sábado, 15 de junho de 2013

Operação Vinagre I - Prisões realizadas nesta quinta são ilegais, afirmam advogados.

As detenções para averiguação feitas na noite desta quinta-feira (19/6) pela PM-SP (Polícia Militar de São Paulo) foram arbitrárias de acordo com depoimentos de advogados e detidos que foram posteriormente liberados. 

Segundo afirmaram ao Última Instância, a polícia cometeu uma série de ilegalidades desde as detenções, muitas delas ocorridas antes mesmo do protesto começar, até a averiguação dentro da própria delegacia.


Leia mais: 





Crédito: Foto postada no Facebook.
Segundo Rodolfo Valente, da Comissão de Direitos Humanos do Sindicato dos Advogados, a detenção para averiguação é algo da Ditadura Civil Militar. "Não existe isso no Código de Processo Penal, isso é uma coisa arbitrária e configura o crime de abuso de autoridade", afirmou. Valente também disse que sendo possível as medidas cabíveis para responsabilizar os policiais envolvidos no episódio de quinta serão tomadas.


O advogado Vinícius Alvarenga Freire Júnior, pertencente à Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo), foi ao local para auxiliar uma de suas familiares, que estava detida. 

Ele relatou uma série de ilegalidades pelas quais os detidos estavam sendo submetidos: 

ausência de advogado; 

omissão de informação de direito ao silêncio; 

prisão irregular, imotivada e falta de justa causa; 

e coação, ao irem sozinhos para salas prestarem depoimentos. “Todos dizem que o brasileiro é quieto e acomodado para tudo. 

Quando se levanta, apanha. 

Posse dizer que longe da imprensa [dentro da delegacia], ocorreram abusos individuais”.


O também advogado Alexandre Pachecco denunciou o fato de os detidos terem sido obrigados a prestar depoimento e por estarem incomunicáveis no DP. “Estão trazendo tanta gente para cá que a Polícia Civil já não tem estrutura para abriga-los”, disse.


Madrugada na delegacia

Durante a operação da PM-SP (Polícia Militar de São Paulo) foram detidas 237 pessoas no 78º e 1º DP, destas 5 foram presas, mas um por ser adolescente foi liberado sob os cuidados do pais.

As outras 4 foram transferidas do 1º DP para o 2º DP. Nesta sexta-feira (14/6) os advogados devem entrar com pedido no Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária) para liberação dos indiciados. 

Os 4 respondem por formação de quadrilha, incitação ao crime e dano qualificado. Todas as pessoas detidas no 78º DP foram posteriormente liberadas.


Advogados e detidos confirmaram a prisão de um jovem epilético, que foi preso mesmo alegando estar de passagem pelo local. Na delegacia, ele teria passado mal e foi impedido de ser ajudado pelos demais. 

Também foram detidos 2 jornalistas que estavam a trabalho e foram presos por portarem mochilas. Eram eles o jornalista da Carta Capital, Piero Locatelli, e o da Veja, Pieter Artmann.


O estudante de geografia, Tiago Rego Gomes, afirma ter sido detido no Viaduto do Chá por portar uma garrafa de vinagre (usada em manifestações para inibir os efeitos de gás lacrimogêneo) e tentar impedir que uma mulher fosse espancada. “Me informaram que tinham instruções para deter quem portasse vinagre, coquetel molotov e armas. Pois é, igualaram vinagre a coquetel molotov”.


Seu pai, o sindicalista João Batista Gomes, que passava pelo local deixando o serviço, presenciou a presença do filho e o esperou o filho até sua liberação. Ele perguntou por que as razões das prisões, e um PM o disse que tinha orientação de “levar para averiguação todas as pessoas que portavam mochila”. “Eu retruquei em seguida: senhor, eu estou de mochila, devo ser preso também? Ele me disse: não, isso é só para os jovens. Estou inconformado, isso é um escárnio, um atentado à livre manifestação. O que acontecerá se todo mundo for detido para averiguação?”.


O jornalista Marcelo Buono, 23 anos, do coletivo Manifeste-se, afirma ter sido preso logo ao chegar na manifestação, por volta das 16h30. Após ser revistado e colocado na parede na Praça Patriarca, juntamente com dezenas de pessoas, nem todas manifestantes, foi colocado em um ônibus e ouviu a seguinte recomendação: “Todo mundo sentado com os braços embaixo do corpo. Quem mudar de posição, isso será considerado um desacato e vamos descer o cacete”. 

