domingo, 9 de abril de 2017

Paraná, paraíso da impunidade. Artigo de Diogo Castor de Mattos.

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Ilustração de Felipe Lima

O slogan “República de Curitiba: aqui a lei se cumpre” vem sendo usado pelos curitibanos como uma manifestação de orgulho pelo pertencimento a uma suposta ilha de seriedade num país tomado pela impunidade. 
Paradoxalmente, enquanto para alguns a Lava Jato curitibana promoveu uma faxina no país, a cidade continuou com seu quintal imundo, pois os casos de corrupção local sempre acabaram em pizza.
Dias atrás, o secretário de Estado Ezequias Moreira foi condenado pelo TJPR a pena de seis anos e oito meses de prisão por desvio de dinheiro público no escândalo da “sogra fantasma”. Ezequias confessou ter colocado a sogra na folha de pagamento do órgão legislativo por 11 anos, desviando meio milhão de reais. 
Quando o processo estava pronto para ser sentenciado, em junho de 2013, Moreira foi nomeado secretário de Estado (em uma secretaria criada só pra ele) pelo atual governador, ganhando foro privilegiado. Após dezenas de manobras processuais, o caso prescreveu, enquanto o acusado continua a gozar do status de secretário, como se nada tivesse acontecido.
O esquema “Gafanhoto”, que usou a mesma estratégia de funcionários fantasmas para desviar dinheiro da Assembleia entre 2001 e 2004, ficou com a investigação parada por dois anos por decisão do STF e atualmente se arrasta rumo ao cancelamento sem nenhuma condenação efetiva. Como não foram incomodados, os gafanhotos cresceram e se sofisticaram. Em 2010 veio o escândalo dos Diários Secretos da Assembleia, em que as mesmas assombrações desviaram mais de R$ 200 milhões em favor de políticos regionais. Passados sete anos, nenhum cacique foi definitivamente punido.
"Enquanto não tratarmos o sistema cancerígeno, outros tumores maiores e mais resistentes surgirão."
Apontado pelas investigações como chefe do esquema, o ex-diretor Abib Miguel, o “Bibinho”, chegou a ser preso e condenado a 39 anos de prisão na primeira instância. Contudo, em 2015 o TJPR anulou as duas condenações em virtude de o juiz não ter adequado a data de oitivas de testemunha à disponibilidade de agenda do advogado de defesa. Na sequência, o STJ mandou soltá-lo por entender que os recursos estavam demorando. Já o deputado estadual Nelson Justus, considerado pelo MPPR como outro articulador dos desvios, somente teve a denúncia recebida em dezembro de 2016, sendo que após completar 70 anos, no fim de junho de 2017, ganhará de presente a redução pela metade do prazo prescricional dos crimes da acusação, que certamente será cancelada pela demora.
O caso Copel Olvepar também segue sem solução. O governo Jaime Lerner, no ano de 2002, validou créditos de ICMS podres da quase falida Olvepar no valor de R$ 67 milhões, que foram posteriormente adquiridos pela Copel. O doleiro Alberto Youssef confessou que operacionalizou o pagamento de R$ 19 milhões para agentes públicos paranaenses aceitarem a negociata. Passados 15 anos e depois de a delação de Youssef sumir do cartório, o caso ainda aguarda sentença da Justiça.
Nessa folia, não podemos esquecer das investigações do MPPR sobre o ex-presidente da Câmara dos Vereadores João Derosso, que levantaram provas de gastos de R$ 30 milhões de dinheiro público, entre 2006 e 2011, em serviços de publicidade com duas empresas, sendo uma da própria esposa. Passados seis anos, pouca coisa aconteceu. Recentemente, a Justiça decretou indisponibilidade de R$ 17 milhões do ex-vereador, esperando que um milagre ocorra para encontrar um centavo na conta do político depois de tanto tempo.
Outras investigações recentes, embora promissoras, não conseguiram romper a barreira da impunidade. Em 2014, um ex-coordenador do Tribunal de Contas foi preso em flagrante recebendo R$ 200 mil do dono de uma empreiteira local. Ficou preso por poucos dias. Depois, o TJPR anulou as provas da interceptação telefônica. Já as operações Voldemort, Quadro Negro e Publicano, apesar de desvendarem fatos gravíssimos, não conseguiram avançar no controle político dos esquemas criminosos, pois todos os personagens centrais foram soltos por decisões de tribunais.
Todos esses fatos demonstram que a Lava Jato revelou apenas um gigantesco tumor que está sendo extirpado. Contudo, enquanto não tratarmos o sistema cancerígeno, outros tumores maiores e mais resistentes surgirão e continuarão a estrangular os caminhos do dinheiro público.
Diogo Castor de Mattos, procurador da República, é integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal no Paraná.

