Agente de saúde do Distrito Federal participa da demonstração durante lançamento do programa |
Identificar pessoas em situação de vulnerabilidade e prevenir
mortes por suicídio por meio de uma rede interligada dentro do Sistema
Único de Saúde (SUS).
Essa é a meta do Programa de Prevenção ao
Suicídio, lançado nesta segunda-feira pela Secretaria de Saúde do
Distrito Federal, por ocasião do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Para incentivar políticas públicas voltadas para a prevenção do
suicídio em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) cobrou em
documento mais ações relativas à questão.
De acordo com a coordenadora de Prevenção ao Suicídio da
Diretoria de Saúde Mental, Beatriz Montenegro, o Distrito Federal é a
primeira unidade federativa a desenvolver uma política pública voltada
para a prevenção do suicídio. "Existem as Diretrizes Nacionais de
Prevenção ao Suicídio, lançadas pelo Ministério da Saúde em 2006, que
preveem que as unidades federadas desenvolvam políticas", explicou.
Segundo ela, a política proposta pela Secretaria de Saúde precisa
estar fundamentada em uma ação intersetorial dos diversos níveis de
complexidade do sistema público de saúde. "A gente precisa de uma
política que sensibilize, que capacite os profissionais e que articule
essa rede de maneira a oferecer para a pessoa que está em situação de
vulnerabilidade uma atenção integral e adequada", completou.
Dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) indicam
que o DF registra uma média de 20 casos de tentativa de suicídio por
mês, sendo até dois consumados. Há cerca de um ano, o órgão dispõe
também de duas psicólogas que atuam em casos em que a pessoa tenta tirar
a própria vida.
"Quando a Central 192 identifica uma tentativa de suicídio, a
equipe de enfermeiros e técnicos de enfermagem vê a parte clínica e se o
paciente precisa ser encaminhado ao hospital. Depois disso, entra a
equipe de psicologia. A gente vai ao local e faz uma intervenção com o
paciente e com a família, tentando sensibilizar para um tratamento e um
acompanhamento na rede", explicou Elaine Medina, psicóloga do Samu.
Ela alertou que é um mito pensar que quem tenta o suicídio quer
chamar a atenção ou que quem quer se matar não avisa ninguém. Segundo a
especialista, a ameaça de suicídio deve sempre ser levada a sério. Dados
do Samu mostram também que pelo menos dois terços das pessoas que
cometem suicídio haviam comunicado a intenção, de alguma maneira, aos
amigos e à família.
"Quem tenta o suicídio quer acabar com uma dor psíquica, com um
momento difícil pelo qual está passando. E quem tenta uma vez, se não
houver um trabalho ou um suporte, vai tentar de novo até conseguir",
concluiu Elaine.
Confira abaixo sinais que podem ser apresentados por pessoas em
risco de tirar a própria vida, de acordo com informações do Samu:
- Abandono de amigos e/ou atividades sociais;
- Perda de interesse em atividades que antes traziam prazer;
- Não conseguir assumir as responsabilidades diárias;
- Apresentar estado emocional alterado ou instável (agitação, irritabilidade, descontrole ou agressividade);
- Adotar comportamentos de risco, como consumo de álcool e outras drogas;
- Falar sobre morte ou sobre morrer.
O Samu listou ainda dicas para ajudar pessoas em risco de cometer suicídio:
- Criar proximidade com a pessoa sem se colocar em risco;
- Tentar estabelecer uma relação de confiança;
- Procurar escutar sem fazer juízo de valor;
- Demonstrar interesse em ajudar;
- Permitir que a pessoa expresse seus sentimentos;
- Encorajar a pessoa a procurar ajuda profissional.
Fonte: Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI6143386-EI306,00-Distrito+Federal+lanca+programa+para+prevenir+suicidios.html
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