domingo, 12 de janeiro de 2014

Cúpula do BRICS será realizada em julho na cidade brasileira de Fortaleza.

Cúpula do BRICS será realizada em julho na cidade brasileira de Fortaleza
Foto: Voz da Rússia
A próxima cúpula do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) será realizada em julho na cidade brasileira de Fortaleza, declarou este sábado o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país.  

Segundo ele, a data exata da cúpula será acordada por todos os participantes.

Anteriormente, planejava-se que a cúpula do BRICS seria realizada em março-abril. 

De acordo com a mídia brasileira, a data foi adiada a pedido do lado chinês.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Russia - Presidente Putin qualifica Arábia Saudita de "terrorista" e faz ameaças.


Putin

Em uma atitude sem precedentes, o presidente russo Vladimir Putin qualificou o regime saudita de “terrorista”. Putin prometeu retaliar a Arábia Saudita em face aos atentados de Volgrogado e assegurou que “uma resposta não tardará”.

Para Putin, “os atentados suicidas de Volgrogado são idênticos aos que acontecem habitualmente no Iraque, Síria e Líbano”.

“Para identificar os autores desses atentados não há necessidade de mais tempo e a Rússia responderá a estes ataques proximamente. Nossa resposta será de tal envergadura que mudará a situação do Oriente Médio”, afirmou Putin.

As declarações sem precedentes de Putin acontecem em um momento em que os atentados terroristas de Volgrogado são atribuídos a Bandar Bin Sultan, o chefe da inteligência saudita.

Bin Sultan havia prometido ao presidente russo estimular atentados na Rússia, em setembro, caso a Rússia continuasse a apoiar a Síria.

Bin Sultan disse a Putin que iria fornecer apoio aos grupos rebeldes takfiris na Chechênia. Pouco depois, o chefe dos grupos takfiris no Cáucaso, Doku Omarov, afirmou que iria atcar os Jogos Olímpicos de Sochi, que acontecerão em fevereiro.

A Rússia escreveu um texto de uma resolução que qualifica a Arábia Saudita de “estado terrorista” e poderia apresenta-lo ao Conselho de Segurança da ONU.


*Colaborou Cássio Gehlen 

Maranhão - Mulheres comercializam artesanato após oito meses de curso.

10 de janeiro de 2014.
Foram oito meses de curso para que mulheres pudessem transformar suas vidas por meio do artesanato. Com o projeto “Mulheres: Mãos que transformam a vida através do artesanato”, cerca de 160 mulheres dos bairros da Alemanha, Caratatiua, Ivar Saldanha, Ipase e João Paulo estiveram oportunidade de adquirir qualificação profissional por meio do artesanato.
São mais de 500 produtos confeccionados, entre eles, almofadas, sandálias decoradas, bijuterias e confecção de peso de porta que foram colocados à venda, nesta sexta-feira (10). Segundo a coordenadora do Projeto, Rose Mary Sousa Carvalho, a arrecadação da venda será dividida entre as alunas (50%) e o Centro Beneficente Nossa Senhora da Glória (50%).  “A renda será dividido entre a instituição e as mulheres como forma de incentivo para que elas tenham um capital para iniciarem seu próprio negócio”, explica.
Para a aluna Deuzenir Andrade Santos, que se encontra desempregada no momento, o curso foi uma oportunidade para ganhar conhecimento, ter uma fonte de renda mesmo que informal. “Para mim este curso oferecido pelo Centro Beneficente, em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher, é um incentivo para manter a minha sobrevivência e me inserir no mercado de trabalho”, declara.
O projeto
O projeto foi encerrado, no dia 20 de dezembro de 2013. O Centro Beneficente Nossa Senhora da Glória celebrou o Convênio nº 02/2012 com o valor de R$ 60 mil, recursos este, do Fundo Maranhense de Combate á Pobreza (Fumacop), por meio da Secretaria de Estado da Mulher. O projeto “Mulheres: Mãos que criam e transformam a vida através do artesanato”, tem como finalidade a geração de emprego e renda.
Para o presidente da Comissão do Fumacop da Semu, Lenardo Maciel, a Secretaria de Estado da Mulher vem buscando meios o fortalecimento das políticas públicas para as mulheres e isso inclui a captação de recursos, apesar da política da secretaria ser afirmativa. “Mas vale lembrar que apesar de a Semu ter uma afirmativa não podemos deixar a mulher à margem de uma fonte de renda”, disse.
Para saber mais sobre as ações do Governo do Maranhão, acesse www.facebook.com/governodomaranhao. Siga também o Governo no Twitter

