sábado, 17 de novembro de 2012

Execução por crucificação volta a ser usada contra cristãos e judeus no Oriente Médio.

Iêmen, Tunísia, Afeganistão, Iraque e Egito usam lei islâmica para fazer justiça.



08.Nov.2012, por Jarbas Aragão - De acordo com um relatório do jornal “Líbano Hoje”, em sua versão para o inglês, o grupo jihadista Ansar al-Sharia, assumiu alguns meses atrás o controle de uma grande área do Iêmen e já impôs a lei islâmica, ou sharia. Poucos dias depois, o grupo crucificou e expôs em praça pública, três homens, acusando-os de serem agentes a serviço dos EUA.

O analista de terrorismo Walid Shoebat confirma que a inscrição colocada na cruz de uma das vítimas diz: “Ele foi crucificado por três dias, de acordo com a sharia”.

Shoebat afirma que as penalidades segundo a sharia foram aplicadas em homens acusados de passar informações para as forças americanas que possibilitaria ataques de “drones” sem piloto que sobrevoaram o país.

De acordo com a tradução de Shoebat, o relatório do grupo jihadista diz: “Aquele que eles apelidaram de ‘capitão’ foi executado e crucificado, durante três dias, na entrada da cidade de Jaar, na província de Abyan, para ser visto por todos que entram e saem da cidade. Dois sauditas e um iemenita foram executados pela espada, durante e madrugada, pelas mãos do Ansar al-Sharia, e [os terroristas] absolveram o quarto réu da execução por causa de sua pouca idade .

A acusação seria forte. Esses homens teria plantado rastreadores em carros que pertencem a líderes da Al Qaeda. Assim, eles seriam alvos fáceis para os drones ou UAVs (Veículo Aéreo Não Tripulado).

De acordo com Shoebat, as crucificações na região são “algo novo”. O relatório a que ele teve acesso afirma que esse tipo de “incidente” segue a seqüência de eventos que ocorreram anteriormente no Afeganistão e no Iraque, onde o Islã é a religião estatal e a sharia é levada à risca. O que mudou no Iêmen é o fato de parte do país estar nas mãos de grupos ligados a Al-Qaeda, que praticamente exerce a função de governo.

Os extremistas muçulmanos tomaram parte do Iêmen em meio a uma recente tentativa de revolução que visou derrubar o presidente. No último ano, fontes indicam que ocorreram oito execuções por causa da lei islâmica: três por crucificação e cinco por decapitação.

Há relatos de crucificações semelhantes na Tunísia, segundo canal Tunísia-Sat.

Mas a situação mais preocupante é a do Egito. Embora tenha sido negada pelo presidente Mohamed Morsi durante um encontro com líderes cristãos do país.

Em um comunicado de imprensa após essa reunião em 22 de agosto, o Bispo Episcopal-Anglicano do Egito, Mouneer Hanna Anis, disse que está esperançoso. “O presidente nos garantiu que está trabalhando para realizar o sonho de que o Egito seja um país democrático e moderno, onde os direitos da cidadania e previstos na nova Constituição sejam cumpridos”, disse Anis.

Shoebat acredita que, para Morsi, o encontro foi meramente uma oportunidade de aparecer ao lado de cristãos nas fotos, mas que seu discurso é ‘morno e distorcido’, no que se refere às minorias como judeus e cristãos.  Recentemente ele foi visto em uma mesquita orando pelo fim dos judeus na terra.

Al Dostour, um conceituado jornal egípcio publicou uma matéria sob o título “Dissidentes da Irmandade Muçulmana crucificam em frente ao palácio presidencial no Egito”, que mostrava fotos de um homem egípcio nu, crucificado e com parte do corpo arrancada. 

O motivo seria uma tentativa de intimidação aos que protestavam contra o presidente egípcio. A rede Arabic Sky News reproduziu a matéria em seu site, mas o governo nega as acusações.

Ao mesmo tempo, a liderança da Irmandade Muçulmana egípcia e os líderes salafistas que atuam no parlamento estão debatendo a crucificação como uma forma aceitável de punição, pois o país deverá adotar oficialmente a sharia em breve.

Os embates com os coptas do Egito parecem ter aumentado significativamente nos últimos tempos. Um vídeo postado no YouTube mostra coptas lutando violentamente contra os muçulmanos, que estariam, sequestrando mulheres cristãs e fazendo-as de escravas.

