EDINHO SILVA |
O PT não deve adotar uma postura defensiva.
Mesmo sendo brutalmente
atacado, conseguiu resultado histórico nas eleições municipais.
As eleições municipais de 2012 foram um marco para o Partido dos
Trabalhadores, que, mesmo num momento politicamente conturbado,
conseguiu vencer em 68 cidades paulistas, inclusive na capital.
Elegemos
55 vices e 675 vereadores em 382 cidades.
Governamos 45% do total da
população do Estado de São Paulo. É o melhor resultado eleitoral da
nossa história. Esse resultado consolida a relação do PT com a sociedade brasileira e
paulista.
Mesmo o partido sendo brutalmente atacado devido ao
julgamento da ação penal 470, os eleitores falaram em alto e bom tom que
têm identidade com o nosso projeto.
É um equívoco adotarmos uma postura defensiva no atual debate da
conjuntura. O PT é o partido que construiu um modelo de governo que
inovou as políticas públicas no Brasil. Esse modelo teve início nas
cidades onde administramos e sempre adotou princípios éticos e de zelo
com o dinheiro público.
Somos os protagonistas na adoção da transparência na prestação de
contas e na execução orçamentária. Muitas das diretrizes do modo petista
de governar transpuseram as fronteiras petistas e contagiaram a cultura
administrativa e da governança, independente da coloração partidária.
O modo petista de governar tem identidade: é impossível um governo
liderado pelo PT, que tenha inspiração na nossa história, não se
estruturar na democracia direta, não dialogar com os oprimidos -no
sentido mais amplo do conceito de opressão-, não ter a sensibilidade no
enfrentamento às injustiças históricas e no combate a todas as formas e
expressões de misérias.
Por mais que um governo liderado pelo PT possa ser amplo na
capacidade de diálogo com toda a sociedade -e temos que perseguir
governos de expressão democrática-, jamais podemos esquecer qual é a
nossa missão histórica: nascemos e nos construímos sonhando com uma
sociedade justa, igualitária e que radicalize a democracia. Portanto,
que torne sujeitos nas relações de poder aqueles que sempre foram
subjugados.
O grande desafio do modo petista de governar é visualizar as novas
demandas históricas. O século 21 nos coloca o desafio de prepararmos as
nossas cidades para que elas sejam capazes de ser palco da produção de
riquezas sem dizimar os recursos naturais e sem segregar socialmente.
Tem que ser prioridade a busca da sustentabilidade. Não a
sustentabilidade como clichê do politicamente correto, mas, sim, como
uma nova forma de organização da produção e distribuição de riquezas.
Outro desafio para o PT é ser o interlocutor de propostas que
expressem as aspirações da nossa juventude. Os jovens são vítimas de
todas as expressões de violência, morrem nas periferias do sistema;
quando não são pobres e negros, também "morrem" com a incapacidade de
sonhar e de acreditar em novo modelo de sociedade.
Mais que um discurso eleitoral, o modo petista de governar cria a
identidade de um projeto nos municípios brasileiros. Persegui-lo deve
ser a prioridade dos (das) nossos (nossas) chefes do Executivo nos
municípios e dos nossos vereadores e vereadoras nas Câmaras Municipais.
O PT, ao longo da sua história, formulou novos paradigmas para as
políticas públicas. Provou, liderando a coalizão nos governos Lula e
Dilma, que é possível construir um grande país com programas inovadores e
arrojados, sem perder de vista a responsabilidade administrativa.
Vamos olhar para a nossa história e seguir com passos firmes na busca
do nosso futuro.
Afinal: "Uma cidade parece pequena se comparada com um
país, mas é na minha, na sua cidade que se começa a ser feliz".
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