Ele afirmou que tentou conversar com os policias, sem sucesso, e portava apenas uma mochila com uma câmera. Disse que todos os detidos foram identificados e fichados, mas não foi informado com qual finalidade.


No 1º DP durante a liberação dos detidos os funcionários da delegacia disseram que se amigos e parentes que aguardavam a soltura dos manifestantes ali permanecessem eles iriam segurar ainda mais para liberar as pessoas.


João Novaes e Luka Franca - 14/06/2013 - 13h05


Leia também: Sindicato de jornalistas de SP divulga lista ainda incompleta de reporteres detidos e agredidos

Operação Vinagre II - Repúdio internacional contra violência da Policia Militar contra jornalistas. http://maranauta.blogspot.com.br/2013/06/sao-paulo-repudio-internacional-contra.html

Operação Vinagre III - São Paulo. Protestos contra aumento da passagem ganham ato de apoio em 15 países. http://maranauta.blogspot.com.br/2013/06/operacao-vinagre-iii-sao-paulo.html

Operação Vinagre IV - São Paulo. Jânio: a PM é que incita a desordem.  http://maranauta.blogspot.com.br/2013/06/sao-paulo-janio-pm-e-que-incita-desordem.html

Link original desta matéria: http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/63890/prisoes+realizadas+nesta+quinta+sao+ilegais+afirmam+advogados.shtml 

 

Desopilando - Enquanto isto em São Paulo. Embalando o aparelho repressor... - a Música #Vinagre.


Abaixo segue a letra. # vinagre.

Muito cuidado se você esta pensando em comer uma salada em São Paulo
Na cidade onde um olho estourado com uma bala de borracha vale menos que lixeiras

Mantenha seus temperos bem guardados
ou vai ser condimentado
com spray de pimenta

Cuidado, presidenta
acho que a sua cozinheira conspirou contra você!
o que é isso que ela usou para lavar a alface?

vinagre, vinagre é o novo Anthrax

Por isso meu amigo vândalo
vagabundo, baderneiro
classe media, estudante

Quando o gás lacrimogênio te fizer desmaiar
e bater com a cabeça no chão

Por favor seja pisoteado
na calçada que é pra não atrapalhar
o transito de quem volta do litoral

Vinagre, vinagre é o novo Anthrax.

Lençóis Maranhenses têm 5,5 mil moradores de comunidades tradicionais.

Carolina Gonçalves Repórter da Agência Brasil

Brasília – Mais de 5,5 mil pessoas de comunidades tradicionais vivem no território do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (PNLM), apesar de a lei ambiental não permitir a permanência de moradores nesse tipo de unidade de conservação. As comunidades vivem na região há mais de 200 anos e o governo ainda não iniciou o processo de desocupação do território desde que a unidade foi criada em 1981.

“O parque nunca foi objeto de políticas de regularização fundiária”, contou o biólogo e analista ambiental Yuri Teixeira Amaral, coordenador de Uso Público e chefe substituto da unidade. “Não temos um ambiente conservado como deveria ser. O parque não cumpre seus objetivos por causa das comunidades presentes”, completou.

As comunidades vivem basicamente da agricultura de subsistência, mas a pecuária também é tradicional na região. Amaral explica que os produtores sempre mantiveram a prática de deixar os animais em pastos naturais e as áreas do parque acabam servindo para o alimento de cabras, bodes, ovelhas e bois.

“Quando passam as chuvas, as áreas que formavam lagoas secam e viram pastagem. O maior problema é que além dos animais das comunidades, produtores que vivem fora do parque contratam os moradores como vaqueiros e colocam os animais no território”, contou Amaral.

O analista ambiental explicou que as comunidades que estavam na área antes da criação do parque têm direito aos imóveis e à produção de subsistência. Mas, segundo ele, essa situação provocada pelo conflito de leis acaba gerando impasses diários. “São pessoas pobres e sem instrução que mal têm acesso às políticas sociais. Há um povoado que chegou a receber energia elétrica, mas como a companhia energética não tinha licença, foi multada”.

A unidade ocupa mais de 155 mil hectares a quase mil quilômetros da capital do Maranhão, São Luís, passando pelos municípios de Barreirinhas, Primeira Cruz e Santo Amaro. O território tem mais de 70 quilômetros de praia e é nessa costa que está outro desafio para os administradores.

