segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Brasil em parceria com a Russia vai fabricar helicópteros Mi-171.

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RIA Novosti - helicópteros multiuso Mi-171

A empresa estatal russa Rostekhnologii (Tecnologias da Rússia) e a empresa brasileira Odebrecht Defesa e Tecnologia assinaram um memorando de cooperação.

O documento prevê a criação de uma joint venture que, em particular, montará helicópteros multiuso Mi-171 no Brasil.

O Brasil também pretende criar um centro de serviços que irá operar com helicópteros Mi-35M. 

helicópteros Mi-35M
Além disso, a Rússia e o Brasil tencionam desenvolver um sistema de defesa aérea  destinado ao Ministério da Defesa do Brasil. 

No entanto, o tipo do sistema não foi especificado.

Polícia Federal prende homem com drogas em aeroporto no Maranhão.

17/12/2012. São Luís/MA - A Polícia Federal no aeroporto de São Luís na madrugada de sábado (15/12) prendeu um homem que tentava embarcar com drogas escondidas na roupa.

O homem ao passar pelo raio x da sala de embarque foi detectado que havia presos com fita adesiva em suas pernas 105 cápsulas pequenas contendo haxixe (582 g) 3 tabletes de haxixe (417 g) e 495 selos de LSD.

Depois de confirmada a natureza do material foi dada voz de prisão ao homem por tráfico de drogas.

O preso foi conduzido a Superintendência Regional da Polícia Federada PF no Maranhão para lavratura do auto de prisão.

Comunicação Social da Polícia Federal no Maranhão.
Fone: (98) 3131 - 5105

Corinthians o vencedor de demandas

17.Dez. 2012 - Sport Club Corinthians Paulista.
 
Vencedor de demandas.

Em 1910, o povo resolveu revolucionar o futebol e se emancipar do status quo. Diziam que futebol não era coisa para pobre, operário e negros. A classe trabalhadora se juntou a pequenos comerciantes e migrantes e imigrantes recém chegados à capital paulista para concretizar um sonho: nascia o Sport Club Corinthians Paulista. Em seus primeiros anos, o Corinthians era relegado pela força dominante do ludopédico, e os golpes foram recorrentes para tentar afastá-lo das disputas mais importantes. Não adiantou. Podem ter fundado e refundado ligas e associações, mas o único filho legítimo da várzea lutou e reverteu as vilanias.

Nos anos 1940, quando o Estado Novo getulista se viu obrigado a tomar lado durante a II Guerra, um emergente golpista quis mostrar suas asas e tomar nosso patrimônio. O Corinthians, que já se fortalecera em 20 e 30 e se consolidou como gigante no futebol brasileiro, foi ameaçado com uma intervenção do poder público. A corinthianada, sabida e calejada, fez manobras habilidosas e freou o ímpeto golpista daquela gente nojenta e safada que vive de penduricalhos.

Dez anos se passaram e os resultados dessa tentativa frutrada de golpe se viram em campo: o Corinthians sofria e não dava a sua Torcida a alegria de um título. Começaram campanha ferrenha contra nossa imagem para, tolos, tentarem nos diminuir. Entrou em cena a Vila Maria Zélia e, de lá, surgiu o maior time que o futebol já viu. Ganhamos tudo, inclusive a tal "projeção internacional" que só viria a ser pauta 40 anos depois. Nunca a bola foi tão bem tratada como nos tempos da Santíssima Trindade, composta por Cláudio, Luizinho e Baltazar.

Tivemos, então, o jejum. E, apesar dos 23 anos sem conquistas, a Fiel revolucionou os paradigmas da arquibancada. Como massa em repouso, só fez crescer, estabelecendo uma referência que perdura até hoje como, segundo previu Menotti del Picchia no começo do século XX, "um fenômeno sociológico a ser estudado em profundidade". Surgiram os Gaviões. Fizeram a Invasão ao Rio de Janeiro. E veio 1977.

