domingo, 23 de março de 2014

Violência - São Luís é a 15ª Cidade mais Violenta do Mundo, segundo levantamento de ONG Mexicana.

Brasil tem 16 cidades no grupo das 50 mais violentas do mundo; São Luís ocupa a 15ª colocaçãoPaís possui o maior número de municípios na lista de ONG mexicana.

SÉRGIO ROXO (EMAIL·FACEBOOK·TWITTER) - O GLOBO.
SÃO PAULO - O médico José Alfredo Vasco Tenório, de 67 anos, iniciava a sua pedalada diária pela orla de Maceió, quando foi abordado por dois rapazes numa praça a 400 metros de sua casa. 

Um dos criminosos estava armado. Quando ele se abaixou para saltar da bicicleta, recebeu um disparo nas costas. A bala atravessou o corpo e acertou o coração. João Alfredo morreu no local e se tornou mais uma das vítimas da violência na capital alagoana, a quinta cidade com mais homicídios no mundo, segundo levantamento elaborado pela ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal AC.

O Brasil é o país com mais municípios no ranking: 16. O México aparece em segundo, com nove. Apenas sete cidades da lista não estão na América Latina: quatro dos Estados Unidos (Detroit, Nova Orleans, Baltimore e Saint Louis) e três da África do Sul.

O levantamento leva em conta a taxa de homicídios por grupo de 100 mil habitantes no ano passado. De acordo com a ONG, foram levantados dados disponibilizados pelos governos em suas páginas na internet e consideradas só cidades com mais de 300 mil. Essa foi a quarta edição do ranking.

Em relação ao levantamento de 2012, Brasília e Curitiba deixaram a lista. Por outro lado, três cidades brasileiras ingressaram no grupo: Campina Grande (PB), Natal (RN) e Aracaju (SE). As duas maiores metrópoles do país, São Paulo e Rio de Janeiro, não estão no ranking. Segundo especialistas, há 10 anos o país vê os homicídios migrarem para os municípios de médio porte.

- A violência deixa de ocorrer nos polos tradicionais a partir da virada do século - afirma Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador do Mapa do Violência do Brasil.

Julio cita como fatores que provocaram o fenômeno a mudança do modelo econômico, com o fim da migração para as principais capitais do Sudeste, além dos investimentos federais nas cidades que tinham grandes taxas de assassinato.

- O crime organizado se nacionaliza e encontra nessas capitais de estados menores um sistema de segurança precário - diz o pesquisador.

No caso de Maceió, a cidade brasileira mais violenta, o problema ainda foi agravado por que o estado de Alagoas enfrentou seguidas greves de policiais nos anos 2000.

Dos 16 municípios do Brasil no ranking das cidades mais violentas do mundo, seis vão receber jogos da Copa do Mundo: Fortaleza, Natal, Salvador, Manaus, Recife e Belo Horizonte.

Estados dizem que investem para reduzir assassinatos

Os estados que possuem cidades no ranking das 50 mais violentas do mundo dizem estar fazendo investimentos para reduzir as taxas de homicídios.

O secretário de Segurança Pública do Ceará, Servilho Paixa, afirma que não há risco para os turistas que visitarem Fortaleza, a segunda cidade brasileira na lista, durante a Copa do Mundo.

- O turista pode ficar tranquilo, se conduzir no circuito apropriado, e de forma apropriada - disse.

Segundo o secretário, o estado tem investido na formação policial, na punição de irregularidades dos agentes e em gestão para reduzir os índices. Pernambuco afirma que a taxa de homicídios em Recife tem caído e que tem implantado medidas para combater a violência. Minas Gerais e Mato Grosso também dizem ter implantado medidas.

A Secretaria de Defesa Social de Alagoas, responsável pela segurança pública em Maceió, a primeira cidade brasileira no ranking, foi procurada, mas não se manifestou.

As brasileiras da lista

Maceió (5ª colocada) - 79,76 homicídios por 100 mil habitantes

Fortaleza (7ª) - 72,81 homicídios por 100 mil

João Pessoa (9ª) - 66,92 homicídios por 100 mil

Natal (12ª) - 57,62 homicídios por 100 mil

Salvador (13ª) - 57,51 homicídios por 100 mil

Vitória (14ª) - 57,39 homicídios por 100 mil

São Luís (15ª) - 57,04 homicídios por 100 mil.

Belém (16ª) - 48,23 homicídios por 100 mil

Campina Grande (25ª) - 46 homicídios por 100 mil

Goiânia (28ª) - 44,56 homicídios por 100 mil

Cuiabá (29ª) - 43,95 homicídios por 100 mil

Manaus (31ª) - 42,53 homicídios por 100 mil

Recife (39ª) - 36,82 homicídios por 100 mil

Macapá (40ª) - 36,59 homicídios por 100 mil

Belo Horizonte (44ª) - 34,73 homicídios por 100 mil

Aracaju (46ª) - 33,36 homicídios por 100 mil.


Link's desta matéria:

Brasil - Até quando o genocídio do povo preto e pobre.