“A pesca de arrasto já é predatória por si só e temos uma área muito rica em camarões. Já fizemos mais de 15 autuações, mas é difícil controlar porque eles sabem que é uma área que tem estoque muito bom. O problema é que com o uso da rede os pescadores só aproveitam 20% do que fica preso. Os 80% são descartados e geralmente não sobrevivem”, disse o biólogo, citando espécies que vão desde peixes, crustáceos e estrela-do-mar, até tartarugas.

Amaral contou que a unidade também não tem controle sobre as visitações. Segundo ele, em uma estimativa conservadora é possível dizer que mais de 50 mil turistas visitam, anualmente, o parque. Mas como são dezenas de acessos e a unidade não conta com portarias e centro de visitantes, o controle não é eficiente.

“A visitação geralmente é feita por agências de turismo porque exigem carros com tração. Vira e mexe, essas agências descumprem as normas de conservação. Hoje, melhorou um pouco porque fizemos cadastros, mas temos que pensar em uma parceria público-privada ou em um sistema de concessão de ingressos em que a empresa ficaria responsável por esse controle”, frisou o biólogo.

Como em grande parte dos parques citados nas reportagens desta série produzida pela Agência Brasil, o número de servidores na unidade está aquém do que os próprios funcionários definem como ideal. Segundo Amaral, hoje apenas dois analistas ambientais e cinco técnicos atuam no parque. “O plano de manejo [elaborado em 2003] recomenda 84 funcionários, distribuídos nos três municípios”, disse, acrescentando que a estrutura também é precária.
Yuri Amaral acrescentou que o parque tem três postos, sendo a sede administrativa, que é alugada, e um terreno com prédios condenados, onde serão construídos o centro de visitantes e a sede administrativa, ainda em 2013.

O bioma Costeiro e Marinho reúne outros sete parques nacionais, como o Parque Marinho dos Abrolhos, na Bahia, formado por cinco ilhas e um dos locais responsáveis pela conservação de espécies como a anêmona-gigante, o pepino-do-mar, o tubarão-lima e corais, e o Parque do Cabo Orange, com a preservação de manguezais ao longo de mais de 657 mil hectares no Oiapoque, Amapá (AP).

 
Edição: Marcos Chagas
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil

Link original desta Matéria: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-06-15/lencois-maranhenses-tem-55-mil-moradores-de-comunidades-tradicionais

Operação Vinagre - São Paulo. Extra! Extra! Vinagre pode virar bomba. Segundo tenente coronel da Policia Militar.

Em São Paulo, Vinagre dá cadeia.

O repórter de CartaCapital Piero Locatelli narra sua prisão por "porte de vinagre", revela a violência contra detidas e lamenta que não-jornalistas não tiveram a mesma sorte e seguiram presos


Eu comprei uma garrafa de plástico de 750ml de vinagre por menos de dois reais nesta quinta-feira 13. Fui a um mercado no caminho para a manifestação contra o reajuste das passagens, que iria cobrir para o site da revista.

Explico o porquê.

Acompanhei o primeiro protesto de perto na semana anterior. Na avenida Paulista, tive contato com bombas de gás lacrimogêneo. No dia seguinte, pela manhã, tinha a impressão de que havia passado um ralador em meu nariz e em meus olhos.

Devemos agora tirar uma licença porte de vinagre?
No segundo protesto, na última sexta-feira 7, manifestantes que seguiam pacificamente foram recebidos com mais bombas na zona oeste da cidade. No meio do ato, uma pessoa só com os olhos de fora espirrou vinagre na minha camiseta, dizendo para eu respirar e me cuidar.

Foi quando descobri que o vinagre atenua os efeitos do gás lacrimogêneo. O exemplo da manifestante desconhecida me fez ser mais precavido desta vez. Nesta quinta-feira, desembarquei do ônibus em frente ao metrô Anhangabaú. Ao chegar, vi dois estudantes sendo presos. Perguntei ao policial o que eles portavam. Ele falou em “artefatos”, sem especificar. Os presos responderam que era vinagre.

Eu não sabia que o mesmo iria acontecer comigo logo em seguida. No viaduto do Chá, a caminho da Praça do Patriarca, para onde os estudantes haviam sido levados, me deparei com jovens sendo revistados. Liguei a câmera do celular para filmá-los, quando gravei o seguinte diálogo:

SD PM Leandro Silva: Tira a sua [mochila] também.

Eu: Eu sou jornalista, amigo. Você quer a minha identificação?