Ano sim, ano não, o Corinthians passou a ser campeão.Mais ainda, o clube disse a um Brasil sob ditadura militar que era preciso democracia. A Democracia Corinthiana, aquela que retomou os ideais inclusivos e participativos dos ancestrais de 1910. Ao invés de apoiar, chamavam seus articuladores de baderneiros, bêbados e drogados. O tempo, porém, soube inteligentemente mostrar o que tudo aquilo significou.

Aí, os raivosos inventaram de falar que o Corinthians era um time regional, tratando pejorativamente o maior campeão do Paulistão, apesar dos 23 anos de seca. Não durou muito tempo o discurso, já que em 1990, no Salão Para Festas Corinthianas, um grupo de trabalhadores levantou o caneco do Brasileirão. Nas ruas, festa jamais vista, por todo o país, e as falácias contra o Time do Povo cada vez mais ralas e sem consistência.

Quase que imediatamente, a resposta dos fígados opilados veio por meio de um torneio continental que, até então, era tratado com tanta importância que os times brasileiros mandavam seu elenco reserva para a disputa. Virou a "obsessão". Tanta obsessão que, ainda que tenhamos conquistado o mundo em 2000, diziam que esse campeonato homologado pela federação internacional de futebol não valia. Só porque eles queriam.

Eis que chega 2012, ano em que morreram todas as piadas. Qualquer tentativa de reescrever a história se vê derrotada com a glória dos títulos que o Corinthians ganhou neste ano. Não pela grife ou pelo status, mas como a prova inconteste de que o Todo-Poderoso é, tal qual seu São Jorge padroeiro, um vencedor de demandas. Como dizia mestre Lourenço Diaféria, autor da bíblia corinthianista, "o Corinthians busca os títulos para dá-los ao povo, como forma de carinho, como a imaginária corda mi do cavaquinho de Adoniran Barbosa".

Nesses mais de cem anos de história, a lição é essa: inventem uma demanda e o Corinthians, empurrado pela sua torcida, a vence. Somos uma congregação que luta, que enfrenta e que vence. Somos uma família espalhada pelo mundo. Somos o Corinthians. E isso nos basta.

O comunismo ético e humanitário de Oscar Niemeyer.


07.Dez.2012 - Leonardo Boff. 
Oscar Niemeyer
Não tive muitos encontros com Oscar Niemeyer. Mas os que tive foram longos e densos. Que falaria um arquiteto com um teólogo senão sobre Deus, sobre religião, sobre a injustiça dos pobres e sobre o sentido da vida?

Nas nossas conversas, sentia alguém com uma profunda saudade de Deus. Invejava-me que, me tendo por inteligente (na opinião dele) ainda assim acreditava em Deus, coisa que ele não conseguia. 

Mas eu o tranquilizava ao dizer: o importante não é crer ou não crer em Deus. Mas viver com ética, amor, solidariedade e compaixão pelos que mais sofrem. Pois, na tarde da vida, o que conta mesmo são tais coisas. E nesse ponto ele estava muito bem colocado. Seu olhar se perdia ao longe, com leve brilho.

Impressionou-se sobremaneira, certa feita, quando lhe disse a frase de um teólogo medieval: “Se Deus existe como as coisas existem, então Deus não existe”. E ele retrucou: “mas que significa isso?” Eu respondi: “Deus não é um objeto que pode ser encontrado por ai; se assim fosse, ele seria uma parte do mundo e não Deus”. 

Mas então, perguntou ele: “que raio é esse Deus?” E eu, quase sussurrando, disse-lhe: “É uma espécie de Energia poderosa e amorosa que cria as condições para que as coisas possam existir; é mais ou menos como o olho: ele vê tudo mas não pode ver a si mesmo; ou como o pensamento: a força pela qual o pensamento pensa, não pode ser pensada”. E ele ficou pensativo. 

