sábado, 9 de janeiro de 2016

Wall Street começa 2016 já tombada de cara no chão.



Resultado de imagem para Counter Punch tell the factos5/1/2016, Mike Whitney, Counterpunch
Tradução pelo Coletivo Vila Vudu



2016 começou com uma trombada na 2ª-feira, quando notícias da China fizeram ações despencarem em queda livre global. O índice Xangai caiu 242 pontos, antes de um sistema preventivo desligar todo o circuito e o pregão ser paralisado. Os três maiores índices dos EUA acompanharam a queda livre asiática, com Dow Jones puxando a manada, com perda de três dígitos no dia. As notícias de que as fábricas chinesas continuaram a encolher, depois de dez meses diretos de erosão, pôs uma pedra sobre qualquer festividade de Ano Novo, com corretores frenéticos torrando ações em ritmo que não se via desde 2011. A combinação de dados econômicos tétricos, investimentos oscilantes, crescimento abaixo de zero e altas taxas altas de juros puseram Wall Street em péssimo humor, antevendo ano volátil e de muitos solavancos, sem muito que comemorar.

Embora a causa aparente da atual turbulência sejam os sinais que  o setor da manufatura chinesa está emitindo, as causas subjacentes são ainda mais importantes, como o estado terminal da economia dos EUA, que permanece em coma, sem data para acordar. Aqui, um bom resumo que o economista Jack Rasmus publicou em CounterPunch:

Resultado de imagem para USA poverty"A economia real norte-americana cresceu, desde 2008, a uma taxa que mal chega a 2/3 da normal. Empregos na manufatura e na construção que ofereçam salário decente são hoje 1 milhão a menos do que em 2007. Salários médios para não gerentes ainda estão abaixo do nível de 2007, e as famílias estão novamente naufragando em novas dívidas para pagar custos médicos, aluguéis, carros e educação que não param de aumentar. As vendas no varejo estão mais lentas a cada dia. A atividade da construção cai hoje para 2/3 do que foi; e a manufatura nos EUA está novamente encolhendo. O boom da indústria de fracking de gás-petróleo de 2012-2014 – importante fonte de crescimento – terminou no ano passado, e demissões em massa de centenas de milhares estão acontecendo na mineração, na manufatura e no transporte. Refletindo a real fragilidade da economia dos EUA, preços estão caindo e chegam agora a 1,3% e com viés de baixa, com EUA, como Japão e Europa – em deriva rumo à deflação" ("Central Banks Out of Control" [Bancos Centrais Descontrolados], Jack Rasmus, CounterPunch).

Resultado de imagem para Fed ratesRasmus resumiu perfeitamente. O estímulo da taxa zero do Fed foi problema para todos, exceto para a classe dos investidores que arrecadaram trilhões dos programas monetários concebidos para inflar bolhas, enquanto a economia real permanece travada. É particularmente interessante, que ele mencione o "boom da indústria de fracking de gás-petróleo de 2012-2014", porque virtualmente toda a chamada expansão do crédito aconteceu nessa indústria intensiva em capital que está hoje em crise severa, porque os preços do petróleo despencaram e a deflação está voltando.

(Examinem esse quadro no excelente website de Warren Mosler "
The Center of the Universe" que acompanha o crescimento do crédito desde 2001.)

Assim sendo, se os baixos juros do Fed não geraram uma expansão do crédito para os lares e as empresas norte-americanas... aqueles juros serviram para quê?! 

desemprego nos EUA
Na verdade, para quase nada. Os empregos de altos salários no setor petróleo já secaram, levando os proprietários a dívidas consideráveis de endividamento nas operações de perfuração que já não são lucrativas. 
Com os preços do petróleo ainda caindo, o preço do dinheiro no mercado dos papéis podres [ing. junk bond market] continua a subir, preparando o caminho para uma onda de calotes que podem alastrar-se, por efeito dominó para toda a indústria. O cenário é tipicamente sempre esse, quando o Fed baixa os juros. Investidores passam a procurar freneticamente por maiores ganhos, muitas vezes metem o próprio dinheiro em papéis ligados a operações de alto risco que, vez ou outra, caem de costas. O boom do fracking é apenas mais um exemplo de como dinheiro barato e preços em queda podem levar ao desastre.

