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Quando o horário político na tevê completa duas semanas, imagem do ex-presidente leva candidato Fernando Haddad, sua maior aposta, a dobrar de tamanho em SP; em BH, Patrus sobe; Lula resgata a reticente presidente Dilma, a rebelde senadora Marta e até o presidente do PSB, Eduardo Campos; reputação de raposa mais felpuda da política brasileira está salva
247 – Depois de estar seriamente ameçada,
em razão do que pareceu uma teimosia, quase um capricho, a reputação de
raposa mais felpuda da política brasileira está preservada para o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o peso de sua imagem, mesmo
com menos cabelo e a voz em fase de recuperação, Lula fez o que
prometeu: catapultou seu candidato a prefeito da maior cidade do País,
Fernando Haddad, em São Paulo, do bolo dos sem chance para a briga
direta pela entrada no segundo turno.
Mais ainda, em razão da escalada que patrocinou, Lula quebrou a
resistência da senadora Marta Suplicy, que se recusava a entrar numa
campanha que se anunciava inexpressiva, e trouxe para ainda mais perto
de si a presidente Dilma Rousseff. Inicialmente, diante da perfomance
pífia de Haddad antes do horário eleitoral, Dilma mandou avisar que não
iria participar da campanha.
Mais tarde, com a aproximação da
inauguração dos programas políticos, fez saber que participaria
pontualmente, mas não mergulharia de cabeça em nenhuma delas. De quebra,
na polêmica instalada pelo ex-presidente Fernando Henrique, Dilma fez
profissão de fé inquestionável a favor de Lula, numa nota oficial
elegante e, ao mesmo tempo, desconcertante para os tucanos (leia
abaixo).
Agora, quando o ex-ministro da Educação de Dilma (e de Lula) aparece
nas pesquisas com o dobro das intenções de voto que tinha antes de ser
conhecido como 'o candidato do Lula', Dilma tomou ontem o avião da
Presidência da República para almoçar com Lula e combinar, nos termos do
ex-presidente, sua participação na campanha.
Pelo Brasil, Lula também colhe uma grande vitória, a esta altura da
eleição, quando o candidato a prefeito de Belo Horizonte que, a exemplo
de Haddad, ele impôs ao partido, o ex-ministro Patrus Ananias dá um
salto de sete pontos nas pesquisas e passa a consolidar um cenário de
segundo turno na terra do tucano Aécio Neves.
Apesar da trombada de
frente com o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo
Campos, consumada com o lançamento do igualmente seu ex-ministro
Humberto Costa à Prefeitura de Recife, Lula outra vez vai se saindo bem.
Ele convidou, e Campos já aceitou participar de um ato público
pró-Haddad em São Paulo. E ainda fez frase para dizer que jamais pensou –
e pensou – em trair sua aliança com o ex-presidente: "Jamais me
distanciei de Lula", disse Campos.
Sem ter olhos azuis, corpo esguio, português escorreito e, neste
momento, caneta para nomear e exonerar, o que todos veem em Lula são os
votos que ele carrega – e sua força política, a esta altura das eleições
municipais, ainda que seus candidatos não vençam os respectivos
pleitos, está confirmada. Com o baiano, como todos o chamavam nos seus
tempos de líder metalúrgico no ABC, não se brinca.
Abaixo, nota oficial da presidente Dilma Rousseff em resposta ao
ex-presidente Fernando Henrique e em defesa da gestão de Lula e seu
jeito de atuar:
"Citada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais O Globo e O
Estado de S. Paulo, creio ser necessário recolocar os fatos em seus
devidos lugares.
Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.
Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob
controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas
cambiais recordes.
Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de
pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de
acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.
Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições
firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que
não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O
ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.
Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é
uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir
de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento.
Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as
administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.
Presidenta da República Federativa do Brasil.
FONTE:http://brasil247.com/pt/247/poder/79311/Lula-de-louco-a-genio-em-contados-15-dias-Lula-louco-genio-contados-15-dias.htm
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