domingo, 8 de novembro de 2015

Egito - Investigadores que apuram a queda do vôo A321, admitiram que uma bomba é a causa mais provável da catástrofe.

A análise da caixa preta do avião russo caído na península do Sinai mostrou um ruído no último segundo do voo. 

Os especialistas da comissão de investigação consideram que uma bomba poderia ter causado a catástrofe. 

Segundo as fontes da agência de notícias Reuters na Comissão de Investigação, os especialistas egípcios consideram que a bordo de A321 explodiu uma bomba, mas ainda não têm a certeza absoluta. “Os indicadores da medição e análise do som da caixa preta testemunham de que foi uma bomba. Temos 90% de certeza que foi uma bomba”, disse a fonte da agência. O representante dos investigadores egípcios não explicou o motivo de não haver 100% de certeza.

O avião de passageiros russo caiu na península do Sinai em 31 de outubro durante o voo entre o resort egípcio de Sharm el-Sheikh e São Petersburgo. 
Todas as 224 pessoas a bordo morreram, o que se tornou o maior desastre da aviação civil na história russa e soviética.

sábado, 7 de novembro de 2015

Ex-prefeito de Unaí Antério Mânica é condenado a quase 100 anos pela Chacina de Unaí.

Ex-prefeito de Unaí (MG), Antério Mânica

O fazendeiro e ex-prefeito de Unaí (MG) Antério Mânica foi condenado a uma pena de 99 anos, 11 meses e quatro dias de prisão por ser um dos mandantes dos homicídios dos três fiscais do Trabalho e de um motorista no crime que ficou conhecido Chacina de Unaí. A sentença foi proferida pelo juiz Murilo Fernandes na noite de hoje (5). O julgamento ocorreu na sede da Justiça Federal, em Belo Horizonte (MG). Mânica poderá recorrer em liberdade.
Em 28 de janeiro de 2004, os auditores fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram executados a tiros, enquanto se preparavam para uma fiscalização em fazendas de feijão da zona rural da cidade, suspeitas de contratarem trabalhadores irregularmente.
Na semana passada, a Justiça condenou o fazendeiro Norberto Mânica, irmão de Antério Mânica, também acusado de ser mandante do crime, e o empresário José Alberto de Castro, apontado como intermediário, pela chacina. Norberto Mânica foi condenado a pena de 98 anos, 6 meses e 24 dias de prisão e Castro a 96 anos, 5 meses e 22 dias. Ambos poderão recorrer em liberdade.
Antério foi eleito prefeito de Unaí em 2004 e 2008. Durante este período tinha direito a julgamento em foro especial e, por esse motivo, seu processo tramitou em separado ao dos outros acusados.
Último réu envolvido no processo, Hugo Alves Pimenta, depois de firmar acordo de delação premiada, teve o processo desmembrado e começa a ser julgado na próxima terça-feira (10). Ele é acusado de ser o intermediário na contratação de pistoleiros. Pimenta é acusado de ser o intermediário entre pistoleiros e mandantes.

Pneus podem ser base de muros de contenção em encostas no país.


Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil


O uso de pneus para a construção de muros de contenção em comunidades carentes de todo o país está sendo estimulado pela Fundação Instituto de Geotécnica (Geo-Rio), órgão da Secretaria Municipal de Obras da prefeitura do Rio de Janeiro, que elaborou um manual de orientação para os moradores, a fim de que, em um sistema de mutirão, eles possam executar a obra usando a tecnologia.

Pesquisa feita há alguns anos pela Geo-Rio, em parceria com o Departamento de Engenharia Civil do Centro Técnico-Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CTC/PUC-RJ), com apoio da Universidade de Ottawa, do Canadá, identificou as vantagens e confirmou a eficácia da técnica.

O orientador do estudo, professor Alberto Sayão, da PUC-RJ, destacou que, além do ganho em termos ambientais, a utilização dos pneus como matéria para a construção de muros de contenção é mais barata que a construção dos muros convencionais, denominados muros de peso, feitos em geral de alvenaria ou concreto.