Naturalmente, se você derrubar até o zero o preço do dinheiro e o deixar no zero durante sete anos, com certeza acontecerão muitas coisas ruins. A especulação aumentará, investidores tomarão maiores riscos e o preço das ações e títulos subirá às alturas. Mas o que de modo algum jamais acontecerá é que os trabalhadores, que ainda nem conseguiram livrar-se das dívidas desde a última grande explosão, pôr-se-ão a tomar mais e mais dinheiro emprestado e a gastar dinheiro como doidos varridos. Não aconteceu e jamais acontecerá. 

A única recuperação que se viu aconteceu nos portfólios de ações dos banqueiros gigantes e outros investidores imundamente ricos. O restante de nós ainda estamos só esperneando para manter a cabeça fora d'água.

Houve inúmeros sinais de que as políticas monetárias do Fed estão empurrando o sistema para mais uma crise financeira. Vejam o que diz World Socialist Web Site:

"Em relatório sobre o estado dos mercados financeiros lançado essa semana, o Office of Financial Research (OFR) [Gabinete de Pesquisa Financeira], instalado pelo Tesouro dos EUA depois da crise de 2008, pintou um quadro, nas palavras de Gill Tett, comentarista econômico do Financial Times, "visivelmente distorcido do sistema financeiro norte-americano" resultante de sete anos de juros ultrabaixos.

O OFR disse que "o risco de crédito no setor empresarial não financeiro é elevado e continua a subir." Chegou mesmo a alertar que "taxas básicas mais altas podem criar riscos de refinanciamento (...) e potencialmente precipitar um ciclo mais alto de calotes."

Em outras palavras, criou-se uma situação na qual um calote ou uma série de calotes em áreas de alto risco pode desencadear uma reação em cadeia em todo o sistema, que fará lembrar os efeitos do colapso das hipotecas podres." ("After Fed rate hike, global economic fault lines deepen" [Depois de o Fed aumentar os juros, aprofundam-se os riscos na economia global], Nick Beams, 
World Socialist Web Site)

Foi precisamente o que aconteceu em 2008, quando Lehman entrou em dificuldades e ameaçou arrastar consigo todo o sistema bancários dos EUA. Agora – segundo o Gabinete de Pesquisa Financeira –, estamos na mesma situação insustentável, porque as taxas zero do Fed "distorceram flagrantemente" os preços, criando a possibilidade de outra quebradeira [ing. another meltdown].

É claro que o Fed está preocupado com o que sairá disso tudo. Já na semana passada, o vice-presidente do Fed Stanley Fischer disse que o Fed precisava de mais ferramentas para impedir ocrash financeiro e para conter os efeitos do crash, se não conseguir impedi-lo de acontecer. Eis o que disse Bloomberg:

(Fisher) "disse na Associação Econômica Norte-americana no domingo que o Fed não está bem equipado com poderes regulatórios para conter bolhas imobiliárias e outras, como alguns outros bancos centrais. E questionou se o Congresso não teria ido longe demais ao limitar a capacidade do Fed para intervir, no caso da eclosão de crise que ameace todo o sistema financeiro.

"Só saberemos quando já for tarde demais" se o Fed foi ou não exageradamente limitado, disse Fischer na reunião anual da AEN em San Francisco. Aí está algo com que "todos temos de nos preocupar muito" (...).

