domingo, 27 de março de 2016

Mudança de regime no Brasil? Os protestos financiados por fundações norte-americanas.

Catherine Osborn, Global Research , 19 de março de 2016P1014146Em cada crise política no Brasil, hoje é o ex-presidente Lula que lutam para conseguir um lugar no governo da presidente Dilma Rousseff, é um grupo familiar de jogadores que não são nem investigadores políticas ou anti-corrupção. 

Eles são jovens manifestantes de direita, e pode ser uma força subversiva no caso de o Congresso do Brasil votar para colocar a atual presidente a julgamento. O estudante de engenharia Pedro Souto dirigiu o caminhão com alto-falantes, vestindo uma bandeira brasileira como uma capa Superman, durante os protestos do Rio. Mais de 200.000 pessoas disseram que ele era o organizador. 

O caminhão tinha uma bandeira Movimento Brasil Livre, um dos principais grupos que organizou os protestos de 13 de março e que continua a invocar o acirramento do quado, a cada novidade no drama político do Brasil (que agora têm a cada dia). 

O Movimento Brasil Livre foi fundado por estudantes e membros de outros grupos que estão se espalhando rapidamente no país: "Estudantes Pela Liberdade", e liberdade no sentido libertário: redução dos gastos públicos, privatização de empresas estatais, e menos regulação. 

Tais políticas estão longe de ser adotado no Brasil hoje. Como muitos países da América Latina, o Brasil é um estado de bem-estar com cuidados de saúde universal e muitas empresas de propriedade do governo. Mas nas últimas décadas, o think tank pró-mercado e anti-regulação estão avançando na região. 

O economista Bernardo Santoro faz parte desse movimento no Brasil. Recorda ter participado de um evento no Estado do Rio de Janeiro em 2012, organizado em parte pela Rede Atlas. Os participantes falaram do futuro do libertarianismo no Brasil, debater "ideias sobre a forma como o movimento no Brasil iria crescer, e Estudantes Pela Liberdade Brasil foi uma dessas idéias". 

Rede Atlas e os Estudantes pela Liberdade são baseados nos EUA e tem recebido dezenas de milhares de dólares em financiamento ao longo dos últimos cinco anos, de fundações norte-americanas, como a Fundação John Templeton e Charles Koch Foundation , grupo bilionário conhecido para apoiar as causas da extrema-direita.

Detalhes sobre John Templeton Foundation :
Screen-Shot-2016/03/19 at-08.40.11-1024x864O ramo no Brasil estudantes para a Liberdade foi financiado por doadores dos EUA, mas hoje o grupo é financiado em grande parte no Brasil, de acordo com o diretor Juliano Torres. E é grande, com mais de mil membros.

Agora, cerca de metade dos membros dos Estudantes pela Liberdade no Mundo, que recebem materiais sobre como planejar eventos, arrecadar fundos e falar em público, é brasileiro. Um punhado tem viajado para os Estados Unidos para treinamento, e muitos discutem a política econômica tendo como referências o Instituto Catho e o senador Rand Paul.

Torres disse que o movimento libertário tem crescido tanto no Brasil porque " nós tiramos proveito da impopularidade do presidente e do Partido dos Trabalhadores ". 

Em 2014, a economia brasileira desacelerou e começou a encolher dramaticamente e jornais acusou o Partido dos Trabalhadores de envolvimento em corrupção da Petrobras . "Estudantes pela Liberdade não é uma organização política ", diz Torres, " mas incentiva nossos membros politicamente ativos ." Em 2014, os membros da Students for Freedom fundada Brasil Livre Circulação e ajudou a fundar o movimento Vem Pra Rua para protestar contra Rousseff. 

Dilma Rousseff não é afetada por investigações anti-corrupção da Petrobras, mas de março 2015 o Brasil Livre Circulação procura impor uma pressão para impitimar Dilma a colocar um presidente pró-liberal. Em dezembro, o presidente da Câmara Eduardo Cunha, do PMDB, ele estava avançando o impeachment para o uso ilegal de dinheiro no orçamento de 2014. 

Estudantes Pela Liberdade orgulhosamente apresentam os protestos anti-governamentais no Brasil em número de sua revista para o final de 2015". De que está acontecendo no Brasil agora queremos saber e queremos entender como adotar as melhores práticas em outros lugares ", diz o coordenador de Estudantes pela Liberdade Sam Teixeira. 

Teixeira disse que em situações políticas em que o governo é impopular, é mais fácil para apoiar a abertura dos mercados como uma solução.Finalmente, "Teixeira disse," nós queremos ver as pessoas se tornam bem, feliz e próspero. Para viver a vida que eles querem e de forma autônoma. Estas são coisas que não existem no Brasil e em muitas partes do mundo.