Vários jornais árabes também referenciadas as crucificações, e uma série de sites relataram eles, incluindo um que postou uma imagem de um homem que tinha sido alvo, mas aparentemente sobreviveram com uma ferida aberta no seu lado.

Shoebat lembra que a “aplicação estrita” da lei islâmica sempre gera problemas em um país, especialmente no que diz respeito ao trato com os que não seguem o Islã. A expectativa é que em todo Oriente Médio e norte da África, os cristãos possam ver a perseguição aumentar e voltarem a ser crucificados, como ocorria nos tempos do Império Romano. Traduzido de WND.

(Só Assista se suportar cenas fortes):


 Fonte: http://noticias.gospelprime.com.br/crucificacao-volta-a-ser-usada-como-forma-de-punicao/

Tragédia no Egito, causa a morte de 45 crianças.

No Egito trem colidiu com ônibus: dezenas de crianças morreram.




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EPA


Segundo dados preliminares, 45 crianças morreram e muitas ficaram gravemente feridas numa colisão de um trem com um ônibus escolar na província egípcia de Asyut.

O trem, que se dirigiu de Cairo para Aswan, bateu no ônibus numa passagem de nível. 
 
No ônibus estavam cerca de 60 alunos.
 

Em Moscou foi inaugurado fórum Diálogo de São Petersburgo.

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Diálogo de Petersburgo



16. Nov. 2012 - Em Moscou foi inaugurado o XII Diálogo de São Petersburgo – um fórum peculiar de associações civis da Rússia e da Alemanha. O tema principal  é “A sociedade de informação perante os desafios do século XXI”.

O presidente do Comitê Coordenador russo, Viktor Zubkov, apontou no seu discurso de abertura que, no mundo moderno, tudo muda a uma velocidade vertiginosa.

"Há apenas alguns anos, o fenômeno das chamadas redes sociais era praticamente desconhecido, mas hoje estas redes já se tornaram meios de comunicação independentes e desempenham um importante papel na sociedade. Os conhecimentos que obtivemos ontem e as conclusões que fizemos podem hoje já estar obsoletos. Surgem permanentes novos desafios, para os quais a sociedade por vezes não está pronta".

"Os chefes de governo com quem tive a oportunidade de contatar", - prossegue Viktor Zubkov, - "invejaram francamente a existência de um fórum de associações civis, como o Diálogo de Petersburgo. Alguns países começaram simplesmente a copiar a ponte que existe entre os nossos países".

"Durante os anos passados, demonstramos como se pode resolver conflitos e questões que provocam discussões acirradas por meio do diálogo", - disse o presidente do Comitê Coordenador alemão, Lothar de Maizière. "Temos que discutir muitas questões polêmicas. 

Por exemplo, a lei sobre a atividade das organizações não-governamentais na Rússia. Muitas das nossas fundações que trabalham na Rússia receiam prejudicar os seus parceiros russos, que podem ser taxados de agentes estrangeiros. Ou, por outro lado, o problema dos vistos".

Na véspera do fórum foram realizadas três mesas redondas, em que foram discutidas os temas "Cidadãos indignados – novos movimentos sociais e instituições democráticas: a experiência de Stuttgart e de Moscou", "A classe média da sociedade como estabilizador do progresso social" e "A capacidade de ouvir e de nos compreendermos mutuamente ".
 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Autoridades francesas estão se preparando para o fim do mundo.

França Fim do mundo
© Voz da Rússia
16.Nov.2012 - A Voz da Russia.

Segundo o calendário dos antigos maias, o fim do mundo será em 21 de dezembro de 2012. 

No âmbito dos eventos anti-apocalipse e, com vista a proteger a saúde mental e da segurança dos cidadãos, a polícia irá bloquear durante alguns dias o acesso ao monte Byugarash.

A montanha é muito popular entre os ocultistas, que asseguram que nela se localiza uma base de alienígenas e que, na parte subterrânea da montanha, se encontra "a porta para o outro mundo". 
 
Além disso, segundo as crenças populares, o presidente  François Mitterrand, gravemente doente, teria sobrevoado de helicóptero a montanha, em busca de poder, e o serviço de inteligência israelense Mossad teria procurado aqui o ouro do Terceiro Reich.
 

Educação - Artigo. A refundação da UnB.



Autor(es): JOSÉ GERALDO DE SOUSA JUNIOR - Reitor da Universidade de Brasília; e JOÃO BATISTA DE SOUSA - Vice-reitor da Universidade de Brasília.

