quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Como a Bulgária forneceu drogas e armas à Al-Qaida e ao Daesh.



 DAMASCO (SÍRIA), EM.

Chefe de um de dois cartéis mafiosos búlgaros, a SIC, Boïko Borissov chegou a Primeiro-ministro. Ao mesmo tempo que o seu país é membro da Otan e da União Europeia, ele fornecia drogas e armas à al-Qaida e ao Daesh, na Líbia e na Síria.
Parece que tudo começou por acaso. Durante trinta anos, a fenetilina foi usada como dopante nos meios desportivos da Alemanha Ocidental. Segundo o treinador Peter Neururer mais da metade dos jogadores tomavam-na regularmente [1]. Traficantes búlgaros viram aí uma oportunidade. No período entre a dissolução da União Soviética e a entrada na União Europeia eles começaram a produzi-la e a exportar ilegalmente para a Alemanha, sob o nome de Captagon.
Dois grupos mafiosos assumiram uma feroz concorrência, o Vasil Iliev Security (VIS) e a Security Insurance Company (SIC), da qual dependia o karateca Boyko Borisov. Este atleta de alto nível, professor na Academia de Polícia, criou uma empresa de proteção de VIPs e tornou-se o guarda-costas tanto do antigo presidente pró-soviético Todor Zhivkov, como do pró-americano Simeão II de Saxe-Cobourg-Gotha. Quando este último se tornou Primeiro-ministro, Borisov foi nomeado director-chefe do Ministério do Interior, e, depois foi eleito presidente da câmara (prefeito-br) de Sofia.
Em 2006, o embaixador dos E.U. na Bulgária (e futuro embaixador na Rússia), John Beyrle, retrata-o num telegrama confidencial revelado pelo Wikileaks. Apresenta-o como ligado a dois grandes chefes mafiosos, Mladen Mihalev (dito «Madzho») e Roumen Nikolov (dito «Pacha») [2], os fundadores da SIC.
Em 2007, a fazer fé num relatório elaborado por uma grande empresa suíça, a US Congressional Quarterly garante que ele tinha abafado numerosas investigações no Ministério do Interior e estava, ele próprio, envolvido em 28 assassinatos mafiosos. Ele teria se tornado parceiro de John E. McLaughlin, o diretor-adjunto da CIA. Ele teria instalado na Bulgária uma prisão secreta da “Agência”, e teria ajudado a providenciar uma base militar, no quadro do projeto de ataque ao Irã, acrescentava o jornal [3].
Em 2008, o especialista alemão sobre o crime organizado, Jürgen Roth, qualifica Boïko Borisov de «Al Capone búlgaro» [4].
Tendo-se tornado Primeiro-ministro, e quando o seu país era já um membro da Otan e da UE, ele foi solicitado pela “Agência” (Cia-ndT) para ajudar na guerra secreta contra Muammar el-Qaddafi. Boyko Borisov forneceu Captagon, fabricado pela SIC, aos jiadistas da al-Qaida na Líbia. A CIA tornou esta droga sintética mais atraente e mais eficiente misturando-o com uma droga natural, o haxixe, o que permite manipular os combatentes mais facilmente e torná-los mais temíveis, na linha dos trabalhos de Bernard Lewis [5]. Logo depois, Borisov estendeu o seu negócio à Síria.
Mas, o mais importante veio quando a CIA, utilizando as particularidades de um antigo Estado-membro do Pacto de Varsóvia que havia aderido à Otan, lhe comprou, por 500 milhões de dólares, armamento de tipo soviético e o transportou para a Síria. Tratando-se, sobretudo, de 18.800 lança-granadas anti-tanque portáveis e de 700 sistemas de mísseis anti-tanque Konkurs.
Ora, quando o Hezbollá enviou uma equipe à Bulgária para se informar sobre esse tráfico um autocarro (ônibus de -br) de turistas israelitas foi alvo de um atentado em Burgas, causando 32 feridos. Imediatamente, Benjamin Netanyahu e Boyko Borisov acusaram a Resistência libanesa, enquanto a imprensa (mídia-br) atlantista difundia inúmeras imputações sobre o suposto kamikaze do Hezbollah. 
No fim, a médico-legista, a Dr.ª Galina Mileva, observou que o seu cadáver não correspondia ás descrições de testemunhas; um responsável da contra-espionagem, o coronel Lubomir Dimitrov, salientou que não se tratava de um suicida, mas de um simples portador, e que a bomba havia sido accionada à distância, provavelmente sem o seu conhecimento; enquanto a imprensa acusava dois árabes, de nacionalidade canadiana e australiana, a Sofia News Agency acrescentou um cúmplice norte-americano, conhecido sob o pseudônimo de David Jefferson. De tal modo que, quando a União Europeia se apropriou do caso para classificar o Hezbollah como «organização terrorista», o ministro dos Negócios Estrangeiros do curto período em que Borissov foi excluído do poder executivo, Kristian Vigenine, sublinhou que, na realidade, nada permitia ligar o atentado à Resistência libanesa [6].
A partir do fim de 2014, a CIA parou as suas encomendas e foi substituída pela Arábia Saudita, que pode assim comprar, não mais armas de tipo soviético, mas, sim material da Otan, como mísseis anti-tanque guiado-a-fios BGM-71 TOW. Rapidamente Riade foi apoiada pelos Emirados Árabes Unidos [7]. 
Os dois estados do Golfo asseguraram, eles próprios, o fornecimento à al-Qaida e ao Daesh, via companhias Saudi Arabian Cargo e Etihad Cargo, quer em Tabuk, na fronteira saudo-jordana, ou na base franco-americana-emirati de Al-Dhafra.
Em junho de 2014, a CIA adiciona mais uma etapa. Tratava-se, desta vez, de interditar a Bulgária de deixar passar pelo seu território o gasoduto russo South Stream, que poderia abastecer a Europa Ocidental [8]. 
Esta decisão, que privou a Bulgária de receitas muito importantes, permite por um lado abrandar o crescimento da União Europeia, conforme o plano Wolfowitz [9]; por outro lado aplicar as sanções europeias contra a Rússia, decididas sob o pretexto da crise ucraniana; em seguida, desenvolver a extracção de gás de xisto na Europa de Leste [10], por fim manter o objectivo de derrubar a República árabe síria, possível futuro grande exportador de gaz [11].
Segundo as últimas informações, a Bulgária — Estado-membro da Otan e da U.E.— persiste em fornecer ilegalmente drogas e armas à al-Qaida e ao Daesh, apesar da recente resolução 2253 adotada, por unanimidade, pelo Conselho de Segurança da ONU.
Tradução - Alva.