Mas continuou: “a teologia cristã diz isso?” Eu respondi: “diz mas tem vergonha de dizê-lo, porque então deveria antes calar que falar; e vive falando, especialmente os Papas”. Mas consolei-o com uma frase atribuída a Jorge Luis Borges, o grande argentino:”A teologia é uma ciência curiosa: nela tudo é verdadeiro, porque tudo é inventado”. Achou muita graça. Mais graça achou com uma bela trouvaille de um gari do Rio, o famoso “Gari Sorriso: “Deus é o vento e a lua; é a dinâmica do crescer; é aplaudir quem sobe e aparar quem desce”. Desconfio que Oscar não teria dificuldade de aceitar esse Deus tão humano e tão próximo a nós.
Mas sorriu com suavidade. E eu aproveitei para dizer: “Não é a mesma coisa com sua arquitetura? Nela tudo é bonito e simples, não porque é racional mas porque tudo é inventado e fruto da imaginação”. 

Nisso ele concordou adiantando que na arquitetura se inspira mais lendo poesia, romance e ficção do que se entregando a elucubrações intelectuais. E eu ponderei: “na religião é mais ou menos a mesma coisa: a grandeza da religião é a fantasia, a capacidade utópica de projetar reinos de justiça e céus de felicidade. 

E grande pensadores modernos da religião como Bloch, Goldman, Durkheim, Rubem Alves e outros não dizem outra coisa: o nosso equívoco foi colocar a religião na razão quando o seu nicho natural se encontra no imaginário e no princípio esperança. Ai ela mostra a sua verdade. E nos pode inspirar um sentido de vida.”

Para mim a grandeza de Oscar Niemeyer não reside apenas na sua genialidade, reconhecida e louvada no mundo inteiro. Mas na sua concepção da vida e da profundidade de seu comunismo. Para ele “a vida é um sopro”, leve e passageiro. 

Mas um sopro vivido com plena inteireza. Antes de mais nada, a vida para ele não era puro desfrute, mas criatividade e trabalho. Trabalhou até o fim, como Picazzo, produzindo mais de 600 obras. Mas como era inteiro, cultivava as artes, a literatura e as ciências. Ultimamente se pôs a estudar cosmologia e física quântica. Enchia-se de admiração e de espanto diante da grandeur do universo.

Mas mais que tudo cultivou a amizade, a solidariedade e a benquerença para com todos. “O importante não é a arquitetura” repetia muitas vezes, “o importante é a vida”. 

Mas não qualquer vida; a vida vivida na busca da transformação necessária que supere as injustiças contra os pobres, que melhore esse mundo perverso, vida que se traduza em solidariedade e amizade. No JB de 21/04/2007 confessou: ”O fundamental é reconhecer que a vida é injusta e só de mãos dadas, como irmãos e irmãs, podemos vive-la melhor”.

Seu comunismo está muito próximo daquele dos primeiros cristãos, referido nos Atos dos Apóstolos nos capítulos 2 e 4. Ai se diz que “os cristãos colocavam tudo em comum e que não havia pobres entre eles”. Portanto, não era um comunismo ideológico mas ético e humanitário: compartilhar, viver com sobriedade, como sempre viveu, despojar-se do dinheiro e ajudar a quem precisasse. Tudo deveria ser comum. Perguntado por um jornalista se aceitaria a pílula da eterna juventude, respondeu coerentemente: “aceitaria se fosse para todo mundo; não quero a imortalidade só para mim”.

Um fato ficou-me inesquecível. Ocorreu nos inícios dos anos 80 do século passado. Estando Oscar em Petrópolis, me convidou para almoçar com ele. Eu havia chegado naquele dia de Cuba, onde, com Frei Betto, durante anos dialogávamos com os vários escalões do governo (sempre vigiados pelo SNI), a pedido de Fidel Castro, para ver se os tirávamos da concepção dogmática e rígida do marxismo soviético. 

Eram tempos tranquilos em Cuba que, com o apoio da União Soviética, podia levar avante seus esplêndidos projetos de saúde, de educação e de cultura. Contei que, por todos os lados que tinha ido em Cuba, nunca encontrei favelas mas uma pobreza digna e operosa. Contei mil coisas de Cuba que, segundo frei Betto, na época era “uma Bahia que deu certo”. Seus olhos brilhavam. Quase não comia. Enchia-se de entusiasmo ao ver que, em algum lugar do mundo, seu sonho de comunismo poderia, pelo menos em parte, ganhar corpo e ser bom para as maiorias.