Experiências feitas pela Geo-Rio, com base nas conclusões da pesquisa, mostraram bons resultados. Um projeto pioneiro foi realizado em Jacarepaguá, com 60 metros (m) de comprimento por 4 m de altura que, atualmente, está envolvido pela urbanização da área, informou Sayão. Nesse muro experimental, foram utilizados 15 mil pneus. Outros dois muros com uso de pneus foram erguidos na favela de Rio das Pedras e em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Além do Canadá, outros países já experimentaram os pneus na construção de muros de contenção com sucesso, entre os quais a França, lembrou Alberto Sayão. Embora ainda seja uma técnica nova no Brasil, a pesquisa identificou a melhor metodologia de construção. “Ficou uma coisa simples, rápida e barata, com a vantagem de minimizar o impacto ambiental de descartar pneus nos rios, no meio ambiente.”

Segundo o professor da PUC-RJ, a técnica já foi adotada, também, pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná, e na construção de barragem na Usina de Manso, em Mato Grosso. Há ainda experiências em curso em Minas Gerais e Santa Catarina. "O problema é quando fazem muros sem seguir as instruções da Geo-Rio, sem orientação técnica, porque, nesse caso, os muros de pneus malfeitos sofrem rupturas ou colapsos. Aí, as pessoas que não conhecem põem a culpa na técnica, quando a culpa é da má execução”, afirmou. “Se for benfeito, ele é muito seguro”.

Amarração
Para a construção dos muros de contenção, os pneus são amarrados uns aos outros com cordas ou com arames revestidos de material plástico para garantir a durabilidade e evitar a corrosão do arame. Sayão ressaltou que a técnica não exige mão de obra especializada nem grandes maquinários. O muro pode ser feito manualmente, com a vantagem de usar mão de obra da própria comunidade que vai ser beneficiada. “Tem um aspecto social também”.

O diretor de Estudos e Projetos da Geo-Rio, Luiz Otavio Vieira, confirmou que a utilização de pneus usados traz um benefício grande na contenção de encostas, principalmente em comunidades carentes, “porque é uma técnica de construir muros muito simples e barata”. Os pneus seriam fornecidos de graça.

A Reciclanip, entidade ligada à Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), coletou no Brasil – e destinou de forma ambientalmente correta – mais de 114,5 mil toneladas de pneus inservíveis durante o primeiro trimestre deste ano. Desde 1999, quando começou a coleta pelos fabricantes, 3,11 milhões de toneladas de pneus inservíveis foram coletados e destinados adequadamente, o que equivale a 623 milhões de pneus. Segundo informou a assessoria da Anip, os investimentos feitos pelos fabricantes no programa, desde 1999, alcançam R$ 724 milhões até março de 2015.

A metodologia de execução do muro de contenção de pneus é simples, disse Luiz Otávio Vieira, da Fundação Geo-Rio. As próprias associações de moradores podem construir os muros seguindo o passo a passo do manual da Geo-Rio.  Segundo o diretor da entidade, a eficácia da tecnologia na contenção de terrenos está comprovada. Além disso, o custo corresponde à metade do preço de um muro de concreto, "no mínimo". Segundo ele, há resistência de alguns moradores de comunidades, devido à aparência feia do muro de pneus, mas esse problema pode ser resolvido com vegetação ou a construção de um muro de alvenaria na frente, que oculte os pneus.

A ideia é replicar a tecnologia no país inteiro. “[Em] qualquer lugar que tenha problemas. Onde cabe um muro de peso, você pode fazer um muro de pneus”, disse Vieira.

Edição: Maria Claudia

Projeto da prefeitura de São Paulo incentiva economia solidária.

Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil
A prefeitura de São Paulo inaugurou hoje (6) o Centro Público de Direitos Humanos e Economia Solidária e a Incubadora Pública de Empreendimentos Econômicos Solidários com o objetivo de fortalecer a economia solidária como forma de desenvolvimento da cidade e proporcionar a possibilidade de se fazer negócios de forma coletiva e autogestionária.

