais métodos de beneficiamento. A intenção é reduzir custos operacionais e aumentar o potencial de retorno econômico do projeto. Os estudos de viabilidade do projeto apontaram para um payback de 3,4 anos."Muitas tecnologias novas vêm sendo aplicadas na indústria da mineração de uma forma geral, e no caso específico do Projeto Gurupi, destaca-se o processo de redução de massa, que visa ganhos financeiros, otimização no processo de deposição de rejeitos, melhor reaproveitamento de água industrial e maior eficácia nos processo de controle ambiental", explica Adriano.

A Jaguar Mining, no Brasil, é controladora das empresas: Mineração Serras do Oeste Ltda (MSOL), Mineração Turmalina Ltda (MTL) e a MCT Mineração Ltda.

Potencial de ouro do Maranhão - Na opinião dos executivos da Jaguar Mining, os Estados do Maranhão e Pará, apresentam possibilidade de novas ocorrências minerais, porém, ainda há pouco conhecimento das regiões, motivo pelo qual, a empresa vem investindo em pesquisas.

Os executivos revelaram que já existem indícios deste potencial, porém, ainda precisam ser confirmados por meio de estudos mais conclusivos. Os executivos da Luna Gold concordam a avaliação. "Estamos investindo em prospecção mineral. A geologia do Maranhão é muito similar à região do oeste da África, o que já é um indício de que pode haver depósitos de boa qualidade. Porém, essas pesquisas ainda não estão maduras o suficiente", declara o vice presidente da Luna Gold, Titus Haggan, complementando, ainda, que "as pesquisas envolvem várias etapas como campanhas de análise geofísica terrestre, sondagem rasa do solo com uso de trado, abertura de trincheiras e outras técnicas de mapeamento do teor de ouro em profundidade", detalha.

Além da Jaguar Mining e da Luna Gold Corporation, outra empresa canadense também tem feito estudos no mesmo território: a Kinross Gold Corporation, atualmente uma das maiores produtoras de ouro do mundo. A unidade brasileira da Kinross corresponde a 20% da produção mundial da empresa. Dado interessante é que as propriedades minerais, que permitiram os estudos de prospecção e viabilidade do projeto Gurupi, em Centro Novo do Maranhão, pela Jaguar, já foram da Kinross.

Por questões de mercado a Kinross decidiu vender à Jaguar o direito das propriedades minerais na área do projeto Gurupi. O negócio foi fechado em US$ 39 milhões. O gerente geral de Exploração Mineral da Kinross, Paulo Guimarães, afirmou que a reserva no Maranhão é significativa e de boa qualidade. Ele revelou que mesmo depois de ter vendido o direito de exploração da região do Gurupi, a empresa mantém projetos de exploração em fase incipiente.

Para ele, o Maranhão e o Pará têm geologia favorável à ocorrência de ouro. "Caso o nosso grupo de pesquisa (exploração), identifique novas oportunidades nos mesmos, certamente serão consideradas futuramente", completou Paulo Guimarães.

Em função dos resultados favoráveis nos estudos na região, a Jaguar poderá optar entre aumentar a taxa de produção do projeto e/ou aumentar a vida útil do empreendimento aprovado. A base é, em parte, ligada a um estudo realizado pela SRK Global, que completou recentemente uma avaliação independente do projeto de Gurupi. A equipe de especialistas da SRK observou uma área significativa da mineralização de ouro em área potencial não indicada no projeto mineral atual.

Após uma visita da equipe da Jaguar Mining e da SRK ao campo, observou-se que o banco de dados de sondagem de uma área vizinha à cava projetada em Chega Tudo, não havia sido incluído nos cálculos originais para a estimativa dos recursos minerais. Foi unânime a conclusão de que a densidade e confiabilidade dos dados permitiriam a adição de recursos após a interpretação dos mesmos.