[1] „Doping war im Fußball gang und gäbe“ («Doping nos subornos e na engrenagem do Futebol»- ndT), Frankfürter Allgemeine Zeitung, 13 juin 2007.

[2] “Bulgaria’s most popular politician: great hopes, murky ties” («O político mais popular da Bulgária : grandes esperanças, laços escuros»- ndT), John Beyrle, May 9, 2006.

[3] “Bush’s Bulgarian Partner in the Terror War Has Mob History, Investigators Say” («Parceiro Búlgaro de Bush na Guerra ao Terror tem História de Mafioso, Dizem Investigadores»- ndT), Jeff Stein, U.S. Congressional Quarterly, May 2007.

[4Die neuen Dämonen («Os novos Demónios»- ndT), Jürgen Roth, 2008.

[5The Assassins: A Radical Sect in Islam («Os Assassinos : Uma Seita Radical no Islão»- ndT), Bernard Lewis, Weidenfeld & Nicolson, 1967.

[6] « La Bulgarie ne tient pas le Hezbollah responsable de l’attentat de Burgas » («A Bulgária não considera o Hezbolla responsável pelo atentado de Burgas»- ndT), Réseau Voltaire, 7 juin 2013.

[7] « Mise à jour d’une nouvelle filière de trafic d’armes pour les jihadistes» («Revelação de uma nova fonte de tráfico de armas para os jiadistas»- ndT, par Valentin Vasilescu, Traduction Avic, Réseau Voltaire, 24 décembre 2015.