Não quero silêncio e nem promessas. Cansei de ver o racismo violentando nossos corpos há pelo menos quinhentos anos aqui no Brasil. Somos arrastados por correntes e presos a algemas de um sistema que tem o Estado como principal aliado na barbárie impetrada a nós todos os dias,

preconceito preto pobre favelado
Sheila Dias*, Blogueiras Negras
“Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas…”
Claudia da Silva Ferreira, mulher, mãe, filha da classe trabalhadora, pobre, favelada e NEGRA… Trinta e oito anos e que tinha a missão de criar quatro filhos (as) e mais quatro sobrinhos (as). A trajetória de vida de Claudia da Silva Ferreira não sairia do anonimato se sua vida não tivesse sido ceifada de forma brutal em plena luz do dia. Não era um dia qualquer, era um dia de domingo. Provavelmente, ela havia sido explorada a semana inteira em seu local de trabalho e aguardava com ansiedade o final de semana pra trabalhar dobrado em casa, mas esse trabalho, por mais cansativo que fosse ela o fazia com satisfação, pois, estava cercada dos seus filhos (as), do companheiro, familiares e amigos (as).
Além do erro de ter nascido preta, mulher e pobre, Claudia trazia consigo um copo de café e quatro reais em suas mãos. Aquilo que ele portava, em muito se parecia com uma arma, e isto, foi o que deu o direito a policiais em serviço atirarem em sua cabeça e peito. Com total requinte de crueldade, arrastaram seu corpo pelas ruas do seu bairro, como se faziam no período escravocrata que arrastavam negros (as) rebeldes para servir de exemplo a outros insurgentes. O que choca nessa cena brutal, é que era um dia de sol e dia de domingo pela manhã (se fosse a noite, provavelmente seu corpo teria sido desovado em algum lugar e se encontrado, teria como justificativa a mentira dela estar envolvida com os “bandidos” como tentaram fazer com o Amarildo e como fazem como os nossos jovens todos os dias), as ruas estavam movimentadas, o comércio funcionando, crianças indo pra pracinha, outros indo à praia sabe se lá… Apesar do tiroteio naquele bairro, a vida tentava seguir o seu curso.
Pois bem, só tive ciência dessa barbárie ontem a noite, mas, lembro que domingo pra mim foi um dia pesado, sufocado e com uma sensação enorme de coisa estranha no ar. Assim que soube do ocorrido, chorei até cansar, com uma dor infinita que se propaga há vários séculos. Foi um mix de lembranças ruins e uma vontade enorme de implodir tudo isso aqui…
A história de Claudia se assemelha com a da minha mãe, que também com quatro filhos (as), criou mais quatro sobrinhos. Foi nesse momento que a dor se intensificou, porque não eu não parei de pensar que essa violência poderia ter acontecido com a minha mãe. Eu liguei pra casa imediatamente, queria saber se estava tudo bem com ela, lembro que a única coisa que eu queria era ouvir a sua voz, quis o seu colo também, mas a distância não me permitiu isso. Lembrei da minha mãe saindo de casa as quatro da manhã pra trabalhar em casa de família, ou em feiras, com sua barraquinha de verduras e frutas, ou quitutes, e até mesmo quando ela ia pro manguezal catar caranguejo pra vender na feira e trazer algum alimento pra nós, assim como Claudia fazia toda semana, minha mãe trabalhava duro para nos dar o mínimo necessário para sobrevivemos.
Eu me coloquei no lugar dos filhos (as) de Claudia, que agora, além da violência sofrida e que causou a sua morte, veem a todo tempo vídeos e fotos do corpo da sua mãe espalhados em redes sociais e jornais e que por alguns dias terá sua vida exposta por essa mídia carniceira e voraz. Mas o que mais me incomoda, é saber que daqui a alguns dias, ou quem sabe meses, esse fato cairá no esquecimento, assim como aconteceu com o Amarildo (pedreiro assassinado e que até hoje a família não encontrou seus restos mortais).
Não quero silêncio e nem promessas, estou cansada de ver o racismo assombrando e violentando nossos corpos há pelo menos quinhentos anos aqui no Brasil. Somos arrastados constantemente por correntes e presos a algemas de um sistema que tem o Estado como principal aliado na barbárie impetrada a nós todos os dias. Nós população negra e pobre, somos violentados em todos os sentidos. Não temos direito a moradia, a saúde, a habitação, a educação, somos chamados de macacos em campos de futebol, vimos cenas de estupro e violação do corpo negro feminino, temos os nossos cabelos comparados a palha de aço a todo o momento. Vemos denúncias de crianças que tentam estudar em escolas precárias e sem a mínima condição possível para que isso aconteça. Ainda assim, temos que ouvir que o racismo está em nossas cabeças, que somos os mais preconceituosos e que tudo não passa de uma mania de perseguição…
Pergunto-me até quando seremos agredidos desta forma, sem ao menos termos o direito de reagir. Até quando vai durar esse extermínio ao povo preto, favelado e pobre? Digam-me como podemos nos orgulhar de nossas raízes, se a todo o momento temos a nossa identidade violentada e a nossa história negada? Até quando vamos engrossar as fileiras dos necrotérios, dos presídios, dos hospitais psiquiátricos, da fila do SUS, dos bolsões de misérias, dos projetos sociais precarizados e focalizados, que em nada contribuem para a emancipação do ser social? Até quando vamos ver as crianças pretas com vergonha dos seus cabelos crespos e de sua cor, porque são agredidas nas escolas e em outros espaços de sociabilidade? Até quando vamos aumentar as estatísticas de sermos os principais mortos por armas de fogo, violência obstétrica ou negligência médica? Até quando vou me deitar com o coração numa mão e a minha guia de proteção na outra, pedindo pelos meus irmãos, namorados, maridos, sobrinhos e outros homens negros que saem de casa e não sabemos se voltam…
Continuaremos a lutar como quem agarra a vida pelas unhas e com o fio de voz que nos resta, gritamos e denunciaremos o açoite. Que o mundo saiba que mesmo amordaçados, e com as nossas carnes e vísceras expostas, continuaremos de pé e caminharemos… NÃO SUMCUMBIREMOS AOS NAVIOS NEGREIROS, AOS CAMBURÕES E CAVEIRÕES, AOS ESCOMBROS E REMOÇÕES… Tenho fome e sede por dias melhores, portanto, sou implacável no desafio de viver. Vida é o meu nome e Resistência meu sobrenome. Por isso e por mais, queremos o fim dos PROGRAMAS SENSACIONALISTAS QUE EXIBEM NA HORA DO ALMOÇO HOMENS E MULHERES COMO SE FAZIAM NOS LEILÕES DE ESCRAVIZADOS, QUEREMOS O FIM DOS AUTOS DE RESISTÊNCIAS E O FIM DAS INCURSÕES POLICIAIS NAS FAVELAS E PEREFERIAS, QUEREMOS O FIM DAS UPP´s E DA POLÍCIA MILITAR!
Pelos Amarildos, Sheilas, Joãos, Marias, Fabíolas, Flávias, Allynes, Carinas, Jussaras, Júniors, Felipes, Andersons, Jailsons, Michelles, Helaines, Priscilas, Carlas, Anas, Júlias, Expeditos, Alans, Sebastiãos, Larissas, Brunos, Deises, Terezinhas, Sergios, Kátias, Rodrigos, Marcios, Claudias entre outros (as), que vivem entre a linha tênue da vida e da morte e que mesmo ARRASTADOS (AS) continuam de pé…
Luto pelo fim desta sociedade classista, racista, misógina, lesbofóbica, homofóbica, patriarcal e que caminha a passos largos em direção à desumanização da vida! Além das ruas, escrever também é uma forma de extravasar a dor…
Sheila Dias é assistente Social, mulher, negra, pobre, nordestina de pai e mãe, feminista e militante.