SD PM Leandro Silva: Não, não. Não precisa não.

Piero: Tem vinagre aqui dentro. Tem algum problema?

SD PM Leandro Silva: Tem. Vinagre tem.

Piero: Por quê?

SD PM Leandro Silva: Pode ir lá [ser revistado]

Em seguida, minha mochila foi aberta enquanto eu continuava filmando (como é possível ver no vídeo) e pedia para pessoas próximas fazerem o mesmo. Questionei algumas vezes qual lei, norma ou portaria proibiria o porte de vinagre, mas não obtive resposta.

No caminho, tive a oportunidade de ligar para uma amiga, também jornalista, que estava indo ao ato. Disse a ela que estava sendo levado à praça do Patriarca.

Em seguida, continuei gravando. Foi este meu último diálogo com os policiais antes de ser colocado contra a parede de uma loja fechada na praça:

SD PM Pondé: Tá gravando aí, irmão?

Piero: Tô. Sou jornalista, amigo.

Cap. PM. Toledo: Vinagre... Pode ficar ali com a mão para trás.

Piero: Como é que é? Eu estou sendo preso? É isso?

Cap. PM. Toledo: Pega e fica ali com a mão pra trás! Coloca a mão pra trás aí! Mão pra trás! Mão pra trás e pega a sua bolsa! Mão pra trás!

Fiquei com a cara colada contra a parede. Enquanto isso, meu gravador permaneceu ligado em meu bolso. Este é um dos diálogos captados:

Policial homem não identificado pela reportagem: Encosta na parede! (2x) Mão pra trás! Coloca a mão pra trás! Mão pra trás!

Mulher: Para de me agredir. (2x) Você é homem.

Policial homem não identificado pela reportagem: Cala a boca! (3x)

Mulher: Para de me agredir. Eu não fiz nada (3x)

Policial homem não identificado pela reportagem: Quer uma policial feminina pra te agredir? Tá com spray!

Mulher: Eu não tô com spray! (2x)

Homem (policial?): Cala a sua boca! (3x)

Na sequência, a mesma mulher detida fala baixo com uma colega:

Mulher detida 1: O que ele fez com você?

Mulher detida 2: Ele me bateu com o cassetete.

Mulher detida 1: Onde?

Mulher detida 2: Em tudo. Na minha barriga, nas minhas costas.

(....)

Mulher detida 2: Ele me bateu, ele me agrediu, eu não fiz nada. Eu tava respeitando ele (2x). Ele tem que me respeitar. Eu sou uma cidadã.

Mulher detida 1: Calma. Calma. Calma. Ele não vai te respeitar porque ele tá passando dos limites. Isso é abuso de poder. Calma.

Logo após ter sido colocado contra a parede, estive ao lado de um fotógrafo, conhecido de outras pautas. Ele percebeu os flashes na parede em que nos escorávamos, disse que havia fotógrafos atrás de nós.

Eu tentei virar para ver se havia conhecidos. Não via ninguém e era recebido com gritos de policiais que me mandavam olhar para frente novamente e “não arranjar problema”.

Na terceira vez que virei, vi ao longe outro colega. Gritei o nome dele e fui colocado novamente contra a parede. Esses jornalistas se comunicaram novamente comigo por duas vezes. Na primeira, gritaram para eu virar e tirar uma foto. Na segunda, que haviam conseguido um advogado para mim.

Fui jogado em um ônibus da Polícia. Tentei perguntar por que eu havia sido preso e para onde eu estava sendo levado. Mais uma vez, não obtive resposta.

Dentro do veículo, policiais diziam que, caso houvesse pedras, era para seguir dirigindo. As ruas eram abertas por batedores, algumas motos que seguiam à frente.

Ao meu lado estava uma menina, pré-vestibulanda, que me perguntou cochichando porque estavam tirando fotos de mim no ônibus. Eu expliquei que era jornalista e aqueles eram amigos. Ela disse que “ao menos eu ia poder escrever sobre o que aconteceu, os outros não poderiam fazer o mesmo”. Falei que estávamos presos pelo mesmo motivo.

O ônibus da polícia seguiu por um caminho longo até o 78º DP, nos Jardins. Fomos colocados em fila para a revista. Pedi para colocar a blusa e um policial negou, dizendo que dali a pouco ia “ficar quente”.

