quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Governo debate ações de combate a desertificação em municípios maranhenses.

GOVERNO DO MARANHÃO
SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Fonte: Vice-governadoria  Texto: Ricardo Milan
16/9/2011

Governo debate ações de combate a
desertificação em municípios maranhenses

     Com apoio do Governo do Estado, por intermédio da Vice-Governadoria, foi realizado nesta sexta-feira (16), no auditório do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Maranhão (Sebrae/MA), em São Luís, a 5ª Oficina de Consulta Pública do Programa Estadual de Combate à Desertificação no Maranhão (PAE/MA). No encontro foram avaliados estudos que estão analisando as condições que garantem a reintegração de áreas do Maranhão na Região do Semiárido Brasileiro.

     De acordo com dados do Instituto Maranhense de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Imarh), a partir de comprovações científicas da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), existem dois municípios que atendem aos requisitos de semiárido no Maranhão: Loreto e Grajaú.

       Estudos técnicos apontam que 36 municípios possuem características de entorno de semiárido. O Governo do Estado e o Imarh estão somando esforços para a reinserção dessas regiões no Semiárido Brasileiro por entender a importância da iniciativa para o desenvolvimento de políticas públicas que atendem populações de baixa renda e a transferência de recursos do Governo Federal para áreas do Maranhão onde vivem cerca de três milhões de habitantes.

     Daniela Russo, representante do Ministério do Meio Ambiente (MMA), destacou os avanços do Maranhão no combate à desertificação e elaboração do PAE. “O estado tem se mostrado ativo nessa discussão”.  Já a superintendente da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Laís Moraes Rego, destacou que o estado está desenvolvendo inúmeras gestões visando preservar recursos naturais e combater a desertificação. “A Sema elaborou Plano de Combate ao Desmatamento, o Sistema de Unidades de Conservação, e criação dois decretos voltados para a regulamentação de recursos hídricos”. 

     As oficinas para elaboração do Programa Estadual de Combate à Desertificação no Maranhão aconteceram nos municípios de Pastos Bons, Chapadinha e Caxias, reunindo representantes de associações, sindicatos e do poder público. 

     Em São Luís, participaram da oficina do PAE, representantes das Secretarias de Estado de Articulação Política e a de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima), do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Ministério Público Estadual, Sebrae, Instituições de Ensino Superior do Maranhão, Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais na Agricultura do Estado do Maranhão (Fetaema), Associação dos Municípios do Médio Sertão Maranhense, além de entidades da sociedade civil.

O discurso de Dilma na ONU


Reproduzimos, aí em cima, o discurso da presidente Dilma Rousseff na abertura da Assembléia Geral da ONU. Assim que tivermos condições, vamos comentar aqui a impressão geral de firmeza e decisão que ela transmitiu em sua fala, assumindo a questão palestina com clareza, a paz mundial e o reequilíbrio do Conselho de Segurança, acolhendo o peso que o Brasil passou a ter no mundo de hoje.

Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. 

É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna, que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo.

É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico.

Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos deste Planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão ocupando o lugar que merecem no mundo. 

Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres.

Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino, e são também femininas duas outras palavras muito especiais para mim: coragem e sinceridade. Pois é com coragem e sinceridade que quero lhes falar no dia de hoje.

Senhor Presidente,
O mundo vive um momento extremamente delicado e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade histórica. Enfrentamos uma crise econômica que, se não debelada, pode se transformar em uma grave ruptura política e social. Uma ruptura sem precedentes, capaz de provocar sérios desequilíbrios na convivência entre as pessoas e as nações.

Mais que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção. Ou nos unimos todos e saímos, juntos, vencedores ou sairemos todos derrotados.

Agora, menos importante é saber quais foram os causadores da situação que enfrentamos, até porque isto já está suficientemente claro. Importa, sim, encontrarmos soluções coletivas, rápidas e verdadeiras.

Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior na condução do processo, mas como todos os países sofrem as consequências da crise, todos têm o direito de participar das soluções.

Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É – permitam-me dizer – por falta de recursos políticos e, algumas vezes, de clareza de ideias.

Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento. Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade.

