sexta-feira, 6 de novembro de 2015

China. Empresa de desenvolvimento de infra-estrutura da China HKND Group, pretende iniciar a construção do canal da Nicarágua no final de 2016.

A criança brinca na costa, na aldeia Rama indiano, Bangkukuk, em 18 de março de 2015. Se o canal Nicarágua é construído, projetos de construção indicar um porto de contentores enorme será construído direito sobre esta terra. [Foto / IC]

Por Lyu Chang (chinadaily.com.cn)

A Empresa de desenvolvimento de infra-estrutura da China HKND Group, através de seu representante, disse na ultima quinta-feira que pretende iniciar a construção do Canal da Nicarágua, um projeto inter-oceânico estimado em US $ 50 bilhões, até o final do próximo ano, depois de receber a licença ambiental do governo Nicaraguense.

"Este é um marco para o desenvolvimento deste projeto, e estamos satisfeitos que o Canal da Nicarágua possa avançar com a velocidade máxima e com o apoio de muitos setores do país", disse Bill selvagem, o conselheiro-chefe do projeto da empresa chinesa.

A avaliação de impacto ambiental e social do projeto, realizada por uma consultoria britânica ERM consumiu dois anos de grandes esforços, reconhecemos que o projeto tem impactos, ambiental e socialmente, mas os benefícios positivos que o projeto trará irá exceder os impactos negativos.

A empresa sediada em Hong Kong, pretende iniciar o trabalho preliminar no distrito de Brito Porto na cidade costeira do sudoeste de Brito, no final deste ano.

A rota traçada do canal se estende desde a cidade costeira do sudeste de Brito até a foz do rio Punta Gorda, no Caribe, passando por mais de 105 quilômetros do Lago Nicarágua.

Pang Kwok Wai, vice-presidente executivo de HKND Group, disse que o custo total do projeto é provável que fique inferior ao projetado inicialmente em US$ 50.000.000.000,00 devido ao fato de que o preço do petróleo caiu para cerca de US$ 30 a 40 o barril este ano.

"Quando estávamos fazendo a avaliação para o custo do projeto no ano passado, o preço do petróleo era de US$ 70 a 80 acima, mas como o preço bruto se manteve caindo, ele vai reduzir bastante o nosso custo", disse ele.

"Se você olhar para a quantidade de combustível que usaremos, você vai saber que este é o melhor momento para tal investimento."



MinC. Ordem do Mérito Cultural 2015 homenageia Augusto de Campos. Sônia Guajajara é a representante do Maranhão entre os 29 agraciados.

"O poeta concreto vê a palavra em si mesma - campo magnético de possibilidades - como um objeto dinâmico, uma célula viva, um organismo completo, com propriedades psicofisicoquímicas, tacto, antenas, circulação, coração: viva". Desta forma, o ensaísta, poeta, e tradutor brasileiro Augusto de Campos conceituou a si mesmo e a seus amigos, o irmão Haroldo de Campos e Décio Pignatari, criadores na década de 1950 do movimento nacional de poesia concreta. 
Nesse estilo de escrever, "contra a introspecção autodebilitante e contra o realismo simplista e simplório", a poesia concreta situa-se "de frente para as coisas, aberta, em posição de realismo absoluto". 
Para viabilizar tal composição, os poetas exploram a palavra, enquanto signo oral e escrito, as cores, formas e o próprio espaço entre os elementos, muitas vezes em perspectiva, passando a ilusão da tridimensionalidade, constituindo, desta forma, o conceito de verbivocovisualidade, uma combinação de texto, voz e imagem.
Aos 84 anos, o paulista Augusto de Campos é o homenageado da edição 2015 da Ordem do Mérito Cultural (OMC), condecoração que premia personalidades, órgãos e entidades públicas e privadas nacionais e estrangeiras com reconhecida contribuição à cultura brasileira.
Além da homenagem, Campos será condecorado na classe grã-cruz - a mais alta das três classes. As outras são comendador e cavaleiro. 
A edição deste ano da OMC premiará 29 personalidades e cinco entidades culturais. A cerimônia será realizada na próxima segunda-feira (9), às 20h, em Brasília, no Palácio do Planalto. 
Acompanhe nos canais de comunicação do Ministério da Cultura a cobertura completa da cerimônia.