[8] « Le sabotage du gazoduc South Stream », par Manlio Dinucci, Tommaso di Francesco, Traduction Marie-Ange Patrizio, Il Manifesto(Italie), Réseau Voltaire, 10 juin 2014.

[9] « US Strategy Plan Calls For Insuring No Rivals Develop » («Planos de Estratégia dos E.U. Requerem Não Desenvolvimento de Rivais»- ndT) and « Excerpts from Pentagon’s Plan : "Prevent the Re-Emergence of a New Rival" » («Excertos de Plano do Pentágono : “Prevenir a Re-Emergência de um Novo Rival”»- ndT), Patrick E. Tyler, New York Times, March 8, 1992. « Keeping the US First, Pentagon Would preclude a Rival Superpower », («Mantendo os E:U. em Primeiro, Pentágono Impedirá um Superpoder Rival»- ndT), Barton Gellman, The Washington Post, March 11, 1992.

[10] « South Stream bloqué, la "claque" des États-Unis à l’Union européenne » («South Stream bloqueado, a claque dos Estados Unidos na União Europeia»- ndT), par Manlio Dinucci, Traduction Marie-Ange Patrizio, Il Manifesto (Italie), Réseau Voltaire, 5 décembre 2014.

[11] « La Syrie, centre de la guerre du gaz au Proche-Orient » («A Síria, centro da guerra do gaz no Próximo-Oriente»- ndT), par Imad Fawzi Shueibi, Réseau Voltaire, 8 mai 2012.

Link original: http://www.voltairenet.org/article189800.html

O Partido dos Trabalhadores teve no ano de 2015, o mais difícil de sua história. Porém em vez de diminuir o Número de Filiados, o PT Cresceu....

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No ano mais difícil de sua historia o PT em vez de encolher como apontavam as previsões, aumentou o número de militantes filiados em 2015.
Na maior crise enfrentada desde sua fundação há 35 anos o partido registrou a saída de 18 mil filiados, mas recebeu 46 mil novas pessoas para suas fileiras, de acordo com dados do Sistema de Filiados (SisFil) do PT.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o saldo foi menor - em vez de 28 mil militantes a mais, houve um acréscimo de 3,783 mil, sem contar as mudanças de dezembro, ainda não registradas.



quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Maranhão. Chamada Geral - LEVANTE DA CIDADANIA!!!

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Dia 08/01/2016, militantes sociais, sob a coordenação dos Fóruns e Redes de Defesa dos Direitos da Cidadania, marcharão pelas ruas de São Luís para:

- exigir apuração, pela PF/CGU/MPF, das inúmeras obras abandonadas, inacabadas ou que nem saíram do papel, espelhadas pelo Maranhão inteiro, recursos oriundos da União;

- Cobrar do Incra/MA celeridade na regularização dos assentamentos;

Pela manhã, o compromisso é cobrar, exigir, pressionar. ocupar as ruas e avenidas para mostrar que direito é um processo de conquista permanente.

Na parte da tarde, os militantes participarão do lançamento da "Frente Povo Sem Medo", mobilização nacional dos movimentos sociais contra o golpe e contra o ajuste fiscal, mais direitos, mais avanços sociais, mais democracia direta e participativa.

Na parte da noite, a programação política partidária do PSOL, no Sindicato dos Bancários.

Caravanas que já confirmaram presença: São Bernardo, Santa Quitéria, Belágua, Urbano Santos, Vargem Grande, Presidente Vargas, Primeira Cruz, Humberto de Campos, Santa Rita, Anajatuba, Cantanhede, São Mateus, Trizidela do Vale, Lago dos Rodrigues, Igarapé do Meio, Santa Luzia, Zé Doca. 

Participe!!!

Vamos mostrar nas ruas que só a organização do povo pode mudar os rumos dessa história.

Povo sempre no comando!!!

Com o povo nas ruas
nós vamos ganhar.
Quando a luta é justa
jamais recuar!!!

Fóruns e Redes de Defesa dos Direitos da Cidadania do Maranhão 

Divulguem.....