sábado, 22 de março de 2014

São Luís - Tentativa de assalto termina em linchamento de um dos suspeitos.


Um homem, identificado apenas como “Paulo”, foi linchado na manhã deste sábado (22). 

Ele e mais duas mulheres tentaram assaltar um taxista na Rua 01, no bairro Cohaserma.

Segundo informações policiais, o trio ameaçou a vítima, não identificada, com uma faca. Após descuido dos bandidos, ele conseguiu pular do carro, e pediu ajuda. 

Os três tentaram fugir, mas os moradores da região os cercaram, e iniciaram a agressão.
Quando a polícia chegou ao local, o homem já estava morto. As duas mulheres, Maria Tereza Silva Carneiro e Jorgiane Costa Silva, foram encaminhadas, com ferimentos, para o Plantão Central da Beira-Mar.
(Com informações do Imirante)

Denúncia: alumínio é a causa do Alzheimer.

Recebo do amigo e frequentador deste blog, Dr. Gerson Machado, mais uma denúncia sobre a questão de o alumínio ser a principal causa do mal de Alzheimer e de outras doenças, até mesmo cânceres diversos.  Ele me enviou o vídeo abaixo, onde o conhecido e respeitado médico americano Dr. Joseph Mercola entrevista o Dr. David Ayoub, especialista em toxicologia, que atesta a importância dessas evidências científicas, para as quais as autoridades das áreas de saúde, sejam americanas, europeias ou brasileiras, não dão a mínima importância. (Para quem não domina o inglês: o vídeo possui sistema de legendas com tradução para o português; são macarrônicas, mas tornam o vídeo compreensível. As legendas são ativadas na caixa retangular, no rodapé do vídeo, ao lado do relógio).



O Dr Mercola tem um site onde trata dessas e de outras questões de saúde, demonstrando que o alumínio está presente em nossas vidas de forma muito mais ativa do que podemos imaginar:  http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2014/03/22/aluminum-toxicity-alzheimers.aspx


Tanto no link acima, como no Vimeo, pode ser encontrado o vídeo-documentário "A idade do alumínio", que mostra as dimensões inimagináveis da presença do alumínio em nossas vidas:http://vimeo.com/89152658 

No Google o leitor encontrará milhares de denúncias, em diferentes níveis de profundidade, demonstrando a presença maléfica do alumínio, um metal pesado sem nenhuma função biológica, que é neurotóxico causador de inúmeras doenças neurológicas, que é tão tóxico quanto o mercúrio quando encontrado no organismo humano ou animal, mas que é tolerado e aceito pelas autoridades sanitárias (no Brasil, a Anvisa), pois está presente em vacinas, xampus, alimentos industrializados etc. 

