segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Furacão Sandy e os “esquecidos” pela mídia.

Por Altamiro Borges
O furacão Sandy causou enorme devastação na América Central, no Caribe e também nos Estados Unidos. 

Mas a mídia nativa, sempre tão colonizada, só deu atenção para a tragédia no território estadunidense. 

A TV Globo, com as suas longas matérias, até parecia uma sucursal de alguma emissora ianque. Novamente, em mais este caso dramático, a mídia brasileira demonstrou que não tem qualquer identidade com os povos latino-americanos. Ele serve ao império, sente as suas dores e reproduz as suas versões dos fatos.

Balanço parcial indica que o furacão Sandy, que virou uma tempestade nos EUA, causou pelo menos 41 mortes em Nova Iorque e deixou milhares de pessoas desabrigadas.

Governo e corporações empresariais também já fazem cálculos sobre os prejuízos econômicos, que devem superar os US$ 50 bilhões – mais de 101 bilhões de reais. 

Já na América Central e no Caribe, os danos são bem maiores, devido principalmente à frágil estrutura dos países da região – sempre saqueados e oprimidos pelo império do norte. 

Sofrimento na América Central e Caribe Segundo o sítio da Adital, o furacão deixou 54 mortos no Haiti, 11 em Cuba, dois nas Bahamas, dois na República Dominicana, um na Jamaica e um em Porto Rico.  

A situação mais dramática é a do Haiti. “O ciclone aprofundou a crise nesse país caribenho, que já contava com 400 mil pessoas sem habitação desde o devastador terremoto de janeiro de 2010. 

Ele agregou à lista mais 200 mil pessoas. Agora, o governo haitiano teme pelo aumento do número das vítimas de cólera; no último mês, foram registrados 86 novos casos”.
 
Na Jamaica, ele deixou dezenas de famílias sem teto e causou prejuízos estimados em US$ 16,5 milhões, segundo informou a primeira-ministra do país, Portia Simpson Miller. 

E Cuba, a tormenta matou 11 pessoas em Santiago de Cuba e nas províncias de Guantánamo. Cerca de 5 mil edifícios foram parcialmente destruídos e 30 mil cubanos ficaram sem teto. 

Na República Dominicana, mais de 18 mil pessoas tiveram que ser evacuadas e cerca de 3.500 casas foram destruídas.

EUA pautam a imprensa nativa - A mídia colonizada simplesmente “esqueceu” estas vítimas. 

Como aponta o jornalista João Paulo Charleaux, “enquanto o furacão Sandy matava 69 pessoas na América Central e no Caribe, pouco se via sobre ele nos jornais daqui. Bastou a ventania entrar nos radares americanos para entrar, também, na pauta da imprensa brasileira com força total.

Agora, escoado o aguaceiro, resta, além das mortes, a ideia de que ainda falta ao jornalismo internacional brasileiro criar sua própria agenda, em vez de comprar a dos outros”.

Charleaux trabalhou durante oito anos na Cruz Vermelha Internacional e já cobriu catástrofes para vários veículos. Ele lembra que “nas redações, a piada mais comum é a de que um americano assustado equivale a uns 40 centro-americanos mortos ou uns 50 corpos africanos e por aí vai”.


De fato, para a mídia colonizada pouco importa o sofrimento dos povos que sempre foram explorados e oprimidos pelo império e que hoje lutam por sua libertação. 

A mídia servil chora apenas pelas vítimas do império!

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