Fischer também comentou as amarras que o Congresso impôs à capacidade de o Fed atuar como emprestador de último recurso numa emergência financeira (...). Em legislação bancária aprovada em 2010, deputados e senadores norte-americanos proibiram o Fed de envolver-se no resgate de firmas financeiras individuais, como se envolveu nos casos de Bear Stearns Cos. e do American International Group Inc. durante o último crash." (
"Fischer Worries Fed Can’t Head Off or Contain Financial Crises" [Fischer teme que o Fed esteja sem meios para conter crises financeiras], Bloomberg).

Por que Fisher estaria pedindo poderes adicionais, se não visse nuvens se reunindo no horizonte?

O Fed é inteiramente responsável pela condição dos mercados financeiros. É o regulador primário e a base que se supõe firme por trás de experimentos como o "Alívio Quantitativo" e a política de taxa de juros zero [ing. ZIRP (zero interest rate policy)]. Não surpreendentemente, o Fed implementou essas duas políticas sem ter sequer ideia de alguma estratégia para sair delas. Agora tenta desesperadamente improvisar qualquer saída para fora da confusão que o próprio Fed criou. 

Basta olhar o modo como tentam elevar as taxas de juros. É procedimento completamente novo, que pode funcionar ou não, mas ninguém tem qualquer ideia sobre o que possa acontecer. Antes da crise financeira, para fazer subir a taxa dos fed-funds, o Fed simplesmente comprava pequenas quantias de securities. Mas agora que o Fed já afogou os bancos com excesso de reservas da ordem de $2,6 trilhões, aquela via está fechada. 
Em vez dela, o Fed planeja experimentar com acordos de recompra prefixada [orig. reverse repos] na esperança de conseguir recuperar o controle sobre o mecanismo de determinação das taxas de juros. Eis o que o Wall Street Journal imagina, sobre como a coisa funcionaria:
"O Fed testa uma nova ferramenta: o acordo de recompra overnight. São empréstimos efetivamente colateralizados feitos ao Federal Reserve que drenam temporariamente o excesso de reservas das entidades governamentais ou o excesso de caixa dos money-market funds. Mas também aí há riscos. Se o Fed não limitar a quantidade de recompras, a oportunidade de obter ganhos sem risco na nova taxa mais alta do Fed pode disparar uma fuga potencialmente desestabilizante para longe dos papeis de risco, como ações de fundos mútuos. Se o Fed fixar teto baixo demais, corre o risco de perder o controle das taxas de empréstimos overnight" ("The Fed’s Rate Increase: A New Test Looms" [O aumento dos juros do Fed: vem aí mais um teste], Wall Street Journal).

Significa que, segundo o autor, o novo processo para aumentar as taxas é:
(a)  arriscado; e 
(b) ninguém sabe se funcionará, porque é processo jamais posto em prática antes.

Não se ouve aí nem sinal de apoio muito entusiasmado à nova política do Fed, não é mesmo?

Claro, ninguém admitirá que nada disso seria necessário hoje, se o Fed tivesse estatizado os bancos ao preço das respectivas dívidas quando teve a chance de fazê-lo em 2008. Ah, não. Em vez disso, aí ficarão, a repetir e repetir as mesmas bobagens sem sentido que dizem sem parar já há oito anos – que tudo está melhorando e que a prosperidade está aí, ao alcance da mão. Que piada.

Enquanto isso, o sistema financeiro só faz aproximar-se mais e mais do momento inevitável de um macabro acerto de contas, graças, em grande parte, aos esforços do Fed.

Mike Whitney - é um escritor e jornalista norte-americano que dirige sua própria empresa de paisagismo em Snohomish (área de Seattle), WA, EUA. Trabalha regulamente como articulista freelance nos últimos 7 anos. Em 2006 recebeu o premio Project Censored por um reportagem investigativa sobre a Operation FALCON, um massiva, silenciosa e criminosa operação articulada pela administração Bush (filho) que visava concentrar mais poder na presidência dos EUA. Escreve regularmente em Counterpunch e vários outros sites. É co-autor do livro Hopeless: Barack Obama and the Politics of Illusion (AK Press) o qual também está disponível em Kindle edition. Recebe e-mails por: fergiewhitney@msn.com.