O desafio colocado pela crise é substituir teorias defasadas, de um mundo velho, por novas formulações para um mundo novo. Enquanto muitos governos se encolhem, a face mais amarga da crise – a do desemprego – se amplia. Já temos 205 milhões de desempregados no mundo – 44 milhões na Europa, 14 milhões nos Estados Unidos. É vital combater essa praga e impedir que se alastre para outras regiões do Planeta.

Nós, mulheres, sabemos – mais que ninguém – que o desemprego não é apenas uma estatística. Golpeia as famílias, nossos filhos e nossos maridos. Tira a esperança e deixa a violência e a dor.

Senhor Presidente,
É significativo que seja a presidenta de um país emergente – um país que vive praticamente um ambiente de pleno emprego – que venha falar, aqui, hoje, com cores tão vívidas, dessa tragédia que assola, em especial, os países desenvolvidos.

Como outros países emergentes, o Brasil tem sido, até agora, menos afetado pela crise mundial. Mas sabemos que nossa capacidade de resistência não é ilimitada. Queremos – e podemos – ajudar, enquanto há tempo, os países onde a crise já é aguda.

Um novo tipo de cooperação, entre países emergentes e países desenvolvidos, é a oportunidade histórica para redefinir, de forma solidária e responsável, os compromissos que regem as relações internacionais.

O mundo se defronta com uma crise que é, ao mesmo tempo, econômica, de governança e de coordenação política.

Não haverá a retomada da confiança e do crescimento enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países integrantes da ONU e as demais instituições multilaterais, como o G-20, o Fundo Monetário, o Banco Mundial e outros organismos. A ONU e essas organizações precisam emitir, com a máxima urgência, sinais claros de coesão política e de coordenação macroeconômica.

As políticas fiscais e monetárias, por exemplo, devem ser objeto de avaliação mútua, de forma a impedir efeitos indesejáveis sobre os outros países, evitando reações defensivas que, por sua vez, levam a um círculo vicioso.

Já a solução do problema da dívida deve ser combinada com o crescimento econômico. Há sinais evidentes de que várias economias avançadas se encontram no limiar da recessão, o que dificultará, sobremaneira, a resolução dos problemas fiscais.

Está claro que a prioridade da economia mundial, neste momento, deve ser solucionar o problema dos países em crise de dívida soberana e reverter o presente quadro recessivo. Os países mais desenvolvidos precisam praticar políticas coordenadas de estímulo às economias extremamente debilitadas pela crise. Os países emergentes podem ajudar.

Países altamente superavitários devem estimular seus mercados internos e, quando for o caso, flexibilizar suas políticas cambiais, de maneira a cooperar para o reequilíbrio da demanda global.

Urge aprofundar a regulamentação do sistema financeiro e controlar essa fonte inesgotável de instabilidade. É preciso impor controles à guerra cambial, com a adoção de regimes de câmbio flutuante. Trata-se, senhoras e senhores, de impedir a manipulação do câmbio tanto por políticas monetárias excessivamente expansionistas como pelo artifício do câmbio fixo.

A reforma das instituições financeiras multilaterais deve, sem sombra de dúvida, prosseguir, aumentando a participação dos países emergentes, principais responsáveis pelo crescimento da economia mundial.

O protecionismo e todas as formas de manipulação comercial devem ser combatidos, pois conferem maior competitividade, de maneira espúria e fraudulenta.

Senhor Presidente,
O Brasil está fazendo a sua parte. Com sacrifício, mas com discernimento, mantemos os gastos do governo sob rigoroso controle, a ponto de gerar vultoso superávit nas contas públicas, sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais, nem nosso ritmo de investimento e de crescimento.

Estamos tomando precauções adicionais para reforçar nossa capacidade de resistência à crise, fortalecendo nosso mercado interno com políticas de distribuição de renda e inovação tecnológica.

Há pelo menos três anos, senhor Presidente, o Brasil repete, nesta mesma tribuna, que é preciso combater as causas, e não só as consequências da instabilidade global.

Temos insistido na interrelação entre desenvolvimento, paz e segurança, e que as políticas de desenvolvimento sejam, cada vez mais, associadas às estratégias do Conselho de Segurança na busca por uma paz sustentável.

