domingo, 20 de agosto de 2017

Rio de Janeiro. Idosa é agredida a pedradas e família denuncia intolerância religiosa.

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A aposentada foi atendida no Hospital Geral de Nova Iguaçu, no bairro da Posse, e levou seis pontos na testa e três na boca.
Uma idosa foi agredida a pedradas no bairro Cerâmica, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A família diz que a mulher foi vítima de intolerância religiosa.

Segundo a filha da idosa, a vendedora Eliane Nascimento da Silva, de 42 anos, a mãe, Maria da Conceição Cerqueira da Silva, de 65 anos, foi agredida quando saiu de casa para ir ao mercado. A vendedora relatou que a mãe retornou com o rosto ensanguentado e ferimentos no braço esquerdo.
Maria da Conceição é candomblecista e a família acusa uma vizinha de ter cometido a agressão, que ocorreu na última sexta-feira (18/8), por volta das 15h, por intolerância religiosa.

A aposentada foi atendida no Hospital Geral de Nova Iguaçu, no bairro da Posse, e levou seis pontos na testa e três na boca. A idosa ainda não fez exame oftalmológico para verificar se o olho esquerdo foi afetado.

De acordo com a vendedora, a vizinha havia ameaçado matar Maria da Conceição, a quem chama de “macumbeira e feiticeira”. Além disso, teria dito que a família podia apresentar queixa na delegacia, o que não resultaria em nada.
Eliane entregou aos policiais os vídeos das câmeras de segurança, instaladas na porta da casa da mãe, que mostram o horário que ela saiu e voltou. O local da agressão, ao lado de um caminhão, no entanto, não está no ângulo das câmeras. “Essa moça chegou a ir na delegacia se fazendo de vítima dizendo que a minha mãe tinha uma tesoura para pegar ela. Só que as imagens mostram que a minha mãe não estava com nada na mão e essa menina não tinha um arranhão no corpo”, completou.
De acordo com a Polícia Civil do Rio, a agressão foi registrada na 58ª DP (Posse) e as investigações estão em andamento com diligências para apurar os crimes de lesão corporal e de injúria. A agressão não foi registrada como intolerância religiosa.
Nesta segunda (21/8), a aposentada e parentes serão recebidos, às 13h30, na Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos. O órgão colocou à disposição da idosa e da família, assistência jurídica, psicológica e social. A secretaria informou que vai acompanhar as investigações e pedirá que a Polícia Civil registre o caso como intolerância religiosa.
Para o secretário Átila Nunes, casos como esse são inadmissíveis. “Esta senhora foi vítima, no mínimo, de dois crimes: intolerância religiosa e agressão contra idosos”, apontou.
Diante dos casos de intolerância religiosa que vem ocorrendo no Rio, o secretário defendeu a criação da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância . “Crimes como esse, que envolvem o preconceito não só religioso, mas também à pessoa idosa, precisam ser combatidos. Pedimos para quem for vítima de qualquer agressão motivada por intolerância ou preconceito, que entre em contato com o nosso Disque Combate ao Preconceito”, disse.
O Disque Combate ao Preconceito funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h, pelo telefone (21) 2334 9551. Dados do Disque 100, de Direitos Humanos, indicam que, em 2016, foram registrados 79 casos de intolerância religiosa no Rio, um aumento de 119%, na comparação com 2015.

São Paulo. Delegado mata esposa juíza e se suicida.

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Quando os militares chegaram ao apartamento, observaram que a casa não tinha sinais de arrombamento e que tudo estava em ordem.
Na manhã deste domingo (20/8), um delegado matou a mulher e, em seguida, se suicidou, em Perdizes, zona oeste de São Paulo. A polícia foi acionada e, chegando ao local, os militares observaram que a casa não tinha sinais de arrombamento e que tudo estava em ordem. 

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A testemunha, Luiz Otávio Pinho de Freitas, que se identificou como padrinho da filha do casal, contou à polícia que o delegado Cristian Sant’Ana Lanfredi e a juíza da 2ª Vara do Trabalho de Franco da Rocha, Claudia Zerati, foram até seu apartamento na noite deste sábado (19/8) para cumprimentá-lo pelo seu aniversário. Saíram de lá dizendo que iriam para uma festa. 

No entanto, durante a madrugada, por volta das 4h30, a mulher de Freitas foi acordada pelo delegado, que carregava sua filha de seis anos, pedindo para que ela cuidasse da menina, pois ele havia se desentendido com Claudia. 

Curioso com a situação, minutos depois, Freitas foi até o estacionamento do prédio do casal e notou que os carros do delegado e da juíza estavam lá. 