Maranhão - Governo realiza a primeira Reunião do Comitê de Ações Integradas

10 de janeiro, 2014.
O Comitê foi criado em parceria com o Governo Federal como uma das medidas para solucionar os problemas carcerários do estado.
A governadora Roseana Sarney realizou, na tarde desta sexta-feira (10), no Palácio dos Leões, a primeira Reunião do Comitê de Ações Integradas, criado em parceria com o Governo Federal como uma das medidas definidas para solucionar os problemas carcerários do estado.
Presidido pela governadora Roseana, o Comitê é composto por integrantes dos três poderes do Estado do Maranhão – Poder Executivo, Legislativo e Judiciário – e também pelas Polícias Civil e Militar, Ministério Público do Maranhão, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública e Departamento Penitenciário Nacional (Depen), entre outros.
Participaram da reunião e discussão de estratégias o secretário de Segurança Pública do estado, Aluísio Mendes, a presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Cleonice Freire; o coordenador da Unidade de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, desembargador Froz Sobrinho; o defensor geral do Estado, Aldy Mello Filho; o coordenador do Centro de Apoio Operacional (Caop) Criminal, Claudio Cabral Marques; delegada de Polícia Civil, Cristina Menezes, e a secretária de Direitos Humanos e Cidadania, Luíza Oliveira.
Durante a reunião, a governadora Roseana explicou que além das 11 medidas anunciadas na última quinta-feira (9) pelo ministro Eduardo Cardozo, o Comitê desenvolverá outras ações de forma complementar. “Nós já traçamos metas, tarefas e datas marcadas para o cumprimento das ações que estão previstas nesse conselho e nós esperamos com essas ações solucionar essa crise no sistema carcerário”, disse.
Roseana Sarney explicou ainda que as ações previstas serão desenvolvidas de modo simultâneo. “Estamos criando equipes de trabalho para que cada ação seja acompanhada detalhadamente e com o máximo de atenção. Faremos uma espécie de mutirão de trabalho para que tenhamos uma resposta imediata para o povo do Maranhão”, destacou.
Medidas anunciadas
Os Governos do Estado e Federal realizarão uma série de medidas em prol da Segurança Pública no Maranhão, são elas:
1.  Criação do Comitê de Ações Integradas
Será composto pelos três poderes do Estado do Maranhão – Poder Executivo, Legislativo e Judiciário – e também pelas Polícias Civil e Militar, o Ministério Público do Maranhão, Polícia Rodoviária Federal, a Secretaria Nacional de Segurança Pública e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), entre outros, com o objetivo de integrar as ações de todos os órgãos. A governadora Roseana Sarney será a presidente do Comitê.
2. Remoção de Presos
O Ministério Justiça já ofereceu ao Governo do Maranhão vagas em presídios federais de Segurança Máxima para receber presos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. A remoção deverá acontecer em breve.
3. Mutirão das Defensorias Públicas
A ação vai reunir defensores públicos do Maranhão e Federal – e poderá contar com auxílio de defensorias de outros estados também – para analisar caso a caso, verificando as penas e se o apenado tem direito à progressão. Com isso, pretende-se respeitar o direito dos presos e corrigir possíveis irregularidades, como pessoas presas além do tempo estipulado na pena. Além disso, o mutirão deve contar com juízes e promotores para o trabalho seja o mais célere possível.
4.    Auxílio da Força Nacional
A Força Nacional já está no Maranhão e deve continuar no estado até o fim de fevereiro, a medida visa dar apoio ao sistema prisional maranhense.
5. Plano de Ação Integrada de Inteligência e Segurança Nacional
O plano vai criar procedimentos internos nos presídios, e a inteligência prisional vai detectar as infrações existentes nos locais, com a existência de celulares e televisões. O plano é integrado para que as ações de segurança do Maranhão sejam discutidas em conjunto.
6. Construção de Unidades Prisionais
O Governo do Maranhão já tem em fase de conclusão várias unidades prisionais, como a de segurança máxima em São Luís (com 150 vagas), e a reforma e ampliação das unidades de Coroatá (com 150 vagas), de Codó e Balsas (cada uma com 200 vagas) e sendo concluída a construção do Presídio de Imperatriz (250 vagas). Com isso, será possível por em prática um plano de realocação prisional, evitando conflitos entre os internos.
7. Núcleo para famílias
O núcleo de atendimento para as famílias dos presos vai ser criado com o objetivo de fornecer serviços relacionados ao sistema prisional e informações gerais, garantindo mais conforto no atendimento aos parentes de presos.
8. Saúde Prisional
O setor de saúde prisional terá verbas destinadas para que os presos tenham atendimento de médicos e enfermeiros. O ministro Cardozo ressaltou que o Ministério vai ajustar o plano de saúde para que o preso do Maranhão tenha acesso a esse serviço.
9. Capacitação
As forças policiais terão apoio para capacitação, de forma a desenvolver um plano de atendimento.
10. Penas alternativas
Outra ação que deve ser desenvolvida por meio da parceria entre o Governo Federal e o Estadual é a implantação de alternativas penais, como a revisão de penas alternativas e monitoramento eletrônico.
11. Integração do Ministério Público e Poder Judiciário
A Secretaria de Reforma do Poder Judiciário, do Ministério da Justiça,  e o Departamento de Penitenciária Nacional, em conjunto com o governo do Maranhão, proporão ao Poder Judiciário e ao Ministério Público uma reunião conjunta. Logo após definidas as diretrizes do Mutirão e os prazos de realização, uma reunião com juízes e promotores, justamente, para que o trabalho do Mutirão seja absorvido com rapidez com relação ao que for detectado.
Para saber mais sobre as ações do Governo do Maranhão, acesse www.facebook.com/governodomaranhao. Siga também o Governo no Twitter.