Além disso, e muito mais importante, o alumínio está presente nas panelas utilizadas para cozinhar alimentos, especialmente em países emergentes como o Brasil, onde ainda se usa este medieval instrumento de preparo de alimentos, assim como o papel alumínio para cozinhar alimentos em fornos. Ambos deixam resíduos e nos contaminam criminosamente, de forma silenciosa.

Alumínio está em toda parte 
Embora o alumínio ocorra naturalmente no solo (solos ácidos), água e ar, mas em quantidades mínimas, estamos contribuindo para a contaminação através da mineração e processamento de minérios de alumínio, fabricação de produtos de alumínio e a operação de usinas de carvão e incineradores. O alumínio não pode ser destruído no ambiente — ele só muda sua forma de se anexar ou se separar de outras partículas.


A chuva lava partículas de alumínio do ar, e em nosso fornecimento de água, onde eles tendem a acumular-se, ao invés de se degradar. Se você mora em uma área industrial, a sua exposição é, sem dúvida, muito alta.

Em testes de laboratórios, a contaminação de alumínio foi encontrada em um vasto número de produtos no mercado, de alimentos e bebidas, e de produtos farmacêuticos, o que sugere que os processos industriais são uma parte significativa do problema. 

Alumínio é encontrado em um número chocante de alimentos e produtos de consumo, incluindo fermento em pó, farinhas, sal, leite em pó, alimentos processados, coloração e agentes de endurecimento. Remédios, como antiácidos, analgésicos, antidiarréicos etc. Vacinas — hepatite A e B, Hib, DTaP (difteria, tétano, coqueluche), a vacina pneumocócica, Gardasil (HPV) e outros. 



Cosméticos e produtos de cuidados pessoais, como xampus, desodorantes (incluindo cristais de sal, feitos de alúmen), loções, protetores solares e antitranspirantes.


Uma vez que esteja presente no seu organismo, o alumínio viaja facilmente, desimpedido, pega carona no seu sistema de transporte de ferro, atravessa barreiras biológicas que normalmente obstruem a passagem de outros tipos de toxinas, como a barreira hemato-encefálica. 

Ao longo do tempo, o alumínio acumula-se no cérebro e causa danos graves à saúde neurológica — independentemente da idade, doenças irreversíveis como Mal de Parkinson, Alzheimer, e outras. E você vai esquecer-se de tudo, seja do que leu aqui, do que aprendeu na escola e na vida, e vai deixar de lembrar do nome da sua mãe, e até mesmo do seu próprio nome.




ET. Lá em casa, há muitos anos, deixamos de usar panelas de alumínio, apesar de minha mulher ainda usar ocasionalmente o papel alumínio para cozinhar alimentos, mas isso um dia vai mudar. O principal, as panelas, já eram...

Para o Mais Médicos dar certo, é preciso mudar a mentalidade mercantil na saúde do Brasil.

ESCRITO POR RAPHAEL SANZ E GABRIEL BRITO, DA REDAÇÃO   
QUI, 20 DE MARÇO DE 2014.

Como se podia prever, a vinda dos médicos cubanos para o programa do governo federal Mais Médicos foi uma das maiores polêmicas recentes da política brasileira. A tal ponto que talvez muitas pessoas sequer saibam que profissionais de dezenas de outros países também desembarcaram no país nos últimos meses, com estadia programada para alguns anos.

Por um lado, critica-se muito a forma como foi feito o contrato com os médicos vindos de Cuba, os quais têm parte do seu salário retido pelo governo da ilha, como numa espécie de terceirização; por outro, o programa foi altamente festejado por parcelas da população, tendo em vista que os médicos estrangeiros vieram atender em localidades que praticamente nunca desfrutaram de atendimento digno.

O Correio da Cidadania localizou – através de contatos da redação – um hotel no centro de São Vicente, no estado de São Paulo, que abriga 12 médicos estrangeiros do programa – são 15 no município –, a maioria vinda de Cuba e da Espanha. 

Numa manhã abafada de sexta-feira pós-carnaval, descemos a sugestiva Rodovia dos Imigrantes para uma conversa com cinco desses doutores. Dos entrevistados, dois são espanhóis: Freddy Barrueto, 42 anos, filho de pai cubano com mãe espanhola. Formou-se na faculdade de medicina em Cuba, já trabalhou na própria ilha, na Espanha e nos EUA; e Pilar Meyniar, 54, nascida e formada na Espanha, trabalhava em Madrid, onde deixou sua mãe e seus dois filhos para vir ao Brasil. As médicas cubanas presentes na conversa foram Moraima Martinez Fuentes, 46, que trabalhou por seis anos na Venezuela e agora veio ao Brasil; Noris Valladares, 45, que, entre outros lugares, trabalhou na Argélia; e Nerbis Carranza Sánchez, 44 anos, mais arredia na conversa, mas igualmente experimentada em terras internacionais.