Esperamos e acreditamos que a filosofia libertária pode trazer prosperidade e felicidade para o mundo ". O cientista político Celso Barros, colunista do jornal Folha de São Paulo, diz que " a maioria dos brasileiros nunca votaria políticas libertárias. Tudo que você tem a fazer é caminhar para a favela mais próxima para encontrar alguém que lhe diz que estamos muito longe da meritocracia no Brasil ". Barros diz que algumas reformas econômicas são necessários para facilitar os negócios no Brasil. 

Mas ele acrescenta que a crescente probabilidade de que a presidente Dilma Rousseff não termina o mandato, com o impeachment ou julgamento sobre as finanças de sua campanha de 2014, significa que a curto prazo os brasileiros provavelmente vão sofrer as mais duras políticas econômicas de aceitar um processo normal eleição. O PMDB assumiria a presidência do Brasil no caso de impeachment, um partido que, de acordo com Barros, " é bem conhecido por ineficiência e por ser corrupto ." 

O PMDB tem silenciosamente lançado sua plataforma econômica mais à direita de sua história. Sobre mudanças concretas, provavelmente, vai ", o direito teria menos regulamentação do trabalho ", diz Barros. " Os sindicatos ficarão menos poderosos ." Bernardo Santoro disse que, independentemente de quem vai assumir a Presidência seguinte, o Movimento Brasil Livre continuará a apoiar a redução do peso do governo. 

Barros, o que é mais preocupante como um precedente para a futura estabilidade do Brasil, é de que Dilma é acusada pelo o que ele descreve como "acusações fracas". E ele vê um eco de líderes políticos dos EUA de o grupo de jovens que orienta o pedido de impeachment: " Esses caras claramente inspirado no Tea Party e a recente radicalização do Partido Republicano ." Barros diz que o futuro do Brasil é desconhecido.
84092c15-a1bb-43e6-ab0b-3f722e60fd2fTradução por Alessandro Lattanzi.

Link: http://conscienciah.blogspot.com.br/2016/03/mudanca-de-regime-no-brasil-os.html

Síria: Como as narrativas matam!

© Majed Jaber
23/3/2016, Sharmine Narwani, RT.  Traduzido por Vila Vudu
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Hoje se sabe que a luta do povo sírio e do governo sírio mudou o mundo. Reuniu russos e chineses (BRICS) e jogou-os na frigideira ‘ocidental’. E mudou a ordem global, de unipolar para multilateral – da noite para o dia.

Se, no primeiro ano de guerra na Síria, a quantidade descomunal de jornalistas que repetiram e reforçaram as premissas das quatro falsas narrativas que adiante se discutem as tivessem contestado, criticado, investigado… talvez os mais de 250 mil sírios que morreram ainda estivessem entre nós.
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(…) Segundo a Comissão Internacional Independente da ONU de Investigação sobre a Síria, a soma de mortos do lado das Forças do governo sírio era 2.569, em março de 2012, quando o conflito completava um ano. Naquele momento, a conta da Comissão da ONU, para todas as vítimas da violência política na Síria, era 5.000 mortos.


Esses números pintavam já há quatro anos, um quadro completamente do que se conhece ainda hoje sobre os eventos na Síria. Com certeza, esses números não confirmam as características do conflito sobre o qual elaboram os jornais, televisões e jornalistas e especialistas midiáticos e manchetes. No mínimo, a ‘paridade’ no número de mortos entre os dois lados sugere que o governo sírio usou força proporcional na ação inicial para pôr fim à violência. (…)

Para os políticos norte-americanos, a “Primavera Árabe” foi oportunidade imperdível para desestabilizar governos de estados adversários no Oriente Médio. Síria, o mais importante membro árabe do Eixo da Resistência liderado pelo Irã, tornou-se o alvo número 1.

Para promover ‘mudança-de-regime’ na Síria, os temas da “Primavera Árabe” teriam de ser oportunisticamente calibrados. Para tanto, muitos sírios teriam de morrer.

No caso da Síria, foi considerado indispensável que “o ditador” se pusesse a “matar o próprio povo”. Isso feito, o resto viria na sequência.

Palavras que matam (Palavras que roubam / Palavras que corrompem).

Na Síria, quatro narrativas chaves foram postas em circulação e re-narradas incansavelmente, ad nauseam, em todos os principais veículos da mídia-empresa ocidental, a partir de março de 2011, ganhando cada vez mais gás nos meses seguintes.

– O “ditador” está matando “o próprio povo”;

– Os protestos são “pacíficos”;

– A oposição é “desarmada”; e

– É “revolução popular”.


Governos pró-ocidente na Tunísia e no Egito acabavam de ser derrubados em rápida sucessão nos dois meses anteriores, – e o ‘quadro mental’ do que já se tornava conhecido como “Primavera Árabe”, de movimentos de base que levariam a ‘mudança-de-regime’, já existia na psique regional.

Aquelas quatro ‘narrativas’ que se haviam carregado de sentido na Tunísia e no Egito, foram então reformatadas e carregadas para deslegitimar e minar qualquer governo contra o qual elas fossem ‘miradas’.