Qual não foi o meu espanto quando, dois dias após, apareceu na Folha de São Paulo, um artigo dele com um belo desenho de três montanhas, com uma cruz em cima. Em certa altura dizia: “Descendo a serra de Petrópolis ao Rio, eu que sou ateu, rezava para o Deus de Frei Boff para que aquela situação do povo cubano pudesse um dia se realizar no Brasil”. Essa era a generosidade cálida, suave e radicalmente humana de Oscar Niemeyer.

Guardo uma memória perene dele. Adquiri de Darcy Ribeiro, de quem Oscar era amigo-irmão, uma pequeno apartamento no bairro do Alto da Boa-Vista, no Vale Encantando. De lá se avista toda a Barra da Tijuca até o fim do Recreio dos Bandeirantes. Oscar reformou aquele apartamento para o seu amigo, de tal forma que de qualquer lugar que estivesse, Darcy (que era pequeno de estatura), pudesse ver sempre o mar. Fez um estrado de uns 50 centrímetros de altura E como não podia deixar de ser, com uma bela curva de canto, qual onda do mar ou corpo da mulher amada. Ai me recolho quando quero escrever e meditar um pouco, pois um teólogo deve cuidar também de salvar a sua alma.

Por duas vezes se ofereceu para fazer uma maquete de igrejinha para o sítio onde moro em Araras em Petrópolis. Relutei, pois considerava injusto valorizar minha propriedade com uma peça de um gênio como Oscar. Finalmente, Deus não está nem no céu nem na terra, está lá onde as portas da casa estão abertas.

A vida não está destinada a desaparecer na morte mas a se transfigurar alquimicamente através da morte. Oscar Niemeyer apenas passou para o outro lado da vida, para o lado invisível. Mas o invisível faz parte do visível. 

Por isso ele não está ausente, mas está presente, apenas invisível. Mas sempre com a mesma doçura, suavidade, amizade, solidariedade e amorosidade que permanentemente o caracterizaram. 

E de lá onde estiver, estará fantasiando, projetando e criando mundos belos, curvos e cheios de leveza.

Violência. Região do Conjunto São Raimundo, virou uma verdadeira terra sem lei. Em dez meses, foram registrados 136 assassinatos.


Douglas Cunha Publicação: 16/12/2012 10:54 Atualização: 16/12/2012.


Bairro do São Raimundo, região com alto índice de violência,é comandada por traficantes que cobram pedágio e ameaçam as pessoas (Gilson Teixeira/OIMP/D.A Press)

Bairro do São Raimundo, região com alto índice de violência, é comandada por traficantes que cobram pedágio e ameaçam as pessoas.



As comunidades encravadas na região circundante da reserva florestal,da Força Aérea Brasileira se constituem num verdadeiro território sem lei, onde homens cruéis se revelam também sem alma. Esta região é da circunscrição da 15ª Delegacia Distrital (Conjunto São Raimundo), uma unidade do sistema de Segurança Pública que desprovida de recursos humano e técnico, se torna incapaz de atender às necessidades das comunidades atingidas por elevado índice de criminalidade e extremada violência.

Trata-se de uma região dominada pelo narcotráfico, cujos chefes , motivados pela impunidade, se julgam senhores de tudo, acima do bem e do mal, com capacidade de julgar e executar seus antagonistas ou qualquer um do povo que contrarie suas vontades.

Um jovem viciado foi executado somente porque o traficante estava desejoso de matar uma pessoa naquele dia. Outro foi seqüestrado e está desaparecido porque estava reformando sua casa, tornando-a mais bonita, sendo morador novo no bairro.