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Fim dos "Autos de Resistência" e "Resistência seguida de Morte" nos boletins policias é o que determina a Resolução Conjunta publicada hoje pelo Conselho Superior de Polícia e pelo Conselho Nacional dos Chefes da Polícia Civil.

Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil.

Uma resolução conjunta do Conselho Superior de Polícia, órgão da Polícia Federal, e do Conselho Nacional dos Chefes da Polícia Civil publicada hoje (4) no Diário Oficial da União aboliu o uso dos termos "auto de resistência" e "resistência seguida de morte" nos boletins de ocorrência e inquéritos policiais em todo o território nacional.

A medida, aprovada em 13 de outubro de 2015, mas com vigência somente a partir da publicação no DOU, promove a uniformização dos procedimentos internos das polícias judiciárias federal e civis dos estados nos casos de lesão corporal ou morte decorrentes de resistência a ações policiais.

De acordo com a norma, um inquérito policial com tramitação prioritária deverá ser aberto sempre que o uso da força por um agente de Estado resultar em lesão corporal ou morte. O processo deve ser enviado ao Ministério Público independentemente de outros procedimentos correcionais internos das polícias.

Caberá ao delegado responsável pelo caso avaliar se os agentes envolvidos "se valeram, moderadamente, dos meios necessários e disponíveis para defender-se ou para vencer a resistência”. O texto determina que, a partir de agora, todas as ocorrências do tipo sejam registradas como "lesão corporal decorrente de oposição à intervenção policial" ou "homicídio decorrente de oposição à ação policial".

A decisão segue uma resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos em 2012, que recomendava que as mortes causadas por agentes de Estado não fossem mais camufladas por termos genéricos como "autos de resistência" ou "resistência seguida de morte".

"Nós sabemos, inclusive, que as principais vítimas dessas mortes são jovens negros de periferia. A medida então passa a ser mais importante ainda, porque combate o racismo institucional e estrutural e se coloca como um exemplo para as instituições policiais nos Estados da Federação", afirmou o secretário especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Rogério Sottili.

O fim dos autos de resistência é uma reivindicação antiga de grupos de defesa de direitos humanos. Em janeiro de 2015, por exemplo, a organização não governamental Human Rights divulgou relatório em que apontava um aumento de 97% no número de mortes decorrentes de ações policias em São Paulo, que foram de 369, em 2013, para 728 em 2014. No Rio de Janeiro, foram 416 mortes por essas causas em 2013 e 582 em 2014, um crescimento de 40%.

Edição: Luana Lourenço.


ABAIXO SEGUE O TEXTO INTEGRAL DA RESOLUÇÃO CONJUNTA.


DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
CONSELHO SUPERIOR DE POLÍCIA

RESOLUÇÃO CONJUNTA Nº 2, DE 13 DE OUTUBRO DE 2015.

Dispõe sobre os procedimentos internos a serem adotados pelas polícias judiciárias em face de ocorrências em que haja resultado lesão corporal ou morte decorrentes de oposição à intervenção policial.

O CONSELHO SUPERIOR DE POLÍCIA, no uso da competência que lhe é conferida pelo art., 10 do Regimento Interno do Departamento de Polícia Federal, aprovado pela Portaria nº 2.877, de 30 de dezembro de 2011, do Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Justiça, publicada na Seção 1 do DOU nº 01, de 02 de janeiro de 2012, e O CONSELHO NACIONAL DOS CHEFES DE POLÍCIA CIVIL, no uso das competências estabelecias no art. 1º do Estatuto do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil, Considerando a Resolução nº 08, de 21 de dezembro de 2012, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que dispõe sobre a abolição de designações genéricas, como "autos de resistência" e "resistência seguida de morte", em registros policiais, boletins de ocorrência, inquéritos policiais e notícias de crime; e Considerando a necessidade de regulamentação e uniformização dos procedimentos internos das polícias judiciárias, objetivando conferir transparência na elucidação de ocorrências em que haja resultado lesão corporal ou morte decorrentes de oposição à intervenção policial, resolvem:

Art. 1º Ficam definidos os procedimentos internos a serem adotados pelas polícias judiciárias em face de ocorrências em que haja resultado lesão corporal ou morte decorrentes de oposição à intervenção policial.