ONU: Assassinatos de mulheres negras cresceram 54% em 10 anos no Brasil.

Nadine Gasman: A violência contra a mulher no Brasil é uma manifestação do machismo, da misoginia e também do racismo que existe no país. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
Marco Weissheimer
 O nível de violência contra as mulheres no país expõe a conexão existente entre algumas das piores características da sociedade brasileira: machismo, racismo e misoginia. 
O Brasil ocupa hoje o quinto lugar no ranking de assassinatos de mulheres que reúne 83 países. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas, são assassinadas cerca de 4.500 mulheres por ano no país. 
Esse tipo de crime vem atingindo crescentemente a população negra. Nos últimos dez anos, houve um aumento de 54% dos casos de assassinatos de mulheres negras, enquanto o numero de mortes de mulheres brancas caiu 10%. 
Os dados foram apresentados, quinta-feira (6), por Nadine Gasman, representante do escritório da ONU Mulheres no Brasil, que veio a Porto Alegre participar do lançamento do Comitê Gaúcho Impulsor do Movimento ElesPorElas (HeForShe), na Assembleia Legislativa gaúcha.
O Comitê nasceu como uma frente integrada por diferentes forças da sociedade com o objetivo de trabalhar em ações concretas em defesa da igualdade de gênero, do empoderamento feminino e combate a todas as formas de violência contra as mulheres. O Rio Grande do Sul é o primeiro estado brasileiro a contar com uma representação do Comitê Nacional Impulsor Brasil ElesPorElas. 
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edegar Pretto (PT), disse que foi a pedido de movimentos das mulheres gaúchas do campo e da cidade que passou a utilizar o mandato para produzir espaços, debates e políticas que resultaram na criação da Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a primeira criada no país e que resultou no convite da ONU para integrar o Comitê Nacional.
No ato de lançamento do comitê, Nadine Gasman destacou que a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres é um dos 17 pontos da agenda 20/30 da ONU, plano de ação da Organização das Nações Unidas com objetivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas nas áreas econômica, social e ambiental. 
Em entrevista ao Sul21, a representante da ONU falou sobre a situação da violência contra a mulher no Brasil, chamando a atenção para a intersecção que ela tem com outras formas de violência e discriminação.
Nadine Gasman participou do lançamento do comitê impulsor do HeForShe, na Assembleia Legislativa. (Foto: Caco Argemi/AL-RS)