Em seguida, pediu ao porteiro que o acompanhasse até o apartamento do casal. A porta estava destrancada, e Cláudia e Cristian foram encontrados caídos na cama, mortos.

Cláudia tinha ferimento de arma de fogo na nuca, e Cristian no lado direito da cabeça. A arma foi encontrada no local, e acredita-se que Cristian tenha cometido suicídio. A Polícia Civil vai investigar o caso.
Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram ocorrido.

Monalysa Alcântara, candidata do Piauí, é eleita Miss Brasil 2017.

A beleza da jovem desbancou outras 26 candidatas. Agora, ela terá a oportunidade de representar o país no Miss Universo.
Matéria de RAFAELA LIMA em 20/08/2017.
 candidata representante do Piauí, Monalysa Alcântara, venceu o concurso Miss Brasil 2017, realizado na noite deste sábado (19/8) no Teatro Vermelhos, em Ilhabela (SP). A mais nova miss tem 18 anos e é estudante de administração.


Monalysa é a terceira negra a vencer o concurso. A beleza da jovem desbancou outras 26 candidatas. Agora, ela terá a oportunidade de representar o país no Miss Universo. “Minha super estratégia será ser eu mesma: uma mulher nordestina, que passou por diversas coisas, muitas dores que fizeram ser quem eu sou hoje. Vou ser eu mesma. Não tem segredo”, afirmou.

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Em seu perfil no Instagram, Monalysa comemorou: “Realizei um sonho, e sonhei pelo meu Piauí.
Em segundo lugar, ficou a modelo e estudante de gestão financeira Juliana Mueller, de 25 anos, representante do Rio Grande do Sul. 
A terceira colocada foi a também modelo e estudante de engenharia de produção Stephany Pim, 23 anos, do Espírito Santo.

sábado, 19 de agosto de 2017

São Luís (MA) Sediará Encontro Nacional de Prostitutas, o evento será nos dias 21 a 23 de setembro no Convento das Mercês. Com participação prevista do Deputado Jean Willis.


Foto - http://hbois.blogspot.com.br/2017/08/encontro-nacional-de-postitutas-em-sao.html
São Luís vai sediar o 6º Encontro Nacional de Prostitutas entre 21 e 23 de setembro, no Convento das Mercês. Durante os três dias de realização do encontro serão debatidos diversos temas com as representações nacionais, como a luta das trabalhadoras sexuais brasileira na perspectiva do futuro. 

O evento é promovido pela Associação de Prostitutas do Maranhão, presidida por Maria de Jesus,  em parceria com a Rede Brasileira de Prostitutas e Central Única de trabalhadores Sexuais.

A mesa de abertura será com o painel "30 anos de memórias, histórias e lutas das trabalhadoras sexuais" que homenageará Gabriela Leite.

Foto - http://hbois.blogspot.com.br/2017/08/encontro-nacional-de-postitutas-em-sao.html
Delegações confirmadas dos Estados do Pará, Minas Gerais, Distrito Federal, além de representantes de outras unidades da Federação. A programação do evento será encerrada com uma puta festa maranhense de 30 anos, após o desfile Grife Daspu com trilha ao vivo do DJ Dolores.

Representante do Museu do Sexo das Putas, de Minas Gerais, está confirmada na mesa que debaterá "Prostituição e cidades: Memórias e desafios contemporâneos". O museu foi a residência artística realizada no ano passado, reunindo 10 artistas plásticos com duração de um mês. O documentário "Entre fronteiras", do Canal Futura será exibido no dia 22 de setembro. 

Ao longo do período de realização do encontro várias mesas serão realizadas abordando tema como avanços, retrocessos e perspectivas do trabalhador sexual, direitos e legislação no Brasil.  Esta prevista a participação do deputado federal Jean Willis (PSOL - RJ).


População de rua ainda luta para romper invisibilidade e garantir direitos. 19 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua.