Em seguida, finalmente explicaram porque estávamos ali. A delegada dizia que não estávamos presos, estávamos “sob averiguação”. Eu não sei a diferença. Tinham me levado para um departamento policial à força e não me diziam o motivo. Os meus documentos tinham sido retidos pela polícia.

Iriam fazer um Boletim de Ocorrência para todos os presentes. Segundo disseram os policiais, todos os outros (cerca de quarenta pessoas, nas minhas contas) haviam sido levados por conta do vinagre. A exceção era um que havia sido pego com entorpecentes.

Uma vez dentro da Polícia Civil, fui bem tratado. Vários policiais me perguntavam o que eu estava fazendo com um vinagre na mão. Eu tentava explicar e eles, incrédulos, não sabiam que o problema era justamente uma garrafa de vinagre. Cerca de duas horas após ser detido, fui liberado com a chegada de advogados. Deixaram que eu levasse o vinagre.

O fato de eu ser jornalista amenizou os problemas causados pela ação da polícia. A delegada chegou a me perguntar por que eu não havia me identificado como jornalista à Polícia Civil. A minha redação me disponibilizou um advogado e tentou contatar quem fosse possível. 

Meus amigos e outros colegas foram solícitos, mostrando o meu caso em redes sociais. A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) fez um comunicado falando da minha prisão, que foi reproduzido pelos maiores veículos do País.

Sou grato a todos eles por terem me ajudado. Só lamento que as histórias de todos os outros não tiveram a mesma conclusão. Ir e vir com garrafas de vinagre deveria ser um direito de todo cidadão.




Crédito: Foto postada no Facebook.

Continuando a saga dos "MacGayvers", digo, perigosos "homens bombas vinagreiros".
Mais de 30 pessoas foram detidas entre as 16h e 17h por “porte de vinagre” em São Paulo nesta quinta (13) e de acordo com o responsável pela ação, o tenente-coronel da Polícia Militar Ben-Hur Junqueira, o tempero representa uma série de riscos em grandes aglomerações de pessoas e pode dar origem a uma bomba, mas não explicou como chegou a essa conclusão. “Estão fazendo mistura de vinagre com outras substâncias, o que pode vir a dar origem a um objeto que pode virar até uma bomba”, disse ele a um jornalista do Portal R7.

Ainda segundo ele, não há incoerência em deter pessoas com “perfil de manifestante” e que portassem objetos considerados “suspeitos e incomuns de serem portados”. Ele alegou ainda que para saber se era vinagre, dependeria de uma análise técnica mais apurada. “Não tenho condições de pegar uma garrafa e saber que é vinagre. Pode ter cheiro e cor de vinagre, mas só quem vai dizer com certeza o que é isso é o IC (Instituto de Criminalística). É preventivo o que estamos fazendo”, disse.


O vinagre é usado para diminuir os efeitos do gás lacrimogêneo, mas o tenente coronel contesta. “Isso até hoje não foi comprovado [efeito do vinagre sobre o gás lacrimogênio]. A polícia não tem até hoje a confirmação de que o vinagre quebra o efeito químico das substâncias que nós usamos. Mas como vou saber que é vinagre? Parece vinagre, mas...”, disse.

Nota da redação - Aproveitamos o ensejo, para divulgar a campanha pela legalização do produto no facebook, que pede a legalização do produto. 

Além disso, já que está em voga uma discussão tão importante em torno do produto, reproduzimos abaixo um texto de João Peres, para o site Rede Brasil Atual, que explica tudo sobre as variedades à disposição para cortar o efeito do gás lacrimogêneo e ressaltando que, “independente do tipo de vinagre escolhido, importante é ser preso com estilo”.  Acreditamos que o texto está no tom exato que o tema merece. 

Vai à manifestação de segunda? Saiba qual vinagre faz seu tipo

Por João Peres, da Rede Brasil Atual – Como vinagre virou clichê nas manifestações contra o aumento das tarifas de transporte público em São Paulo, é hora de se diferenciar. Afinal, você não quer que seus amigos te vejam sendo preso com um produto básico, que todo mundo anda usando por aí, né? Resolvemos seu problema com um guia dos melhores modelos para serem usados no próximo ato, marcado para segunda-feira, às 17h, no Largo da Batata, zona oeste da capital.

Antes de definir qual tipo melhor se adequa a suas necessidades é preciso escolher o lugar da compra. Surpreende-se quem acha que mercadinhos de bairro estão por fora das novas tendências. Há uma boa variedade, embora, claro, produtos mais refinados costumem ficar de fora. 
 