A SRK procedeu tais estudos e concluiu pela existência de mais 13,5 milhões t com teor de 0,81g/t, representando aproximadamente 352 mil onças inferidas. A estimativa é que o custo total deste programa adicional chegue à marca de aproximadamente R$ 13 milhões. "Para a fase inicial de pesquisa complementar com a execução de 30 mil mm de sondagem, estima-se um gasto aproximado de R$6 milhões. Também está previsto prosseguir com um trabalho de geologia regional em outros alvos já conhecidos, com a execução de mais 30 mil m de sondagem, além de Geoquímica de Solo e Geofísica, requerendo investimento de mais R$ 7 milhões. Portanto, o investimento nas pesquisas em curso totalizam R$13 milhões para um período de 30 meses", detalha o vice presidente da empresa.

Ao todo, a empresa Jaguar está investindo em pesquisas minerais em uma área de 20 mil hectares para exploração de ouro. O projeto total está estimado em torno de US$ 277 milhões, mas ainda está em fase de prospecção. A empresa possui várias áreas com direito de pesquisa no Estado do Maranhão que totalizam aproximadamente 160 mil hectares.

Mapa da Mineração no Maranhão - A Secretaria de Estado de Minas e Energia (Seme), em parceria com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), anunciou que pretende fazer um mapeamento geológico do Maranhão, pois muito pouco se sabe sobre o real potencial do Estado.

O último estudo feito pelo Serviço Geológico do Brasil - CPRM no Maranhão é de 2008 e se restringe apenas ao município de Cândido Mendes. A idéia é fazer estudos por todo o território maranhense. A secretaria também planeja instalar no Maranhão um escritório do Serviço Geológico do Brasil, o que deve gerar informações importantes para investidores nacionais e internacionais.

O trabalho será realizado pela Seme e terá apoio do Governo Federal e do Ministério de Minas e Energia.

Fonte: Minérios e Minerales, edição 332.

Data: Julho de 2011

Link original: http://www.adimb.com.br - Matéria de 26 de agosto de 2011. O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem.

Não haverá 3ª Guerra Mundial.

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Para Hassan el-Banna, o mundo muçulmano tem sido corrompido pelo mundo moderno e pela decadência ocidental desde a queda do Califado otomano (tratado de Sévres, 1923). Para regressar à «Idade de Ouro», ele criou uma sociedade secreta, os Irmãos Muçulmanos, cujo único objectivo é a restauração do Califado através da Jiade. Em dezembro de 2010, apoiada pelo Catar e pela CIA, a Irmandade lança a «Primavera Árabe» e tenta apoderar-se do poder na Tunísia, no Egipto, na Líbia e na Síria. Após ter dado, durante um ano, a sensação de mudança ás multidões, os Irmãos de repente recuaram em todos os Estados. Alguns deles tentam então o tudo por tudo e proclamam o Califado na Síria e no Iraque.