Governadora implanta comitê integrado e anuncia medidas para conter violência no Maranhão.

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil.

Brasília - A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, disse hoje (10) que vai promover ações complementares às que foram anunciadas ontem (9) por ela e pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em São Luís. 

Após presidir a primeira reunião do Comitê de Ações Integradas, criado para gerir as medidas de contenção da violência e melhoria no sistema penitenciário do estado, Roseana disse que foram traçadas metas, tarefas e datas para a execução das medidas.
As providências anunciadas pela governadora incluem um mutirão das secretarias responsáveis para oferecer respostas imediatas à onda de violência que provocou a morte de presos e de uma criança na capital maranhense, na última semana. 
A ideia é que as ações complementares sejam desenvolvidas de maneira simultânea à execução das 11 medidas anunciadas ontem em conjunto com o Ministério da Justiça.
O Comitê de Ações Integradas é formado por membros do governo estadual e federal, além de representantes do Ministério Público e do Judiciário locais, do Departamento Penitenciário Nacional, das polícias Civil, Militar e Rodoviária, entre outros. O grupo foi criado ontem (9) durante a reunião da governadora com o ministro e será o responsável pela execução das medidas anunciadas.

Entre as ações anunciadas está a transferência de alguns presos para presídios federais, a adoção de penas alternativas para detentos de menor periculosidade e um mutirão da Defensoria Pública para libertar os que já tiverem cumprido penas. O Tribunal de Justiça do estado também foi acionado para colaborar no sentido de dar celeridade à análise dos pedidos da defensoria.
A lista anunciada ontem pelo ministro e a governadora inclui a criação de um plano de inteligência para o sistema prisional, de modo a identificar infrações como a entrada de celulares nos presídios, a formação de lideranças de facções e a preparação de ataques fora das penitenciárias. 
Roseana apresentou ainda a situação de obras de novas carceragens que estão perto de ficarem prontas e para onde devem ser transferidos presos que precisam ser separados de inimigos que estão no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
A onda de ataques da última semana resultou na queima de ônibus e em cinco pessoas feridas, das quais quatro permanecem internadas e uma morreu, a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos. Ela teve 90% do corpo queimados depois que bandidos atearam fogo no coletivo em que estava com a mãe e uma irmã. 
Também foram divulgados vídeos de presos sendo decapitados dentro de Pedrinhas. Na próxima segunda-feira, os senadores que compõem a Comissão de Direitos Humanos do Senado farão uma visita ao complexo prisional e se encontrarão com a sociedade civil organizada no estado.
Edição: Davi Oliveira
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Jornal ESTADÃO FAZ ATAQUE VIL E RASTEIRO AO MAIS MÉDICOS.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Brasil - Livro que relata envolvimento de FHC com a CIA esgota edição.

