domingo, 15 de setembro de 2013

Festival de Cultura Inclusiva tem peça de teatro com atores portadores de deficiência.


Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil.


Wilson Dias/ABr - ALFABETO EM BRAILE.
Brasília - 1º Festival de Cultura Inclusiva do Distrito Federal. Composta por pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com deficiência.

Brasília – Uma peça de teatro encenada por cadeirantes, portadores de síndrome de Down e deficientes visuais e auditivos e uma exposição com pinturas e esculturas também confeccionados por deficientes fazem parte do 1º Festival de Cultura Inclusiva do Distrito Federal, realizado até 22 de setembro no Centro Cultural Banco do Brasil. 

Segundo a artista plástica Lurdinha Danezy, idealizadora do projeto, a ideia é mostrar a capacidade criativa e produtiva das pessoas com deficiência e incluí-las nos espaços culturais.
Wilson Dias/ABr.
Brasília - 1º Festival de Cultura Inclusiva do Distrito Federal. Composta por pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com deficiência.
Lurdinha é mãe do pintor e artista plástico Lucio Piantino, que tem síndrome de Down. Ele também é ator e está na peça de teatro Diversos Dias, encenada no festival. Piantino tem ainda trabalhos na exposição. 

Wilson Dias/ABr.
Brasília - 1º Festival de Cultura Inclusiva do Distrito Federal. Composta por pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com deficiência.

A artista plástica explicou que o preparo para organizar o festival, com recursos do Fundo de Amparo à Cultura (FAC) e da Petrobras, começou em janeiro deste ano. “Fizemos oficinas de pintura, papel machê, escultura em argila e teatro. A gente foi preparando o material para este festival. Há trabalhos de aproximadamente 30 pessoas, a grande maioria deficiente”, disse.

Wilson Dias/ABr.
Brasília - 1º Festival de Cultura Inclusiva do Distrito Federal. Composta por pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com deficiência.

De acordo com Lurdinha, entre os alunos e professores das oficinas atuam deficientes e não deficientes. “A nossa proposta é estabelecer uma relação entre pessoas com e sem deficiência. 

Wilson Dias/ABr.
Brasília - 1º Festival de Cultura Inclusiva do Distrito Federal. Composta por pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com deficiência.
As aulas de escultura em argila foram ministradas por um escultor cego, o Flávio Luís. A professora de cerâmica foi a Marta Guedes, que é deficiente visual. A peça de teatro foi construída em conjunto com a diretora Mônica Gaspar, a partir das vivências dos participantes”, explicou.
 
Wilson Dias/ABr.
Brasília - 1º Festival de Cultura Inclusiva do Distrito Federal. Composta por pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com deficiência.
Alguns objetos da exposição também têm relação com as vivências de seus idealizadores. É o caso do alfabeto Braile em cerâmica. O espaço tem ainda toda a acessibilidade necessária, como áudio descritor das peças expostas e intérprete da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). A proposta do festival impressionou visitantes como o servidor público Anderson Araújo Couto, de 30 anos. 

Wilson Dias/ABr.
Brasília - 1º Festival de Cultura Inclusiva do Distrito Federal. Composta por pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com deficiência.
“Eu percebi que eles [deficientes visuais] retratam bastante as mãos. Talvez porque as usam para sentir, visualizar. É curioso ver também trabalhos do pessoal com hanseníase, que tem a visão mas não a sensibilidade nas mãos. É justamente o oposto dos deficientes visuais. É um outro olhar. Não é um artista que tem a habilidade da técnica. Eles têm a habilidade do coração”, disse.
Wilson Dias/ABr.
Brasília - 1º Festival de Cultura Inclusiva do Distrito Federal. Composta por pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com deficiência.

Após a temporada no Centro Cultural Banco do Brasil, o 1º Festival de Cultura Inclusiva segue para o espaço Cia. Lábios da Lua, no Gama, cidade a 30 quilômetros de Brasília. De acordo com Lurdinha Danezy, depois disso a ideia é buscar apoio para levar o evento a outras cidades.
 


Edição: Aécio Amado - Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. É necessário apenas dar crédito à Agência Brasil

O Sociologo Marshall Berman, morreu aos 72 anos.