Os falcões liberais e os neo-conservadores não conseguiram provocar o confronto com a Rússia para o qual eles tinham sido preparados durante a Guerra Fria. 
Definitivamente prevaleceu a voz da razão. 
Enquanto se negocia discretamente uma saída para a crise ucraniana, a Rússia e a China aprestam-se a convencer os Estados Unidos e seus aliados a participar numa aliança global contra o terrorismo islâmico. Após 5 anos de tensão, o projeto de tomada de poder pelos Irmãos Muçulmanos —a «Primavera Árabe»— e de proclamação de um califado esboroa-se, a paz está salva.
Numa semana todos os líderes ocidentais, um após o outro, renunciaram ao objetivo que perseguem colectivamente desde há 5 anos: derrubar a República Árabe da Síria e o seu presidente democraticamente eleito, Bashar al-Assad.
É-se forçado a constatar que tudo muda após a assinatura do Acordo 5+1 com o Irão, isto não acontece simplesmente por causa da vontade do Guia da Revolução, ou a do Presidente Putin, mas, sim, porque elas são também coordenadas com a da Casa Branca.
No decurso do primeiro semestre de 2012, os Estados Unidos e a Rússia tinham constatado a inépcia do projecto de tomada de poder pela Irmandade Muçulmana —a «Primavera Árabe»— e imaginaram uma nova partilha do «Próximo-Oriente Alargado», que eles haviam começado a materializar com a conferência de Genebra. Mas o Presidente Obama mostrou-se incapaz de honrar sua palavra. Uma semana mais tarde, François Hollande apelava aos «Amigos da Síria» para relançar a guerra, em seguida Kofi Annan demitia-se, com estrondo, das suas funções de mediador, enquanto a França, o Catar, a Jordânia e Israel lançavam a «Operação Vulcão de Damasco» e assassinavam os chefes do Conselho de Segurança Nacional da Síria.
Numa análise rápida, parecia que a secretária de Estado, Hillary Clinton, o director da CIA, David Petraeus, e o novo Director de Assuntos Políticos na Onu, Jeffrey Feltman, manejavam os cordelinhos desde o início. Foi preciso esperar pelo fim da campanha eleitoral norte-americana e pela reeleição de Barack Obama, para que ele conseguisse travar —no sentido policial do termo— o general Petraeus e despedir Hillary Clinton. Feltman, quanto a ele, mantinha-se na sombra e prosseguia a sabotagem da política da Casa Branca, assegurando a uns e outros, através dos seus subalternos Lakhdar Brahimi e Staffan de Mistura, que a República seria vencida, e que ela seria forçada, mais cedo ou mais tarde, a uma rendição total e incondicional.
A política de Obama (apaziguamento com a Rússia e báscula das tropas dos E.U. para o Extremo Oriente) foi brutalmente reduzida a nada pelo êxito da «revolução colorida» na Ucrânia, em novembro de 2013. Esta operação, que concluía o processo de destruição da Ucrânia e de isolamento da Rússia, começou a partir do colapso da URSS e foi desencadeada à revelia da Casa Branca. Os Estados Unidos preparam as suas operações secretas com anos de antecedência e desencadeiam-nas apenas quando sentem a oportunidade política para isso. Desta vez, alguém deu a ordem sem a referir ao Conselho de Segurança Nacional dos EUA. O resultado foi uma crise sem precedentes, a independência da Crimeia que recusou o golpe, a sua ligação à Federação da Rússia, a revolta do Donbass e de Lugansk, as sanções ocidentais contra Moscovo(Moscou-br) e as sanções de retorno da Rússia contra o Ocidente. Em suma, a interrupção de todas as relações Leste-Oeste.
Estranhamente, o Presidente Obama parecia aceitar a imposição pelos seus «falcões» de uma política que ele não havia escolhido. No entanto, ele prosseguia em segredo as negociações que havia iniciado com o Irão, no principio do seu segundo mandato. Com as coisas arrastando-se no tempo, foi preciso esperar até julho de 2015 para chegar a um acordo [1].
Desde esta data, assistimos a um degelo entre Washington e Moscovo, a uma solução para a crise ucraniana —o acordos Minsk II começam a ter um início de aplicação quando a Rússia assinou, a 26 de setembro, um acordo de fornecimento de gás à Ucrânia— e a uma reviravolta política no Próximo-Oriente. Nós estamos agora, de facto, na posição onde estávamos a 30 de junho de 2012, aquando do Comunicado de Genebra.
Salvo que, durante estes três anos, a Síria foi largamente destruída e perdeu mais de 200.000 almas, os Irmãos Muçulmanos declararam o Califado pelo qual eles conduzem a Jiade desde 1928, e, agora a sua ambição ameaça toda região.
De qualquer forma, a Resistência do Povo sírio e dos seus aliados –nomeadamente o Hezbolla— e a determinação do Irão e da Rússia deram ao Presidente Obama o tempo para se tornar mestre em sua própria casa. O antigo braço direito de David Petraeus, o general John Allen, que havia conseguido escapar à purga de novembro de 2012, acaba de ser despedido. Ele comandava a Coligação «anti»-Daesh. E os documentos de trabalho de Jeffrey Feltman circulam entre os membros do Conselho de Segurança.
Homens corajosos e sábios evitaram que este conflito artificial, a «Primavera Árabe», degenerasse na Terceira Guerra Mundial.
A reter: 
- A «Primavera Árabe» visava colocar os Irmãos Muçulmanos no poder no mundo árabe. Reagindo ao seu falhanço, certos Irmãos proclamaram o Califado através do Daesh.
- Os falcões liberais e os neo-conservadores querem provocar a guerra contra a Rússia. Para isso, eles apoiaram a «Primavera Árabe», e opuseram-se ulteriormente à paz na Síria, depois organizaram a revolução colorida na Ucrânia, antes de apoiar o Daesh no Iraque e na Síria.
- O presidente Obama terá tido necessidade de três anos para fazer a limpeza na sua administração —e, ele ainda não a acabou—.
- Existe um acordo entre Barack Obama, Vladimir Putin e o aiatola Ali Khameneï para restabelecer a paz no Próximo-Oriente.
Tradução 