É assim que agimos em nosso compromisso com o Haiti e com a Guiné-Bissau. Na liderança da Minustah temos promovido, desde 2004, no Haiti, projetos humanitários, que integram segurança e desenvolvimento. Com profundo respeito à soberania haitiana, o Brasil tem o orgulho de cooperar para a consolidação da democracia naquele país.

Estamos aptos a prestar também uma contribuição solidária, aos países irmãos do mundo em desenvolvimento, em matéria de segurança alimentar, tecnologia agrícola, geração de energia limpa e renovável e no combate à pobreza e à fome.

Senhor Presidente,
Desde o final de 2010 assistimos a uma sucessão de manifestações populares, que se convencionou denominar “Primavera Árabe”. O Brasil é pátria de adoção de muitos imigrantes daquela parte do mundo. Os brasileiros se solidarizam com a busca de um ideal que não pertence a nenhuma cultura, porque é universal: a liberdade.

É preciso que as nações aqui reunidas encontrem uma forma legítima e eficaz de ajudar as sociedades que clamam por reforma, sem retirar de seus cidadãos a condução do processo.
Repudiamos com veemência as repressões brutais que vitimam populações civis. Estamos convencidos de que, para a comunidade internacional, o recurso à força deve ser sempre a última alternativa. A busca da paz e da segurança no mundo não pode limitar-se a intervenções em situações extremas.

Apoiamos o Secretário-Geral no seu esforço de engajar as Nações Unidas na prevenção de conflitos, por meio do exercício incansável da democracia e da promoção do desenvolvimento.

O mundo sofre, hoje, as dolorosas consequências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia, inaugurando novos ciclos de violência, multiplicando os números de vítimas civis.

Muito se fala sobre a responsabilidade de proteger, pouco se fala sobre a responsabilidade ao proteger. São conceitos que precisamos amadurecer juntos. Para isso, a atuação do Conselho de Segurança é essencial, e ela será tão mais acertada quanto mais legítimas forem suas decisões, e a legitimidade do próprio Conselho depende, cada dia mais, de sua reforma.

Senhor Presidente,
A cada ano que passa, mais urgente se faz uma solução para a falta de representatividade do Conselho de Segurança, o que corrói sua eficácia. O ex-presidente Joseph Deiss recordou-me um fato impressionante: o debate em torno da reforma do Conselho já entra em seu 18º ano. Não é possível, senhor Presidente, protelar mais.

O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea, um Conselho que incorpore novos membros permanentes e não permanentes, em especial representantes dos países em desenvolvimento.

O Brasil está pronto a assumir suas responsabilidades como membro permanente do Conselho. Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos. Temos promovido com eles bem-sucedidos processos de integração e de cooperação. Abdicamos, por compromisso constitucional, do uso da energia nuclear para fins que não sejam pacíficos. Tenho orgulho de dizer que o Brasil é um vetor de paz, estabilidade e prosperidade em sua região, e até mesmo fora dela.

No Conselho de Direitos Humanos, atuamos inspirados por nossa própria história de superação. Queremos para os outros países o que queremos para nós mesmos.

O autoritarismo, a xenofobia, a miséria, a pena capital, a discriminação, todos são algozes dos direitos humanos. Há violações em todos os países, sem exceção. Reconheçamos esta realidade e aceitemos, todos, as críticas. Devemos nos beneficiar delas e criticar, sem meias-palavras, os casos flagrantes de violação, onde quer que ocorram.

Senhor Presidente,
Quero estender ao Sudão do Sul as boas vindas à nossa família de nações. O Brasil está pronto a cooperar com o mais jovem membro das Nações Unidas e contribuir para seu desenvolvimento soberano.

Mas lamento ainda não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas. O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nesta Assembleia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título.

O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio. Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional.

Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia, como deve ser.

Senhor Presidente,
O Brasil defende um acordo global, abrangente e ambicioso para combater a mudança do clima no marco das Nações Unidas. Para tanto, é preciso que os países assumam as responsabilidades que lhes cabem.