Unica escolhida representando o Maranhão. 

Sônia Guajajara
Uma das principais lideranças indígenas do Brasil, nasceu na aldeia do povo Guajajara, no Maranhão. 
A indígena milita pelo respeito à diversidade apresentada pelos povos indígenas em palestras e seminários no Brasil e no exterior. 
Coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia também é formada em Letras e em Enfermagem, tendo trabalhado nas duas áreas. 
Camila Campanerut - Assessoria de Comunicação - Ministério da Cultura.

A guerra diária do Brasil contra os jovens.

22/10/2015 (Notícia de Ontem) Fonte: CartaCapital/ Deutsche Welle Por Renata Malkes (Deutsche Welle).

O Brasil teve 46.881 casos de assassinato em 2014. 
Com 4.610 homicídios – 28 para cada 1.000 habitantes – o estado do Rio de Janeiro fica atrás apenas da Bahia (5.450). 
Os dados foram revelados em um balanço publicado pelo Ministério da Justiça na última semana. 
O quadro geral é alarmante se comparado, por exemplo, à taxa de homicídios da República Democrática do Congo, país africano assolado por uma guerra civil: 30,8 para cada 1.000 habitantes.

No Brasil, negros e pardos representaram 72% das vítimas. Emerge, assim, o fantasma do racismo num país que se debate para deixar para trás seu passado colonial. Na capital fluminense, muita gente deu de ombros às estatísticas divulgadas num ano em que todos os olhos estão voltados para a sede dos Jogos Olímpicos. 

Afinal, para moradores de comunidades carentes, esse retrato da violência representa uma rotina conhecida. Os números são apenas mais uma pesquisa incapaz de produzir mudanças. E uma constatação renovada da indiferença de parte da sociedade, sobretudo, quando os alvos da matança são jovens, negros e pobres.

"Vivemos na insegurança. Normalmente, a polícia já entra atirando, sempre por volta das 6h, 7h da manhã, quando os trabalhadores estão saindo de casa e as crianças indo para escola… Várias vezes acordei com policiais apontando um fuzil para o meu rosto, quando ainda estava na cama. Bateram na janela da minha casa e nem esperaram que eu levantasse. Invadiram para fazer uma busca. Vou fazer o quê? Reclamar com quem?", conta a carioca Jehnifer Raul, de 22 anos, ativista social e representante da Favela de Acari no Fórum das Juventudes do Rio de Janeiro.

Essa marginalização traz à tona outros dados chocantes. Por exemplo, na contramão de todos avanços sociais conquistados na última década, o Brasil ainda ocupa o terceiro lugar em homicídios de adolescentes entre 85 países, de acordo com o Mapa da Violência, estudo encomendado pelo governo federal e divulgado este ano, com dados relativos a 2013. São 54,9 homicídios para cada 100 mil jovens de 15 a 19 anos, atrás apenas de México e El Salvador. Para efeito de comparação, a taxa brasileira é 275 vezes maior do que a de países como Áustria ou Japão, que apresentam índices de 0,2 homicídios por 100 mil.

A cada dia 10,3 adolescentes são assassinados

Se considerada a faixa etária entre 16 e 17 anos, os homicídios representam quase metade das causas de morte no Brasil – 8.153 jovens nessa faixa etária morreram em 2013, dos quais 3.749 (43%) foram assassinados. Ou seja, mais de 10 adolescentes foram assassinados por dia no país. A projeção é de que 3.816 serão mortos até o final de 2015, pelas mãos da polícia ou de bandidos. As maioria esmagadora das vítimas (93%) são adolescentes do sexo masculino, negros e com baixa escolaridade.