O centro público tem a finalidade de articular e potencializar as iniciativas de fomento à economia solidária, direitos humanos e trabalho decente no município. O centro fará eventos, oficinas, seminários e atividades culturais para fortalecer a interlocução entre os empreendimentos e a sociedade.

Além disso, deve promover a inclusão social e profissional de grupos em situação de vulnerabilidade, em especial para grupos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), população em situação de rua, mulheres, jovens, migrantes, imigrantes e idosos. “Políticas públicas de economia solidária estão entre os instrumentos econômicos e sociais que podem conferir maior dignidade aos seus beneficiários”, disse o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy.

A incubadora pública pretende fomentar a criação, consolidação e a expansão de grupos e iniciativas para a geração de trabalho e renda. A incubadora é pautada pelos valores e princípios do cooperativismo e economia solidária. O espaço será destinado a fomentar processos de incubação, de apoio à organização, consolidação e sustentabilidade de empreendimentos econômicos solidários, por meio de capacitação técnica, tecnológica e profissional.

De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, Artur Henrique, a incubadora visa a integrar e articular diversas iniciativas dispersas pela cidade em um mesmo local, que vai oferecer suporte técnico, jurídico, capacitação e financiamento por meio de microcrédito. “Aqui não tem crise. Aqui tem clima de que vamos produzir, comercializar, vamos ter a economia solidária como estratégia de desenvolvimento”, disse o secretário.

Com foco na economia solidária, os projetos, propostas e plantas produtivas poderão ser estruturados como cooperativa ou em rede para comercializar seus produtos. “Além dessa iniciativa intersecretarial, estamos preparando um decreto permitindo que as compras públicas do município também possam ser feitas junto a empreendimentos da economia solidária. Com isso damos continuidade ao modelo de desenvolvimento, implantado pelo prefeito Fernando Haddad, que visa a fortalecer as micros e pequenas empresas e o desenvolvimento local”, explicou Henrique.

O secretário adjunto de Direitos Humanos, Rogério Sotilli, destacou o simbolismo da iniciativa, que, segundo ele, traz a integração e articulação das secretarias e de várias iniciativas em um espaço comum, que são o centro e a incubadora. “Essa articulação é que vai dar fortalecimento para que tenha a possibilidade de ajudar, formar, assessorar as cooperativas”, disse.

Edição: Fábio Massalli

Geopolítica. Em direção a uma inversão da situação no Oriente próximo.