Art. 2º Os dirigentes dos órgãos de polícia judiciária providenciarão para que as ocorrências de que trata o art. 1º sejam registradas com a classificação "lesão corporal decorrente de oposição à intervenção policial" ou "homicídio decorrente de oposição à intervenção policial", conforme o caso.

Art. 3º Havendo resistência à legítima ação policial de natureza preventiva ou repressiva, ainda que por terceiros, o delegado de polícia verificará se o executor e as pessoas que o auxiliaram se valeram, moderadamente, dos meios necessários e disponíveis para defender-se ou para vencer a resistência.

§ 1º Se do emprego da força resultar ofensa à integridade corporal ou à vida do resistente, deverá ser imediatamente instaurado inquérito policial para apuração dos fatos, com tramitação prioritária.

§ 2º A instauração do inquérito policial será comunicada ao Ministério Público e à Defensoria Pública, sem prejuízo do posterior envio de cópia do feito ao órgão correcional correspondente.

§ 3º Os objetos relacionados a evento danoso decorrente de resistência à intervenção policial, como armas, material balístico e veículos, deverão ser apreendidos pelo delegado de polícia.

§ 4º O delegado de polícia responsável pela investigação do evento danoso com resultado morte deverá requisitar o exame pericial do local, independentemente da remoção de pessoas e coisas.

§ 5º O delegado de polícia poderá requisitar registros de comunicação e de movimentação das viaturas envolvidas na ocorrência, dentre outras providências.

§ 6º O delegado responsável pela investigação representará pelas medidas cautelares necessárias à identificação de todos os policiais envolvidos na ação, ainda que não figurem entre aqueles qualificados na comunicação do fato.

§ 7º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, o delegado poderá requisitar a apresentação dos policiais envolvidos na ocorrência, bem como de todos os objetos que possam interessar à investigação, sob pena de responsabilidade administrativa e criminal em caso de descumprimento da requisição.

§ 8º No caso de morte do resistente, é obrigatória a juntada do respectivo laudo necroscópico ou cadavérico aos autos do inquérito policial.

Art. 4º Nas hipóteses do art. 3º, os fatos serão noticiados preferencialmente ao delegado da Delegacia de Crimes contra a Pessoa ou da repartição de polícia judiciária, federal ou civil, com atribuição assemelhada.

Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, seguindo assinada pelos membros do Conselho Superior de Polícia, Superintendentes Regionais da Polícia Federal e membros do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia Civil.

LEANDRO DAIELLO COIMBRA
Presidente do CSP

ERIC SEBA DE CASTRO
Presidente do CONCPC

JOSÉ LUIZ POVILL DE SOUZA
Diretor Executivo da PF Substituto

MAURICIO LEITE VALEIXO
Diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado PF