Apresentamos uma proposta concreta, voluntária e significativa de redução [de emissões], durante a Cúpula de Copenhague, em 2009. Esperamos poder avançar, já na reunião de Durban, apoiando os países em desenvolvimento nos seus esforços de redução de emissões e garantindo que os países desenvolvidos cumprirão suas obrigações – com novas metas no Protocolo de Quioto – para além de 2012.

Teremos a honra de sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano que vem. Juntamente com o secretário-geral Ban Ki-moon, reitero aqui o convite para que todos os chefes de Estado e de Governo compareçam.

Senhor Presidente e minhas companheiras mulheres de todo mundo,
O Brasil descobriu que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza, e que uma verdadeira política de direitos humanos tem por base a diminuição da desigualdade e da discriminação entre as pessoas, entre as regiões e entre os gêneros.

O Brasil avançou política, econômica e socialmente sem comprometer sequer uma das liberdades democráticas. Cumprimos quase todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, antes de 2015. Saíram da pobreza e ascenderam para a classe média quase 40 milhões de brasileiras e brasileiros. Tenho plena convicção de que cumpriremos nossa meta de, até o final do meu governo, erradicar a pobreza extrema no Brasil.

No meu país, a mulher tem sido fundamental na superação das desigualdades sociais. Nossos programas de distribuição de renda têm, nas mães, a figura central. São elas que cuidam dos recursos que permitem às famílias investir na saúde e na educação de seus filhos.

Mas o meu país, como todos os países do mundo, ainda precisa fazer muito mais pela valorização e afirmação da mulher. Ao falar disso, cumprimento o secretário-geral Ban Ki-moon pela prioridade que tem conferido às mulheres em sua gestão à frente das Nações Unidas.

Saúdo, em especial, a criação da ONU Mulher e sua diretora-executiva, Michelle Bachelet.

Senhor Presidente,
Além do meu querido Brasil, sinto-me aqui também representando todas as mulheres do mundo. As mulheres anônimas, aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que padecem de doenças e não podem se tratar; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego, na sociedade e na vida familiar; aquelas cujo trabalho no lar cria as gerações futuras.

Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje.

Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade.

E é com a esperança de que estes valores continuem inspirando o trabalho desta Casa das Nações, que tenho a honra de iniciar o Debate Geral da 66ª Assembleia Geral da ONU.
Muito obrigada.


www.tijolaco.com

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Discurso da presidenta no Colóquio de Alto Nível sobre Participação Política de Mulheres.


A presença da Presidenta Dilma Rousseff nas atividades prepartórias da abertura da assembléia anual da ONU tem uma importância que vai além da enorme atenção que atrai sobre nosso país e nossas posições diante da ordem mundial. Ela é uma afirmação da mulher absolutamente necessária e tardia, até, no século XXI.

Embora, nas sociedades desenvolvidas, a mulher tenha alcançado senão a igualdade, ao menos a perspectiva dela no médio prazo, numa imensa parcela do mundo isso está muito longe de acontecer.

Hoje, a The Economist publica um gráfico sobre a prevalência feminina no número de óbitos de mulheres sobre o de homens em várias partes do mundo. E os dados são assustadores.

Elaborado com base nos dados do relatório do Banco Mundial, ele mostra que na China, Índia e os países africanos têm um excedente inaceitável de mortes femininas, provocadas por abortos seletivos (uma filha tem menos condições de cooperar com o sustento familiar) e pela Aids.




A fala de Dilma toca nestes assuntos com seriedade. A afirmação da condição feminina é uma exigência para quem tem pretende a afirmação da própria condição humana.

materia copiada do www.tijolaco.com

MEC vai utilizar Centros Vocacionais Tecnológicos para fazer ensino técnico à distância

19/09/2011 - Do blog de Flamínio Araripe

Os institutos federais são os principais parceiros na remodelagem do programa de extensão da educação profissional que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação pretende realizar com a ampliação e modernização dos Centros Vocacionais Tecnológicos (CVT). O projeto foi desenvolvido pela Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), em interação com as principais instituições responsáveis pela educação profissional e tecnológica no país e com base na experiência dos CVTs bem sucedidos.