Intolerância na Bahia: Líderes religiosos de terreiro da Lapinha são ameaçados de morte por vizinho.

Sábado, 09 de Janeiro de 2016.

por Cláudia Cardozo.


Intolerância: Líderes religiosos de terreiro da Lapinha são ameaçados de morte por vizinho
Hellen de Souza foi agredida por vizinho | Foto: Jamile Amine | Bahia Notícias
As atividades religiosas do terreiro Ilê Axé Oyá Omim Balé, localizado no bairro da Lapinha, em Salvador, cada vez mais deixam de ser realizadas devido à ameaça constante de morte que seus líderes sofrem por conta da intolerância religiosa. 

Apesar de ser garantida na Constituição Federal, no artigo 5º, a liberdade religiosa dos adeptos do candomblé vem sendo compelida. 

O babalorixá Jonatas de Souza, mais conhecido como Babá Deloiá, ao Bahia Notícias, relatou que as ameaças acontecem há muito tempo e teme por sua segurança e sua vida, assim como a dos demais que compõem a comunidade religiosa. Os cultos religiosos acontecem, agora, uma vez por mês, durante o dia, e mesmo assim, com muita cautela. 

As agressões, segundo o babalorixá, são praticadas pelos vizinhos, com a liderança de Josenilson Furtado Sento Sé, conhecido como Batata, e pelos demais familiares. “Eles nos xingam com os nomes de baixo calão, ameaçam, atiram pedras até mesmo nos convidados, nos clientes. 

Também já quebrou nossos objetos litúrgicos”, diz o líder religioso. Jonatas diz que o vizinho se aproveita da situação dos pais, que são idosos e do irmão, que é deficiente, para praticar os atos, e assim, sair impune. 

O babalorixá diz que a perseguição é perversa, que os vizinhos jogam fezes de animal em sua casa e já jogaram ácido em plantas sagradas do candomblé como tapete de oxalá, espada de ogum e folha da costa. O agressor congrega na Paróquia da Lapinha, local que, conforme o babalorixá, nunca o tratou com preconceito.

Babalorixá Jonatas de Souza, mais conhecido como Babá Deloiá
As agressões se intensificaram na última terça-feira (5), quando o acusado agrediu a irmã de Jonatas, Hellen Joice de Souza Gonçalves. 
As agressões teriam acontecido com a presença da filha de Hellen, uma criança de três anos. Quando voltava para casa, ela se deparou com Josenilson, que fechou a moto em que ela estava. 
Hellen foi agredida, teve escoriações no rosto e sofreu ameaça de morte com uma arma de fogo. 
O marido dela, Arivaldo da Cruz Santos também foi agredido. Ela diz que também já foi avisada por moradores da região que Josenilson ameaçou jogar ácido nela quando estiver com uma criança no colo, mesmo que não seja filha dela. Em novembro do ano passado, Jonatas de Souza, também foi ameaçado de morte quando se dirigia para Paróquia da Lapinha para celebrar uma missa. 
O babalorixá diz que agressor ainda contou com apoio do Comando da 37ª Companhia da Polícia Militar para praticar os atos de intolerância. A tia de Jonatas, a yalorixá Vilma dos Santos de Souza, mais conhecida como Mãe Vilma de Ogum, disse que, na ocasião, o sobrinho, por pouco, não perdeu a vida. “Não sei até onde vai essa situação, porque eles são muito imprudentes, arrogantes, intolerantes. Não existe adjetivo para qualificá-los, porque são terríveis”, lamenta. Ela também diz que o vizinho filma o terreiro sempre, “como se fosse um BBB”. 
Os adeptos do candomblé não entendem a relação que o agressor tem com a polícia e porque sempre que tentam prestar uma queixa na polícia são impedidos. “Ele faz as agressões e corre para a delegacia e presta a queixa. Em todo órgão que ele pode ir, ele dá queixa. Quando vamos até a delegacia, dizem para a gente que ele veio primeiro e que não pode registrar nossa reclamação. E quando questionamos o motivo das queixas, ninguém sabe dizer sobre o que é”, diz Mãe Vilma de Ogum. 
Ao advogado do caso, Luiz Gabriel Neves, dizem que não há nenhum registro, e que só há uma tentativa de conciliação na Delegacia do Idoso. Luiz Gabriel diz que não há nenhuma formalidade na investigação por parte da polícia. A yalorixá ainda relata que os agressores dizem que são os primeiros moradores da região, que não aceitam os cultos religiosos e que atabaques incomodam. “Nós não vamos deixar de bater os atabaques. 
Eu espero que os atabaques jamais sejam cessados”, defende a mãe de santo. As agressões atingem outros terreiros da mesma rua. “Na rua tem outras casas de matriz africana e eles querem coibir de toda forma. É um preconceito bem claro. Dizem que só tem ‘viado, putas’, desculpe a expressão”, afirma o Babá Deloiá. Eles já registraram uma reclamação no Ministério Público, na Delegacia do Idoso, e agora, depois do ocorrido na última terça, procuraram o advogado criminalista para fazer a notícia crime e dar origem a uma ação penal contra Josenilson.


