sábado, 27 de junho de 2015

Minas Gerais realizou a terceira edição do Festival Nacional sem Preconceito que elegeu a Miss Prostituta, Miss Pantera Trans, a Miss Favela e o Mister Boy.

Em nossa São Luís, assisto o celeuma provocado pela “guerra do banheiro no colégio  liceu maranhense”, onde um ser humano busca garantir sua autoafirmação social e a “defesa” do seu direito como transexual de usar o banheiro feminino, versus servidores públicos pseudo-defensores dos direitos coletivos das alunas, que impedem indivíduos portadores de genitália masculina de acessar as dependências da referida casa de banho do sexo feminino. E mais uma vez nossa Capital que um dia foi chamada de "Atenas" brasileira, é manchete nacional, “agora na guerra pela moral e os bons costumes”... Isto na semana que a Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos da América, reconheceu a legalidade do casamento entre indivíduos do mesmo sexo.

 Vencedora do Miss Prostituta 2014. Waleska.

A Vencedora e participantes do Miss Prstituta 2014 com suas faixas.

Recordei-me que em Minas Gerais, as “minorias sexuais”, criaram uma forma sutil de denunciar as mazelas sociais, e a discriminação reinante contra segmentos da sociedade politicamente incorretos e até indesejáveis, porém imprescindíveis sexualmente falando, pois desde que o mundo é mundo exercem seu papel social e econômico. 

Mesmo que por motivos opostos, prospecção de novos públicos consumidores, não podemos deixar de reconhecer a coragem e a ousadia do Grupo Empresarial Doimo, que através de sua fundação é parceiro de primeira hora da realização deste concurso e integra o Festival Nacional Sem Preconceito, permitindo a utilização de suas dependências anualmente na capital mineira de Belo Horizonte.
Me refiro a forma inovadora como a sociedade civil organizada mineira vem conduzindo este debate social. A data escolhida para ser contraponto a um outro evento socialmente aceito, porém extremamente machista e excludente. 

A forma festiva e muito criativa, expõe as fragilidades que este segmento social carrega, dá voz mesmo que momentaneamente, a este fragmento social esquecido, seja através da internet ou da imprensa tradicional, divulga-se o glamour do evento social, mas apresenta-se também as demandas sociais e denuncia-se a violência sofrida diariamente e ignorada pelo aparelho estatal. 

Quando divulgou-se  a realização do primeiro Miss Prostituta em 2012, queria-se dar visão aos problemas destas mulheres: Que antes de Prostitutas,  são mães, chefes de famílias, estudantes inclusive universitárias... Mas tem como atividade profissional que honestamente garante o sustento de suas familias, a prestação de serviços sexuais. 

Em 2014 tivemos a terceira edição do Festival, o evento que começou tímido, já cumpriu parcialmente seu papel de dar visibilidade as prostitutas mineiras. Hoje alçado a categoria de evento nacional, ampliou-se abrindo espaço para novos segmentos sociais excluídos, foram eleit@s também: a Miss Favela, Miss Pantera Trans, e o Mister Boy. Porém junto com o glamour destes  novos concursos virão mais denuncias e novas demandas por direitos dos excluidos e ignorados pelas castas sociais dominantes.

 Vencedora do Miss Prostituta 2013.  Marcelina.

O Evento que começou mineiro e agora é de caráter nacional, nasceu como contraponto ao “Miss Brasil”, para refletirmos, sobre os problemas sociais e morais de nosso dia a dia que solenemente ignoramos, conforme a organização.

Mara. a Primeira Vencedora do Miss Prostituta 2012.

Dentre as Reivindicações do “Miss Prostituta” enumeramos algumas:

1 – O objetivo da realização do Concurso realizado pela Aprosmig (Associação das Prostitutas de Minas Gerais) é dar visibilidade a luta das profissionais do sexo.

2 – As Prostitutas defendem a regulamentação da profissão.

3 – Fim da violência contra as mulheres.

Abaixo segue as fotos das vencedoras do Miss Favela e d@ vencedora d@ Miss Pantera Trans. 
  
Waleska Dominique Vencedora do Miss Pantera Trans de 2014.
A Principal reivindicação do “Miss Pantera Trans”: Na luta pelos direitos do público "LGBT" o principal objetivo do ano de 2014 é o de adotar o nome social.

Eleição da “Miss Favela 2014”.


De um total de dezesseis candidatas concorreram ao título de Miss Favela 2014, consagrou-se vencedora a representante do Conjunto Palmital, em Minas Gerais, a afrobrasileira Andréa Ferreira, 27 (Número 4).. 

Texto Chico Barros.

 Leia mais a respeito nos links abaixo:




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