A vinculação dos CVTs aos institutos federais, escolas técnicas e universidades públicas visa dotar as unidades de professores e monitores mais qualificados, explica o secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do MCTI, Marco Antonio de Oliveira. Mais de 300 CVTs estão implantados hoje no país.

Marco Antonio de Oliveira anuncia os novos critérios para acesso ao financiamento de CVTs, agora através de um processo de seleção com definição de responsabilidades. O programa do MCTI para extensão, segundo ele, este ano tem pouco mais R$ 5 milhões para CVT. “É muito pouco”, observou.

A Secis direciona os recursos para bolsas de monitores e as emendas para construção e equipamento. São provenientes de emendas 90% dos recursos da Secis. Com o corte orçamentário este ano, todavia, o MCTI ficou sem recursos de emendas.

Professor licenciado da Universidade de Campinas (Unicamp) Marco Antonio de Oliveira, que presidiu o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no governo Lula, é graduado em Ciências Políticas e Sociais pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e tem doutorado em economia pela Unicamp. No seu discurso de posse, ele informou que há 25 anos acompanha o ministro Aloizio Mercadante, da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do qual foi assessor quando este era senador.

A Secis é o braço do MCTI mais próximo para a execução de ações do programa Brasil sem Miséria, meta e também o lema do governo da presidente Dilma Rousseff. Na entrevista a seguir, o secretário Marco Antonio informa que, conforme levantamento, 980 municípios no país mereceriam CVT. São localidades onde existem institutos federais, escola técnica ou universidades públicas. A escolha considera o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) médio do município, vocação econômica a partir da identificação dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), distribuição das instituições públicas de ensino e população.

Blog - Qual a perspectiva que se desenha para o programa dos Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) hoje no país?

Marco Antonio de Oliveira - Estamos concluindo o plano para ampliação e modernização dos CVTs. Ele prevê basicamente o seguinte: o fortalecimento de parcerias com os Institutos Federais de Educação Superior, com as escolas técnicas públicas federais ou estaduais e com as universidades públicas, no sentido de dotar os CVTs de professores e monitores mais qualificados. Procuramos nos espelhar nas parcerias bem sucedidas que são as realizadas com estas instituições de ensino e pesquisa para, a partir daí, propor um novo arranjo institucional. Nós temos tido conversas com o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e com o Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti) para propor esse desenho e tentar pactuar novas regras de implantação dos CVTs.

A ideia é haja um padrão de instalação dos CVTs com a definição de equipamentos básicos em toda rede, definição de uma marca visual única para toda a rede, com critério de implantação nos estados e com o fortalecimento, sobretudo, das ações voltadas para a área de extensão tecnológica. Em agosto se deu o lançamento do novo modelo de referência para implantação e modernização dos CVTs que define de maneira bastante detalhada esta política.

Neste contexto, que contribuição trouxe o seminário A Extensão Tecnológica no Brasil, realizado do Conselho de Altos Estudos da Câmara, as Comissões Especial do Plano Nacional de Educação (PNE) e de Ciência e Tecnologia, por requerimento de autoria do deputado Ariosto Holanda?

O seminário veio em boa hora por vários motivos. Estamos neste momento discutindo esse novo modelo com os principais atores envolvidos na organização dos CVTs. O seminário é por si só uma oportunidade de debate e de verificação se de fato o que estamos propondo está em linha com a preocupação da maior parte dos que têm interesse nesta política. Em segundo lugar porque estamos abrindo um novo período legislativo. É o momento para definição do orçamento para 2012. É o momento, portanto, da mobilização de parlamentares para colocação de emendas. O que se espera nesta oportunidade é poder traçar diretrizes, orientar a destinação de recursos de tal forma que esses recursos propiciem não só a implantação de novos CVTs como a modernização dos já existentes. Queremos saudar essa iniciativa e dizer da importância da interlocução com os principais interessados na implantação dos CVTs. Espero que o evento sirva para melhorar a proposta de implantação e modernização dos CVTs.

Qual a proporção de recursos provenientes de emendas e de recursos próprios do Ministério para as ações de extensão desenvolvidas pela Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis)?