Sua casa e de uma irmã foram saqueadas pelos traficantes que levaram tudo inclusive o vaso sanitário e a pia da cozinha. Diante de tanta violência e acinte, a população vive autêntica síndrome do medo, recusando-se a fazer qualquer comentário sobre os atos criminosos que testemunha no seu cotidiano.

Vontade de matar - Na manhã do último dia 3 de dezembro, Mabio Alves de Sousa, 23 anos, saiu do sítio de sua tia Maria do Carmo Alves Carvalho, onde trabalhava e foi até à Rua do Cajueiro, na Vila Romário, como habitualmente fazia e foi surpreendido por Augusto César Viana dos Santos, que sem qualquer discussão ou motivo aparente, sacou de um revólver e fez um disparo contra a cabeça da vítima. Mabio morreu no local.

Antes de fugir, Augusto César, que seria traficante, entregou a arma usada no crime para um homem conhecido como "Louro", que seria ligado ao tráfico de drogas na região. Sabe-se que momentos antes de cometer o crime, Augusto César teria dito que naquele dia tinha que matar um. O fato foi comunicado na 15ª Delegacia Distrital e os investigadores realizaram diligências, porém não encontraram o acusado. Um inquérito foi instaurado para apurar responsabilidades.

Morte e mistério - Outro crime que está envolto em denso mistério é a morte do servente Celso Araújo Lopes, morador do Tibiri. Ele foi visto com vida pela última vez, por volta das 22 horas do dia 15 de agosto. Seu cadáver foi encontrado na noite do dia 17 do mesmo mês, no velho prédio do curtume desativado, no Tibiri. Celso era viciado em maconha e crack e teria saído na companhia do namorado de sua irmã Marinildes Lopes, identificado como Elson Santos Farias, conhecido como "Farinha" e o irmão deste, Manoel Santos Farias.

Não retornou para casa de sua irmã Marinildes, onde morava, e seus acompanhantes negaram ter ficado com ele além das 20 horas, quando a vítima teria saído da casa de Manoel, após os três terem consumido drogas. Celso Araújo Lopes foi morto a facadas e seu corpo, já em estado de putrefação, foi encontrado dois dias depois, no interior do prédio do velho curtume. Um inquérito tem andamento na 15ª Delegacia Distrital ( São Raimundo) para apurar o crime.

Sequestro e vandalismo - Há seis meses o jovem Thailson Lopes Alves, 19 anos, recebeu uma casa que lhe foi presenteada pelo pai, o aposentado Isanil Alves, na Vila Cutia. No final da tarde do último dia primeiro dezembro, ele desapareceu e até agora não foi localizado. Teria saído para comprar alguns metros de piso. Há suspeitas de que Thailson foi seqüestrado pelo grupo do traficante conhecido como Maurinho, que aterroriza na Vila Cutia.

Depois de receber a casa presenteada pelo pai, Thailson foi morar ali na casa 77 da Rua 31 com sua então companheira Larissa, de quem se separou após saber que ele havia emprestado um revólver de sua propriedade para um morador daquele bairro, que seria um jovem com problemas de conduta.  (?)

Conforme Isanil Alves, seu filho Thailson Alves ficou morando só e, mesmo estando desempregado, trabalhava como servente de pedreiro e aplicava o dinheiro que ganhava na melhoria da estrutura de sua casa. Comprou TV LCD de 40 polegadas, geladeira, aparelho de som, tendo colocado piso de cerâmica, pia de inox e revestimentos e pretendia construir uma piscina no quintal da casa. "Se tratava de uma moradia fora dos padrões do bairro e isto despertou inveja do traficante Maurinho", disse (?).

Fonte: http://www.oimparcial.com.br/app/noticia/urbano/2012/12/16/interna_urbano,127179/regiao-do-sao-raimundo-vira-uma-verdadeira-terra-sem-lei.shtml

Igreja Universal é condenada pelo MPT-MA

14.Dez.2012 - O Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA) ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra a Igreja Universal do Reino de Deus, que havia contratado vários policiais militares para prestar serviços de segurança privada e transporte de valores em São Luís. A 4ª Vara do Trabalho da capital reconheceu a conduta irregular da Igreja e determinou o pagamento de 80 mil reais por danos morais coletivos, entre outras medidas.