Mas para usar essas narrativas na Síria com o pleno potencial delas, (1) os sírios teriam de tomar as ruas em números significativos [no Brasil também já tivemos essa fase; e a deliberação de ‘encher as ruas’ apareceu muito clara; de fato, nem alguém tentou disfarçar a intensa campanha de convocação às ruas que foi comandada pela mídia-empresa (NTs)]; e (2) civis teriam de morrer nas mãos de brutais forças de segurança.

Isso feito, o que viesse depois, se interessasse aos ‘organizadores’, poderia ser facilmente convertido em “revolução” pelo vastíssimo conjunto de veículos de mídia-empresa estrangeira e regional que passaria a trabalhar para implantar nas discussões, em todo o ocidente, esse discurso da “Primavera Árabe”.

Mas, na Síria, os protestos não funcionaram como haviam funcionado na Tunísia e no Egito. Naqueles primeiros poucos meses, viram-se manifestantes que se contavam às centenas – algumas vezes em milhares –, e manifestavam diferentes graus de descontentamento político. Muitos daqueles manifestantes/manifestações seguiam um padrão de incitamento que brotava das mesquitas sob influência wahhabista, nos sermões das sextas-feiras, ou depois de matanças locais que induziam multidões indignadas a reunir-se em funerais públicos.

Membro de uma proeminente família de Daraa explicou-me que naquele momento havia confusão sobre quem estava matando pessoas nas manifestações naquela cidade – se “o governo” ou “facções clandestinas”.

Explicou-me que, então, havia dois tipos de opinião entre os cidadãos de Daraa: “Uma, de que o governo matava mais gente para conter o movimento e forçar as pessoas a suspender os protestos e pôr fim às manifestações. A outra, de que havia facções clandestinas interessadas em continuar, porque, se não houvesse os funerais, não haveria como mobilizar multidões nas ruas.”

Com o benefício do distanciamento, examinemos essas narrativas, agora que a guerra já dura cinco anos.

Sabemos hoje que vários milhares de soldados das forças de segurança sírias foram mortos no primeiro ano, a partir de 23/11/2011. Daí portanto se sabe que a oposição esteve “armada” desde o início do conflito.

Há provas materiais (imagens) de que pistoleiros entraram na Síria, pela fronteira com o Líbano, em abril e maio de 2011. Sabe-se, de testemunhas confiáveis, que havia pistoleiros atirando contra civis em atos terroristas, e que os “protestos” não foram absolutamente “pacíficos”.

A missão de observação da Liga Árabe que trabalhou durante um mês dentro da Síria no final de 2011, relatou: “Em Homs, Idlib e Hama, a missão de observação testemunhou atos de violência cometidos contra forças e civis que resultaram em vários mortos e feridos. Exemplos desses atos incluem bombardeamento de um ônibus civil; assassinato de oito pessoas e ferimentos em muitas, inclusive mulheres e crianças, e bombardeamento de um trem carregado de óleo diesel. Em outro incidente em Homs, foi explodido um ônibus da polícia, matando dois policiais. Um duto de combustível e algumas pontes pequenas também foram bombardeados.”

O padre Frans van der Lugt, holandês há muito tempo residente na Síria, e que foi morto em Homs em abril de 2014, escreveu em janeiro de 2012: “Nunca, desde o início, os movimentos foram absolutamente pacíficos. Desde o primeiro dia vi manifestantes armados misturados à multidão; quando atiravam, miravam primeiro contra a polícia. Muito frequentemente, a violência das forças de segurança foi reação à brutal violência daqueles manifestantes armados.”

Poucos meses antes, em setembro de 2011, o mesmo padre Franz observara: “Desde o início houve o problema dos grupos armados, que também são parte da oposição (…). A oposição que está na rua é muito mais forte que qualquer outra oposição. E a oposição que está na rua está armada e frequentemente se vale de brutalidade e violência; na sequência, atribuem a culpa ao governo.”

Hoje se sabe também que, fosse a Síria o que fosse, lá jamais aconteceu qualquer “revolução popular”. O Exército Árabe Sírio permaneceu coeso, mesmo depois do noticiário massivo nos veículos da mídia comercial, de que teria havido deserção em massa. Centenas de milhares de sírios continuaram a fazer manifestações não noticiadas em apoio ao presidente Bashar al-Assad. As instituições do Estado e do governo e a elite empresarial permaneceram, na ampla maioria, leais a Assad. Grupos minoritários – alauítas, cristãos, curdos, drusos, xiitas e o Partido Baath, que reúne maioria de sunitas – não se uniram à oposição contra o presidente Assad. E as principais áreas urbanas onde se concentra grande parte da população síria mantiveram-se sob a proteção do Estado, com raras exceções.


Afinal de contas, “revolução democrática” genuína na Síria, nunca teria “escritórios” operacionais na Jordânia e na Turquia. Nem alguma “revolução” de algum “povo oprimido” na Síria poderia algum dia ser financiada, armada e assessorada por Qatar, Arábia Saudita, EUA, Grã-Bretanha e França.