Guerra da Síria. O Exército russo afirma a sua superioridade em guerra convencional

Matéria de Thierry Meyssan. Tradução de Alva com revisão de Ricardo Cavalcanti-Schiel publicada no Portal GGN e no Blog do Alok.
       
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Foto - http://www.voltairenet.org/article189053.html
A intervenção militar de Moscou na Síria não apenas revirou a situação militar no terreno e semeou o pânico entre os jihadistas. Ela vem mostrando ao resto do mundo, em situação de guerra real, a atual capacidade das forças armadas russas. Para surpresa geral, elas dispõem de um sistema de interferência capaz de deixar a OTAN surda e cega. A despeito de ter um orçamento muito superior, os Estados Unidos acabam de perder a sua supremacia militar.

A intervenção militar russa na Síria, que poderia ser uma aposta arriscada para Moscou diante dos jihadistas, transformou-se numa manifestação de poderio que transtorna o equilíbrio estratégico mundial [1]. Concebida inicialmente para isolar os grupos armados apoiados por Estados que violam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU a esse propósito, para em seguida destruí-los, a operação foi conduzida de modo a cegar o conjunto dos atores ocidentais e seus aliados.

Estupefato, o Pentágono está dividido entre os que tentam minimizar os fatos, tentando encontrar uma falha no dispositivo russo, e aqueles que, pelo contrário, consideram que os Estados Unidos perderam a sua superioridade em matéria de guerra convencional, e que serão necessários muitos anos para recuperá-la [2].

Há que se lembrar que em 2008, quando da guerra da Ossétia do Sul, mesmo que as forças russas tenham sido capazes de repelir o ataque georgiano, acabaram mostrando ao mundo o estado deplorável do seu equipamento. Ainda há dez dias atrás, o antigo secretário da Defesa, Robert Gates, e a ex-conselheira de Segurança Nacional, Condoleezza Rice, falavam do exército russo como uma força de "segundo nível" [3].

Como é que, então, a Federação da Rússia conseguiu reconstruir a sua indústria de defesa para conceber e produzir armas da mais alta tecnologia, sem que o Pentágono percebesse a amplitude do fenômeno, deixando-se ficar para trás? Os russos utilizaram todas as suas novas armas na Síria, ou ainda dispõem de outras maravilhas de reserva? [4]

O mal-estar é tão grande em Washington que a Casa Branca acaba de cancelar a visita oficial do Primeiro Ministro Dmitry Medvedev e de uma delegação do Estado-Maior russo. A decisão foi tomada após uma visita idêntica de uma delegação militar russa à Turquia. É inútil discutir as operações na Síria quando o Pentágono não sabe mais o que acontece lá. Furiosos, os "falcões liberais" e os neo-conservadores exigem a retomada de um orçamento militar arrojado e obtêm a suspensão da retirada das tropas do Afeganistão.