Crédito: Foto postada no Facebook.
A melhor pedida são os hipermercados, que oferecem opções para todos os gostos, ainda que empórios e até mesmo padarias um pouco melhor equipadas possam dar conta e oferecer produtos muito refinados.

A bibliografia disponível sobre o uso do vinagre não acumulou evidências sobre a cepa que melhor protege olhos e narinas. Então, se estiver apertado, não hesite em apelar ao vinagre de álcool, que sai por menos de R$ 2. 

Não é preciso ficar com complexo de gente comum: customize a embalagem usando canetas, cola e pedaços de tecido – pode combinar com as roupas, fazendo uma garrafa no estilo da tribo urbana com a qual você se identifica.

Se o orçamento estiver um pouco mais folgado, mas não o suficiente para ser chique, apele aos clássicos de vinho. O de vinho tinho tem notas ácidas, perfeitas para combinar com os tons obtidos pelo gás lacrimogêneo. Mas as notas doces do vinagre de vinho branco conferem status, sem dúvida, e demonstram bom gosto.

Nos últimos anos multplicaram-se os produtos disponíveis usando o branco, e os preços vão de R$ 2,5 a R$ 15. Produzir em casa é a melhor saída para quem quer um produto ecologicamente correto: deixe o resto de vinho alguns dias fora da geladeira, e pronto, tem-se um resultado de qualidade.

Os vinagres de maçã, também com tons adocicados, têm a vantagem de que as sobras do protesto podem ser aproveitadas em receitas salgadas diversas. Com a salada de repolho, por exemplo, fica perfeito, e melhor se for acompanhada de um kebab – a região da Paulista tem várias casas árabes, ou seja, convença os amigos a levar o protesto para lá.

Quem gosta de desfrutar novos sabores pode provar o vinagre de kiwi, que, segundo o fabricante, destaca o sabor das frutas tradicionais, além de preservar aminoácidos, vitaminas, sais minerais e capacidade anti-oxidante – aqui, de novo, a bibliografia médica falha, e não se responde se a interação gás lacrimogêneo-vinagre provoca efeitos positivos para a pele. 

Esta variedade cumpre ainda os princípios da sustentabilidade, produzida unicamente a partir de kiwis orgânicos. Este é outro daqueles que devem ser preservados após o fim da manifestação porque ajuda a eliminar toxinas e contribui para o equilíbrio do metabolismo, dois fatores fundamentais no day after.

Outra variedade com propriedades terapêuticas é o vinagre de mel. Se tiver tempo de comprar um artesanal, melhor, porque realça a característica de combate à hipertensão. Além do baixo valor calórico, importante se você não quer ficar para trás na hora da marcha, o produto combate os radicais livres, retardando o envelhecimento. 

A versão industrializada, embora de menor sabor, sai mais em conta, em torno de R$ 12, e pode ser utilizada para fazer uma calda de maracujá para acompanhar peixes de sabor forte, como salmão.

Finalmente é hora de falar do supra-sumo em termos de vinagre para manifestação. O balsâmico confere graça, estilo e um caráter diferenciado a quem o porta. Quer todo mundo te invejando? Vai de balsâmico. É bem verdade que a textura mais espessa pode cortar um pouco do efeito anti-gás, mas vale a pena, né? Você paga um pouquinho mais e tem um produto exclusivo, ou quase isso.
Os nacionais não são ruins, mas nada se compara aos Di Modena, originais, com uvas produzidas nos ares vulcânicos. Se não está com dinheiro para pagar, escolha um restaurante de estilo, leve um potinho e vá em frente: o importante é ser feliz. 
A harmonização entre açúcar mascavo e balsâmico é um achado da cozinha contemporânea, fica perfeita na preparação de conservas e de pratos com batata e alecrim. A combinação com os aromas de gás lacrimogêneo nunca foi testada, até onde se sabe, mas sempre é tempo de descobrir novos sabores. Inove e impressione.