ROBERTO MÁRIO DA CUNHA CORDEIRO
Corregedor-Geral da PF

SANDRO LUCIANO CARON DE MORAES
Diretor de Inteligência Policial da PF

LUIZ PONTEL DE SOUZA
Diretor de Gestão de Pessoal da PF 

OMAR GABRIEL HAJ MUSSI
Diretor de Administração e Logística Policial da PF

JOSÉ JAIR WERMANN
Diretor Técnico Científico da PF

BERNARDO GONÇALVES DE TORRES
Superintendente Regional da PF

RIEDEL BATISTA DOS SANTOS REINALDO
Membro do CONCPC

MARCELO SÁLVIO REZENDE VIEIRA
Superintendente Regional da PF

JULIO CEZAR DOS REIS
Membro do CONCPC

RENATO CASARINI MUZY
Superintendente Regional da PF

ROGER KNEWITZ
Membro do CONCPC

ROBINSON FUCHS BRASILINO
Superintendente Regional da PF

EVERTON DOS SANTOS
Membro do CONCPC

ALEXANDRE SILVA SARAIVA
Superintendente Regional da PF

ARTUR NITZ
Membro do CONCPC

CHANG FAN
Superintendente Regional da PF

ENIO GOMES DE OLIVEIRA
Membro do CONCPC

RAIMUNDO SOARES DE FREITAS
Superintendente Regional da PF

STÊNIO PIMENTEL FRANÇA SANTOS
Membro do CONCPC

DANIEL JUSTO MADRUGA
Superintendente Regional da PF

RILMAR FIRMINO DE SOUSA
Membro do CONCPC

ÉLZIO VICENTE DA SILVA
Superintendente Regional da PF

ROBERVAL MAURÍCIO CARDOSO RODRIGUES
Membro do CONCPC

UMBERTO RAMOS RODRIGUES
Superintendente Regional da PF

AUGUSTO BARROS NETO
Membro do CONCPC

SÉRGIO BARBOZA MENEZES
Superintendente Regional da PF

GRACIMERI VIEIRA SOEIRO DE CASTRO GAVIORNO
Membro do CONCPC

MARCOS ANTÔNIO FARIAS
Superintendente Regional da PF

LUCI MONICA MOURA RIBEIRO RABELO
Membro do CONCPC

ILDO GASPARETTO
Superintendente Regional da PF

FERNANDO DA SILVA VELOSO
Membro do CONCPC

RICARDO CUBAS CÉSAR
Superintendente Regional da PF

WANDERSON GOMES DA SILVA
Membro do CONCPC

ROSALVO FERREIRA FRANCO
Superintendente Regional da PF

ADRIANO PERALTA MORAES
Membro do CONCPC

ANTÔNIO TARCÍSIO ALVES DE ABREU JÚNIOR
Superintendente Regional da PF

JOÃO CARLOS GORSKI
Membro do CONCPC

KANDY TAKAHASHI
Superintendente Regional da PF

RAIMUNDO DE SOUSA ANDRADE JUNIOR
Membro do CONCPC

ELTON ROBERTO MANZKE
Superintendente Regional da PF




Guerra dos sauditas contra tudo que possa ricochetear no Irã como os mísseis houthis, por exemplo.

Ainda acredito que, do ponto de vista dos governantes sauditas, a execução de um bando de tipos da al-Qaeda e do demagogo xiita saudita Nimr Baqr al-Nimr foi movimento esperto para desviar a atenção do público interno para bem longe dos problemas que se acumulam à frente dos governantes sauditas e do recente salto de 40% no preço do gás. Mas a ‘operação’ teve custos que já começaram a subir.
O maior perigo para a família al-Saud que governa ditatorialmente a Arábia Saudita é a validade comprovada de um sistema islamista que não é o deles, sistema alternativo, que facilita a comparação. A República Islâmica do Irã tem esse sistema alternativo, e a integração do Irã ao mundo depois do acordo nuclear mostra bem o alto valor estratégico que tem aquele sistema. 