Sul21A partir do trabalho que vem sendo realizado pela ONU Mulheres no Brasil, qual a sua avaliação sobre o problema da violência contra a mulher no país? 
Nadine Gasman: A violência contra as mulheres no Brasil é um tema muito importante. Ela é uma manifestação do machismo, da misoginia e também do racismo que existe no país. Quando olhamos os dados fazendo a intersecção entre gênero e raça, isso fica evidente. 
O que temos encontrado é uma quantidade muito grande de mulheres que sofrem violência. Nossos levantamentos falam de 50 mil estupros por ano, 5 milhões de ligações para o  180 e um número muito perturbador de assassinatos de mulheres. 
No Brasil,  se fala muito pouco sobre a proporção do número de mulheres assassinadas aqui em relação ao que ocorre na América Latina. Nós escutamos muitas coisas sobre o que acontece no México, na Guatemala, em El Salvador, mas, no Brasil, se assassinam aproximadamente 4.500 mulheres por ano, o que equivale a 40% desses assassinatos na região. O Brasil ocupa o quinto lugar de um ranking de 83 países.
Sul21: O Brasil tem o maior índice de assassinatos de mulheres na América Latina?
Nadine Gasman: Os dois maiores índices são da Guatemala e de El Salvador, mas é preciso considerar a proporção relacionada com a população desses países. Por isso eu prefiro sempre falar dos números absolutos. O México tem 2.500 mulheres assassinadas por ano. O Brasil tem 4.500 e, nos últimos dez anos, registra um aumento de 54% de assassinatos de mulheres negras. Já o número de assassinatos de mulheres brancas caiu 10%.
A violência faz parte da vida cotidiana das mulheres no Brasil. Temos pesquisas que falam como as mulheres se sentem inseguras. Cerca de 85% das mulheres entrevistadas, em uma dessas pesquisas, disseram ter medo de sair à rua à noite. Isso significa que, praticamente, todas as mulheres têm medo de sair para a rua à noite. Elas acabam mudando suas práticas e seu comportamento porque não se sentem seguras. 
Então, o tema da discriminação e da violência tem que estar na pauta do Brasil, tanto em termos de políticas públicas como na sociedade de um modo geral, que deve incentivar e participar de programas como o Eles por Elas. Queremos levar uma mensagem muito clara de que precisamos de uma transformação social profunda que precisa passar pelas pessoas, especialmente pelos homens, mas também pelas mulheres a respeito do que é aceitável e do que não é. As mulheres são iguais aos homens e, numa relação de igualdade, não se usa a força, a intimidação e o abuso. Essa é a mensagem do Eles por Elas. Ela fala de pessoas que assinam um compromisso real de transformação individual dentro da comunidade onde vive e trabalha.
“Estamos vivendo um crescimento de uma cultura de ódio e de violência no mundo inteiro”.
 (Foto: Guilherme Santos/Sul21)
Sul21As políticas públicas para o enfrentamento do problema da violência contra a mulher têm avançado ou não no Brasil?
Nadine Gasman: O Brasil teve mudanças muito importantes nos últimos quinze anos. A Lei Maria da Penha foi um marco muito importante. Hoje, no imaginário coletivo do Brasil, a violência contra as mulheres é crime e isso não acontece em toda parte. Também merece destaque o desenvolvimento da rede de atendimento às mulheres vítimas de violência e das casas das mulheres, que são parte de um plano muito bem estruturado que é o Mulher viver sem violência. 
Por outro lado, a crise política e econômica tem tido um impacto na implementação desses programas, mas existe um comprometimento dos governos brasileiros, em nível federal, estadual e municipal com essa pauta. Às vezes, os recursos é que não estão à altura desse compromisso, mas a nossa avaliação é que o Brasil tem dado passos muito importantes. Um exemplo disse é o Ligue 180, que é um serviço muito bom e importante para as mulheres obterem informações e denunciarem casos de violência.
Sul21No processo de agravamento da crise política, econômica e social que o Brasil vive, tem-se falado muito da propagação de um clima de ódio, violência e intolerância na sociedade. Como a senhora vê essa situação?
Nadine Gasman: Acredito que estamos vivendo um crescimento de uma cultura de ódio e de violência no mundo inteiro. O Brasil não está fora desse processo. No contexto internacional, os temas vinculados aos direitos humanos estão sendo questionados de uma forma muito forte. Por outro lado, temos as Nações Unidas que seguem trabalhando em defesa dessa agenda dos direitos humanos e da igualdade. Neste cenário, precisamos ter ações muito fortes e claras que falem da importância desse tema em termos civilizacionais.
A luta contra todas as formas de desigualdades tem que estar no centro dessas ações. É por isso que o slogan do programa dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável é ninguém pode ficar para trás. Todos nós, sociedade e especialmente os governos, temos que promover ações afirmativas extras para trazer juntos os que estão ficando para trás. No caso do Brasil, são as mulheres negras, indígenas e as crianças. É preciso haver um movimento muito forte, nos próximos quinze anos, para atingir os objetivos com os quais o país se comprometeu junto aos demais países das Nações Unidas.

sábado, 8 de abril de 2017

São Luís. Traficante em tentativa de fuga da polícia no bairro São Bernado, atropela dois policiais militares e bate em quatro carros.

Neste sábado (8), um traficante além de ter dado o maior trabalho para ser preso, causou enormes prejuízos a sociedade. 


O serviço de inteligência do 6º BPM havia recebido uma denúncia, informando que um homem estaria distribuindo drogas na região do São Bernardo e adjacências.

Diante dos fatos a polícia passou a monitorar o suspeito com levantamentos, foi identificado então o endereço do suspeito e o veículo que ele usava para efetuar a distribuição da droga.

Na última quinta-feira (6) a polícia conseguiu chegar até o traficante. Foi relatado que o suspeito estaria se deslocando por volta das 10 horas da manhã para fazer a entrega de drogas.