Autor do Mapa da Violência, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz diz que os assassinatos de jovens brasileiros seguem em curva ascendente por diversos motivos. Da tolerância da sociedade à falta de investimento em educação, passando pela ausência de reformas do Código Penal e pelo despreparo de uma polícia cuja atuação ele classifica como "criminosa".

"Cada país tem o número de crimes que sua política decide ter. E esse limite de tolerância no Brasil é muito alto, o brasileiro aceita. Aqui prende-se sem saber se o jovem é culpado, mata-se um jovem suspeito sem se importar, encarcera-se como em nenhum outro lugar do planeta sem que sejam dadas as mínimas condições de recuperação aos menores."

Ele também identifica um problema concreto nas políticas de educação: "o país assistiu à erradicação da pobreza extrema e universalizou o sistema de ensino fundamental de 6 a 14 anos, mas deixou à deriva os jovens a partir daí. A adesão ao ensino médio e sua qualidade caíram muito", avalia Waiselfisz.

Homicídios no Rio caem, mas não para todos

Curiosamente, os números apontam contradições no Rio de Janeiro, num momento em que todas as atenções se voltam à segurança pública às vésperas dos Jogos Olímpicos de 2016. Apesar de um aumento na taxa geral de homicídios no estado, entre os jovens, o número de assassinatos vem caindo: houve uma redução de 73% entre 2000 e 2013, aponta o Mapa da Violência.

A estatística parece positiva, mas não é suficiente, alegam ativistas. E isso porque há gargalos na segurança pública do estado. Um jovem negro tem três vezes mais chances de ser assassinado que um branco, confirma o Índice de Homicídios da Adolescência (IHA), elaborado em parceria pelo Laboratório de Análise de Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o Unicef, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e a ONG Observatório das Favelas. Ou seja, a redução da violência não é proporcional.

RJ: parentes de vítimas e moradores de Manguinhos fazem manifestação contra a violência provocada pelo estado. Créditos: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

"Temos na história brasileira 400 anos de escravidão e pouco mais de 100 anos de liberdade dos negros e, tradicionalmente, o crime não é o que define a violência, mas quem comete o crime. Desde sempre foi assim. Se um escravo e um senhor do engenho cometessem um determinado crime, o do escrevo seria considerado muito mais bárbaro. A dinâmica da violência letal é explicada através da sociedade de consumo. Como a vida é medida a partir do consumo de bens, a vida de quem tem menos, vale bem menos", pontua o geográfo Jailson Silva, presidente do Observatório das Favelas.

Pehkx Jones da Silveira, subsecretário de Educação, Valorização e Prevenção da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio, admite as dificuldades de reduzir a violência diante do constante cenário de guerra entre traficantes de drogas. Mas, apesar das críticas constantes à truculência e ao desempenho das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas cariocas, ele ressalta os avanços e defende a reciclagem constante dos policiais.

"A redução nos homicídios de jovens mostram que o policiamento de proximidade não falhou. Mas esse modelo não é permanente, ele se adequa à realidade e às circunstâncias de cada território, às informações de inteligência e patrulhamento. Estamos em processo permanente de revisão. Não podemos esquecer que mais de 40% dos policiais vieram dessas comunidades carentes e conhecem a realidade. Eles têm seus traumas por violência com armas de fogo, brigas domésticas e confrontos. Precisamos desconstruir esses traumas para formar bons profissionais", diz o subsecretário.

Pressão da ONU

O debate chegou ao Comitê para os Direitos das Crianças das Nações Unidas, em Genebra. Num duro relatório, a ONU mostrou grave preocupação com o elevado número de execuções extrajudiciais, chamadas de "autos de resistência", prisões aleatórias, impunidade generalizada e a vulnerabilidade dos jovens - tanto diante dos traficantes de drogas como da própria polícia. No início de outubro, num processo que se repete a cada cinco anos, uma delegação do governo brasileiro foi sabatinada durante seis horas sobre questões que incluíram, ainda, o aumento do turismo sexual e a redução da maioridade penal, classificada como um retrocesso por fazer dos jovens um bode expiatório da violência ao invés de protegê-los.