Com o Irã logo ali, cidadãos e especialistas islâmicos eruditos na Arábia Saudita podem também ter a ideia de criar um sistema no qual todos os votos têm igual valor e as políticas decidem-se em urnas eleitorais. Isso, e extraem de lá a família governante ditatorial cleptocrata; e – o mais importante de tudo –, sem que ninguém seja obrigado a esquecer os valores Islâmicos essenciais.
Por isso, não por alguma questão religiosaos sauditas lutam contra o Irã, sem parar, desde a Revolução Iraniana em 1979. Por isso, fazem de tudo para minar a influência dos iranianos sempre que podem. O que os al-Sauds mais temem é o extermínio da família e respectivas sinecuras.
Aqueles sauditas, aliados a Israel, tentaram de tudo para sabotar o acordo nuclear iraniano. Queriam o Irã bem preso na cela solitária do ‘isolamento’. Agora, infelizmente, já era. Tarde demais. 
Não li uma linha na mídia-empresa ‘ocidental’ hoje que falasse mal do Irã e/ou bem da Arábia Saudita. 
Os ventos da política internacional viraram. Agora é a Arábia Saudita quem está sob pressão. A reação impulsiva dos sauditas reinantes então é escalar e escalar e escalar ainda mais e combater contra o Irã onde o Irã apareça, como no Iraque, na Síria, no Líbano, ou até onde o Irã nem está, como no Iêmen.
Os sauditas dizem que o Irã apoia(ria) os houthis no Iêmen, mesmo que disso não haja nem fiapo de indício. Nunca se encontrou nenhum iraniano no Iêmen, nem armas iranianas. Os houthis contra os quais os sauditas estão em guerra no Iêmen não são xiitas como os iranianos; estão mais próximos do Islã Sunita, que dos xiitas dozistas iranianos. Não há qualquer prova de que os houthis receberam qualquer ajuda do Irã, e as histórias de que o Irã teria embarcado carregamentos de armas para o Iêmen já foram desmascaradas e já se sabe que eram falsas.
Agora, é provável que tudo isso mude.
Depois da execução de al-Nimr, alguns iranianos linha dura organizaram um grupo que invadiu e saqueou a embaixada saudita em Teerã. Foi ataque contra o que eles veem como políticas de ‘afrouxamento’ do presidente Rouhani do Irã. Foi estupidez do governo Rouhani não ter previsto esse movimento. A segurança da embaixada teria de ter sido reforçada. O governo Rouhani está fazendo de tudo, sem parar, para desculpar-se pelo incidente, mas até agora sem qualquer resultado positivo.
Os sauditas cortaram relações diplomáticas com o Irã e pressionaram Bahrain e Sudão a fazer o mesmo. Os governantes do Bahrain carecem da proteção dos sauditas, e o Sudão, do dinheiro deles. Os Emirados Árabes Unidos só rebaixaram a presença diplomática em Teerã, de embaixador parachargé d’affaires. Interessante é que os demais países do Golfo não acompanharam a decisão saudita. 
Os sauditas cortaram todos os voos civis entre Irã e Arábia Saudita e proibiram seus cidadãos de visitar o Irã. Negócios entre os dois países serão interrompidos. Iranianos em peregrinação a Meca continuam bem-vindos.
Ainda não se consegue entender com clareza o que os sauditas esperam obter com tudo isso. O que o Irã poderia fazer que levasse os sauditas a desistir dessas medidas sem fazer papel ridículo? Não se sabe. Foi mais um movimento impulsivo, errático, que só fere o povo saudita e a reputação internacional da família reinante.
Aguardam-se mais movimentos idiotas. Os sauditas provavelmente escalarão a guerra por procuração contra o Irã na Síria e possivelmente também no Iraque, dando mais armas e mais dinheiro a jihadistas de todos os grupos e griffes. Um novo governo no Líbano, para o qual Irã e Arábia Saudita acabavam de se acertar, volta a sumir longe no horizonte. 
Os sauditas também escalarão a luta contra os houthis e o apoio que eles deliram que o Irã dê ao Iêmen, embora, depois de nove meses de bombardeio ensandecido contra infraestrutura do Iêmen, já reduzido a pó, não há muito o que escalar. Todos os ataques em solo que os sauditas e seus vários agentes procuradores locais alugados tentaram foram rechaçados, e o impasse é total.
Aí, portanto, é onde o Irã pode escalar, em retaliação. 
O Irã tem a tecnologia e sabe como transferir para os houthis algumas sérias capacidades em mísseis. São mísseis que dariam aos houthis capacidades para alcançar alvos sauditas. Todo o sul da Arábia Saudita ficaria ao alcance do fogo houthi. A Arábia Saudita teria de correr, ou para conseguir qualquer paz, ou para evacuar partes significativas do país.
A execução de al-Nimr e a distração do povo saudita, que passa a preocupar-se com o Irã, ajudarão os governantes sauditas a acalmar as perturbações internas. Sim, mas a escalada está custando preço político internacional muito caro. E pode acabar – se mísseis houthis começarem a descer dos céus sobre a Arábia Saudita – por agravar os problemas internos que, quando tudo começou, os sauditas tanto queriam evitar.*****

Ebook Gratuito. Ativismo judicial no Brasil e perda de mandato parlamentar. As decisões do Supremo Tribunal Federal sobre infidelidade partidária.