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Operação Vinagre I - Prisões realizadas nesta quinta são ilegais, afirmam advogados. http://maranauta.blogspot.com.br/2013/06/operacao-vinagre-prisoes-realizadas.html

Operação Vinagre II - São Paulo. Repúdio internacional contra violência da Policia Militar contra jornalistas. http://maranauta.blogspot.com.br/2013/06/sao-paulo-repudio-internacional-contra.html

Operação Vinagre III -
São Paulo. Protestos contra aumento da passagem ganham ato de apoio em 15 países. http://maranauta.blogspot.com.br/2013/06/operacao-vinagre-iii-sao-paulo.html


Operação Vinagre IV - São Paulo. Jânio: a PM é que incita a desordem.  http://maranauta.blogspot.com.br/2013/06/sao-paulo-janio-pm-e-que-incita-desordem.html  

Operação Vinagre V - Secretário de Segurança de SP quer reunião com liderança do Movimento Passe Livre. http://maranauta.blogspot.com.br/2013/06/operacao-vinagre-v-secretario-de.html

Operação Vinagre VI - Governo Alckmin: "Não haverá mais prisão por porte de VINAGRE" http://maranauta.blogspot.com.br/2013/06/operacao-vinagre-vi-governo-alckmin-nao.html

São Paulo. Datafolha comprova: Transporte coletivo precário legitima os protestos.

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Pesquisa revela que a avaliação da população sobre o sistema de transporte público é a pior desde 1987, primeiro ano da série histórica; 55% o consideram ruim; transportados sem qualquer dignidade em ônibus lotados, os passageiros começam a se insurgir contra décadas de descaso do poder público; números também desmentem a tese do governador Geraldo Alckmin, que vê protesto de natureza política.

15 de Junho de 2013 às 08:08

sexta-feira, 14 de junho de 2013

São Luís - Policiais Militares são presos suspeitos de praticar extorsão.

13/06/2013 21h54 - PMs são presos suspeitos de praticar extorsão. 

Outro homem também foi preso por suspeita de colaborar com o grupo.

As prisões foram efetuadas pela Seic nesta quinta-feira (13).


Três policiais militares que, de acordo com a Polícia, recebiam dinheiro para fazer vistas grossas a criminosos foram presos nesta quinta-feira (13), em São Luís. Um homem também foi preso por suspeita de colaborar com o grupo. Os quatro foram levados para a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).
Os três policiais militares eram monitorados pelo Serviço de Inteligência da PM há um ano. 
 
Ainda de acordo com a Polícia, eles são suspeitos de fazerem abordagens a traficantes e pessoas envolvidas em crimes e negociavam não efetuar prisões em troca de dinheiro, o que se caracteriza como extorsão e desvio de função. 
 
“Eles se passavam por membros do Serviço Velado da Polícia Militar fazendo supostas prisões e a partir daí tentavam extorquir algum valor, para que depois liberassem essas pessoas que, supostamente, estariam sendo presas”, disse o coronel Marco Pimentel. 
 
Com os policiais foram apreendidos duas pistolas ponto 40, um revólver calibre 38, dois celulares, uma balança de precisão e R$ 300 em espécie. 
 

São Paulo - Maioria da população é a favor dos protestos, mostra Datafolha.

A maioria dos paulistanos defende os protestos contra o reajuste da tarifa do transporte público, mostra pesquisa Datafolha realizada ontem, antes das manifestações da noite passada. 

O apoio foi manifestado por 55% dos entrevistados, enquanto 41% disseram ser contrários. Foram feitas 815 entrevistas no município. 

Para 78%, porém, os manifestantes "foram mais violentos do que deveriam". Apenas 15% acham que eles agiram na "medida certa". 

A mesma pergunta foi feita sobre o comportamento da polícia. Antes das ações registradas ontem, quase metade, 47%, disse que os policiais foram "violentos na medida certa"; 40% os condenaram. 

O percentual dos que defendem os protestos cresce entre os entrevistados com renda acima de 10 salários mínimos, atingindo 67% nesse recorte. Entre os apoiadores, metade (51%) disse que não usa transporte público. 

A pesquisa mostra também um descontentamento com o novo preço da tarifa do transporte público, que passou de R$ 3 para R$ 3,20. Para 67% o reajuste foi alto ante 29% que o consideram adequado. 

O MPL (Movimento Passe Livre) defende tarifa zero. Para que isso ocorra, a prefeitura teria que desembolsar pelo menos R$ 6 bilhões por ano, verba que hoje é usada em outras áreas. Neste ponto, a maioria é contra. Para 76%, a prefeitura não deveria realocar esses recursos em benefício do passe livre. 

Os paulistanos estão insatisfeitos com a qualidade do transporte. Para 55%, o sistema na capital é ruim ou péssimo. Entre os ouvidos, 40% disseram que usam transporte público diariamente.