Maluf
FHC é citado por três jornalistas quanto ao seu envolvimento com a espionagem dos EUA
Por Redação - do Rio de Janeiro.
Está esgotado nas duas maiores livrarias do Rio o livro da escritora Frances Stonor Saunders Quem pagou a conta? A CIA na Guerra Fria da cultura, no qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é acusado, frontalmente, de receber dinheiro da agência norte-americana de espionagem, para ajudar os EUA a “venderem melhor sua cultura aos povos nativos da América do Sul”. 
O exemplar, cujo preço varia de R$ 72 a R$ 75,00, leva entre 35 e 60 dias para chegar ao leitor, mesmo assim, de acordo com a disponibilidade no estoque. O interesse sobre a obra da escritora e ex-editora de Artes da revista britânica The New Statesman, no Brasil, pode ser avaliado ao longo dos cinco anos de seu lançamento.
Quem pagou a conta?, segundo os editores, recebeu “uma ampla cobertura pela mídia quando foi lançado no exterior”, em 1999. Na obra, Frances Stonor Saunders narra em detalhes como e por que a CIA, durante a Guerra Fria, financiou artistas, publicações e intelectuais de centro e centro-esquerda, num esforço para mantê-los distantes da ideologia comunista. Cheia de personagens instigantes e memoráveis, entre eles o ex-presidente brasileiro, “esta é uma das maiores histórias de corrupção intelectual e artística pelo poder”.
“Não é segredo para ninguém que, com o término da Segunda Guerra Mundial, a CIA passou a financiar artistas e intelectuais de direita; o que poucos sabem é que ela também cortejou personalidades de centro e de esquerda, num esforço para afastar a intelligentsia do comunismo e aproximá-la do American way of life. No livro, Saunders detalha como e por que a CIA promoveu congressos culturais, exposições e concertos, bem como as razões que a levaram a publicar e traduzir nos Estados Unidos autores alinhados com o governo norte-americano e a patrocinar a arte abstrata, como tentativa de reduzir o espaço para qualquer arte com conteúdo social. 
Além disso, por todo o mundo, subsidiou jornais críticos do marxismo, do comunismo e de políticas revolucionárias. Com esta política, foi capaz de angariar o apoio de alguns dos maiores expoentes do mundo ocidental, a ponto de muitos passarem a fazer parte de sua folha de pagamentos”.
Quem pagou a conta? está esgotado nas livrarias do Rio
Quem pagou a conta? está esgotado nas livrarias do Rio
As publicações Partisan Review, Kenyon Review, New Leader e Encounter foram algumas das publicações que receberam apoio direto ou indireto dos cofres da CIA. 
Entre os intelectuais patrocinados ou promovidos pela CIA, além de FHC, estavam Irving Kristol, Melvin Lasky, Isaiah Berlin, Stephen Spender, Sidney Hook, Daniel Bell, Dwight MacDonald, Robert Lowell e Mary McCarthy, entre outros. 
Na Europa, havia um interesse especial na Esquerda Democrática e em ex-esquerdistas, como Ignacio Silone, Arthur Koestler, Raymond Aron, Michael Josselson e George Orwell.
jornalista Sebastião Nery, em 1999, quando o diário conservador carioca Tribuna da Imprensa ainda circulava em sua versão impressa, comentou em sua coluna que não seria possível resumir a obra em tão pouco espaço: “São 550 páginas documentadas, minuciosa e magistralmente escritas”, afirmou.