Da forma mais estranha que se possa considerar, os analistas da OTAN, que assistem à ultrapassagem do poder militar dos EUA, denunciam o perigo de um imperialismo russo [5]. Mas no fim das contas, a Rússia não está fazendo outra coisa que salvar o povo sírio, ao mesmo tempo em que propõe a outros Estados trabalhar em cooperação com ela, enquanto os Estados Unidos, enquanto detinham a supremacia militar, apenas impunham o seu sistema econômico e destruíam vários Estados.

É forçoso constatar que as declarações incertas de Washington durante o deslocamento russo, antes da ofensiva, não devem ser interpretadas como uma adaptação política lenta da retórica oficial, mas sim, pelo que elas realmente expressam: o Pentágono desconhecia o que se passava no terreno. Ele se tornara surdo e cego.

Um sistema de interferência generalizado

Sabe-se, desde o incidente do USS Donald Cook no mar Negro, em 12 abril de 2014, que a Força Aérea russa dispõe de uma arma [o sistema de guerra eletrônica Khibiny (L-175V)] que lhe permite interferir em todos os radares, circuitos de controle, sistemas de transmissão de informação etc. [6]. Desde o início do deslocamento militar, a Rússia instalou um centro de interferência em Hmeymim, ao norte de Latakia.

Subitamente, o incidente do USS Donald Cook repetiu-se, mas, desta vez, num perímetro de 300 km; incluindo a base da Otan em Incirlik (Turquia). E ainda persiste. Tendo o evento ocorrido durante uma tempestade de areia de intensidade histórica, o Pentágono acreditou a princípio que os seus instrumentos de vigilância haviam sido afetados, antes de constatar que eles tinham sido deliberadamente neutralizados. Todos alvo de interferência eletrônica.

Ora, a moderna guerra convencional se assenta no "C4i", uma sigla que corresponde aos termos em inglês: "command" (comando), "control" (controle), "communications" (comunicações), "computers" (computadores) e "intelligence" (inteligência). Os satélites, aviões e drones, navios e submarinos, blindados, e agora até mesmo os combatentes, estão ligados uns aos outros por comunicações permanentes, que permitem aos estados-maiores comandar as batalhas. É todo este conjunto, o sistema nervoso da Otan, que está agora eletronicamente empastelado na Síria e numa parte da Turquia.

Segundo o perito romeno Valentin Vasilescu, a Rússia teria instalado vários Krasukha-4, teria equipado os seus aviões de aparelhos de guerra electrónica [KNIRTI] SAP / SPS-171 (como o avião que sobrevoou o USS Donald Cook), e os seus helicópteros Richag -AV. Além disso, usaria o navio-espião Priazovye (da classe Projecto 864, Vishnya na nomenclatura da Otan), no Mediterrâneo [7].

Parece que a Rússia assumiu o compromisso de não perturbar as comunicações de Israel  domínio de proteção norte-americano , de modo que se absteve de implantar o seu sistema de interferência no sul da Síria.

Na realidade, as aeronaves russas chegaram a dar-se ao luxo de violar repetidamente o espaço aéreo turco. Não para medir o tempo de reação da sua Força Aérea, mas para verificar a eficácia da interferência eletrônica nessa zona, de modo a poder vigiar as instalações colocadas à disposição dos jihadistas na Turquia.

Por fim, a Rússia utilizou várias novas armas, como os 26 mísseis de cruzeiro furtivos 3M-14T Kaliber-NK, equivalentes aos RGM/UGM-109E Tomahawk [8] . Disparados a partir da Frota do Mar Cáspio  o que não tinha nenhum fundamento militar , eles atingiram e destruíram 11 alvos situados a 1.500 km de distância, na zona não interferida  de maneira que a Otan pudesse apreciar o desempenho. Estes mísseis sobrevoaram o Irã e o Iraque, a uma altitude variável de 50 a 100 metros, segundo o terreno, passando a quatro quilómetros de um drone norte-americano. Nenhum se perdeu, ao contrário dos americanos cujos erros se situam entre os 5 e os 10%, segundo os modelos [9].