Desta forma, deflagrou-se operação conjunta com equipes do serviço de inteligência do 6º, 8º e 21º Batalhões da Polícia Militar, procedendo inicialmente o cerco no entorno do condomínio onde o homem residia.


Percebendo a movimentação policial, o homem identificado por Rafael Moura Bacelar, 20 anos, adentrou no seu veículo e acelerou investindo contra as equipes, vindo a atropelar dois policiais, um do 8º e outro do 21º BPM. 



De imediato efetuou-se disparos de arma de fogo na tentativa de conter o criminoso, que ainda assim conseguiu se evadir dando início a uma perseguição pelos bairros do São Bernardo, São Cristóvão, onde ele colidiu com mais 4 veículos durante sua tentativa de fuga. 


Nas proximidades da mata do Ibama, o traficante então foi detido por uma das equipes da inteligência, recebendo voz de prisão de imediato. No interior do veículo estava parte da droga apreendida, o Skank e um pó branco. No apartamento do criminoso foi encontrada maconha e dinheiro fruto do comércio de entorpecentes, a quantia de R$ 344,00 reais.



Diante dos fatos, fez-se a apresentação do criminoso na delegacia do São Cristóvão onde foi autuado em flagrante delito pelos crimes de tráfico de drogas e resistência a prisão.

Os policiais atropelados se recuperam bem, sem maiores riscos.


MATERIAL APREENDIDO:


- 78g (setenta e oito gramas) de uma substância semelhante a skank;

- 40g (quarenta gramas) de uma substância semelhante a maconha;

- R$ 344,00 (trezentos e quarenta e quatro reais em espécie);

- 01 (um) pacote de bicarbonato de sódio;

- 01 (um) veículo modelo cruze, placa NXO 6879.

CONDUZIDO:

Rafael Mouta Bacelar
Nascimento: 30/08/1996
Bairro: Residencial Morada Nova - São Bernardo. 


ANTECEDENTES CRIMINAIS:
12/09/2015  PORTAR DROGAS, PARA CONSUMO PESSOAL.

Entidades médicas divulgam manifesto contra planos de saúde ‘populares’.

Foto: Cremesp/Divulgação.
Luciano Velleda
Da RBA

No Dia Mundial da Saúde, celebrado nesta sexta-feira (7), entidades médicas e de defesa dos direitos do cidadão divulgaram um manifesto contra a proposta do Ministério da Saúde (MS) de criar planos de saúde privada com baixa cobertura, os chamados planos populares de saúde. Segundo os signatários do documento, a intenção do governo de Michel Temer é “iludir” a população ao extinguir a cobertura mínima obrigatória, excluindo dos planos procedimentos de média e alta complexidade, além de procedimentos como quimioterapia, urgências, emergências e hospital-dia.
“As propostas analisadas e votadas por esse Grupo de Trabalho (criado pelo Ministério da Saúde) preveem a redução da cobertura com a criação de um novo e limitado rol, a liberação de reajustes para os planos individuais, o aumento dos prazos para agendamento de consultas e para o acesso a procedimentos”, afirma o manifesto proposto pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp ) e assinado pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Associação Paulista de Medicina (APM), Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Promotoria de Justiça de Direitos Humanos – área de Saúde Pública do Ministério Público de São Paulo – a Fundação Procon e Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).
“A medida visa restringir o atendimento ao nível ambulatorial, objetivamente forçando a ida do paciente ao Sistema Único de Saúde (SUS), que já se encontra sem capacidade adequada de atendimento devido ao subfinanciamento e problemas de gestão”, prossegue o manifesto. Segundo Mauro Gomes Aranha de Lima, presidente do Cremesp, a proposta do governo federal desregula a saúde suplementar no Brasil ao segmentar a assistência à saúde, algo já rejeitado no passado e regulado pela Lei 9.656/98.
“Infelizmente todas as soluções propostas para a saúde suplementar só visam favorecer as operadoras de planos de saúde. Se isso for adiante, a população brasileira vai ser mais uma vez ludibriada. Muitas pessoas vão cair nesse logro que é a proposta do governo”, afirmou Márcio Costa Bichara, secretário de saúde suplementar da Fenam.
Conforme explicou Eder Fernandes, presidente do Simesp, a proposta do Ministério da Saúde fará com que o cliente pague por atendimentos básicos já cobertos com razoável eficiência pelo SUS e sempre que houver a necessidade de um procedimento de maior complexidade, os novos planos propostos não cobrirão. “Na prática, um diagnóstico não poderá ir adiante por não ter cobertura. Ao contrário do que o governo argumenta, os novos planos não vão desafogar o SUS, os pacientes vão continuar indo para o SUS nos procedimentos mais complexos”, disse Eder Fernandes. “Perde o médico, o SUS e o paciente, que vai cair na armadilha ao ter que voltar para o sistema público numa demanda mais complexa.”
Durante a coletiva de divulgação do manifesto, Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), disse que participou das últimas duas reunião do Grupo de Trabalho criado pelo Ministério da Saúde e ficou preocupado com o que viu, ao constatar que as ideias discutidas se confrontam “com os princípios básicos de medicina”.
Assim como seus colegas, o presidente da AMP disse não ser possível atender um paciente com limitações de procedimentos. “O médico vai ter que interromper o atendimento porque o paciente não pode fazer os exames. Esse paciente vai ter que voltar para o SUS”, afirmou, enfatizando que grande parte da população tem dificuldade de entender as cláusulas de exclusão. “Esse modelo de plano é o sonho das operadoras.”