Thierry Meyssan - Rede Voltaire. Damasco - Síria, em 2.11.2015.
Os dias da «Primavera árabe» estão quase no fim. A partir de agora, a Casa Branca e o Kremlin estão redesenhando os contornos do «Grande Oriente Médio ». No entanto, o seu acordo, que foi celebrado antes da intervenção militar russa na Síria, ainda pode ser modificado pelas alterações no equilíbrio do poder. Não há nenhuma prova de que Moscou irá aceitar a estabilização da Síria ou ignorar a partição da Turquia e da Arábia Saudita, que estão prestes a começar. Em qualquer caso, a agitação futura irá modificar o status quo que tem estado em vigor nos últimos cinco anos. A maioria dos poderes implicados, portanto, está lutando para mudar de lado antes dos outros jogadores.
JPEG - 37.3 kb
Qualquer que seja seu país de origem, a imprensa está atualmente demasiadamente ocupada com a análise da posição do seu próprio Estado no conflito do Oriente Próximo para tomar qualquer conhecimento das negociações globais em curso entre a Casa Branca e o Kremlin [1]. 
Como resultado, ela está interpretando mal certos eventos secundários. A fim de clarificar a atual agitação diplomática, temos de rever o acordo EUA-Rússia de setembro passado.
A parte pública do presente acordo foi formulada pela Rússia em um documento distribuído em 29 de setembro no Conselho de Segurança das Nações Unidas [2]. 
Ele indica que para restabelecer a paz e estabilidade, no norte da África e no Oriente Médio, é essencial – e suficiente- (1) aplicar as resoluções do Conselho de Segurança – o que implica nomeadamente a retirada de Israel para suas fronteiras de 1967 – e (2) combater a ideologia terrorista – em outras palavras, lutar contra a Irmandade Muçulmana, criada pelo Reino Unido e apoiada pela Turquia, e o Wahabismo propagado pela Arábia Saudita.
Havia sido originalmente planejado que a Rússia iria clamar pela adoção de uma resolução para este fim durante a reunião do Conselho de Segurança de 30 de setembro. No entanto, os Estados Unidos se opuseram a essa iniciativa menos de uma hora antes dessa reunião [3]. 
Sergey Lavrov, portanto, presidiu as conversações sem mencionar seu projeto. Este grande evento apenas pode ser interpretado como um desacordo tático, o qual não deve bloquear o acordo estratégico.
No dia 20 de outubro, no Kremlin, o Presidente Vladimir Putin recebeu seu homólogo sírio, Bachar el-Assad, na presença de seus Ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, o Secretário-Geral do Conselho Russo de Segurança Nacional e o Chefe dos Serviços Secretos. A reunião centrou-se na aplicação do plano Rússia-EUA, incluindo o acordo do Comunicado de Genebra de 30 de junho de 2012 [4]. 
O Presidente el-Assad apontou que ele estava seguindo as instruções desse Comunicado e, em particular, que ele tinha integrado no seu governo os partidos da oposição que haviam solicitado participação, como exigido no documento do Comunicado por um Corpo Governante de Transição.
Tendo verificado que ambos tinham o mesmo entendimento do Comunicado de Genebra, Rússia e Estados Unidos decidiram trazer os Estados dissidentes em linha, ou seja, França, Turquia e Arábia Saudita. Desde que eles entenderam que a posição francesa não se baseava em quaisquer interesses realistas e só poderia ser explicada por uma fantasia colonial e pela corrupção do governo francês pelo dinheiro da Arábia Saudita e da Turquia [5]. 
A Casa Branca e o Kremlin decidiram agir somente sobre a origem do problema - em outras palavras, Turquia e Arábia Saudita. No dia 23 de outubro, John Kerry e Sergey Lavrov, portanto, receberam suas contrapartes turcas e sauditas em Viena. Nenhum texto final foi publicado. No entanto, parece que a Rússia ameaçou os dois hóspedes sem que os Estados Unidos tivesse vindo à sua defesa.
Assustada com a idéia de um possível acordo entre a Rússia e os Estados Unidos contra a Turquia e a Arábia Saudita, a França convocou um «jantar de trabalho» (em vez de uma «cúpula diplomática») em Paris. Alemanha, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Itália, Jordão, Qatar, Reino Unido e Turquia «evocaram» (em vez de «decidiram») o destino da Síria. O formato deste encontro correspondeu à assembleia do «grupo» de «Amigos da Síria», com exceção do Egito, que secretamente já se aliou à Síria. O fato de terem sido obrigados a convidar os Estados Unidos poluiu a atmosfera da reunião e, mais uma vez, nenhum texto final foi publicado.