Freddy foi o primeiro a chegar ao Brasil, mais exatamente em setembro, em São Paulo, logo na primeira turma do Mais Médicos. “Fiz cinco semanas de treinamento e depois vim para São Vicente, o meu destino final. Meu contrato inicial é de três anos e pode ser renovado por mais três”, contou. Moraima e as outras cubanas vieram na segunda turma, em novembro. Pilar, por sua vez, recém se instalou, a duras penas, em São Vicente. 

A despeito da polêmica mais midiatizada, que versava sobre o salário dos cubanos, a madrilenha era claramente a mais revoltada com a situação econômica com que se deparou. Pilar denunciou que ela e outros médicos da terceira turma ainda não tinham recebido do governo federal, através do Ministério da Saúde, os pagamentos, em torno de 2000 reais, para os primeiros dias da vida em solo brasileiro.

“Nós da terceira turma ainda não vimos nem um tostão. Não viemos mendigar, somos profissionais médicos que viemos com um contrato de trabalho e eu só quero que se cumpra o acordo. Tenho família na Espanha, dois filhos, mãe e não posso deixá-los à deriva. Vim participar de um programa que pretende ajudar a população carente de um país, que não é o meu, já faz um mês que estou aqui e não pude mandar absolutamente nada para o meu filho”, protestou. Segundo ela, graças à ajuda dos outros médicos e da (morosa) entrada em cena da prefeitura de São Vicente, ela conseguiu se instalar em um quarto do hotel.

Faz-se necessário assinalar que os honorários dos doutores cabem ao governo federal, enquanto suas demais necessidades estão sob responsabilidade das prefeituras, cada qual a oferecer as condições de moradia, alimentação e deslocamento que sua cidade possa comportar. Desse modo, não há um padrão uniforme de recepção e tratamento aos médicos estrangeiros nas diversas cidades brasileiras. Porém, é notório que muitas delas têm dificuldades em garantir condições adequadas.

Para Freddy, o fato de ter feito parte da primeira turma lhe soou como uma espécie de laboratório para o programa. Ele contou que os primeiros médicos a aterrissarem em São Paulo foram obrigados a ficar alojados no quartel do II Exército, no Ibirapuera.

“Eu e mais 54 pessoas da minha turma fomos os primeiros a chegar em São Paulo, de diferentes nacionalidades, do mundo inteiro, do Líbano, Mauritânia, Haiti, México etc., e ficamos em um quartel militar. Moramos sob uma normativa militar, ou seja, nós acordávamos às cinco e meia da manhã, tínhamos uma hora para tomar o café da manhã, banho gelado, trinta minutos para pegar o ônibus e fazer o treinamento, tudo muito complicado. Nós tivemos que sofrer essas condições”.

Para o espanhol, a “experiência na caserna” não foi das melhores. Além do mais, ao chegar em São Vicente também viveu as agruras experimentadas por Pilar, e só não abandonou o programa pois foi pessoalmente à prefeitura exigir soluções. “Puseram minhas malas fora do hotel, por falta de pagamento. Fui à prefeitura às 10 da manhã e disse que, se até meio dia nada fosse feito, eu pegaria minhas coisas e iria direto para o aeroporto de Guarulhos, não sem antes registrar a situação no consulado da Espanha”, revelou.

Freddy trabalha na favela “México 70”, um dos bairros mais carentes e violentos da cidade litorânea. Lá, trabalha 40 horas por semana, atendendo em média 32 pacientes por dia, oito por hora, jornada similar à de seus colegas (São Vicente ainda receberá mais 7 médicos estrangeiros).

Concepções conflituosas

Enquanto os espanhóis falavam mais e davam suas opiniões com maior desenvoltura, os cubanos se mostravam mais reservados. Com exceção de Moraima, respondiam de maneira mais simples e objetiva, sem muitas voltas no assunto. Aparentemente, mantém uma grande desconfiança com os interlocutores brasileiros da mídia, uma vez que não puderam deixar de notar a imensa polarização política erigida em torno de sua presença.

“Nós (cubanas) já estivemos em outros países, mas esse aqui tem suas condições diferentes. Desde que chegamos, foi tudo bem, nosso alojamento não só foi um hotel cinco estrelas, como todo o resto foi ótimo; o difícil foi não sabermos falar o português e ter que enfrentar esse idioma. Não é tão difícil, mas falar bem é complicado para nós, que nunca tivemos a oportunidade”, explicou. Ainda disse que, apesar de a mídia e setores da população rechaçá-los por questões políticas, a recepção nos locais onde trabalham foi, sempre, muito positiva. “As pessoas são mais carinhosas onde vamos. Nós, para eles, somos seres humanos. Apesar de a televisão e os jornais falarem (mal) de nós por sermos cubanos, o que se vê com as pessoas é o oposto desse discurso”, afirmou.

“Uma coisa que me deixou muito revoltada foi quando cheguei e uns médicos brasileiros, formados no exterior, nos disseram que muitos médicos daqui falavam que só estávamos vindo porque não tínhamos o que fazer em nossos países, como se fôssemos alguma merda... Não é verdade. A maioria de nós, espanhóis, tinha emprego lá, temos nossas especializações e viemos porque quisemos, porque achamos o programa interessante e vemos que o Brasil tem um futuro enorme”, contou Pilar, testemunhando que o chauvinismo brasileiro foi mais “democrático” do que o imaginado.