Semear “narrativas jornalísticas” para obter vantagem geopolítica

O Manual para Forças Especiais Militares dos EUA em Guerra Não Convencional (GNC) [ing. Unconventional Warfare (UW) Manual of the US Military’s Special Forces], de 2010, ensina: “O objetivo dos esforços da GNC [ing. UW, Unconventional Warfare] é explorar as vulnerabilidades políticas, militares, econômicas e psicológicas de uma potência hostil; para tanto, devemos desenvolver e manter forças locais de resistência que realizem os objetivos estratégicos dos EUA (…). No futuro hoje previsível, as forças dos EUA se engajarão, predominantemente em operações de Guerra Irregular (GI, ing. IW, irregular warfare).”

Telegrama secreto do Departamento de Estado dos EUA, datado de 2006, revela que o governo de Assad estava então em posição mais forte, domesticamente e regionalmente, que no ano anterior, e sugere meios para enfraquecê-lo: “Adiante, nosso resumo de vulnerabilidades potenciais e possíveis meios para explorá-las (…).” Segue-se uma lista de “vulnerabilidades” – políticas, econômicas, étnicas, sectárias, militares, psicológicas – cada “vulnerabilidade” acompanhada da sugestão de “ações” para “explorá-la”.


Tudo aí é importante. A doutrina norte-americana da guerra não convencional declara que, praticamente em todos os casos, populações de estados adversários incluem minorias ativas que respectivamente se opõem e apoiam o governo; mas, para que a organização de um “movimento de resistência” seja bem-sucedida, é preciso induzir as percepções da grande “população média não engajada”, de modo a que se decida a derrubar quem esteja no governo. Diz o manual (cito aqui, de memória, trechos que recolho de artigo que escrevi há algum tempo):

– Para converter “população média não engajada” em força de apoio à insurgência, a GNC recomenda “criar atmosfera de amplo descontentamento mediante propaganda e esforços políticos e psicológicos para desacreditar o governo.”


Com a escalada do conflito, deve-se “intensificar a propaganda: e a preparação psicológica da população para a rebelião.”

– Primeiro, deve haver “agitação” local e nacional (organização de boicotes, greves e outros esforços que sugiram forte descontentamento público. Na sequência, “infiltram-se organizadores e conselheiros estrangeiros e a propaganda vinda de fora do país (além de dinheiro, armas e equipamento).”

O nível seguinte das operações deve ser criar “organizações nacionais de frente [como o “Conselho Nacional Sírio”] e movimentos de libertação nacional [como o “Exército Sírio Livre”]” que levarão segmentos cada vez maiores da população na direção de aceitarem “violência política cada vez maior e sabotagem”; – e encorajar a orientação de “indivíduos [os Kataguiris SÃO EXATAMENTE ISSO (NTs)] ou grupos que conduzam atos de sabotagem em centros urbanos.”

Já escrevi sobre estratégias de guerra não convencional apoiada por forças de fora da Síria quando a crise completou um ano – quando as narrativas dominantes na grande mídia comercial ainda eram “ditador matando o próprio povo”, “protestos pacíficos”, “oposição desarmada” e “revolução popular”, além de “milhares de civis massacrados por forças do estado sírio”.

Onde são fabricadas essas narrativas? Todas as imagens que vimos são montagens? Ou bastou fabricar apenas algumas frases e ideias – porque a “percepção” da vasta população ‘média’, uma vez ‘modelada’, cria ela mesma o próprio momentum ‘natural’ na direção da mudança de regime?

E o que nós, que vivemos na região, fazemos com toda essa impressionante nova informação sobre como se constroem as guerras contra nós – usando nós mesmos como coturnos em (nosso) solo, a serviço de agendas que não são as nossas?

Temos de criar nosso próprio “jogo”

Nesse jogo das narrativas, há lugar para dois jogadores.


A primeira lição que se aprende é que ideias e objetivos políticos podem ser construídos, modelados, afinados e usados com alta eficácia.

A segunda jogada que derruba pedras adversárias é que temos de construir e estabelecer indústria de imprensa independente e canais de distribuição de informação, para assim disseminar nossas próprias propostas de valores, para muita gente, sem parar.

Os governos ocidentais contam hoje de um exército comicamente salafrário de jornalistas ocidentais e regionais que ganham a vida com tentar nos destruir com propaganda, dia e noite. Não precisamos igualá-los em números – e também podemos usar estratégias para deter as campanhas deles contra nós, de desinformação. Jornalistas ocidentais que repetidas vezes publicaram informação falsa e danosa, que gerou risco de vida para nós que vivemos nessa parte do mundo têm de ser impedidos de entrar nos países regionais que estejam sob ataque.