Yalorixá Vilma dos Santos de Souza, mais conhecida como Mãe Vilma de Ogum
O advogado afirma que a situação é uma “tragédia anunciada única e exclusivamente em razão da religião”. “Eles já não fazem mais cultos a noite, só fazem de dia para não incomodar, e mesmo assim, há a perseguição, objetos de culto são danificados, e há ameaças de morte. O vizinho, certamente, não possui autorização para portar uma arma, e nisso, ele pode também estar incorrendo em um crime. 

E todas as ameaças aconteceram na presença de uma criança de três anos”, diz Luiz Gabriel. A criança, segundo ele, prestará depoimento na Delegacia Especializada da Criança (Derca). “Esperamos que os órgãos competentes tomem as providencias cabíveis para tentar coibir as agressões que estamos sofrendo, de uma forma rígida. Porque, pelo o que eu vejo, nada os limita de praticar os atos de agressão. São irredutíveis. Minha porta, hoje, vive fechada porque eu tenho medo de que uma morte aconteça. Meu medo é pela morte, é o que está encaminhando para um assassinato. É o que pode acontecer. Ele já tentou uma vez, e pode ser consumado em qualquer instante”, teme o Babá Deloiá. 

O Ministério Público já pediu a abertura de um inquérito policial e a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial já pediu providências da Corregedoria da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública. O Instituto Nelson Mandela também acompanha o caso. 

O advogado Luiz Gabriel estuda pedir a prisão preventiva de Josenilson, por tentativa de homicídio, pois as ameaças acontecem reiteradamente. “Tudo isso acontece em um estado da Federação em que 90% da população é negra, de descendência africana, onde o candomblé tem sua matiz, e eles estão impedidos, extremamente limitados a praticar os cultos religiosos”, afirma o advogado. “Eles podem vir a óbito unicamente por serem mãe e pai de santo”, finaliza.



Objetos sagrados para o candomblé que foram quebrados

Artigo do Min. da Defesa Aldo Rabelo. Defender o Futuro.