Finalmente, no dia 30 de outubro, os Estados Unidos e a Rússia organizaram uma assembleia qualificada mais ampla que incluiu todos os participantes das duas reuniões anteriores, além de Egito, China, Iraque, Irã, Líbano, Omã, União Europeia e Nações Unidas. Enquanto a imprensa revelou a presença do Irã, cuja participação tinha sido rejeitada em qualquer discussão sobre resolução desde o início do conflito, ela nada disse sobre o retorno do Egito de al-Sissi, que originalmente havia sido excluído pela França, mas que agora está entrando no estágio internacional graças à sua recente descoberta de reservas de petróleo. A imprensa também não disse nada sobre a ausência persistente da grande potência regional, Israel. Este último ponto só pode ser explicado no caso que o Estado hebreu ter obtido anteriormente uma garantia de que seria capaz de realizar um dos seus objetivos de guerra, a criação de um Estado colonial no norte da Síria.
Todos os participantes foram obrigados a assinar uma declaração final que apenas Rússia e Irã decidiram publicar [6]. 
Há uma boa razão para esta omissão – ela assinala a derrota dos falcões (do inglês ‘hawks’; ave de rapina) dos EUA. Com efeito, o ponto 8 do texto afirma que o «processo político» (e não a «fase de transição») será liderado pelos sírios, apropriado pelos sírios, e que o povo sírio vai decidir o futuro da Síria [7].
Esta concepção de peso invalida o documento de Feltman que, por mais de três anos, constituiu-se no objetivo dos vários ‘hawks’ dos Estados Unidos, franceses, turcos e sauditas – em outras palavras, sua capitulação total e incondicional da República Árabe Síria [8].
O projeto dos EUA continua, apesar do acordo com a Rússia.
O próximo passo lógico, portanto, deve ser o comandado por Turquia, Arábia Saudita e França, que deve ser viável, enquanto os objetivos originais dos EUA são perseguidos.
Com relação à Turquia, seja qual for o resultado das eleições gerais de 1º de novembro. e especialmente no caso de uma vitória para o AKP – o partido da justiça e desenvolvimento [9], a guerra civil provavelmente continuará e se espalhará [10] até que o país seja dividido em dois, seguido pela fusão do Curdistão turco com o Curdistão iraquiano e um território árabe sírio ocupado pelos curdos sírios e pelos Estados Unidos.
Já, as YPG (Unidades de Proteção do Povo) e os Estados Unidos estão trabalhando juntos para conquistar um território árabe no norte da Síria. Agora, as YPG, que, até o mês passado, estavam recebendo suas armas e sendo pagas por Damasco, virou-se contra a República Árabe da Síria. Sua milícia está invadindo as aldeias conquistadas, expulsando os professores, e reforçando a ’Curdização’ das escolas. A língua falada pelos curdos, o curdo, que tinha anteriormente sido falada e ensinada nas escolas, tornou-se a linguagem única e obrigatória. A milícia da República Árabe Síria, particularmente os assírios, está agora reduzida à defesa de suas escolas contra seus compatriotas curdos [11].
Quanto ao rei Salman da Arábia Saudita, ele terá que engolir sua derrota no Iêmen – um vizinho que, oficialmente, ele tinha invadido para apoiar seu Presidente ausente, mas, na realidade, a fim de explorar, com Israel, a gasolina do «Setor Vazio» [12]. Um após o outro, os Emirados Árabes Unidos e o Egito deixaram a coligação; o primeiro após ter sofrido grandes perdas entre os seus oficiais, e o último, mais discretamente, deixando as operações militares inteiramente nas mãos dos israelenses. 
Os Houthis, empurrados para o norte pelos bombardeamentos, fizeram várias incursões na Arábia Saudita, onde eles destruíram bases aéreas militares e equipamentos. Os soldados sauditas, dos quais quase todos são estrangeiros lutando sob a bandeira da Arábia Saudita, desertaram em massa, obrigando o rei a emitir uma ordem legal contra a deserção. Para evitar um desastre militar, a Arábia Saudita, por conseguinte, solicitou a ajuda de novos aliados. Em troca de dinheiro, o Senegal enviou 6.000 homens, e o Sudão 2.000. a Mauritânia está hesitante quanto a enviar um contingente. 
Há um boato de que o rei também contatou o exército privado Academi (ex-Blackwater/Xe) que está atualmente a recrutar mercenários na Colômbia. Este fiasco é diretamente imputável ao príncipe Mohammed ben Salmane, que clama a iniciativa desta guerra. Desta forma, ele está enfraquecendo a autoridade de seu pai, o rei Salman, e causando descontentamento entre os dois clãs excluídos do poder, aqueles do ex-rei Abdallah e o do príncipe Bandar. Logicamente, o conflito deve levar a uma partilha da herança entre os três clãs e, consequentemente, à separação do Reino em três Estados diferentes.
Será somente depois da solução desses novos conflitos que a paz poderá vir para a região, exceto pela parte árabe que é colonizada pelo novo Curdistão, destinado a se tornar o ponto focal para a expressão do antagonismo regional em lugar da Palestina.
Mas, mesmo que já esteja escrito, o futuro permanece incerto. A inversão do equilíbrio de poder entre Washington e Moscou [13] terá modificado seu acordo.
Os ratos estão deixando o navio.