16.Nov.2012 Correio Braziliense - Quase ainda é possível ouvir Mozart nos acordes que emanaram da Orquestra de Câmara da Universidade Federal da Bahia, regida pelo maestro Hans-Joachim Koellreuter, no Auditório Dois Candangos, durante a fundação da Universidade de Brasília. 

Faz meio século, mas quando o lugar se encheu novamente para a celebração do cinquentenário, em 21 de abril deste ano, os presentes tiveram a sensação de que fora ontem. Emocionados, relembraram a criação da instituição que, assim como a capital da República, inaugurada dois anos antes, nascia para desbravar o Centro-Oeste, interiorizar o Brasil e reinventar conhecimento. Missão audaciosíssima!

Hoje, um dos patrimônios mais valiosos do país, a melhor Universidade de Ciências Sociais e Humanas, segundo o Prêmio Guia do Estudante 2012, celebra 50 anos com quatro campi, 34.738 alunos, 2.348 professores e 2.733 servidores técnico-administrativos. 

Operosa comunidade responsável por 67 cursos de graduação e 142 de mestrado e doutorado, em 430 mil metros quadrados de área construída. Metade dessa comunidade passou a integrar os campi nos últimos quatro anos, a partir da criação de 36 cursos de graduação, principalmente no período noturno, ampliação de outros 48, além da instituição de 24 cursos de mestrado e doutorado. No mesmo período, o espaço físico foi ampliado em um terço. Um crescimento impulsionado pelo Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

Erguida sob os olhos atentos de seu idealizador, o antropólogo Darcy Ribeiro, a Universidade de Brasília, antes restrita ao Plano Piloto, hoje é multicampi — chegou territorialmente a Ceilândia, Gama e Planaltina, exercendo papel transformador na realidade dessas comunidades ao abrigar 5 mil alunos. 

Uma expansão que consolida o princípio utópico do projeto formulado por Darcy Ribeiro com Anísio Teixeira e outros intelectuais: fazer uma universidade completa. Ela também é policêntrica porque, no campus original, na Asa Norte, a expansão se fez de maneira muito forte. 

Ao todo, nos quatro campi, são impressionantes 101 mil m² de novas edificações, que somam 31 prédios, sem contar as 41 obras de reforma em uma área equivalente a 68 mil m². Um processo de alta envergadura conduzido com disciplina e êxito. Não há nenhuma obra parada. O Reuni foi 100% executado na UnB, conforme reconhece o Ministério de Educação.

Além de avançar em novos espaços, houve intensidade e qualidade nas dimensões que constituem a essência da vida acadêmica: sistemáticas reuniões dos colegiados, criação do Conselho Comunitário, que hibernou no estatuto por 16 anos, e outros instrumentos que vão desde audiências públicas a mesas de negociação, passando pelo Orçamento Participativo, proporcionando o envolvimento da comunidade no controle de gastos.

O diálogo foi, sobretudo, a estratégia mediadora na solução dos conflitos, o eixo da proposta para o período 2008-2012: a paciente construção de uma universidade democrática, emancipatória, inclusiva e de qualidade. A partir do diálogo, temas polêmicos foram amplamente debatidos e superados, como a reestruturação administrativa, as normas para credenciamento de fundações de apoio, a transformação do Cespe em empresa pública, a adesão do HUB à Ebserh, as regras de convivência universitária e o modelo da escolha do reitor, em votação no Conselho Universitário, precedida por consulta à comunidade. A universidade que vivenciou uma das maiores crises de sua história está apaziguada, retomando o lugar plural de construção de valores que marcou sua concepção.

No ano do cinquentenário, a expansão significa, portanto, momento de refundação, marcada no plano simbólico e programático por uma gestão colegiada. Dessa mudança, a UnB saiu mais complexa.  As novas demandas exigem processos mais ágeis, modernos e melhor planejados, além de um quadro de servidores ampliado, fortalecido e mais valorizado.


 Nos últimos quatro anos, a universidade avançou em políticas nesse sentido, superando culturas, fazendo investimentos tecnológicos e em pessoas. A grande mudança, no entanto, de que as universidades brasileiras precisam para transformar o impulso dado pela expansão no salto de qualidade necessário a um país em constante crescimento, é a conquista plena da autonomia garantida pela Constituição e seu exercício na prática cotidiana.