De acordo com a procuradora responsável pelo caso, Anya Gadelha Diógenes, os contratados tinham seus direitos trabalhistas desrespeitados, uma vez que não havia anotação em carteira de trabalho, o que resultou em sonegação de recolhimento de FGTS e Previdência Social, além de ausência de férias e de pagamento de 13º salário.

“A Igreja utilizou mão de obra treinada e aparelhada pelo Estado em benefício próprio. Os policiais prestavam serviços no horário em que deveriam estar em descanso. Esse acúmulo de atividades (pública/privada) reflete na precarização dos serviços prestados, além de representar riscos à população, que passou a ser servida por policiais estressados e fadigados”, ressalta.

O mercado de segurança privada é regido por lei específica, que determina a contratação de profissionais que passaram por curso de formação. As atividades são autorizadas e fiscalizadas pela Polícia Federal. “Dezenas de vigilantes regularmente capacitados para o exercício da profissão deixaram de ter acesso a um posto de trabalho em razão da contratação ilícita de policiais militares”, observou ela.

Na sentença, a juíza do Trabalho Ângela Cristina Mota Luna afirma que os documentos reunidos pelo MPT-MA comprovam as irregularidades cometidas pela Igreja Universal. 

Segundo a magistrada, os policiais tinham que adequar sua escala de trabalho na Polícia Militar do Maranhão à conveniência da Igreja, o que causou prejuízos à população de São Luís – pelo desvirtuamento do serviço de segurança pública – e aos vigilantes devidamente credenciados, que perderam espaço no mercado de trabalho. 

A Igreja Universal foi proibida de contratar policiais para prestação de serviços de segurança privada. A juíza determinou também que a Igreja Universal registre em livro, ficha ou sistema eletrônico a admissão e manutenção de empregados em seu quadro funcional. 

Os 80 mil reais de danos coletivos podem ser revertidos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Da decisão cabe recurso.

(Ascom / MPT-MA)

Fonte: http://jornalpequeno.com.br/2012/12/14/igreja-universal-e-condenada-pelo-mpt-ma-239491.htm

Mineradora Vale mantém 'austeridade' em 2013

Ferreira prevê 2013 menos volátil
Autor(es): Por Vera Saavedra Durão | Do Rio
Valor Econômico - 17/12/2012

A poucos dias do fim do ano, Murilo Ferreira, presidente da Vale, disse ao Valor esperar um 2013 menos volátil para as commodities minerais e metálicas, com preços do minério de ferro entre US$ 110 a US$ 140 a tonelada, num contexto de crescimento mais vigoroso da China. Apesar do cenário "mais benigno", ele não vê razão para a Vale abandonar sua atual política de "austeridade".

Ferreira explica sua postura: "O superciclo (de commodities com preços muito elevados) acabou e nossa filosofia é que não vamos gerar mais excedentes financeiros tão generosos em futuro próximo". A empresa vai se desfazer de mais ativos não estratégicos, sendo que nas próximas semanas deve anunciar dois negócios na área de óleo e gás.

A poucos dias do fim de 2012, "um ano de grande desafio", Murilo Ferreira, presidente-executivo da Vale, disse em entrevista exclusiva ao Valor esperar um 2013 menos volátil, com preços do minério de ferro variando entre US$ 110 a US$ 140 a tonelada, e um ambiente de crescimento mais vigoroso da China, a taxas entre 8% e 8,5%. Apesar do cenário "mais benigno", Ferreira não vê razão para a mineradora abandonar "a política de austeridade" adotada nos últimos meses.

"O superciclo (de commodities) acabou e nossa filosofia é que não vamos gerar mais excedentes financeiros tão generosos em futuro próximo", disse o executivo. A empresa vai continuar cortando ativos não estratégicos e buscando parceiros em novos negócios para reduzir despesas e garantir caixa para tocar projetos, afirmou.

