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Foto: Brasil 247. |
Se Robson Marinho contar o que sabe, elo entre
cartel no metrô paulista e gestões do PSDB pode se fechar; ex-chefe da
Casa Civil de Mario Covas, atual deputado federal já tem US$ 3 milhões
identificados em contas secretas na Suíça; suspeita é origem na Alstom;
chefão entre os tucanos, Marinho já foi presidente da Assembleia e
conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (foto); na Siemens,
escândalo derruba presidente no Brasil Peter Loscher; governador Geraldo
Alckmin virou alvo das ruas; investigação chega ao paraíso fiscal de
Liechtenstein.
4 de Agosto de 2013.
247 – Os tucanos de São Paulo tem mais um
homem-bomba – e dos graúdos. Robson Marinho, o deputado federal que está
ligado a contas secretas na Suíça com cerca de US$ 3 milhões em
depósitos, é esse personagem. Poderoso desde os tempos em que os atuais
social-democratas paulistas se aninhavam no PMDB, Marinho foi chefe da
Casa Civil do governo Mario Covas, em 2000, presidiu a Assembléia
Legislativa e foi conselheiro do Tribunal de Contas dos Estado.
De estilo tonitruante, passou a ser uma figura queimada no partido
desde que o Ministério Público obteve de autoridades da Suíça, este ano,
a confirmação da existência de suas contas no exterior.
Agora,
espera-se no MP a chegada de novas informações, vindas do Principado de
Liechtenstein, vizinho à Suíça, de forma a rastrear o trânsito de
grandes recursos no circuito de empresas e bancos do paraíso fiscal.
O
alimentador desse esquema seria a multinacional Alstom, que teria feito
sua amarração com os tucanos a partir do governo Covas e antes mesmo da
Siemens.
Na multinacional alemã, o presidente no Brasil, Peter Loscher, foi
afastado do cargo, numa responsabilização indireta sobre a gestão que
teria participado de um cartel formado por 15 empresas, todas
participantes de um esquema de pagamento de propinas para participar de
obras do metrô paulista.
Durante o último governo de Geraldo Alckmin,
empreiteiros paulistas não escondiam sua irritação com o que
consideravam extremas dificuldades para a participação de empresas
nacionais nas obras do sistema de trens.
"QUE DEVOLVAM O DINHEIRO" - As provas que podem
chegar da Europa podem deixar a situação de Marinho insustentável dentro
do partido. Foi para ele, interpretam integrantes do partido, que José
Serra deu o recado sobre levar responsáveis pelo recebimento de propinas
a devolver o dinheiro aos cofres públicos. A investigação formal contra
Marinho é a que está mais próxima de chegar a esse desfecho.
O problema, para os tucanos, é que Marinho é dono de toda a memória
dos bastidores do primeiro governo Covas e seus subsequentes. Por ele,
no Gabinete Civil do Palácio dos Bandeirantes, passaram todas as
articulações políticas, com as respectivas trocas de promessas, que
arquitetaram seguidas vitórias do partido nas eleições estaduais.
No
Tribunal de Contas, familiarizou-se com os processos mais importantes
das administrações estaduais, ciente de como foram produzidas muitas
sentenças. Sacrificar Marinho para estancar o sangramento político
provocado pelo escândalo pode parecer fácil, mas tende a ser um drama
para os tucanos. Ele é o homem que sabe demais.
Famosos por fazerem campanhas políticas faustosas em São Paulo, a
suspeita é que os recursos obtidos com propinas em torno das obras do
metrô tenham servido não apenas para o enriquecimento pessoal dos
beneficiados pelo esquema, mas também para a formação de um caixa dois
único para o financiamento de disputas eleitorais.
Link desta matéria: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/110590/Caso-Siemens-PSDB-chega-ao-tucano-que-sabe-demais.htm
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