Enquanto maus perdedores anunciam sem pestanejar que a intervenção militar na Síria não está produzindo os resultados esperados por Moscou, os jihadistas em fuga estão se reunindo no Iraque e na Turquia. O Chefe do Estado Maior dos EUA, General Joseph Dunford, admitiu durante uma audiência no Senado, no dia 27 de outubro, que a guerra estava a evoluir favoravelmente à República Árabe Síria [14]. 
E o Comandante Supremo da OTAN, General de Philip Breedlove, declarou durante uma Conferência de Imprensa no Pentágono, no dia 30 de outubro, que é um eufemismo dizer que a situação está evoluindo a cada dia e agora está ameaçando a segurança da Europa [15].
Somos obrigados a constatar que a aliança entre os partidários do caos e os partidários da recolonização não só perdeu na Síria, mas que a própria Aliança Atlântica já não pode pretender exercer a dominação global. Como resultado, uma tempestade repentina de agitação está soprando pelas chancelarias, muitas das quais agora estão declarando que está na hora de encontrar uma solução pacífica – o que sugere que até agora, pensavam diferente.
As consequências primárias das próximas «inversões de marcha» com relação à Síria serão primeiro a consagração dos papeis internacionais da República Islâmica do Irão e da Federação da Rússia – dois atores que a imprensa ocidental estava apresentando, há quatro meses, como sendo totalmente isolados e em perigo de sofrer terríveis dificuldades econômicas. Esses dois poderes são agora poderosas forças militares - o Irã sendo grande força militar regional e a Rússia global. A segunda consequência será a permanência no poder do Presidente el-Assad - o homem a quem, nos últimos cinco anos, todos diziam que «teria que sair».
Neste contexto, a propaganda de guerra continua livre, com a afirmação de que tanto o bombardeio russo ou o sírio está matando civis. Essas acusações são sustentadas pela organização central dos grupos terroristas, a Irmandade Muçulmana, por meio de seu Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Ou então alega-se que a Rússia está ansiosa para negociar rapidamente porque sua intervenção está custando muito dinheiro – como se eles de alguma forma tivessem negligenciado questões orçamentárias durante a longa fase de preparação. Sempre com ideias brilhantes, o diretor da CIA, John Brennan, pretende que a Rússia se prepara para abandonar o Presidente el-Assad, mesmo depois de o Presidente Putin ter ridicularizado essa tentativa de auto-persuasão alguns dias antes, no Clube de Discussão Valdai Internacional.
Na França, a revolta está ganhando a classe política. Os quatro principais líderes da direita, Dominique de Villepin, François Fillon, Alain Juppé e Nicolas Sarkozy, cada um declarou que é um absurdo alienar a Rússia e se recusam a admitir a derrota na Síria. No entanto, Alain Juppé, que teve um papel central no início da guerra, particularmente através da assinatura de um tratado secreto com a Turquia, persiste em conservar o objetivo de derrubar a República Árabe Síria, mais tarde. À esquerda, vários líderes estão planejando viagens para Damasco, para o futuro próximo.
O pânico diante dessas mudanças evidentes é, na verdade, geral. Nicolas Sarkozy apressou-se ao lado do Presidente Putin, como fez o alemão Vice-Chanceler Sigmard Gabriel [16]. Ele declarou ser o caso para fechar o livro sobre as disputas e amarguras do passado e renovar o diálogo com a Rússia. Está mesmo na hora.
Lembre-se:
- A Declaração de Viena e o Programa de Ação de 30 de outubro de 2015 modificam o Comunicado de Genebra de 30 de junho de 2012. Não haverá nenhuma «fase de transição» na Síria porque a República Árabe Síria ganhou a guerra; mas, haverá um «processo político», que será determinado pelo voto do povo.
- A guerra na Síria deve acabar nos próximos meses, exceto no norte, onde os Estados Unidos e Israel estão tentando criar um estado independente colonial, dominado pelos curdos.
- Novas guerras estão em preparação – antes de tudo ao redor de um pseudo-Curdistão imposto sobre populações colonizadas não-curdas, e em seguida na Turquia e Arábia Saudita, a fim de dividir esses grandes Estados em vários Estados menores, em conformidade com o plano de 2001 para a «remodelação do Vasto Oriente Médio». Washington não hesita em destruir seus próprios aliados desobedientes, enquanto Moscou quer terminar com a Irmandade Muçulmana e o Wahabismo.
- A oposição na França e toda a classe dominante na Alemanha tomaram nota da ascensão do poder russo e iraniano e da queda futura da Turquia e da Arábia Saudita. Como resultado, eles estão buscando modificar a sua política.
[1] “Moscovo e Washington entendem refundar as relações internacionais”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 5 de Outubro de 2015.