"Estamos muito preocupados porque, em grande parte, a violência vem de agentes do próprio Estado. Sempre houve práticas de limpeza social no Brasil, apesar de avanços em áreas como saúde e educação. Nossas recomendações são mais ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade, com políticas públicas voltadas à educação e ao engajamento das famílias dos jovens. O Brasil tem uma situação muito ruim, muito estrutural, que não se resolve em 10, 15 anos. O trabalho a ser feito é de longo prazo", afirmou à DW Brasil a equatoriana Sara Oviedo Fierro, uma das peritas da ONU envolvidas no relatório.

Russia - Putin (no Clube Valdai) mandou um recado para a elite ocidental: as brincadeiras terminaram.

O blogger russo chipstone resumiu os principais pontos do discurso de Putin (no Clube Valdai - NT) assim:

O chipstone blogger russo resumiu os pontos mais salientes do discurso Putin como segue:

1. A Rússia não vai mais jogar jogos e se engajar em negociações de bastidores sobre ninharias. Mas a Rússia está preparada para conversas sérias e acordos, se estes são propícias para a segurança colectiva, são baseados em equidade e ter em conta os interesses de cada lado.

2. Todos os sistemas de segurança coletiva mundial encontram-se agora em ruínas. Já não há quaisquer garantias de segurança internacionais em tudo. E a entidade que os destruiu tem um nome: Os Estados Unidos da América.

3. Os construtores da Nova Ordem Mundial falharam, tendo construído um castelo de areia. Seja ou não uma nova ordem mundial de qualquer tipo está a ser construída não é apenas a decisão da Rússia, mas é uma decisão que não será feita sem a Rússia.

4. Rússia favorece uma abordagem conservadora para a introdução de inovações para a ordem social, mas não se opõe a investigar e discutir tais inovações, para ver se a introdução de qualquer um deles pode ser justificado.

5. A Rússia não tem intenção de ir à pesca nas águas turvas criadas pelos Estados Unidos da América e sua ordem em constante expansão, "O Império do Caos". A Russia não tem interesse em construir um novo império de sua própria influencia (isto é desnecessário; os desafios da Rússia está no desenvolvimento de seu já vasto território). A Rússia não está mais disposta a agir como a salvadora do mundo, como ela teve no passado.

6. A Rússia não vai tentar reformatar o mundo em sua própria imagem, mas nem ela permitirá que qualquer outra pessoa tente reformatar o planeta em sua imagem. A Rússia não vai fechar-se fora do mundo, mas qualquer um que tentar fechá-la fora do mundo vai ter a certeza de colher um turbilhão de problemas.

7. A Rússia não deseja espalhar o caos, não quer a guerra, e não tem nenhuma intenção de começar uma. No entanto, hoje a Rússia vê a eclosão da guerra global como quase inevitável, está preparando-se para isso, e continua a se preparar para ela. "A Rússia não iniciará a guerra, mas não a teme".

8. A Rússia não tem intenção de assumir um papel ativo em frustrar aqueles que ainda estão tentando construir a sua Nova Ordem Mundial até que os seus esforços comecem a chocar-se com os interesses fundamentais da Rússia. A Rússia preferiria estar perto e vê-los dar-se o maior número de nódulos quanto as suas cabeças pobres podem tomar. Mas aqueles que conseguem arrastar a Rússia para este processo, pelo descaso, para saciar seus interesses, será ministrado o verdadeiro significado da dor.

9. Em seu exterior, e, mais ainda, na política interna, o poder da Rússia não vai contar com as elites e sua negociação nos bastidores, mas na vontade do povo.