Brasília - O Distrito Federal amanheceu nublado e com chuva neste sábado.O período chuvoso traz transtornos para moradores em condição de rua (José Cruz/Agência Brasil)
O Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua rememora a chacina ocorrida na Praça de Sé, em São Paulo, em 2004José Cruz/Agência Brasil
Helena Martins - Repórter da Agência Brasil
Aos 12 anos, Fabiana Aparecido saiu de casa sem rumo certo. Os conflitos com a família levaram a jovem a buscar independência nas ruas. Dois anos depois, ainda adolescente, engravidou da primeira filha. Pouco depois, conheceu Heliovan Evangelista de Souza, com quem viria a ter mais seis filhos e três netos. Ao longo de 18 anos, eles dividiram as ruas de Brasília, percorrendo as Asas Norte e Sul ou buscando abrigo em bairros mais distantes do centro, como Taguatinga. “Cada dia era um lugar diferente”, conta Fabiana, que enfrentou diversas situações de violência e problemas com o uso abusivo de drogas.
Desde o último mês, a rotina marcada pela busca quase diária de apoio, comida e roupas no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), passou a ocupar um lugar na memória. A aproximação com organizações sociais e a possibilidade de integrar a equipe da Revista Traços, levou-a a buscar outra experiência de vida, fora das ruas. A Traços é um projeto que tem o objetivo debater a cultura produzida no Distrito Federal e que conta, em sua produção e distribuição, com o trabalho de 50 pessoas que vivem em situação de rua. Fabiana, Heliovan e a filha caçula, Tainá, estão na capa da nova edição da revista, que conta a história da família.
Neste sábado, 19 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua. Fabiana compunha a população de pouco mais de 100 mil pessoas que vivem em situação de rua, em todo o Brasil, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O número é uma estimativa baseada em dados do Censo do Sistema Único de Assistência Social (Censo Suas) de 2015, pois o Brasil não possui dados oficiais sobre esse segmento, o que contribui para ampliar a dificuldade de planejar e implementar políticas públicas para essa população.
Recebendo um auxílio do governo do Distrito Federal destinado a pessoas que se encontram em situação vulnerável, bem como um auxílio-moradia que garante o pagamento de um aluguel, ela pode, aos 35 anos, recomeçar.  “Eu consegui sair da rua e me reconciliar com dois filhos que eu não via há 10 anos. Minha filha caçula está morando comigo, agora minha família está toda junta”, comemora. 
Sem esquecer os amigos que a acompanharam nessa trajetória, invisível para a maior parte dos moradores da capital federal, ela abriu as portas da casa nova para um casal que também busca sair das ruas. “Eu tenho muito orgulho de poder ajudar agora”, diz, para logo então listar os próximos planos: a conclusão de um curso de corte e costura e o retorno aos estudos.
Muitas vezes, a falta de informações e compreensão sobre as características e as dinâmicas das vidas de pessoas que vivem nas ruas faz com que elas tenham direitos negados, inclusive quando buscam órgãos públicos. Aos poucos, contudo, avanços são conquistados. Recentemente, estudantes do DF que vivem nas ruas ganharam, na Justiça, o direito ao pleno acesso ao passe livre estudantil
A principal dificuldade para acessar o benefício estava na impossibilidade de comprovação de endereço fixo, uma das exigências da legislação local que foi superada pela decisão.
Violência
O Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua rememora a chacina ocorrida na Praça de Sé, em São Paulo, em 2004, quando 10 pessoas foram atacadas enquanto dormiam. Seis delas morreram. Poucos dias depois, novos atos violentos levaram à morte de outro morador de rua. 
À época, investigações sobre o que ficou conhecido como Massacre da Sé apontaram envolvimento de policiais, que buscariam silenciar moradores que sabiam do envolvimento de agentes de segurança com o tráfico. Um segurança particular e seis policiais militares chegaram a ser denunciados e três soldados foram presos, mas liberados posteriormente por falta de provas.
Treze anos depois do massacre, a violência ainda é uma constante na vida dessa população. “Por isso que a gente está com a prioridade que é denunciar os nossos prefeitos que assumiram políticas higienistas e também o aumento da violência”, explica Leonildo Monteiro, integrante da coordenação do Movimento Nacional População de Rua (MNPR), que citou conflitos recentes que ocorreram em São Paulo como exemplo dessa situação. Leonildo também é um sobrevivente. Depois de anos nas ruas de diversos estados do país, ele transformou sua experiência em vontade de mudar a realidade. Hoje, comemora a realização de atos em defesa dos direitos das pessoas em situação de rua.
Política Nacional
Um dos resultador das lutas do movimento foi a criação, em 2009, da Política Nacional para a População em Situação de Rua. Entre os objetivos estão assegurar acesso aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde, educação, Previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda; desenvolver ações educativas; proporcionar o acesso dessas pessoas aos programas de transferência de renda; implementar centros de referência especializados e estabelecer padrões dos serviços de acolhimento temporários.
No entanto, a implementação dessa política depende da articulação entre a União e os estados que optam por aderir a ela. O Distrito Federal foi a primeira unidade federativa a aderir à Política Nacional, em 2013. A Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (SEDESTMIDH) é responsável pelo desenvolvimento de ações voltadas às cerca de 3 mil pessoas que vivem nas ruas do DF. Essa população é atendida por duas unidades do Centro Pop, onde têm acesso à alimentação, serviços de higiene e atendimento social, psicológico e jurídico, além de atividades de lazer e locais de descanso.
Os esforços também refletem a preocupação com o crescimento do número de pessoas que vivem nas ruas, devido à crise econômica. No DF, no último ano, o governo estima que esse número tenha passado de 2,5 mil para 3 mil. Parte da população em situação de rua teve acesso, entre janeiro e junho deste ano, ao Benefício Excepcional, um auxílio aluguel no valor de R$ 600, e aos Auxílios Vulnerabilidades, que chega a pouco mais de R$ 400. 
Como parte da homenagem ao Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, o governo do DF anunciou ontem (18) abertura de credenciamento de organizações da sociedade civil que queiram desenvolver ações de abordagem social, em parceria com a secretaria A meta é que essa iniciativa garanta atendimento a até 1,5 mil pessoas por mês, ao longo de seis meses.
Edição: Amanda Cieglinski