Este ano praticamente não tivemos recursos provenientes de emendas, em função do corte orçamentária. A verdade é que nossos recursos discrionários (próprios do Ministério) são muito pequenos. Este ano tivemos pouco mais de R$ 5 milhões para CVTs. Em se tratando de uma política do governo federal, é muito pouco. O que pretendemos com esses recursos é orientá-los para concessão de bolsas de monitoria, bolsas de extensão para os profissionais que vão atuar nos CVTs, canalizando os recursos de emendas para implantação e aquisição de equipamentos.

Sem dúvidas, nós precisamos ainda criar uma fonte própria de recursos que viabilize a implantação dos CVTs sem depender exclusivamente de emendas. Hoje dependemos quase em 90% dos recursos provenientes de emendas. O deputado Ariosto lançou a ideia de um fundo voltado especificamente para o apoio à extensão tecnológica. Este é um bom debate a ser feito no Congresso Nacional.

O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec) é uma esperança de nova fonte de recursos para a ação da Secis com os CVTs? 

Para nós, sim. Estive com o secretário executivo do Ministério da Educação, José Henrique Paim Fernandes, discutindo uma parceria com o MEC e com o secretário de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), Eliezer Pacheco, do MEC. O MEC reiterou o desejo de se integrar à rede dos CVTs. Estamos discutindo com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) sobre as contrapartidas numa eventual participação dos Institutos Federais no desenho dos CVTs. O MEC, no entanto, tem enfatizado mais a participação na Escola Técnica Aberta, e-TEC (o programa de educação a distância do MEC voltado para o ensino técnico) do que no Pronatec. Mas aventou a hipótese de que isso ocorra. Trata-se, porém, de um esforço que estamos empreendendo, mas ainda não está concluído.

Como foi a conversa no MEC com os secretários José Henrique Paim e Eliezer Pacheco?

Conversamos sobre a parceria que vamos concretizar. Já havia disposição política do MEC. O MEC irá dispor recursos para as entidades que integrarem a rede pública federal ou estadual de ensino para a criação de CVTs com objetivo de resolver problemas de custeio e das equipes de monitores. Queremos mais do que simplesmente contar com apoio de recursos do MEC, construir uma parceria também no que diz respeito aos conteúdos e às atividades de extensão. O MEC irá utilizar a estrutura dos CVTs para fazer ensino à distância e as atividades do CVT estarão em linha com as atividades do e-TEC e do Pronatec.

Como se dará a inserção deste programa dos CVTs no e-TEC?

Em se tratando de instituição pública federal, a relação com o e-TEC propiciaria recursos para a manutenção da rede, bolsas para professores e monitores. Enfim, permitiria também articular as ações dos CVTs na rede de educação tecnológica de maneira a usar a rede para fazer atividade de educação à distância. Possibilitaria utilizar a tecnologia já desenvolvida pela rede e-TEC para gestão e monitoramento da rede de CVTs. São possibilidades em estudos que são uma promessa de integração entre a ação do MCT e o MEC com vistas à implantação dos CVTs.

Como deve ser o CVT neste novo modelo?

Nossa preocupação é fazer do CVT um espaço privilegiado para a prática da extensão tecnológica dentro do espírito preconizado pelo deputado Ariosto Holanda. Vinculamos o tipo de CVT por porte do município e considerando a vocação econômica local. Há exemplo de CVTs criados em localidade cujo porte não condiz com a realidade local ou a atividade proposta não tem aderência com a vocação econômica local, o que compromete na origem a implementação do projeto.

Queremos que o projeto técnico pedagógico do CVT fique a cargo dos institutos federais, escolas técnicas universidades públicas e excepcionalmente ao Sistema S e a organizações sociais vinculadas a governos estaduais e municipais. Pensamos naqueles parceiros, que mesmo entes privados, cumprem função pública e, em função disso, merecem fazer parte. São parceiros que vêm participando da construção dos CVTs, como é exemplo o Instituto Centec, organização social do Ceará.

Que todos tenham um laboratório vocacional de acordo com a vocação econômica do município, área de estudos e parte administrativa. O CVT tipo 2 é acrescido de uma sala de videconferência para ensino a distância em parceria com o MEC. O tipo 3 prevê acréscimo de laboratório de informática, auditório e sala multiuso, além de laboratório de ciências. Este padrão foi construído com base nas experiências em curso nos últimos anos.