Fonte:http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/11/16/a-refundacao-da-unb

Mensalão: um julgamento político.

 Jornal do Brasil - Mauro Santayana.



O julgamento da Ação 470, que chega ao seu fim com sentenças pesadas contra quase todos os réus, corre o risco de ser considerado como um dos erros judiciários mais pesados da História. Se, contra alguns réus, houve provas suficientes dos delitos, contra outros os juízes que os condenaram agiram por dedução. Guiaram-se pelos silogismos abengalados, para incriminar alguns dos réus.

O relator do processo não atuou como juiz imparcial: fez-se substituto da polícia e passou a engenhosas deduções, para concluir que o grande responsável fora o então ministro da Casa Civil, José Dirceu. 

Podemos até admitir, para conduzir o raciocínio, que Dirceu fosse o mentor dos atos tidos como delituosos, mas faltaram  provas, e sem provas não há como se condenar ninguém. 

O julgamento, por mais argumentos que possam ser reunidos pelos membros do STF, foi político. Os julgamentos políticos, desde a Revolução Francesa, passaram a ser feitos na instância apropriada, que é o Parlamento. Assim foi conduzido o processo contra Luis XVI. Nele, de pouco adiantaram os brilhantes argumentos de seus notáveis advogados, Guillaume Malesherbes, François Tronchet e Deseze, que se valiam da legislação penal comum.

O julgamento era político, e feito por uma instituição política, a Convenção Nacional, que representava a nação; ali, os ritos processuais cediam lugar à vontade dos delegados da França em processo revolucionário. A tese do poder absoluto dos parlamentares para fazer justiça partira de um dos mais jovens revolucionários, Saint-Just. 

Ela fora aceita, entre outros,  por Danton e por Robespierre, que se encarregou de expô-la de forma dura e clara, e com a sobriedade própria dos julgadores —  segundo os cronistas do episódio — aos que pediam clemência e aos que exigiam o respeito ao Código Penal, já  revogado juntamente com a monarquia.

“Não há um processo a fazer. Luís não é um acusado. Vocês não são juízes, vocês são homens de Estado. Vocês não têm sentenças a emitir em favor ou contra um homem, mas uma medida de segurança pública a tomar, um ato de providência nacional a exercer. Luís foi rei e a República foi fundada. E Robespierre, implacável, explica que, em um processo normal, o rei poderia ser considerado inocente, desde que a presunção de sua inocência permanecesse até o julgamento. 

E arremete: “Mas, se Luís é absolvido, o que ocorre com a Revolução? Se Luís é inocente, todos os defensores da liberdade passam a ser caluniadores. Os fatos posteriores são conhecidos.

O STF agiu, sob  aparente ira revolucionária de alguns de seus membros, como se fosse a Convenção Nacional. Como uma Convenção Nacional tardia, mais atenta às razões da direita — da Reação Thermidoriana, que executou Robespierre, Saint-Just e Danton, entre outros — do que a dos montagnards de 1789. Foi um tribunal político, mas sob o mandato de quem? Quem os elegeu? E qual deles pôde assumir, com essa grandeza, a responsabilidade do julgamento político, que assumiu o Incorruptível? E qual dos mais exacerbados poderia dizer aos outros que deviam julgar como homens de Estado, e não como juízes?

Como o Tartufo, de Molière, que via a sua razão onde a encontrasse, foram em busca da teoria do domínio do fato, doutrina que, sem essa denominação, serviu para orientar os juizes de Nurenberg, e foi atualizada mais tarde pelo jurista alemão Claus Roxin. Só que o domínio do fato, em nome do qual incriminaram Dirceu, necessita, de acordo com o formulador da teoria, de provas concretas. Provas concretas encontradas contra os condenados de Nurenberg, e provas concretas contra o general Rafael Videla e o tiranete peruano Alberto Fujimori.

E provas concretas que haveria contra Hitler, se ele mesmo não tivesse sido seu próprio juiz, ao matar-se no bunker, depois de assassinar a mulher Eva Braun e sacrificar sua mais fiel amiga, a cadela  Blondi.  Não havendo prova concreta que, no caso, seria uma ordem explícita do ministro a alguém que lhe fosse subordinado (Delúbio não era, Genoino, menos ainda), não se caracteriza o domínio do fato. Falta provar, devidamente, que ele cometeu os delitos de que é acusado, se o julgamento é jurídico. Se o julgamento é político, falta aos juízes provar a sua condição de eleitos pelo povo. 