CNJ decide investigar folha de salários de juízes de todo o país.

 Brasil para a Paz, no Tribunal de Justiça do Rio (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
A presidente do CNJ, Cármen Lúcia, determinou investigação dos salários de juízesTânia Rêgo/Agência Brasil
André Richter - Repórter da Agência Brasil.

A presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, decidiu que o órgão vai investigar a folha de pagamentos de todos os magistrados do país. De acordo com portaria publicada hoje (18) pelo CNJ, os tribunais de Justiça de todos os estados deverão enviar mensalmente ao conselho cópias do contracheque dos magistrados cinco dias após a liberação do pagamento.

A medida foi tomada após o surgimento de suspeitas de irregularidades a 84 juízes do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT). O caso veio à tona após a imprensa publicar que um dos magistrados recebeu R$ 503 mil em julho. Diante do fato, o conselho determinou a suspensão imediata de novos repasses.
Segundo o TJ do Mato Grosso, os pagamentos foram amparados em decisão do CNJ. O juiz Mirko Vincenzo Giannotte, um dos magistrados beneficiados por um pagamento de R$ 503 mil, disse que os valores foram recebidos como compensações legais por ter atuado por dez anos em comarcas maiores da que está lotado.
“A partir do mês de setembro de 2017 todos os tribunais do país submetidos ao controle administrativo do Conselho Nacional de Justiça encaminharão, até cinco dias após o pagamento aos magistrados, cópia da folha de pagamentos realizados para divulgação ampla aos cidadãos e controle dos órgãos competentes e para controle da regularidade do orçamento e finanças de cada qual dos Tribunais pelo Conselho Nacional de Justiça”, diz a portaria do CNJ. Conforme a nova norma, o CNJ vai divulgar em seu site todos dados sobre a folha de pagamento dos magistrados do país.

Edição: Amanda Cieglinski

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Brasília - PFDC pede ao Ministério da Justiça esclarecimentos acerca de suposta suspensão das investigações de chacina em Pau D'Arco.


Dez trabalhadores rurais foram mortos no massacre. 
Representação encaminhada à Procuradoria denuncia ausência de renovação das equipes que investigam os assassinatos.

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal, enviou nessa quarta-feira (16) ao ministro da Justiça  e Segurança Pública, Torquato Lorena Jardim, pedido de informações acerca de suposta suspensão das investigações sobre a chacina ocorrida em maio deste ano no município de Pau D'Arco, sudeste do Pará. O episódio resultou na morte de dez camponeses e ocorreu durante ação de busca e apreensão conduzida por forças policiais.

O pedido de esclarecimentos ao Ministério da Justiça atende representação encaminhada à PFDC pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Pará. No documento, o presidente da Comissão, deputado Pedro Bordalo, destaca informações publicadas em veículos de imprensa de que a equipe de policiais federais que investigam os assassinatos não teria sido renovada pelo governo federal.