Foto - www2.camara.leg.br
Descrição: José de Ribamar Barreiros Soares analisa com maestria a expansão do controle judicial sobre a atividade política no Brasil, discutindo as correntes favoráveis e desfavoráveis ao ativismo judicial. 
O autor aborda especialmente os casos de perda de mandato em decorrência da troca de partido, buscando identificar as razões pelas quais questões políticas estão sendo, cada vez mais, decididas pela Suprema Corte brasileira. 
Fruto da pesquisa de pós-doutorado realizada pelo autor na Universidade de Coimbra, a obra possui uma linguagem acessível e é voltada para políticos, acadêmicos e setores da sociedade civil interessados no assunto.
Edição: 1ª
Ano: 2015
Páginas: 103
Formatos: PDF e papel
Idioma: português
ISBN: 978-85-402-0392-1
Informações técnicas referentes ao formato PDF. 




segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Brasilianas: desigualdade social no país começa na educação, diz professor.

Da Agência Brasil
As políticas públicas para redução da pobreza e da desigualdade, entre elas o Bolsa Família, são o tema do programa Brasilianas, da TV Brasil, desta segunda-feira (4). O professor Ricardo Paes de Barros, titular da Cátedra Ayrton Senna no Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, conversa sobre sua experiência na formulação de políticas sociais e sobre as mudanças ocorridas no país nessa área nos últimos anos. Ele responde a perguntas do apresentador, o jornalista Luís Nassif, e de internautas.
Segundo Paes de Barros, toda sua carreira foi dedicada a desenhar políticas públicas com base em evidências. “Não é muito inteligente desenhar uma política pública que viola a evidência”, defendeu. Na avaliação dele, um dos fatores determinantes para a desigualdade social no país tem sido a desigualdade educacional. “É talvez a maior e mais importante desigualdade que a gente vê no Brasil. O sistema educacional brasileiro, em vez de combater, reproduz essas desigualdades”.
Na visão dele, programas de transferência de renda, como Bolsa Família, ajudam na medida em que permitem aos beneficiários evoluir da situação de necessidade para o planejamento do futuro, envolvendo, inclusive, a educação dos filhos. “Um pobre que não tem comida para amanhã, tem pouca capacidade de reclamar do trabalho, fazer greve ou investimento na educação dos filhos. Qualquer sociedade razoável vai inventar um programa como o Bolsa Família, que garante o mínimo, de modo que a pessoa possa sair da trágica situação de lutar pela sobrevivência”, disse.
De acordo com o especialista, o Bolsa Família foi criado sem um mecanismo específico representando uma porta de saída, ou seja, um caminho permitindo deixar o benefício. No entanto, para ele, os mecanismos foram surgindo ao longo do tempo. “Com o Brasil sem Miséria [outro programa do governo federal], o país está trabalhando de forma muito acentuada para criar portas de saída. Na agricultura familiar há vários programas, temos a qualificação profissional, a intermediação de mão-de-obra. A conexão do Pronatec [programa de qualificação profissional] com o Bolsa Família é um sucesso”, afirmou.
Ele disse ainda acreditar que o programa de transferência de renda não corre risco de ser extinto. “Acho que o Bolsa Família não corre nenhum risco, acreditando no bom senso dos nossos dirigentes de hoje e de amanhã. Acho que o Brasil, hoje, tem mais maturidade para dar continuidade a uma série de programas importantes que construiu”, declarou, defendendo que as ações podem ser aprimoradas. “Não quer dizer que vai ser exatamente igual ao que era. A gente sempre vai ter que melhorar o desenho desses programas”, disse.
Na avaliação do especialista, a resistência de alguns setores da sociedade a ações como o Bolsa Família e as cotas nas universidades deve-se a uma ideia errada de que são programas contrários à meritocracia. “A maior parte dessas pessoas tem a percepção de que essas políticas são incompatíveis com meritocracia. Talvez tenha faltado um pouco demonstrar como não há nada mais meritocrático que o Bolsa Família. O programa alivia a pobreza, de forma que você tenha controle sobre sua própria vida e possa tomar decisões sobre o futuro”, destacou.
O programa Brasilianas vai ao ar hoje, na TV Brasil, às 23h.
Edição: Maria Claudia