[4] « Communiqué final du Groupe d’action pour la Syrie », Réseau Voltaire, 30 juin 2012.

[5] “Porque quer a França derrubar a República Árabe da Síria?”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 19 de Outubro de 2015.

[6] “Joint Statement on the outcome of the multilateral talks on Syria”,Voltaire Network, 30 October 2015.

[7] “This political process will be Syrian led and Syrian owned, and the Syrian people will decide the future of Syria”.

[8] “Duas espinhas no pé de Obama”, Thierry Meyssan, Tradução Alva,Rede Voltaire, 31 de Agosto de 2015.

[9] “Em direção ao fim do sistema Erdoğan”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 17 de Junho de 2015.

[10] “A Turquia em perigo”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 28 de Julho de 2015.


[12] “Os projectos secretos de Israel e da Arábia Saudita”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 22 de Junho de 2015. “Why is the West So Silent About The Yemeni War?”, by Martha Mundy,Counterpunch, Voltaire Network, 4 October 2015.

[13] “O Exército russo afirma a sua superioridade em guerra convencional”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 19 de Outubro de 2015.

[14] “Dunford Tells Senate Now is Time to Reinforce Iraqi Success Against ISIL”, Jim Garamone, DoD News, October 27, 2015.


[16] “A Alemanha tenta safar-se do conflito sírio”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Al-Watan (Síria), Rede Voltaire, 29 de Outubro de 2015.

Link original desta matéria: http://www.voltairenet.org/article189163.html

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Presidente da Comissão do Orçamento: Foi política a decisão do TCU sobre contas de Dilma.

Arnaldo Risemberg

Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, a presidente da Comissão Mista do Orçamento, Senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), explica a opinião que emitiu sobre o relatório do Tribunal de Contas da União que rejeitou as contas da Presidenta Dilma Rousseff referentes ao ano de 2014.


Segundo a parlamentar, o TCU agiu de forma corporativa, já que seus membros decidiram se solidarizar ao relator, Ministro Augusto Nardes, cujo afastamento do processo era defendido por integrantes do Governo Federal. Nardes foi acusado de antecipar, pela imprensa, o seu voto contrário às contas.
Para a Senadora Rose de Freitas, o que deve ser criticado neste relatório é o fato de ele ter sido analisado em bloco, quando, em sua opinião, deveria ter sido examinado item por item.
A seguir, a entrevista com a senadora presidente da Comissão Mista do Orçamento.
Sputnik: Qual sua opinião sobre o parecer encaminhado pelo Tribunal de Contas da União ao Poder Legislativo?