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Sobre a chacina – No dia 24 de maio de 2017, durante uma operação policial que cumpria mandados de prisão contra suspeitos de envolvimento na morte de um segurança da fazenda Santa Lúcia, no Pará, dez trabalhadores rurais foram mortos a tiros. O episódio faz de Pau D’Arco palco do maior massacre campesino desde Eldorado do Carajás, em 1996, quando 19 agricultores foram assassinados. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, em conjunto com o Conselho Nacional de Direitos Humanos, participou de missão emergencial que esteve no local do massacre para acompanhar a perícia e exigir celeridade na investigação do caso. 
Recordando...  Massacre no Pará: sete dos dez assassinados são da mesma família - 26/05/2017.
Informação foi apurada pela missão emergencial que está no local. Grupo é formado pela Procuradoria dos Direitos do Cidadão, Conselho Nacional dos Direitos Humanos, Defensoria Pública da União e Procuradoria de Justiça.
São da mesma família sete dos dez trabalhadores rurais assassinados na manhã da última quarta-feira (24/5), em massacre ocorrido no município de Pau d’Arco, no sudeste do Pará. A informação foi apurada pela missão emergencial que está desde ontem (25) no local. Composta pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), Defensoria Pública da União (DPU) e Procuradoria-Geral de Justiça do Pará, a missão, deliberada ainda na quarta pelo Plenário do CNDH, foi ao local com o objetivo de acompanhar a perícia, exigir celeridade na investigação e a responsabilização dos culpados pelo massacre.
Para o presidente do CNDH, Darci Frigo, a quantidade de mortos de uma mesma família pode sugerir que houve emboscada: “é prematuro afirmar que se trata de uma tocaia, mas o dado traz fortes indicativos desse tipo de ação”.
O grupo também apurou que teria havido tentativa por parte das Polícias Civil e Militar de registrar as mortes como autos de resistência – resistência à ação policial seguida de morte – e simplesmente arquivar o caso. “Ao não proceder com a investigação, o que estão querendo esconder? Esse movimento pode ser um indicativo de que não querem que o caso seja de fato investigado e se descubra como se deram as mortes: se foram execuções, se de fato houve confronto, a quantidade de tiros”, afirma o presidente do CNDH.
O grupo foi informado que serão designados dois delegados da Polícia Civil para o inquérito. “De qualquer forma, o Ministério Público Estadual abriu um Procedimento de Investigação Criminal porque até agora não teve informação sobre o inquérito. Três promotores de justiça acompanham o caso”, acrescenta Frigo. 
O massacre – Conforme informações preliminares, dez posseiros – sendo nove homens e uma mulher – foram assassinados durante ação de busca e apreensão em um acampamento situado na Fazenda Santa Lúcia, localizada no município de Pau d’Arco. A reintegração estaria sendo realizada pelas Polícias Civil e Militar. 
Na madrugada da quinta-feira (25), a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, o presidente do CNDH, Darci Frigo, e o procurador-geral de Justiça do Estado do Pará, Gilberto Martins se deslocaram até a área para obter mais informações e auxiliar nas ações.
Violência no campo – A chacina em Pau d’Arco acontece apenas um dia após o Conselho Nacional de Direitos Humanos, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e outras 18 entidades do poder público e da sociedade civil terem realizado, na sede da Procuradoria Geral da República, em Brasília, um grande ato em defesa de direitos e contra a violência no campo. 
O encontro reuniu cerca de 200 pessoas, entre trabalhadores rurais, indígenas, quilombolas, defensores de direitos humanos, parlamentares e ativistas por justiça e paz no campo. O ato contou com depoimentos de vítimas e familiares e buscou denunciar a omissão do Estado diante do aumento da violência no campo. O encontro também buscou chamar atenção para a responsabilidade do poder público na criminalização dos movimentos sociais, na atuação desproporcional das polícias e na aprovação de medidas que agravam os processos de concentração, privatização e estrangeirização de terras brasileiras. Uma carta pública de compromissos foi lançada no evento.
Números – Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontam que 2016 teve registro recorde no número de conflitos no campo: foram 61 assassinatos de trabalhadores rurais (o dobro em relação à média dos últimos dez anos) e 1.536 conflitos, envolvendo 909.843 famílias. 
O ano de 2017 já revela a intensificação dos conflitos. Somente nos primeiros cinco meses deste ano haviam sido registrados pela CPT 26 assassinatos em decorrência dos conflitos agrários no Brasil – número duas vezes maior que o registrado no ano passado para o mesmo período. 
Outros seis casos também estão sob investigação e ainda não foram inseridos no banco de dados da Pastoral. Com as mortes em Pau dÁrco, a violência no campo em 2017 já pode ser apontada como a maior do período em todo o registro histórico já feito pela CPT ao longo dos últimos 25 anos.
Assessoria de Comunicação e Informação - ACI - Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão - PFDC/MPF - Tel.: (61) 3105-6083 - pfdc-comunicacao @mpf.mp.br - twitter.com/pfdc_mpf.