Dinheiro para FHC
“Numa noite de inverno do ano de 1969, nos escritórios da Fundação Ford, no Rio, Fernando Henrique teve uma conversa com Peter Bell, o representante da Fundação Ford no Brasil. Peter Bell se entusiasma e lhe oferece uma ajuda financeira de US$ 145 mil. Nasce o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento)”. Esta história, que reforça as afirmações de Saunders, está contada na página 154 do livro Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível, da jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni (Editora Nova Fronteira, Rio, 1997, tradução de Dora Rocha). O “inverno do ano de 1969″ era fevereiro daquele ano.
Há menos de 60 dias, em 13 de dezembro, a ditadura militar havia lançado o AI-5 e elevado ao máximo o estado de terror após o golpe de 64, “desde o início financiado, comandado e sustentado pelos Estados Unidos”, como afirma a autora. Centenas de novas cassações e suspensões de direitos políticos estavam sendo assinadas. As prisões, lotadas. O ex-presidente Juscelino Kubitcheck e o ex-governador Carlos Lacerda tinham sido presos. 
Enquanto isso, Fernando Henrique recebia da poderosa e notória Fundação Ford uma primeira parcela para fundar o Cebrap. O total do financiamento nunca foi revelado. Na Universidade de São Paulo, por onde passou FHC, era voz corrente que o compromisso final dos norte-americanos girava em torno de US$ 800 mil a US$ 1 milhão.
Segundo reportagem publicada no diário russo Pravda, um ano após o lançamento do livro no Brasil, os norte-americanos “não estavam jogando dinheiro pela janela”.
“Fernando Henrique já tinha serviços prestados. Eles sabiam em quem estavam aplicando (os dólares)”. Na época, FHC lançara com o economista chileno Faletto o livro Dependência e desenvolvimento na América Latina, em que ambos defendiam a tese de que países em desenvolvimento ou mais atrasados poderiam desenvolver-se mantendo-se dependentes de outros países mais ricos. Como os Estados Unidos”. A cantilena foi repetida por FHC, em entrevista concedida ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, na edição da última terça-feira, a última de 2013.
Com a cobertura e o dinheiro dos norte-americanos, FHC tornou-se, segundo o Pravda, “uma ‘personalidade internacional’ e passou a dar ‘aulas’ e fazer ‘conferências’ em universidades norte-americanas e européias. Era ‘um homem da Fundação Ford’. E o que era a Fundação Ford? Uma agente da CIA, um dos braços da CIA, o serviço secreto dos EUA”.
Principais trechos da pesquisa de Saunders:
1 – “A Fundação Farfield era uma fundação da CIA… As fundações autênticas, como a Ford, a Rockfeller, a Carnegie, eram consideradas o tipo melhor e mais plausível de disfarce para os financiamentos… permitiu que a CIA financiasse um leque aparentemente ilimitado de programas secretos de ação que afetavam grupos de jovens, sindicatos de trabalhadores, universidades, editoras e outras instituições privadas” (pág. 153).
2 – “O uso de fundações filantrópicas era a maneira mais conveniente de transferir grandes somas para projetos da CIA, sem alertar para sua origem. Em meados da década de 50, a intromissão no campo das fundações foi maciça…” (pág. 152). “A CIA e a Fundação Ford, entre outras agências, haviam montado e financiado um aparelho de intelectuais escolhidos por sua postura correta na guerra fria” (pág. 443).