De poucas e certeiras palavras, as médicas cubanas foram paulatinamente cedendo espaço, ao passo que Freddy colocava suas impressões a respeito da recepção brasileira aos médicos estrangeiros. “Naquele momento (em setembro) era quando pior se encontrava a situação de receptividade dos médicos brasileiros para com os estrangeiros, de todos os países, não só dos cubanos. Mas eu acho que a imprensa, por uma questão política, se centrou mais nos médicos cubanos. E essa atitude de uma minoria da classe médica, em minha opinião, responde a interesses políticos de um determinado partido”, disparou o espanhol, aparentemente bem informado a respeito da conjuntura do país.

“Não é essa a opinião de todos os médicos brasileiros, é de uma minoria. Mas preciso entender também que, se eu fosse agredido, como um colega cubano foi, a minha opinião seria bem diferente. Porque, primeiro, independentemente de eles terem razão em algumas questões, das quais estavam reclamando, é responsabilidade do governo evitar que um médico cubano tome uma cusparada na cara. Eu acho que a postura de alguns médicos brasileiros está justificada, outras defendem interesses políticos ou econômicos, mas em geral é uma minoria”, frisou.

Diferentemente do que acreditam setores mais inflamados, tanto à esquerda como à direita, Moraima e os cubanos em geral não vieram ao Brasil fazer política, mas para exercer seu ofício, como há 20 ou 25 anos já o fazem. Para ela, “cada um tem uma visão política diferente, uma maneira diferente de entender as coisas. 

Eles podem dizer o que bem entenderem (sobre nós, médicos cubanos), mas nós sabemos como vivemos, como trabalhamos, o que fazemos, estamos conscientes de tudo o que queremos na vida e não estamos obrigados aqui, viemos porque quisemos, então a política não nos interessa, o que interessa é dar assistência médica para esse povo que necessita”, concluiu, marcando clara distância de qualquer julgamento ideológico. 

Mais uma vez, ficou a impressão de estarem plenamente a par dos jogos de interesses do país em que estão. Transparecem, inclusive, um certo enfado, ou desprezo, a respeito da mesquinhez de um debate que brilha por ignorar todo o desastre social representado pela saúde pública no Brasil, ponto fulcral do Mais Médicos.

Não à toa, Freddy compartilha da opinião de Moraima, de que os médicos têm a função de atender pessoas, e não de fazer política, e que, independentemente das implicações, o povo está satisfeito com o serviço prestado. “Coloquei um aparelho no ouvido de um paciente. É um aparelho básico para um clínico geral, mas aqui no Brasil só o especialista (otorrinolaringologista) o possui. 

E o paciente saiu falando para toda a família e toda a comunidade que o médico colocou um aparelho no seu ouvido”. Para ele, os pacientes estranham qualquer tipo de atendimento mais próximo. “Estão acostumados, de acordo com o que pude observar, a ter um atendimento primário ‘express’. O paciente entra, eu não olho pra ele, nem para seus olhos, pergunto o que tem e o que precisa, levanto minha cabeça e ele vai embora atrás de um especialista”, descreveu.

Ele acredita que essa prática, sem nenhum toque de medicina preventiva, pode vir a lotar as agendas dos especialistas e agravar o quadro dos pacientes durante o período de espera, enquanto boa parte das pequenas ocorrências médicas pode ser diagnosticada e tratada logo no primeiro atendimento, sem consequências que exijam um tratamento de emergência. 

“Se eu não falo com você, não pergunto nada, e você me diz que quer ir a um dermatologista, eu preciso dar uma olhada. De repente, é só um pequeno furúnculo, que deixa a pessoa assustada porque não tem conhecimento em medicina; depois, ela vai embora sem que o médico lhe olhe ou toque, mas na verdade não era um problema que demandasse o dermatologista”, exemplificou.

“Uma medicina mercantilizada”

Freddy critica ferozmente o uso político do Programa Mais Médicos. Para ele, uma medicina de qualidade não tem a ver com o sistema político vigente no país em questão, mas com a mentalidade do povo e dos profissionais médicos. “Eu me formei em Cuba e trabalhei na Espanha. É o mesmo tipo de medicina. O mesmo atendimento que se faz na Espanha, se faz em Cuba, é o mesmo sistema de trabalho. 

O Brasil quer implantar agora um sistema de medicina preventiva. Eu acho uma boa idéia em teoria, mas, para levá-la à prática, é necessário mudar muitas questões, como a mentalidade do coletivo médico e da população em geral. E sem isso, não se consegue implantar um sistema novo, de medicina preventiva”, opinou.