As crises são efeitos de problemas do passado que servem para reforçar o planejamento estratégico do futuro.
Daí a iniciativa do Ministério da Defesa de projetar um percentual maior do orçamento do Brasil para suas atividades, garantindo a continuidade de programas que, em vez de interrompidos, devem ser acelerados. 
Em recente audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, sugerimos que o Brasil siga o exemplo dos demais países do Brics, e, como Rússia, Índia, China e África do Sul, aplique um percentual próximo de 2% do Produto Interno Bruto na Defesa Nacional.
Além da manutenção das atividades regulares e conservação de equipamentos do aparato militar, programas estratégicos já em estágio avançado de produção precisam ser continuados. Um exemplo eloquente é o de submarinos, que inclui um navio de propulsão nuclear em construção pela Marinha, capaz de proteger nosso imenso mar jurisdicional com discrição e rapidez.
Destaque-se ainda o programa cibernético e também o aeroespacial, no qual muito já investimos em satélites. Estamos próximos de concluir o cargueiro KC-390, em associação com a iniciativa privada, novo símbolo da irradiação de investimentos injetados na economia pela indústria de defesa. Há muitos outros projetos, de tecnologia da informação a radares, a depender de investimentos.
A iniciativa é semeada num tempo de contenção para florescer na bonança, ou seja, no vindouro ciclo de prosperidade que o País vai desfrutar após os ajustes que estão em curso. A vocação brasileira é de progresso e desenvolvimento, com clareza das prioridades determinadas por sua importância geopolítica como potência regional e força em ascensão no cenário internacional.
A ideia de que o mundo atravessa uma era de paz é falácia a que não devemos sucumbir. Apesar de vivermos em harmonia com os vizinhos, a Defesa Nacional precisa revigorar-se com forte poder de dissuasão num cenário de preocupante instabilidade.
Artigo do ministro Aldo Rebelo publicado em diversos jornais.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Presidente do México anuncia captura do narcotraficante El Chapo.

O maior traficante mexicano é preso após duas fugas de presídiosAgência Lusa - Mario Guzman
Da Agência Lusa.
O Presidente do México, Henrique Peña Nieto, anunciou hoje a captura do narcotraficante Joaquín “El Chapo” Guzmán, líder do cartel de Sinaloa, que em 11 de julho fugiu, pela segunda vez, de uma prisão de alta segurança.
“Missão cumprida: nós o temos. Quero informar os mexicanos que Joaquín Guzmán Loera foi detido”, anunciou Peña Nieto na sua conta na rede social Twitter, apesar de não especificar em que momento foi detido.
Guzmán foi detido na madrugada de hoje na sequência de uma operação da Secretaria da Marinha na localidade de Los Mochis, estado de Sinaloa, a região de onde provém Guzmán e a maioria dos mais famosos narcotraficantes mexicanos.
Na sequência dos confrontos com as forças de Marinha, cinco membros do cartel foram mortos, seis detidos e um militar ferido, que se encontra “fora de perigo”.
Segundo o comunicado, o “pessoal da infantaria da Marinha foi alvo de disparos por supostos membros da delinquência organizada”, numa residência que cercaram após receberem uma denúncia revelando “a existência de um domicílio com pessoas armadas”. Pelo menos um dos membros do cartel teria conseguido escapar.
“Na sequência desta ação foram apreendidos quatro veículos [dois deles blindados], oito armas pesadas, uma arma ligeira, carregadores e munições, que pelas suas características balísticas são de uso exclusivo das Forças Armadas”, além de um lança-foguetes com dois tubos.
Guzmán foi capturado na Guatemala em 1993 e, após ser condenado a 21 anos de prisão, escapou pela primeira vez em 2001 da penitenciária de alta segurança de Puente Grande. Após nova detenção em 2014, em uma ação considerada o maior golpe contra o narcotráfico da última década, ele foi colocado na prisão de Almoloya de Juárez.
Em 11 de julho conseguiu escapar da sua cela por um túnel com 1,5 quilômetro e com ligação a uma casa situada fora do perímetro penitenciária.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Com 49 mortes registradas em 2015, número de mortes por conflitos no campo é o maior em 12 anos.

Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil.
O número de assassinatos decorrentes de conflitos no campo em 2015 foi o maior dos últimos 12 anos no Brasil, com 49 mortes registradas, a maior parte na Região Norte, de acordo com os dados de um balanço anual da questão agrária divulgado esta semana pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
A CPT ressalva, no entanto, que os dados são ainda parciais e podem vir a aumentar à medida que sejam consolidadas as informaçães provenientes do trabalho in loco, o que está previsto para ser concluído no fim do mês. O número de mortes decorrentes de conflitos no campo no ano passado foi o maior desde 2003, quando foram contabilizados 73 assassinatos.
Os maiores números de mortes ocorreram em Rondônia (21) e no Pará (19), mostra o levantamento. O perfil predominante das mortes foi de indivíduos envolvidos em movimentos de luta pela regularização fundiária, como é o caso de uma família no município paraense de Conceição do Araguaia, que teve todos os seus cinco membros mortos a golpes de facão e tiros em fevereiro do ano passado.
"O Norte do país é um barril de pólvora", disse o coordenador da CPT em Pernambuco, Plácido Júnior, responsável pela compilação dos dados nacionais. "Além do avanço do agronegócio tradicional, acreditamos que o aumento das tensões no campo em 2015 tenha relação com maiores disputas por recursos como madeira e água, o prosseguimento de grandes emprendimentos de mineração e energia e a diminuição no número de assentamentos e demarcações".
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) reconheceu o aumento das tensões no meio rural no ano passado, mas informou que, segundo dados da Ouvidoria Agrária Nacional (OAN), ocorreram 16 mortes em decorrência de conflitos no campo em 2015. A discrepância se deve a diferenças de metodologia, pois a OAN contabiliza somente informações oficiais provenientes da Polícia Civil e do Ministério da Justiça.
O MDA disse que promove uma série de ações para prevenir a tensão no campo, entre elas a assessoria social e jurídica a famílias acampadas. Segundo o ministério, foram feitas 110 operações policias de combate à violência no campo em 2015, sobretudo em Rondônia, Pará, Tocantis e Maranhão.
O balanço do CPT tem como base o levantamento feito por seus próprio agentes, presentes em todos os estados, com a ajuda de parceiros de outras entidades que atuam no campo, como o Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Foram utilizadas também fontes secundárias, como notícias divulgadas nos meios de comunicação.
Dados da entidade mostram que de 1.115 casos de homicídio decorrentes de conflitos no campo registrados entre 1985 e 2014, 12 foram julgados.

Edição: Fábio Massalli

Portal do Governo Federal destaca a autorização de novo Terminal de Uso Privado no Maranhão.

Setor portuário.  por Portal Brasil - Publicado: 06/01/2016. 

O porto será construído na cidade de São Luís (MA), e o investimento previsto para a realização do empreendimento é da ordem de R$ 780 milhões.

Ainda neste mês vamos autorizar novos terminais de uso privado em outras regiões", disse o ministro Helder Barbalho
Foto MPA - Ainda neste mês vamos autorizar novos terminais de uso privado
em outras regiões", disse o ministro Helder Barbalho
O porto será construído na cidade de São Luís (MA), e o investimento previsto para a realização do empreendimento é da ordem de R$ 780 milhões. 
Quando estiver concluído, o TUP será operado pela WPR São Luís Gestão de Portos e Terminais – do grupo WTorres. 
Para ampliar a capacidade de escoamento de produção no Maranhão, o ministro da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, assinou, nesta quarta-feira (6), a autorização para construção e exploração de um novo Terminal de Uso Privado (TUP) no Estado.
A estimativa da empresa responsável é que cinco mil empregos diretos sejam criados graças ao novo terminal. Já a previsão do governo federal para investimentos no setor portuário do Maranhão nos próximos anos é de R$ 1,782 bilhão, entre arrendamentos, prorrogações de contratos e autorizações de TUPs.
"Essa é uma primeira agenda que está sendo viabilizada, além de outras que serão anunciadas nos próximos meses. Ainda neste mês, vamos autorizar novos terminais de uso privado em outras regiões", disse o ministro Helder Barbalho, citando investimentos em Aracruz (ES), estimados em R$ 279 milhões, e em Candeias (BA), com previsão de investimentos de R$ 850 milhões.