De fato, não são jornalistas – prefiro descrevê-los como combatentes políticos militantes e ‘armados’ –, e não podem ser incluídos nas liberdades asseguradas democraticamente a profissionais da informação, não só da luta política. No caso da Síria:

Se, no primeiro ano de guerra na Síria a quantidade descomunal de jornalistas que repetiram e reforçaram as premissas das quatro falsas narrativas que acima se discutiram as tivessem contestado, criticado, investigado… talvez os mais de 250 mil sírios que morreram ainda estivessem entre nós. Talvez a Síria não tivesse sido destruída e talvez não houvesse 12 milhões de sírios sem teto. Talvez sequer existisse “ISIS“.


Liberdade de expressão? Sou contra. Sou contra. Por que teríamos de garantir liberdade de expressão de objetivos que exigem a nossa morte? Por que, se os mortos somos nós?

Hoje se sabe que a luta do povo e do governo sírios mudaram o mundo. Reuniu russos e chineses (BRICS) e jogou-os na frigideira ‘ocidental’. E mudou a ordem global, de unipolar para multilateral – da noite para o dia. Também criou uma causa comum que uniu um grupo de estados chaves na nossa região e que hoje constituem a espinha dorsal de um crescente “Arco de Segurança” do Levante ao Golfo Persa. Temos hoje oportunidades imensas para reformatar o mundo e o Oriente Médio conforme nós os vemos e os desejamos. Novas fronteiras? Nós mesmos as traçaremos, cá de dentro do Oriente Médio. Terroristas? Nós os derrotaremos. ONGs? Criaremos as nossas, com cidadãos nossos e agendas nossas. Oleodutos? Nós decidiremos onde serão postos.

Mas é imprescindível começar a construir todas essas novas narrativas, antes que “o Outro” imperial corra a preencher o vácuo.

Uma palavra de precaução
A pior coisa que podemos fazer é perder tempo para ‘refutar’ ou ‘rejeitar’ essas narrativas impostas. Respostas, refutações e rejeições farão de nós os “rejeicionistas” no jogo deles. E não há como refutações e rejeições, para dar vida nova ao jogo deles. Nada disso.

O que temos de fazer é criar nosso próprio jogo narrativo – mobilizar o vocabulário nosso, carregado de significações para nós, em primeiro lugar porque é o que nos define e dá forma à nossa história e às nossas aspirações, consideradas as nossas realidades politicas, econômicas e sociais. Assim invertemos o jogo.

O invasor, ocupador, usurpador ficará com a dura missão de rejeitar e refutar e discutir a nossa versão. Que seja ele o rejeicionista, que rejeite e refute nossa narrativa, e o invasor, ocupador, usurpador trabalhará, afinal, para dar vida e fazer circular o nosso jogo.

Sharmine Narwani é uma comentarista e analista de geopolítica do Oriente Médio. Ela é  ex-associada sênior College, Universidade de Oxford St. Antony e tem um mestrado em Relações Internacionais pela Universidade de Columbia. Sharmine é comentarista para uma ampla variedade de publicações, incluindo Al Akhbar Inglês, o New York Times, TheGuardian, Asia Times Online, Salon.com, EUA Hoje, o Huffington Post, Al Jazeera Inglês, BRICS Post e outros. Você pode segui-la no Twitter em @snarwani

(Entreouvido na Vila Vudu) No Brasil, onde reina o ‘jornalismo’ de maledicência & futrica, praticado pela mesma mídia-empresa que já foi golpista em 1964-68 e volta a ser golpista em 2016, pode-se dizer também:
“Narrativas corrompem!” e/ou “Narrativas roubam!” 


[Para a mesma finalidade] No Brasil-2016, todos os políticos da oposição teriam de ser desmoralizados em bloco. De fato, dado que o golpe no Brasil também visa a atender interesses do big business e da big finance internacionais, todos os partidos e políticos teriam de ser desmoralizados, e com eles seria extinta a história dos anos de governo bem-sucedido do PT. Começou então a ‘santa cruzada’, na qual, quanto mais empenhado na salvação ‘ética’ do Brasil sem política, por jornais e redes de TV e jornalistas, mais se revela o jornalista corrupto-corruptor.
(Entreouvido na Vila Vudu)

sexta-feira, 25 de março de 2016

O fim do glamour do "Fora Dilma".

Por Renato Rovai, em seu blog:

O tempo, senhor da razão, cuidou de ir mostrando cada vez com mais nitidez quais as reais intenções daqueles que lideram a campanha pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. 
E quanto mais eles foram revelando os dentes caninos, mais gente foi se posicionando do outro lado.


A resistência a favor da democracia e contra o golpe hoje já permite dizer que é possível virar o jogo e impedir que o Brasil volte a se tornar uma republiqueta de bananas.


Naquele dia aconteceram manifestações em todas as capitais do Brasil. E em todas, praticamente sem exceção, houve mais participação do que o previsto por todos os lados da política.

E como quem foi naqueles eventos não estava atendendo a um chamado da Globo, que tem paralisado sua programação para convocar o golpe, o resultado é que se produziram no embalo deles centenas de outros que estão acontecendo aos poucos e reunindo milhares.