A relação entre médico e paciente é uma das coisas que, na compreensão de Freddy, urge mudar. “Muitas vezes, uma consulta com um ortopedista não dura mais do que um minuto”. Enfatizando várias vezes na conversa, o grupo entrevistado acredita que a saúde no Brasil é altamente mercantilizada. E Freddy ilustra a tese:

“Um profissional médico, que dá aula na universidade em Santos, trouxe os alunos dele para conversarem comigo. Eles pagam, sei lá, 3 mil reais por mês para cursar a faculdade de medicina. E eles me perguntaram por que eu estou aqui. Aí eu disse que, quando se termina o curso, é preciso dar plantão, atender em lugares mais necessitados, porque, além de melhorar a vida das pessoas, ainda vai render muita experiência. 

Mas na cabeça deles isso não existe”, explicou. Talvez não exista por conta da necessidade de o jovem médico dar retorno à família, pelo investimento em sua formação. “Mas se você quer ficar rico, torne-se um banqueiro, um empresário, mas não um médico! Eu estudei em um país comunista, trabalhei e trabalho em países capitalistas e isto (questão política) não tem nada a ver com medicina”, pontuou.

O espanhol ainda afirmou que “muitos médicos estão mais preocupados em ficarem ricos do que em exercer a medicina. Eu vejo essa mentalidade muito forte no Brasil, me dá a impressão de que a medicina aqui é mercantilizada e isso é uma questão de mentalidade, e não de qualidade dos profissionais, pois os médicos brasileiros são muito bons também”, concluiu.

Com a continuidade da conversa, o debate político torna-se realmente desinteressante, ou até irrelevante, diante das experiências que os profissionais contam de seus contatos com a população.

“Onde eu trabalho tinha um médico brasileiro e as pessoas dizem que o atendimento agora não é tão rápido como antes, que examinamos tudo, olhamos, tocamos e que antes era mais rápido. Do ponto de vista humano, isso (de um paciente ficar 5 anos sem acesso a um médico, como nos relataram) não entra na nossa cabeça, porque em Cuba não acontece. Todos que precisam de atendimento o têm, e rápido”, disse Noris.

Na mesma hora, suas colegas endossam os comentários, realçando a necessidade de um caráter humanitário nos tratamentos de saúde. “Lá a medicina é domiciliar também. Não é apenas no consultório, também visitamos os pacientes em suas casas. 

Trabalhamos muito com a medicina preventiva, para evitar certos quadros, e é muito eficiente, coisa que não vi aqui. É essencial conhecer a pessoa que se está atendendo, ou pelo menos conhecer algumas coisas mais básicas, como o lugar onde vive, os familiares. Se o médico não olha para o paciente, ele não sabe o que o paciente tem”, complementou Moraima.

“Tem que conhecer não apenas a doença, mas todo o contexto em que vive o paciente, sua família, seu bairro, seu trabalho, suas atividades...”, resume Pilar.

“Mudar a mentalidade”

Sem dúvida, o ponto dominante de toda a conversa foi a questão humana do atendimento médico e da relação com os pacientes, culminando na convicção de que o sucesso do programa passa por uma grande mudança de mentalidade.

“Precisa ensinar humanidades na faculdade de medicina, ensinar aos novos médicos que eles precisam olhar para o paciente mais além de um ou outro sintoma de que se queixe na consulta. Hoje eu não estou doente, mas amanhã posso estar e terei de ir a um médico. Todos precisamos dessa facilidade e os governos têm de ajudar para que o acesso chegue a todos. Eu trabalho com uma médica brasileira e ela é muito boa, o problema não é com os profissionais, mas com a mentalidade brasileira, em geral, não apenas dos médicos”, reforçou Moraima.

Entretanto, após tanto se discutir as vantagens da medicina preventiva, era preciso perguntar aos médicos como promover tal opção, diante de grandes interesses corporativos, precisamente da indústria farmacêutica.

“Todos sabemos que representantes da indústria farmacêutica visitam os consultórios. Eles oferecem ao médico uma compensação econômica para receitar determinados medicamentos. E isso também acontece na farmácia. Você pode chegar lá com uma receita minha de um remédio genérico e o farmacêutico tentar te empurrar o mesmo remédio, com o carimbo do laboratório, que é bem mais caro”, assinala Freddy.

Imediatamente, ele prossegue com uma afirmação que considera decisiva para o programa Mais Médicos. “Para criar um sistema de atendimento preventivo, precisa de toda a estrutura. O que acontece no Brasil é que um paciente qualquer vai a um clínico geral, é mandado para um especialista e tem de esperar semanas ou meses para ser atendido. Mas o problema pode se agravar, pois não existe estrutura para atender a todos que precisam de cuidados médicos especializados, no tempo em que precisam, no tempo em que a doença possa ser tratada sem que cause complicações. E para este programa dar certo, essas questões tem de ser resolvidas”, arrematou, contando com a concordância generalizada de seus colegas.

“O que podemos fazer é plantar essa semente aqui para que, com muita resistência de uma parcela dos médicos que trabalham daquela maneira, e não querem perder um determinado movimento econômico, profissional, social e certo poder político (e isso é muito difícil), possamos no futuro ter a estrutura ideal para exercer tal tipo de medicina”, falou Pilar.