Para estes nove pontos que eu gostaria de adicionar um décimo:

10. Há ainda uma chance de construir uma nova ordem mundial que vai evitar uma guerra mundial. Essa nova ordem mundial deve necessariamente incluir os Estados Unidos "mas só pode fazê-lo nas mesmas condições que todos os outros: sujeito ao direito internacional e os acordos internacionais; abstendo-se de qualquer ação unilateral; no pleno respeito da soberania de outras nações".

Para resumir tudo: O tempo de jogo acabou. Crianças, arrumem os seus brinquedos. Agora é a hora para os adultos tomarem as decisões. A Rússia está pronta para isso; é o restante do mundo?

Polícia pode entrar em residências sem mandado, decide STF.

É lícita a invasão de domicílio visando a busca de provas sem mandado judicial pela polícia militar, desde que amparada em fundadas razões pelos agentes, justificada a excepcionalidade por escrito, sob punição disciplinar, civil ou penal. Essa foi a decisão do plenário do STF nessa tarde de quinta-feira (5).

Caso concreto

O corréu, que confessou o crime, mas não foi quem ingressou com o recurso extraordinário, foi surpreendido pela polícia conduzindo um caminhão cujo interior possuía drogas. Apontou um terceiro, réu recorrente ao Supremo, como aquele que pediu para transportar a droga. A PM entendeu que se o réu havia pedido o transporte, talvez possuísse material no interior da residência. Entraram na casa e descobriram a droga.
Ambos foram condenados. No Recurso Extraordinário 603.616, o réu questionou a legitimidade da PM em violar a residência, durante a noite e sem mandado judicial, em busca de provas, vez que o acórdão recorrido entendeu que, na prática de crime permanente, em que a consumação do delito se perpetua no tempo, é prescindível a apresentação de mandado de busca e apreensão, estando autorizadas as buscas efetivadas pela autoridade policial.

Busca e apreensão é claramente invasiva, mas tem grande valia para a repressão

O ministro Gilmar Mendes, relator do processo, teve seu voto seguido pelos ministros Luiz Fux, Edson Fachin, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Celso de Mello e o presidente Ricardo Lewandowski.
Em seu voto, o ministro Gilmar Mendes afirmou que a busca e apreensão domiciliar é claramente uma medida invasiva, mas de grande valia para a repressão à prática de crimes e para investigação criminal. O ministro admitiu que ocorrem abusos – tanto na tomada de decisão de entrada forçada quanto na execução da medida – e reconheceu que as comunidades em situação de vulnerabilidade social muitas vezes são vítimas de ingerências arbitrárias por parte de autoridades policiais.
Por maioria, os ministros estabeleceram a tese de que as buscas sem mandado judicial são lícitas quando amparadas em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, desde que haja flagrante delito no local. Os abusos deverão ser verificados nas audiências de custódia, sob punição disciplinar, civil ou penal dos agentes policiais.

Marco Aurélio destaca "carta em branco para a polícia invadir domicílios"

Marco Aurélio acredita que o voto de Gilmar será "uma carta em branco para a polícia invadir domicílios". 
Segundo o ministro, avaliando o caso concreto, “o Direito Penal se rege pelo princípio da legalidade estrita. Nós podemos aqui julgar como delito permanente? Poderiam os policiais não ter encontrado na residência qualquer indício do tráfico. Mas encontraram. O resultado justifica a invasão? Isso viola o artigo quinto da CF. Não se tem, no acórdão referido, uma linha quanto a um outro elemento probatório que levasse a conclusão da culpabilidade".
"Não estou a dizer aqui que não cabe a PM invadir uma casa quando esteja sendo cometido, considerado o flagrante, um delito. Estou considerando as balizas objetivas do caso concreto. E a partir disso, provejo o recurso e o absolvo-o”. Por maioria, o recurso foi negado. Marco Aurélio teve seu voto vencido.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Brasil firma o Pacto Nacional para Alimentação Saudável - Decreto nº 8.553, de 03 de novembro de 2015.