Quase todas as universidades federais fizeram atos ou manifestações nos últimos dias. E a maior parte desses eventos acabou tendo que ser ampliado para telões instalados fora dos teatros.

Ao mesmo tempo, estudantes da PUC-SP reagiram a uma manifestação de provocadores, apanharam da PM do Alckmin, que tem agido com absoluta parcialidade nesses conflitos, e no dia seguinte realizaram um ato que vai ficar na história da PUC de novo.

Ontem foram os estudantes do Mackenzie, que querem livrar a instituição do que parecia ser o seu destino, apoiar movimentos de direita. Teve conflito de novo na rua Maria Antônia, mas dessa vez eram mackenzistas que estavam lá para gritar não vai ter golpe.

Os atos de cultura estão cada vez mais repletos de artistas se posicionando.

O teatro e o cinema do Rio fizeram dois encontros fantásticos na Lapa. E ontem, para celebrar esse posicionamento, a diretora Ana Muylaert, ao receber um prêmio da Globo, disse que Jéssica, a personagem do Que Horas Ela Volta, existe, e é filha de Lula e Dilma.

Tom Zé lançou um manifesto contra o golpe e artistas como Tico Santa Cruz, Maeda Jinkings, Fernando Anitelli, Zé de Abreu, Mônica Iozzi, Letícia Sabatella, Elza Soares, Wagner Moura e tantos com suas falas tiram o verniz de que estar na moda é gritar “fora Dilma”.

Ao mesmo tempo em que a OAB vai para o lado de lá, juristas e advogados de todo o Brasil fazem atos e questionam a ação golpista.

Jornalistas em todas as redações já começam a questionar a linha editorial de seus veículos e a audiência da mídia não alinhada não para de crescer.

O Brasil começa a se mexer de um jeito que não estava nas contas da Globo, a verdadeira central do golpe.

Mesmo assim eles mantêm a marcha.

Da mesma forma que transformaram os imensos atos do dia 18 em algo menor, iludindo até jornalistas experientes, agora vão apressar a ação de impeachment porque sentem o bafo das ruas na nuca.

Essa reação do “não vai ter golpe” terá de ser ainda mais consistente, mais forte.

Eles sabem que estão perdendo a exclusividade das ruas, que foi o que lhes deu legitimidade para chegar ao ponto atual. E é isso que explica, por exemplo, o juiz Sérgio Moro ter colocado em sigilo a lista da Odebrecht que cita 312 políticos. E a Globo não tê-la divulgado no JN.

Eles sabem que listas como essa embaralham o jogo porque demonstram que o sistema político brasileiro é controlado pelas grandes corporações. E que não é punição seletiva que vai acabar com isso.

Ao contrário, quanto menos democracia, menos combate a corrupção. Sempre foi assim, sempre será. É a possibilidade de contraditório que faz com que os podres de todos os lados sejam combatidos e revelados.

Os dias que virão serão duríssimos.

Os que agitam os batedores de panelas acelerando o passo para não perder o time. E os contra o golpe resistindo quase sem comando em todas as partes do país.

O golpe acontece em broadcasting e a resistência é quase toda distribuída em redes.

Não é uma parada fácil, mas cada vez mais parece possível derrotar o que parecia invencível.


O “não vai ter golpe” pode ser a chave de um novo país que virá se o impeachment for derrotado. Ele não aceita mais ser massa de manobra da Globo e ao mesmo tempo vai cobrar a fatura do PT e dos seus líderes, que, por tantos erros cometidos, estão colocando quase tudo a perder.

A Hipocrisia da Mídia.

A estratégia de vazamento seletivo de documentos e informações sigilosas para a mídia foi descrita e defendida pelo juiz Sérgio Moro em artigo de 2004.