A questão salarial

Ao contrário do que se poderia imaginar, as perguntas sobre a questão salarial não geraram fortes polêmicas, sendo prontamente respondidas pelos doutores. “Todos recebemos o mesmo salário do governo brasileiro. A diferença é que o governo de Cuba retém parte do salário deles e é o intermediário do pagamento. 

O problema é que o governo do Brasil tem conhecimento dessa situação há muito tempo e é quem permite essa diferenciação de salários entre cubanos e o resto dos médicos. Eles recebem 10 mil reais do governo brasileiro. Parte já se recebe aqui, a outra parte fica em Cuba e, quando eles voltarem, receberão uma porcentagem desta parte lá”, esclarece Freddy, autêntico porta-voz da turma.

“Quando viemos de Cuba pra cá, assinamos um contrato. Já sabíamos que receberíamos esse salário, já sabíamos de tudo, viemos porque quisemos. O que acontece é a diferença de custo de vida do Brasil para outros países. Aqui é tudo muito caro, o custo de vida é altíssimo. E os municípios não têm uma linha de atuação. 

Há municípios onde a prefeitura não ajuda em nada, por exemplo, e em outros a prefeitura dá um bom auxílio. E a vida é diferente. Os médicos de outros países podem alugar uma casa, um apartamento. Nós cubanos, não, dependemos das prefeituras e secretarias de saúde para nos arrumar alojamento”, completou Moraima.

As críticas de Moraima em relação ao alto custo de vida no Brasil foram endossadas na nossa pré-apuração. De acordo com Reynold Morales, professor cubano entrevistado pela redação, que trabalha legalmente no Brasil e volta para seu país de tempos em tempos, o custo de vida brasileiro é realmente muito elevado. “Com mil dólares em Cuba, você vive como um rei por meses. Já no Brasil, com os mesmos mil dólares, você paga suas contas básicas, aluguel, água, luz, comida, e sobra muito pouco”, relata. 

De todo modo, Morales faz também referências ao custo de vida dos cubanos que vivem em Cuba. “Para quem mora no Brasil, talvez não seja tão caro (o custo de vida em Cuba), mas, para os cubanos é muito caro. Em média, um cubano ganha 250 pesos cubanos, que totalizam uns 10 CUCs (moeda local similar ao dólar). Uma garrafa de óleo, por exemplo, custa 2,15 CUCs. Então, imagina como é cara a vida na ilha”, explicou.

Ainda que alusões ao “trabalho escravo” para se referir aos profissionais cubanos, levantadas até por parlamentares-latifundiários que votaram contra a famosa PEC do trabalho escravo,  possam parecer exageradas, são concretas as diferenças salariais entre médicos cubanos e os de outras nacionalidades.* Tão concretas quanto as diferenças conjunturais e de custo de vida entre os diversos países, conforme o relato de Moraima, assim como o acesso (ou não) à saúde de umas e outras populações.

Com cordiais cumprimentos, nos despedimos sob a expectativa de lá retornar, a fim de continuar averiguando a execução de um programa que visa melhorar o atendimento médico de pessoas historicamente ignoradas por nossas políticas públicas.

Nota:
* A partir de março, os cubanos tiveram oficializado o salário de 1245 dólares mensais, algo em torno de 3000 reais, enquanto estiverem no Brasil.

Gabriel Brito e Raphael Sanz são jornalistas. Colaborou Valéria Nader, jornalista, economista, e editora do Correio da Cidadania.

Rússia aumenta presença militar na América Latina, e preocupa EUA.

Navio militar "Almirante Tchabanenko" Foto: AP.
A Rússia está aumentando significativamente sua presença militar na América Latina, afirmou o general no comando das Forças Armadas dos Estados Unidos, John Kelly.

“A Rússia está tornando mais intensivas suas ações na região, trabalhando com os países que por vários motivos não podem cooperar com os Estados Unidos. Estamos falando sobre a luta contra o tráfico de drogas", declarou Kelly.

“Os russos enviam bombardeiros com um amplo raio de ação. Isso não acontecia há muitos anos. A Rússia também não enviava navios militares para o Caribe desde 2008, mas há cerca de seis meses enviaram um grupo de seis navios. Dois já estão no Caribe”, disse Kelly.

De acordo com o general, a Rússia está trabalhando nas áreas onde os americanos não podem trabalhar. “Os russos estão reforçando sua influência”, completou.

No final do ano passado, o Parlamento da Nicarágua aprovou a participação de militares russos na vigilância realizada pelo exército nicaraguense nas suas águas no Caribe e no Oceano Pacífico entre 1º de janeiro e 30 de junho deste ano. O principal objetivo dessas operações é a luta contra o tráfico de drogas.

Em 2013, os países da América Latina gastaram mais de US$ 1,5 bilhões em armamento russo. O principal produto é o helicóptero Mi-17. Os mercados mais importantes na América Latina para a Rússia são o Brasil, a Venezuela e o Peru. A Rússia planeja participar da Feira de Defesa FIDAE 2014, que será realizada no Chile.

Publicado originalmente pela ITAR-TASS.

CRISE NA UCRÂNIA - Tanques Russos atacam base aérea leal à Ucrânia na Crimeia.

Ucrânia, base aérea
Foto: AFP