A traição segundo a Justiça
“Quando tiver na casa de uma e a
outra ligar para ele, ao invés de falar a verdade, recomendo que diga
que está na pescaria com os amigos. Evita briga, litígio, quiproquó e
não tem importância nenhuma. Isso não é crime”, disse na ação o juiz
Carlos Roberto Loiola, de Divinópolis. O conselho parte de uma
estratégia para evitar uma briga mais séria entre as duas mulheres,
segundo o juiz.
Uma ação na Justiça mineira
envolvendo um triângulo amoroso e briga entre mulheres com direito a
“unhadas e puxões de cabelo” ganhou uma sentença inusitada.
Nela, o juiz Carlos Roberto Loiola, de
Divinópolis, Minas, deu dicas ao homem disputado pelas duas mulheres
sobre como agir para “despistar” as companheiras.
“Quando tiver na casa de uma e a outra
ligar para ele, ao invés de falar a verdade, recomendo que diga que está
na pescaria com os amigos. Evita briga, litígio, quiproquó e não tem
importância nenhuma. Isso não é crime.”
A decisão foi publicada no mês passado,
fruto de uma ação movida por uma das mulheres envolvidas na disputa
amorosa. Ela pedia indenização por danos morais por ter “levado uma
surra” da rival.
O conselho dado ao alvo da disputa
amorosa, diz o juiz, faz parte de uma estratégia para evitar outra
briga, desta vez mais séria, entre as duas.
“Quantas vezes você não diz pequenas mentiras para pacificar o ambiente na sua casa?”, disse Loiola à Folha.
Na sentença, ele ironiza o fato de Luiz
(nome fictício) ter admitido para a namorada que estava na casa da rival
-foi aí que ela foi até lá e a confusão entre as duas começou.
“Tão disputado que é pelas duas moças,
que nem se alembrou de contar uma mentirinha dessas que a gente sabe que
os outros contam nessas horas só pra enganar as namoradas.
Talvez
porque hoje isso nem mais seja preciso, como era no meu tempo de
pescarias.
Novas Leis de mercado”, afirma a decisão.
A audiência que reuniu o trio perante o juiz ganhou contornos de novela, segundo o relato da sentença.
“Na AIJ [audiência] sobrou espinho
pontiagudo e venenoso pra tudo que é lado, menos pro lado do Luiz, que
veio sorridente, feliz da vida, senhor das moças. Os olhos das duas se
encheram de alegria e esfuziante contentamento com a chegada dele na
sala.”
O juiz relata ainda que teve que
“intervir” e lembrar que “não era ‘programa do Ratinho’” quando as duas
quase discutiram na hora do rapaz responder se tinha algo sério com
alguma delas. “Aí o Luiz se sentiu mesmo o rei da cocada, mais desejado que bombom brigadeiro em festa de criança.”
No fim das contas, a Justiça concluiu
que a mulher que apanhou merecia ser indenizada – R$ 3.000, menos do que
o previsto inicialmente (R$ 4.000), porque ela chamou a rival de “esse
trem” na audiência. “Ela também não é santa não”, observa a sentença
escrita por Loiola.
O juiz também concedeu assistência
judiciária gratuita para as duas, justificando: “Elas são pobres mesmo,
em todos os aspectos. E ainda têm que brigar até por homem. Coitadas…” Na Folha.
FONTE: http://osamigosdobrasil.com.br/2012/04/28/em-sentenca-juiz-de-minas-da-dicas-sobre-como-trair-a-mulher/
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