Venício A. de Lima / Pátria Latina.
Uma das características da grave crise política que o país atravessa tem sido a questionável relação estabelecida entre os responsáveis pela operação Lava Jato e a mídia, em especial para os grandes meios de comunicação.
A estratégia de vazamento seletivo de documentos e informações sigilosas, ou a suspensão do sigilo seguida da entrega seletiva de informações à mídia foi descrita e defendida pelo juiz Sérgio Moro em artigo de 2004. 
Para ele, trata-se de “(manter) o interesse do público elevado e os líderes partidários na defensiva” e “(garantir) o apoio da opinião pública às ações judiciais, impedindo que as figuras públicas investigadas (obstruam) o trabalho dos magistrados” mesmo sob “o risco de lesão indevida à honra do investigado ou acusado (…) pois a publicidade tem objetivos legítimos e que não podem ser alcançados por outros meios”. [cf.http://ferreiramacedo.jusbrasil.com.br/…/consideracoes-sobr… ].
A cobertura política
Graças ao trabalhado de uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), coordenado pelo professor João Feres Júnior, a partir de 2014, qualquer interessado pode acompanhar sistematicamente a cobertura política que a grande mídia brasileira oferece.
No caso específico da Operação Lava Jato, o LEMEP faz esse acompanhamento nos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo e no Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão desde o dia 27 de outubro de 2014, isto é, o dia seguinte ao segundo turno da eleição presidencial. Os resultados estão disponíveis em http://www.manchetometro.com.br/cobertura-2015/cobertura-2015-operacao-lava-jato/
Verifica-se que a cobertura “negativa” em relação ao governo, à presidente Dilma e ao Partido dos Trabalhadores tem sido constantes desde que o acompanhamento se iniciou e fica cristalino, não só a execução da estratégia da Lava Jato, como a partidarização unânime da mídia.
Protestos
Embora aplaudido por seguimentos da classe média urbana como parte do combate “missionário” à corrupção, o viés de “oposição” ao governo, à presidente Dilma e ao Partido dos Trabalhadores não tem passado despercebido de advogados, juristas, estudiosos da comunicação e, sobretudo, militantes de diferentes movimentos sociais que identificam a seletividade, as omissões, as ênfases, os enquadramentos, as distorções como ameaça à democracia e a direitos fundamentais duramente conquistados na história política recente do país.
Uma das consequências dessa percepção é que manifestações populares tem incluído protestos dirigidos à conduta partidarizada dos meios de comunicação, em particular, ao maior e mais influente deles, o Grupo Globo que, ademais, carrega em sua história o ônus de haver apoiado não só o golpe civil-militar de 1964, como admitido publicamente quase meio século depois [cf.http://oglobo.globo.com/…/apoio-editorial-ao-golpe-de-64-fo…], mas de ter sido um dos principais suportes do regime autoritário que durou 21 longos anos.
Nota Pública
Reagindo ao que chamam de “atos de violência perpetrados contra jornalistas e meios de comunicação” as associações empresariais representativas dos concessionários do serviço público de rádio e televisão [ABERT e ABRATEL] e dos proprietários de jornais [ANJ] e revistas, [ANER] acrescidos de forma inédita pela Representação no Brasil da UNESCO, estiveram em audiência com o Ministro-chefe da SECOM-Presidência da República no dia 10 pp. com o objetivo de “(instá-lo) a coordenar junto aos órgãos federais competentes, em especial o Ministério da Justiça, a adoção de todas as mediadas necessárias que garantam a segurança e o livre exercício da atividade jornalística”. No dia seguinte, 11 de março, publicaram uma Nota Pública de meia página em jornais do país.
O que primeiro chama atenção na Nota é ter sido assinada também por um organismo das Nações Unidas, sob a justificativa – aliás muito cara aos empresários da comunicação – da defesa da “liberdade de expressão e do acesso à informação”.
Seria o caso de se perguntar: combater manifestações de protesto que reclamam da cobertura política comprovadamente partidarizada da grande mídia coloca em risco a liberdade de expressão de quem? Ou ainda: liberdade de expressão é igual à liberdade das empresas que exploram comercialmente as concessões de Rádios e TVs e/ou são proprietárias de jornais e revistas?
A Nota afirma que: “É equivocado o pensamento daqueles que crêem que os veículos de comunicação são protagonistas do processo político. A imprensa cumpre seu papel constitucional de cobrir e reportar os fatos de interesse da sociedade”.
O entendimento de que cabe à imprensa “cobrir e reportar os fatos de interesse da sociedade” é um princípio constitucional ou trata-se de função auto atribuída à imprensa nas democracias desde que existam pluralidade e diversidade para a formação de uma opinião pública autônoma e independente?
Será que os subscritores da Nota ignoram as toneladas de papel que já foram gastas na publicação de textos da ciência política e dos estudos de comunicação que demonstram que, nas sociedades contemporâneas, a mídia vem ocupando o lugar que antes era exclusivamente exercido pelos partidos políticos?
Será que os subscritores da Nota pretendem, em pleno século XXI, ressuscitar para os oligopólios de mídia a superada “teoria do mensageiro” como se fossem apenas repórteres neutros de “fatos de interesse da sociedade” [ver a propósito o excelente artigo da profa. Sylvia Moretzsohn “O jornalista e a falácia do mensageiro” in  http://observatoriodaimprensa.com.br/jornal-de-debates/_ed822_o_jornalista_e_a_ falacia _do_mensageiro/]?
E a Nota diz ainda que “as entidades signatárias (…) reiteram o seu compromisso diário com a sociedade brasileira de cobrir todo e qualquer fato com isenção (sic), de modo assegurar ao cidadão o pleno acesso à informação e à pluralidade de ideias e de pensamento”.
No Dicionário Aurélio a palavra “isenção” significa “imparcialidade, neutralidade”, exatamente o oposto do que revelam os dados do LEMEP de acordo com as mais atuais técnicas de acompanhamento e avaliação de coberturas jornalísticas.
Quais as razões?
Nestes tempos sombrios talvez fosse mais republicano que “as entidades que representam a Comunicação Social e o escritório da UNESCO no Brasil” refletissem sobre quais as razões que levam milhares de pessoas, país afora, a protestarem contra a cobertura política que vem sendo oferecida.
Ao contrário do que possa parecer, cada vez mais brasileiros percebem que a seletividade, as omissões, as ênfases, os enquadramentos e as distorções, na verdade, escamoteiam interesses ocultos.
Para a grande mídia o que está em jogo, de fato, é a sua credibilidade. E a retórica hipócrita de elaboradas Notas Públicas, mesmo que subscritas pela UNESCO, não consegue esconder a crua realidade dos fatos.
  • Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da Universidade de Brasília (aposentado), pesquisador sênior do CERBRAS-UFMG e autor de Cultura do Silêncio e Democracia no Brasil, EdUnB, 2015, dentre outros livros.