Foto -  MDS.

Objetivo é promover o consumo de alimentos saudáveis a fim de combater o sobrepeso, obesidade e doenças decorrentes da má alimentação. 
O governo federal lançou na ultima terça-feira (3) o Pacto Nacional para Alimentação Saudável, com foco na promoção do consumo de alimentos saudáveis e adequados e a ampliação das condições de oferta e disponibilidade desses alimentos para combater o sobrepeso, a obesidade e as doenças decorrentes da má alimentação da população brasileira. A proposta foi apresentada no primeiro dia de debates da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em Brasília.
 A ideia do governo ao lançar o Pacto Nacional para Alimentação Saudável leva em consideração o sucesso já alcançado pelas ações de enfrentamento da insegurança alimentar, com políticas públicas estruturantes como o aumento da oferta de alimentos por meio do fortalecimento da agricultura familiar, o Programa Bolsa Família, o Plano Brasil Sem Miséria e a elevação do salário mínimo. Agora esse conjunto de ações será direcionada para novos desafios, com foco na segurança alimentar e promoção do consumo de alimentos saudáveis.
Serão mobilizados estados, Distrito Federal e municípios, além da sociedade civil organizada, organismos internacionais e do setor privado, com campanhas a fim de promover esclarecimento da população sobre a importância de hábitos alimentares saudáveis e atuar no ambiente escolar, no sistema de saúde e nos equipamentos de alimentação.
“As crianças estão entre as prioridades da iniciativa, uma vez que quanto mais cedo estivermos expostos à alimentação inadequada, mais cedo também surgem os problemas decorrentes da má alimentação, como a diabetes, hipertensão e a até mesmo o câncer”, explica o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos.
O Pacto também prevê incentivos à produção de alimentos orgânicos, agroecológicos e da agricultura familiar com o objetivo de assegurar a oferta regional e local desses produtos. Os programas de compras públicas, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que atende mais de 43 milhões de estudantes da rede pública de ensino, também têm papel importante.
A merenda escolar brasileira já foi destacada pela FAO como um dos fatores fundamentais para a saída do Brasil do Mapa Mundial da Fome, em 2014. Todos os dias, 43 milhões de crianças e adolescentes se alimentam na escola – número maior do que a população da Argentina.
Fonte: MDS
Leia a seguir a integra do Decreto que institui o Pacto Nacional para Alimentação Saudável.
Institui o Pacto Nacional para Alimentação Saudável.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV e inciso VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, 

DECRETA: 

Art. 1º Fica instituído o Pacto Nacional para Alimentação Saudável, com a finalidade de ampliar as condições de oferta, disponibilidade e consumo de alimentos saudáveis e combater o sobrepeso, a obesidade e as doenças decorrentes da má alimentação da população brasileira. 

§ 1º Poderão integrar o Pacto os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, a sociedade civil organizada, os organismos internacionais e o setor privado. 

§ 2º O Pacto deverá considerar as especificidades regionais, culturais e socioeconômicas e as necessidades alimentares especiais da população. 

Art. 2º São diretrizes do Pacto Nacional para Alimentação Saudável:
I - promover o direito humano à alimentação adequada;
II - fomentar o acesso a alimentos de qualidade e em quantidade adequada, considerando a diversidade alimentar e os aspectos sociais e culturais da população brasileira;
III - articular ações para o enfrentamento do sobrepeso, da obesidade e das doenças decorrentes da má alimentação; e
IV - fortalecer as políticas de promoção da organização e da comercialização da produção da agricultura familiar.  