Nas próximas semanas, a companhia vai anunciar a venda de dois ativos de óleo e gás. Ao todo, são 19 blocos exploratórios em quatro bacias petrolíferas do Brasil desde 2008. Já em janeiro, a companhia pretende divulgar o nome dos parceiros financeiros e estratégicos da Valor da Logística Integrada (VLI), que reúne alguns ativos de ferrovias (FCA e Norte-SUL) e o porto de Mearim, no Maranhão.

Em busca de sócios estratégicos para o megaprojeto de potássio de Rio Colorado, na Argentina, de US$ 5 bilhões, a Vale está contratando bancos. E fará o mesmo para o projeto Kronau, de níquel no Canadá. "Vamos vender o Kronau ainda em 2013", informou Ferreira. O executivo também confirmou a venda das ações que a Vale possui da Norsk Hydro, gigante de alumínio da Noruega, correspondentes a 22% do capital da empresa. "Elas serão vendidas em momento mais adequado da indústria de alumínio."

Além de vender ativos que não estão no foco, os planos da Vale para 2013 priorizam a implantação "com muita eficiência" de todos os projetos do novo orçamento de investimento, de US$ 16,3 bilhões, anunciado no Vale"s Day, em Nova York. A maioria é de ferrosos, como o Serra Sul (S11D), em Carajás, e os "Itabiritos", em Minas. E ainda o projeto de cobre de Salobo II, da siderúrgica do Ceará, de Biodiesel e o de carvão de Moçambique.

"Só o S11D, com produção estimada de 90 milhões de toneladas de minério de ferro em 2016, vai custar R$ 40 bilhões (US$ 19,5 bilhões)", avalia o executivo. "Para tirar esses projetos do papel temos de apertar o cinto, cortar custos", disse Ferreira, manifestando preocupação. E brincou: "custo é como unha, se não cortar, cresce".

O corte de custos não passa por demissões na Vale, garantiu o presidente. A empresa emprega 140 mil pessoas em 37 países. Só no Brasil são 68 mil. "A Vale não vai demitir", declarou ao Valor. "Não temos este propósito, apesar de que vamos tocar menos projetos". "Garanto que não teremos novos empregos no Rio e em Belo Horizonte, mas vamos precisar de muita gente (engenheiros e projetistas, dentre outros) em Canaã dos Carajás". Só o projeto S11D vai empregar, na fase de obras, 30 mil pessoas. Depois de entrar em operação, em 2016, serão três mil empregos diretos e seis mil indiretos.

Ferreira negou pressões do governo para a Vale investir mais, apesar de ter encolhido os aportes programados. A estratégia do corte reduziu investimentos no Brasil. Dos 19 projetos listados, 12 estão no país e vão consumir US$ 4 bilhões no ano. No total, somam US$ 27,6 bilhões.

Em seu balanço de 2012, Ferreira taxou o ano de "desafiador", com volatilidade nos mercados de minério de ferro, cobre, níquel e carvão metalúrgico "muito maior do que qualquer um poderia esperar". Mas, fechou com saldo positivo. "Obtivemos 186 licenças e autorizações ambientais, um recorde, e conseguimos reduzir pendências judiciais com o governo federal e governos estaduais".

A Vale acaba de acordar pagamento de R$ 1,4 bilhão de royalties atrasados com o DNPM: R$ 300 milhões estão sendo pagos e R$ 1,1 bilhão será feito em janeiro. Também quitou R$ 673 milhões em taxas de mineração devidas aos Estados do Pará e Minas Gerais. Para 2013, resta o litígio judicial com a Receita Federal referente a cobrança de imposto de renda de subsidiárias e coligadas. O processo está no STF e Ferreira espera solução até a Páscoa.

Além de querer zerar as pendências judiciais no ano que vem, o presidente está empenhado em melhorar a imagem da mineradora. Vai se esforçar para a Vale ter nota 10 em segurança do trabalho e prepará-la para disputar o título de "melhor empresa para se trabalhar".