Dessa condição dispunham os membros da Convenção Nacional Francesa e os parlamentares brasileiros que decidiram pelo impeachment do presidente Collor. As provas contra Collor não o condenariam (como não condenaram) em um processo normal. Ali se tratou de um julgamento político, que não se pretendeu  técnico, nem juridicamente perfeito, ainda que fosse presidido pelo então presidente do STF. 

A nação, pelos seus representantes, foi o tribunal. O STF é o cimo do Poder Judiciário. Sua sentença não pode ser constitucionalmente contestada, mesmo porque ele é, também, o tribunal que decide se isso ou aquilo é constitucional, ou não. 

A História, mais cedo do que tarde, fará a revisão desse processo, para infirmá-lo, por não atender às exigências do due process of law, nem à legitimidade para realizar um julgamento político. O julgamento político de Dirceu, justo ou não, já foi feito pela Câmara dos Deputados, que lhe cassou o mandato.

Prosub - Atech vence licitação da Marinha e entra na área nuclear.


A Atech vai participar diretamente do desenvolvimento do reator do futuro submarino nuclear brasileiro. A empresa, do grupo Embraer, venceu a licitação da Marinha e ficará responsável pelo desenvolvimento do sistema de controle do laboratório de geração núcleo-elétrica, conhecido pela sigla Labgene, considerada a parte principal e mais complexa do reator.

A concorrência, segundo o presidente da Atech, Tarcísio Takashi Muta, foi realizada em âmbito nacional, já que o objetivo é dominar a tecnologia do sistema de controle da propulsão nuclear.


"A empresa fará a integração do sistema e o desenvolvimento do software de controle, tecnologias que não são vendidas e nem transferidas", destacou o diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, vice-almirante Carlos Passos Bezerril. 

Com o projeto do Labgene, o Brasil, segundo ele, será o primeiro país da América Latina a ter o domínio da tecnologia de controle da propulsão e do combustível nuclear.

O diretor também lembrou que o desenvolvimento do reator irá envolver a participação de 80 empresas nacionais, na parte de construção civil e mecânica, química, materiais, engenharia naval, entre outras.

A disputa para o desenvolvimento do sistema de controle do reator nuclear envolveu também a Odebrecht e o contrato está avaliado em R$ 231 milhões, informou o executivo da Atech. O prazo para a execução do projeto é de três anos e meio, mas a qualificação do reator para ser utilizado no primeiro submarino está prevista para 2018. O contrato representa três anos e meio de faturamento para a Atech e exigirá a contratação de 40 funcionários.

Orçado em R$ 800 milhões, o Labgene é uma unidade nuclear de geração de energia elétrica, que será projetada e construída no país. Essa instalação, que está sendo erguida no Centro Experimental Aramar (CEA), em Iperó (SP), servirá de base e de laboratório para qualquer outro projeto de reator nuclear no Brasil.




O CEA, inaugurado em fevereiro deste ano, abriga a unidade produtora de Hexafluoreto de Urânio (matéria-prima para o enriquecimento de urânio, que produz o combustível nuclear para as usinas) e o Centro de Instrução e Adestramento Nuclear Aramar (Ciana), encarregado de formar mão de obra para o Labgene e também para as futuras tripulações dos submarinos nucleares brasileiros.

O vice-almirante Bezerril explica que o Labgene é também um protótipo em terra do sistema de propulsão naval que, por sua vez, permitirá a obtenção da capacitação necessária para readequá-lo ao submarino nuclear. "É um laboratório que testará todos os equipamentos, semelhante a uma planta nuclear, antes de colocar o reator no submarino."

A Atech vai aplicar a sua experiência em gestão e integração de sistemas complexos às normas e requisitos específicos da área nuclear. Parte dessa expertise, segundo o presidente da empresa, foi adquirida com a participação no Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), onde conquistou o domínio completo da inteligência do projeto.

A Atech figura entre as dez empresas no mundo que dominam a tecnologia do controle de tráfego aéreo, o que permitiu que o país atingisse a autonomia no gerenciamento do seu espaço aéreo.

Além de dar autonomia para o país na área de sistemas de controle de geração de energia nuclear, a tecnologia desenvolvida para o Labgene, segundo Takashi, terá aplicação dual. "A partir desse núcleo poderemos suportar as atividades da Marinha na área nuclear e modernizar os simuladores de operação para as usinas de Angra 1 e 2", explicou.