Rose de Freitas: Eu não me debrucei sobre todos os 15 itens do relatório – são 1.054 folhas – que acabei de receber na Comissão e já entreguei ao relator. Eu não sou técnica no assunto mas sou uma parlamentar no oitavo mandato e entendo como se faz essa análise. É apreciação prévia, para oferecer ao Legislativo, das contas presidenciais, é essa a tarefa que tem o Tribunal também, mas eu entendo que, ao proferir um parecer unânime sem que cada relator, cada ministro do Tribunal de Contas, cada conselheiro que ali estava detalhasse seu voto, eles tomaram uma posição técnica e com teor político, o que não cabe naquela Casa. Porque, se fosse eu que estivesse sentada ali, eu iria apreciar cada item e dizer por que estava votando daquela maneira, o que não aconteceu. Vamos chamá-los a explicar por que não foi detalhado voto a voto de cada conselheiro, por que todos apenas se pronunciaram em alguns segundos: “voto com o relator”; “voto com o relator”; “voto com o relator”, sem nenhuma apreciação. Em nenhuma das votações anteriores aconteceu isso. Apenas a instituição, depois de provocada politicamente, de uma maneira muito inábil, pelo Governo Federal, pela Presidência da República, se limitou a votar com o relator. Isso é um erro que se comete, e eu rechaço sem absolutamente desconsiderar o relatório de Augusto Nardes [o relator], que foi meu colega no Congresso Nacional. Eu não faço isso, até porque os técnicos que elaboraram este parecer junto com o relator se debruçaram intensamente sobre aquele parecer, mas quanto aos outros talvez não tivessem feito da mesma maneira, dedicadamente, como a que fez Augusto Nardes.
S: O jornal “O Estado de São Paulo” atribuiu à senhora a declaração de que foi uma atitude corporativa por parte do Tribunal de Contas da União. A senhora confirma esta avaliação?
RF: Confirmo porque, conheço todos os relatores, com alguns eu já havia trocado ideias. Não trocado pareceres, pois eu não me debrucei sobre a matéria. Conheço e sei o que são as pedaladas, o que não deveria ter acontecido no Brasil, absolutamente. Essa maneira de administrar não é correta, e não sendo correta cabem os pareceres contrários e a punição. Mas alguns, em algumas questões, eu divirjo do outro, eu não estou a favor disso ou daquilo. Eu vi isso várias vezes. Quando naquele momento a atitude do Governo foi coesionar as forças internas em cima de um parecer, que eu não digo se está errado ou não, é um parecer bem-acabado porque se trata de um colegiado altamente qualificado. Mas naquele momento, se tivesse alguém contrário ou que quisesse oferecer ressalvas, ou fazer alguma observação sobre o voto, isso ficou colocado de maneira secundária porque naquela hora eles acharam que era mais importante lutar para preservar o conceito da instituição que não estaria subjugada a qualquer pressão, instrumento de força ou influenciada por qualquer outro poder, no caso o Poder Executivo. Naquela hora eles se preocuparam mais em defender a corporação do que propriamente explanar, colocar a público detalhadamente aquele relatório que rejeitava as contas da Presidente Dilma. Se era para rejeitar com todos os votos unânimes, deveriam todos explicar por que votavam assim.

Câmara de São Luís se congratula com os feirantes pela passagem do seu dia

Pelo transcurso do “Dia Municipal do Feirante”, instituído pela Lei 3.430, de 01 de julho de 1994, sancionada pela prefeita Conceição Andrade, que o seu Art. 1º - determina: “Fica instituído o último domingo do mês de outubro como o Dia Municipal do Feirante de São Luís, Capital do Estado Maranhão”, a Câmara Municipal de São Luís se congratula com toda a categoria, reconhecendo o seu labor em prol do desenvolvimento do município.
Câmara de São Luís se congratula com os feirantes pela passagem do seu dia
Para comemoração da data a ASFETCOPAG (Associação dos Feirantes e Trabalhadores no Comércio da Praia Grande) está realizando neste dia 8 de novembro uma grande festa, fazendo louvação ao santo protetor dos feirantes, São José das Laranjeiras), na Feira da Praia Grande, tendo início logo cedo com uma salva de foguetes e romaria até a cidade de São José de Ribamar, se estendendo com festejo durante todo o dia.
“Nesta data comemorativa ao Dia Municipal do feirante, a Câmara dos Vereadores de São Luís se congratula com toda a categoria, reconhecendo a labuta desses trabalhadores e trabalhadoras, que constituem uma das classes produtivas de nossa cidade, no sentido de colaborar com a promoção de emprego e renda, bem como do bem estar da população, através da comercialização de seus produtos”. 
Esta é a mensagem que o Legislativo Ludovicense dirige aos feirantes, ao tempo que deseja êxito no festejo em comemoração ao seu dia, fazendo uma homenagem ao santo padroeiro São José das Laranjeiras”.

Texto: Alteré Bernardino
Em: 03/11/2015