Mercador de ilusões

Para o promotor Arthur Pinto Filho, da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo, a proposta do governo Temer de planos de saúde “populares” é “uma venda de ilusão”. O promotor lembrou que até 1998 só tinha direito a ser atendido no sistema público de saúde trabalhadores com carteira assinada e contribuição em dia com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
Nesse sentido, ponderou, a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), mesmo com todas as dificuldades, “é um enorme sucesso”. “Esse sistema está sendo dilapidado pouco a pouco.”
Arthur Filho enfatizou que o problema do SUS não são os atendimentos básicos realizados na Unidade Básica de Saúde (UBS) ou na Assistência Médica Ambulatorial (AMA) – justamente o foco dos planos propostos pelo governo – e sim os procedimentos médicos mais complexos que podem levar anos de espera. “E isso se resolve com verba, não com conversa”, afirmou.
Ao final do ato, o presidente do Cremesp informou que o manifesto será protocolado na Agência Nacional de Saúde (ANS), no Ministério da Saúde e na Presidência da República. Disse ainda que, no momento adequado e se necessário, as entidades pensam em atuar junto ao Congresso Nacional para impedir que a proposta de planos de saúde sem garantia de cobertura integral seja aprovada.

Uma análise rápida do ataque norte-americano à base aérea da Síria.

Dr. Assad Frangieh. 

Antes mesmo do Presidente Trump ter assumido a administração norte americana, as pressões sobre sua aproximação com a Rússia e uma contrariedade de estratégias com o Ministério da Defesa ficaram evidentes. Os aliados americanos como a Turquia, Arábia Saudita, Qatar, França, Alemanha e Inglaterra (mais súditos do que aliados) se manifestaram como órfãos e impotentes perante os acontecimentos na Síria e a consolidação de alianças da Rússia, do Irã, da China em assuntos do Oriente Médio.

 Algumas observações se tornam importante nesta análise:

1.    Os preparativos vieram antes do ataque da base de armas químicas dos militantes da Al-Nusra e ficou nítido o trabalho da orquestra ocidental e da mídia com discursos pré moldados e enganosos para incriminar o Governo da Síria antes mesmo de qualquer investigação.

2.    O aviso aos russos e aos sírios que deu tempo para a evacuação dos aviões e minimizar a perda de soldados, demonstra que os norte-americanos não estão seguros de um confronto maior com a Rússia e sabem que não há como atingir o Exército Sírio sem os envolver. Morreram 6 soldados e 9 vítimas civis entre as quais crianças.

3.    A defesa russa relata uma eficiência de 60% dos misseis americanos e cita 23 lançamentos e não os 59 informados pelo Pentágono. Seu Ministério de Defesa declarou que as perdas reais foram insignificantes.

4.    Segundo os russos e o Governo Sírio, o único resultado do ataque foi elevar o moral dos combatentes que lutam em Palmyra e que exerceram um ataque simultâneo e sem sucesso. Em resposta imediata, a Rússia informou que ampliará seu sistema de defesa contra aviação militar e agora contra mísseis.
De qualquer forma, a reunião do Secretário de Estado Rex Tillerson com os dirigentes russos entre os quais o Presidente Russo marcada para os próximos dias, foi para o espaço. 