Como é a ideia do CVT itinerante?

As unidades móveis são para regiões de baixa densidade populacional com até 10 mil habitantes. O exemplo bem sucedidos na Amazônia são os barcos do Sistema S. O MEC está criando unidades móveis do e-TEC cujo padrão tecnológico servirá de base às nossas unidades móveis. O CVT 1 se destina a cidades com até 20 mil habitantes; o CVT 2 até 50 mil e o CVT 3 para municípios com mais de 50 mil habitantes. Desde que se justifique em função da demanda local.

Nesta nova concepção, como vai operar o programa nacional de CVTs?

Hoje praticamente fazemos CVT por iniciativas parlamentares. Queremos manter as iniciativas parlamentares, mas queremos ordenar o processo. Vamos trabalhar através de convênio, parceria e termo de cooperação com recursos próprios ou de emendas parlamentares. Não dispomos hoje de grandes volumes de recursos próprios. Vamos publicar no portal do MCTI um documento que vai organizar uma chamada pública e dar caráter mais republicano ao processo de escolha dos convênios ou projetos celebrados. A ideia é que tenhamos uma fase de habilitação para envio da proposta, exame do documento de referência, seleção, uma etapa eliminatória e divulgação do resultado de forma pública no Sistema de Convênios e Contratos de Repasse (Siconv), onde os projetos também deverão ser cadastrados. A instituição selecionada assume a parte de manutenção, vigilância, asseio e conservação do CVT.

Como será esta seleção?

A seleção vai obedecer a critérios objetivos de classificação segundo qualificação técnica dos executores, análise de necessidade, viabilidade técnica e sustentabilidade, adequação entre custos, cronogramas e resultados e enquadramento quanto aos objetivos da ação. Já a partir de setembro, a sistemática estará disponível portal do MCTI. Considerando o desenho do Ariosto, 980 municípios no país mereceriam CVT. É onde tem escola técnica, institutos federais ou universidades públicas, considerando o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) médio do município, vocação econômica a partir da identificação dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), distribuição das instituições públicas de ensino e população. Vamos privilegiar projetos focados para atender a essas localidades.


domingo, 18 de setembro de 2011

Mulher Rica é Presa em Flagrante por Crime de Racismo e Falta de Respeito na Avenida Paulista (SP)


Mulher racista e soberba vai parar na Cadeia após cometer publicamente Crime Inafiançável de Racismo e Maus Tratos contra paraplégico em Ruas de São Paulo!!!


Não gostaria de expor esta pessoa, mas a sua atitude nos obriga a isto. O quanto ainda temos de lutar por um Brasil mais humano e democratico.

Um pouco da genialidade de Arnaldo Antunes.



Grupos de oposição se unem em Matões do Norte.

"Um evento acima das expectativas e um momento considerado histórico para a política de Matões do Norte" - foram as palavras mais proferidas pelos principais líderes de oposição do município de Matões do Norte, no momento em que estiveram reunidos na tarde/noite deste sábado (17), na Fazenda São Paulo.

A reunião foi idealizada pelo vereador Joni Rocha, professor Gigi de seu Vá e pelo empresário/pecuarista Rui Maia. O evento, que inicialmente foi chamado de 1ª reunião do grupão de oposição de Matões do Norte, contou com a participação de nove partidos.

Todos os representantes destes partidos se comprometeram a lutar, unidos, pela recuperação de Matões do Norte, começando com a sucessão municipal do próximo ano e eleger o maior numero de vereadores.

Além dos idealizadores do evento, estavam presente o ex-vice-prefeito, Ademar Paiva do PT, os ex-vereadores Graci, Alves Junior, Mauricio Maia e Florentino, lideranças sindicais, presidentes de associações, representantes das Igrejas, estudantes, comerciantes, lavradores, pecuaristas, prestadores de serviços e vários lideres políticos regionalizados. A próxima reunião já foi marcada para o próximo sábado (24), na residência do ex-vice-prefeito Ademar Paiva do PT.