Art. 3º São eixos do Pacto Nacional para Alimentação Saudável:
I - aumentar a oferta e a disponibilidade de alimentos saudáveis, com destaque aos provenientes da agricultura familiar, orgânicos, agroecológicos e da sociobiodiversidade;
II - reduzir o uso de agrotóxicos e induzir modelos de produção de alimentos agroecológicos;
III - fomentar a educação alimentar e nutricional nos serviços de saúde, de educação e de assistência social;
IV - promover hábitos alimentares saudáveis para a população brasileira;
V - reduzir de forma progressiva os teores de açúcar adicionado, de gorduras e de sódio nos alimentos processados e ultraprocessados;
VI - incentivar o consumo de alimentos saudáveis no ambiente escolar, bem como a regulamentação da comercialização, da propaganda, da publicidade e da promoção comercial de alimentos e bebidas em escolas públicas e privadas, em âmbito nacional;
VII - fortalecer as políticas de comercialização e de abastecimento da agricultura familiar; e
VIII - aperfeiçoar os marcos regulatórios para o processamento, a agroindustrialização e a comercialização dos produtos da agricultura familiar. 

Art. 4º A Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional - Caisan, no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - Sisan, será a instância de coordenação e gestão do Pacto Nacional para Alimentação Saudável. 

Art. 5º O Pacto Nacional para Alimentação Saudável será formalizado por meio de acordo de cooperação e de plano de trabalho, que conterá o detalhamento dos compromissos firmados. 

Art. 6º O Pacto Nacional para Alimentação Saudável será custeado por:
I - dotações orçamentárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, consignadas anualmente nos respectivos orçamentos, observados os limites de movimentação, de empenho e de pagamento fixados anualmente; e
II - outras fontes de recursos destinadas por organismos internacionais e entidades privadas sem fins lucrativos, cujo objeto social seja compatível com os eixos e as diretrizes do Pacto. 

Art. 7º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília, 3 de novembro de 2015; 194º da Independência e 127ºda República.  

DILMA ROUSSEFF

Aloizio Mercadante
Marcelo Costa e Castro
Tereza Campello
Patrus Ananias

Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.11.2015

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Senadores criticam propostas do PMDB na “Ponte para o futuro” .

Preocupado com a precarização dos direitos dos trabalhadores, o senador Paulo Paim (PT-RS) se disse surpreso com carta publicada pelo PMDB, intitulada “Ponte para o futuro”, que, na opinião dele, pode levar a uma fragilização maior para os empregados em suas relações com os patrões. 
Entre os projetos defendidos pelo PMDB, está o que dá mais força aos acordos e negociações coletivas do que aos direitos previstos em lei

Entre os projetos defendidos pelo PMDB, está o que dá mais força aos acordos e negociações coletivas do que aos direitos previstos em lei, disse o senador. “Na prática, ela vai tocar no piso salarial, na carteira assinada, porque não tem motivo mais ter CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), 13º salário, jornada de trabalho, fundo de garantia, férias, aviso prévio, seguro-desemprego, e o mais recente projeto das empregadas domésticas. Todos vão ficar fragilizados”, avalia o senador petista.


As críticas ao documento do PMDB não vieram apenas do petista. O senador peemedebista Roberto Requião (PR) fez duras críticas ao texto da Fundação Ulysses Guimarães com sugestões do PMDB para a superação da crise. Para ele, o texto deveria ser “definitivamente enterrado” no congresso da legenda, marcado para o próximo dia 17.

O senador declarou: “Eles não querem reduzir o pagamento de juros, reduzir os juros do Banco Central; eles querem cortar saúde, educação, salário e previdência social. Este não é o PMDB de Ulysses Guimarães”, afirmou, ao criticar também a sugestão classificada por ele de “parlamentarismo ilegítimo, travestido de presidencialismo”. 


De Brasília  - Márcia Xavier, com agências.



NOTA: Caso o nobre leitor tenha a curiosidade de ler o referido documento golpista do PMDB, poderá acessá-lo aqui. http://pmdb.org.br/wp-content/uploads/ 2015/10/RELEASE-TEMER_A4-28.10.15-Online.pdf