Por isso, as mulheres que aspiram a ocupar um alto cargo têm de adotar o modelo masculino de conduta, diz o sociólogo Alexander Nikonov, autor dos livros "Fim do Feminismo. Em que a Mulher se Diferencia do Homem" e "Upgrade do Macaco".

"Os estereótipos são um reflexo da realidade. O homem como portador do princípio agressivo em toda parte se conduz agressivamente – tanto na guerra como na indústria, nos negócios e no esporte. 

Não é por acaso que o esporte masculino é separado do esporte feminino, até mesmo na esfera intelectual – no xadrez, apesar de, aparentemente, lá não ser preciso romper os tendões. 

Naturalmente, a opinião pública elaborou o estereótipo – absolutamente correto do ponto de vista da Biologia – de que o homem consegue êxito graças à sua atividade. Por isso, quando as mulheres começam a ter uma conduta agressiva, isto é, desempenham um papel masculino, isto ajuda-as na carreira".

Mas nisto se oculta um outro perigo. A mulher-chefe subconscientemente manifesta preconceito em relação às representantes de seu sexo mais brandas e comunicativas, considera-as menos capazes no trabalho e impede sua promoção no emprego. Por sua vez, as mulheres subordinadas, dirigidas por estereótipos análogos, encaram de forma muito mais crítica as ordens das mulheres dirigentes, do que se elas partissem de homens.

No entanto, na Rússia, por força de causas histórico-culturais, ao lado do estilo agressivo de direção, as mulheres praticam com êxito o papel de líder-mãe, o que está mais perto de sua essência natural – assinala a membro do conselho coordenador do Centro moscovita de Pesquisas de Gênero, Elena Mezentseva.

"Na Rússia estão presentes dois tipos de mulheres-dirigentes. Por um lado, as mulheres que reproduzem o tipo masculino de direção e que está próximo dos resultados que os pesquisadores alemães conseguiram. Por outro lado, temos mulheres que se consideram dirigentes no papel de donas de sua empresa, ou até mesmo no papel maternal em relação a seus colaboradores. Elas são mais cuidadosas, dão mais atenção ao componente social".

Os especialistas têm dificuldade em dizer qual destes dois estilos de conduta de mulheres-líderes é o mais correto. Mas concordam em uma coisa – tanto na Rússia, como no Ocidente a mulher-dirigente atrai maior atenção para sua atividade e os seus erros são mais notados do que os erros de cálculo dos colegas homens.