Pelo menos até um novo reposicionamento. Em terra, não houve nenhum desequilíbrio de forças. 

Os avanços do Exército Sírio devem continuar em direção ao leste sendo que a vitória em Mossul irá canalizar mais forças na luta contra o DAESCH dentro da Síria: na logística e nos recursos humanos.

A Alemanha e a França cutucaram a onça na Ucrânia e acabou com o retorno da Crimeia para a Rússia. A Turquia cutucou a onça derrubando um avião e o Erdogan se recolheu e pediu desculpas. Mais recente, Israel cutucou a onça e percebeu que os mísseis da Síria estão liberados e alertados.

Agora os Estados Unidos – parece mais o Pentágono do que a Administração – cutucaram a onça e a resposta russa veio antes mesmo do Governo Sírio. 

A Guerra na Síria está caminhando a uma solução favorável ao “Eixo de Resistência”. Esse ataque parece apenas uma tentativa de retardar a coroação daquilo que muitos já admitem: a onça é russa. Ficamos de olho. Afinal isso é o Oriente Médio.

Link: http://www.orientemidia.org/uma-analise-rapida-do-ataque-a-base-area-da-siria/

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LEIA MAIS: EUA atacam Síria traiçoeiramente com mísseis Tomahawk. http://www.vermelho.org.br/noticia/295329-1

O Governo de Temer (PMDB) e do PSDB mandam a Eletrobras demitir 15% de seus funcionários concursados.

Foto - Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (PMDB).
Segundo matéria publicada pelo sítio Plantão Brasil, link ao final da reportagem. A Eletrobras lançará nos próximos meses um programa um programa de demissão com incentivos, informou nesta terça-feira (4) o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. De acordo com ele, a expectativa é de adesão de até 2.600 funcionários, o que equivale a cerca de 15% dos cerca de 17 mil trabalhadores da estatal.

Oliveira informou que essa conta não inclui os cerca de 6 mil funcionários das distribuidoras de energia controladas pela Eletrobras, nos estados do Amazonas, Acre, Roraima, Piauí, Alagoas e Rondônia, que serão privatizadas.

Questionado se haveria um programa de demissão incentivada para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ministro afirmou que não.

Ele também não soube informar a expectativa geral do governo para adesões nos programas de demissão envolvendo todas as estatais – empresas como Correios, Banco do Brasil e Caixa também anunciaram medidas semelhantes.

“Não tenho previsão para todas, mas todas as que necessitam, temos incentivado que adotem programas de desligamento”, afirmou Oliveira.

Leia Mais: Eletrobras terá PDV com expectativa de adesão de até 2.600 funcionários. http://g1.globo.com/economia/noticia/eletrobras-tera-pdv-com-expectativa-de-adesao-de-ate-2600-funcionarios.ghtml

Brasil. Governo do Amazonas confirma morte de seis detentos em presídio de Manaus.

Foto - Presídio Anísio Jobim.

Bianca Paiva - Correspondente da Agência Brasil.




Subiu para seis o número de detentos mortos hoje (7) na Unidade Prisional da Puraquequara (UPP), na zona leste de Manaus. Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do Amazonas (Seap) informou a identidade das vítimas: Janderson Araújo da Silva – conhecido como Boca Rica, Leonardo Almeida de Souza, Marcos Henrique Neves de Lima, Tiago de Araújo, Felipe Xavier Oliveira e Felipe Gonçalves Marques.

De acordo com o governo estadual, não houve motim ou rebelião na unidade, “tendo em vista que os internos não apresentaram oposição às forças policiais, reivindicações e nem danos ao patrimônio público”.

A Polícia Militar do Amazonas está no presídio realizando procedimento de contagem de internos. Policiais civis estão interrogando os detentos que estão presos nas celas onde ocorreram os crimes. Além disso, peritos do Instituto de Criminalística realizam a perícia técnica na unidade prisional. A ação também está sendo acompanhada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas.

No dia 2 de janeiro deste ano, quatro detentos foram mortos na Unidade Prisional do Puraquequara, mesmo dia em que terminou a rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), que resultou na morte de 56 presos.

Edição: Luana Lourenço.