3 – “A liberdade cultural não foi barata. A CIA bombeou dezenas de milhões de dólares… Ela funcionava, na verdade, como o ministério da Cultura dos Estados Unidos… com a organização sistemática de uma rede de grupos ou amigos, que trabalhavam de mãos dadas com a CIA, para proporcionar o financiamento de seus programas secretos” (pág. 147).
4 – “Não conseguíamos gastar tudo. Lembro-me de ter encontrado o tesoureiro. Santo Deus, disse eu, como podemos gastar isso? Não havia limites, ninguém tinha que prestar contas. Era impressionante” (pág. 123).
5 – “Surgiu uma profusão de sucursais, não apenas na Europa (havia escritorios na Alemanha Ocidental, na Grã-Bretanha, na Suécia, na Dinamarca e na Islândia), mas também noutras regiões: no Japão, na Índia, na Argentina, no Chile, na Austrália, no Líbano, no México, no Peru, no Uruguai, na Colômbia, no Paquistão e no Brasil” (pág. 119).
6 – “A ajuda financeira teria de ser complementada por um programa concentrado de guerra cultural, numa das mais ambiciosas operações secretas da guerra fria: conquistar a intelectualidade ocidental para a proposta norte-americana” (pág. 45).
Espionagem e dólares
Não há registros imediatos de que o ex-presidente tenha negado ou admitido as denúncias constantes nos livros de Sauders e Leoni. Em julho do ano passado, no entanto, o jornalista Bob Fernandes, apresentador da TV Gazeta, de São Paulo, publicou artigo no qual repassa o envolvimento do ex-presidente com os serviços de espionagem dos EUA, sem que tivesse precisado, posteriormente, negar uma só palavra do que disse. 
Segundo Fernandes, “o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que ‘nunca soube de espionagem da CIA’ no Brasil. O governo atual cobra explicações dos Estados Unidos”.
“Vamos aos fatos. Entre março de 1999 e abril de 2004, publiquei 15 longas e detalhadas reportagens na revista CartaCapital. Documentos, nomes, endereços, histórias provavam como os Estados Unidos espionavam o Brasil. Documentos bancários mostravam como, no governo FHC, a DEA, agência norte-americana de combate ao tráfico de drogas, pagava operações da Polícia Federal. Chegava inclusive a depositar na conta de delegados. Porque aquele era um tempo em que a PF não tinha orçamento para bancar todas operações e a DEA bancava as de maiores dimensão e urgência”, garante Fernandes.
Ainda segundo o jornalista, o mínimo de “16 serviços secretos dos EUA operavam no Brasil. Às segundas-feiras, essas agências realizavam a ‘Reunião da Nação’, na embaixada, em Brasília”.
Bob Fernandes, que foi redator-chefe de CartaCapital, trabalhou nas revistas IstoÉ (BSB e EUA) eVeja, foi repórter da Folha de S.Paulo e do Jornal do Brasil, afirma ainda que “tudo isso foi revelado com riqueza de detalhes: datas, nomes, endereços, documentos, fatos. 
Em abril de 2004, com a reportagem de capa, publicamos os nomes daqueles que, disfarçados de diplomatas, como é habitual, chefiavam CIA, DEA, NSA e demais agências no Brasil. Vicente Chellotti, diretor da PF, caiu depois da reportagem de capa Os Porões do Brasil, de 3 de março de 1999. Isso no governo de FHC, que agora, na sua página no Facerbook, disse desconhecer ações da CIA no país”.