De passagem, estes disparos demonstraram a inutilidade das despesas faraônicas do "escudo anti-mísseis" construído pelo Pentágono em torno da Rússia — mesmo que fosse oficialmente justificado como dirigido contra os lançadores iranianos.

Sabendo que estes mísseis podem ser disparados a partir de submarinos, localizados em qualquer ponto dos oceanos, e que eles podem transportar ogivas nucleares, os russos recuperam o seu atraso em termos de lançadores.

Em última análise, a Federação Russa, em caso de confrontação nuclear, seria destruída pelos Estados Unidos — e vice-versa — , mas sairia vencedora em caso de guerra convencional.

Apenas os russos e os sírios estão em condições de avaliar a situação no terreno. Todos os comentários militares vindos de outras fontes, aqui incluídos os jihadistas, são infundados, porque só a Rússia e a Síria têm agora uma visão completa do terreno. Ora, Moscou e Damasco querem tirar o máximo de proveito da sua vantagem, e mantêm, dessa forma, o conveniente sigilo sobre as suas operações.

Dos poucos comunicados públicos, e confidências de oficiais, pode-se concluir que pelo menos 5.000 jihadistas foram mortos, entre os quais numerosos chefes da Ahrar al-Sham, da al-Qaida e do Emirado Islâmico. Pelo menos 10.000 mercenários fugiram para a Turquia, Iraque e Jordânia. O Exército Árabe Sírio e o Hezbolla reconquistaram o terreno sem esperar pelos anunciados reforços iranianos.

A campanha de bombardeios deverá terminar no Natal ortodoxo. A questão que se colocará então será a de saber se a Rússia estará autorizada, ou não, a terminar o trabalho, perseguindo os jihadistas que se refugiam na Turquia, no Iraque e na Jordânia. Se assim não for, a Síria estará salva, mas o problema não terá sido resolvido por completo. Os Irmãos Muçulmanos não deixariam de procurar uma revanche, e os Estados Unidos de os utilizar, de novo, contra outros alvos.


[1] “Russian Military Uses Syria as Proving Ground, and West Takes Notice”, Steven Lee Myers & Eric Schmitt, The New York Times, October 14, 2015.
[2] “Top NATO general: Russians starting to build air defense bubble over Syria”, Thomas Gibbons-Neff, The Washington Post, September 29, 2015.
[3] “How America can counter Putin’s moves in Syria”, by Condoleezza Rice, Robert M. Gates,Washington Post (United States), Voltaire Network, 8 October 2015.
[4] O único estudo disponível está bem abaixo da realidade : Russia’s quiet military revolution and what it means for Europe, Gustav Gressel, European Council on Foreign Relations, October 2015.
[5] «Russisches Syrien-Abenteuer: Das Ende der alten Weltordnung», Matthias Schepp, Der Spiegel, 10. Oktober 2015.
[6] “O que é o que assustou o navio de guerra americano no Mar Negro?”, Tradução Alva, Rede Voltaire, 21 de Setembro de 2014.
[8] “KALIBRating the foe: strategic implications of the Russian cruise missiles’ launch”, by Vladimir Kozin, Oriental Review (Russia), Voltaire Network, 14 October 2015.
[9] Após ter anunciado o contrário, os Estados Unidos tiveram que admitir os fatos : “First on CNN: U.S. officials say Russian missiles heading for Syria landed in Iran”, Barbara Starr & Jeremy Diamond, CNN, October 8, 2015. “Moscow rejects CNN’s report on Russian missile landing in Iran”, IRNA, October 8, 2015. “Daily Press Briefing”, John Kirby, US State Department, October 8, 2015. “Пентагон не комментирует сообщения о якобы упавших в Иране ракетах РФ”, RIA-Novosti, October 8, 2015.

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