quinta-feira, 24 de março de 2016

ÍNDIA TESTA COM SUCESSO MÍSSIL AGNI-I

O Blog do ISAPE, publicou que neste mês de março, a Índia realizou com sucesso um teste com o míssil balístico de alcance intermediário Agni-I

Este tem capacidade de carregar ogivas nucleares. O Agni-I foi desenvolvido nacionalmente por uma empresa estatal e possui um alcance de 700 quilômetros.
Foto: The Hindu.



Histórica “Carta de Curitiba” sepultou golpismo de Sérgio Moro na UFPR.

Autoritarismo e ilegalidades do professor Sérgio Moro foram reprovadas ontem (22) em sua própria casa, a UFPR, onde houve ato de juristas em defesa da democracia; juristas leram e aprovaram a Carta de Curitiba, na qual evocam as garantias constitucionais e a defesa do Estado Democrático de Direito; "Não vai ter golpe", "Fora Moro, fascista, tucano e golpista", foram algumas das palavras de ordem na plateia; OAB e a velha mídia também ganharam o carimbo de golpistas; "As concessões dos serviços públicos de rádio e televisão devem ser utilizadas como instrumento de ação política de grupos, instituições e organizações com o objetivo de desestabilizar o regime democrático", avisaram à Globo; abaixo, a íntegra da Carta de Curitiba, link para subscrever o documento e o vídeo do evento.
Autoritarismo e ilegalidades do professor Sérgio Moro foram reprovadas ontem (22) em sua própria casa, a UFPR, onde houve ato de juristas em defesa da democracia; juristas leram e aprovaram a Carta de Curitiba, na qual evocam as garantias constitucionais e a defesa do Estado Democrático de Direito; “Não vai ter golpe”, “Fora Moro, fascista, tucano e golpista”, foram algumas das palavras de ordem na plateia; OAB e a velha mídia também ganharam o carimbo de golpistas; “As concessões dos serviços públicos de rádio e televisão não devem ser utilizadas como instrumento de ação política de grupos, instituições e organizações com o objetivo de desestabilizar o regime democrático”, avisaram à Globo; abaixo, a íntegra da Carta de Curitiba, link para subscrever o documento e o vídeo do evento.
Colegas do professor Sérgio Moro, na UFPR, em documento histórico intitulado Carta de Curitiba, ensinaram ontem à noite ao juiz Sérgio Moro alguns preceitos básicos garantidos na Constituição Federal de 1988. Na prática, juristas sepultaram o golpismo do coordenador da Vaza Jato no ninho da serpente.
Os operadores do Direito denunciaram sistemáticos ataques às instituições democráticas e a semeação de ódio, intolerância e violência pela velha mídia.
“As concessões dos serviços públicos de rádio e televisão não devem ser utilizadas como instrumento de ação política de grupos, instituições e organizações com o objetivo de desestabilizar o regime democrático”, diz um trecho da Carta de Curitiba, em claro recado à Rede Globo.
O golpismo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que repete 1964, também foi alvo da artilharia dos juristas. Eles expressaram no documento “inconformismo republicano” à posição da entidade que é favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff – mesmo sem base legal.
A Carta de Curitiba ainda denuncia o juiz Sérgio Moro por produzir provas de maneira criminosa, ilegal, como grampos telefônicos, bem como condução coercitiva — do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — sem prévia intimação judicial.
Na Carta, o mundo jurídico ensinou ao juiz Moro que não se pode vazar escutas telefônicas antecipadamente para a Globo em desacordo com as garantias constitucionais dos acusados; que a defesa do Estado Democrático de Direito e da soberania nacional, que se manifestou pelo voto legítimo em regular eleição, das garantias constitucionais do devido processo legal, especial da ampla defesa, do contraditório, da presunção da inocência, da imparcialidade e do afastamento das provas ilegítimas.
“É preciso ter coragem para denunciar o obscurantismo que insiste em se instalar no País”, diz o documento que ainda segue aberto para assinatura da sociedade em geral (clique aqui para subscrevê-lo).
O Blog do Esmael, em parceria com a TV 15, transmitiu o evento ao vivo para o Brasil e o mundo.