O sociólogo e filósofo marxista humanista, Marshall Berman, autor das obras "Tudo que É Sólido Desmancha no Ar", "Aventuras no Marxismo" e "Um Século em Nova York" (publicados no Brasil), morreu na última quarta-feira, 11 de setembro de 2013, aos 72 anos. 
De acordo com um amigo, ele sofreu um ataque cardíaco enquanto comia em um de seus restaurantes favoritos em Manhattan, Nova York.
Berman se destacou pelo seu conhecimento das obras de Karl Marx, pensador que teve acesso quando estudava na Universidade de Columbia, ainda nos anos 1950. Berman foi membro do conselho editorial do "Dissent" e contribuiu
regularmente para a publicação "The Nation". Berman lecionava ciências políticas no "The City College of New York" e filosofia política e urbanismo na "City University of New York".
"O ensaísta esteve em Porto Alegre em diversas ocasiões. Em 1993, realizou duas palestras em que criticou o isolamento dos intelectuais, propôs a reinvenção do marxismo e defendeu até mesmo a derrubada do muro da Mauá. Em 2001, esteve presente no 1º Encontro sobre Espaço e Linguagem e, em 2007, era esperado no Ciclo Fronteiras do Pensamento, mas desmarcou alegando motivos de saúde. Ao invés disso, enviou um vídeo gravado em Nova York" (ZERO HORA, 12/10/2013).
O ensaísta norte-americano Marshall Berman,
autor do livro "Tudo Que é Sólido Desmancha no Ar", em imagem de 1987
Em 2001, Berman deu uma entrevista que foi publicada na revista "Superinteressante". Veja AQUI.
O sociólogo e filósofo deixou sua mulher, Shellie, e seus filhos Eli e Danny.
A sua principal obra pode ser baixada AQUI ("Tudo que É Sólido Desmancha no Ar"). A resenha do livro "Um Século em Nova York" pode ser acessado AQUI.
Fontes:

Ibama intensifica fiscalização para combater desmatamento ilegal na Amazônia.

Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil
Brasília – Mais de 1,5 mil agentes ambientais e militares do Exército estão atuando na Amazônia Legal para combater o desmatamento ilegal. 

As equipes contam com seis helicópteros e mais de 100 veículos adaptados para apoiar as operações Onda Verde e Hileia Pátria, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Os primeiros resultados foram o embargo de 252 mil hectares e a apreensão de 117 mil metros cúbicos de madeira serrada e 68 mil de metros cúbicos de madeira em tora. Também foram emitidos 4 mil autos de infração, com multas que chegam a R$ 1,9 bilhão, e apreendidos 158 tratores, 86 caminhões, 291 motosserras e 44 armas de fogo.

De caráter preventivo, a Operação Onda Verde começou em fevereiro e tem seis frentes atuando centradas em áreas críticas, que respondiam por mais de 70% do desmatamento da Floresta Amazônica. Os fiscais ambientais estão concentrados no norte de Rondônia, nas imediações da capital, Porto Velho, e no sul do Amazonas, no eixo da Transamazônica, em que os alertas de desmatamento e de degradação são provocados por pressão da agropecuária, da grilagem e de assentamentos.

Com duração prevista até o fim do ano, a Onda Verde tem ainda duas bases em Mato Grosso, nos municípios de Sinop e Juína, com grande influência da agropecuária, e três bases no Pará, em Novo Progresso, onde se concentram os casos de grilagem e pecuária, e em Anapu e Uruará, com grande pressão da pecuária e dos assentamentos.

Em maio, foi incorporada uma nova frente de trabalho, a Hileia Pátria, que tem apoio logístico e de inteligência do Exército e atuação mais repressiva, para coibir a extração ilegal de madeira em terras indígenas e unidades de conservação. No Maranhão, agentes ambientais estão percorrendo as áreas indígenas de Alto Turiaçu, Awá, Caru e Arariboia, além da Reserva Biológica do Gurupi. Eles fecharam 27 serrarias, o que resultou na apreensão de 4 mil metros cúbicos de madeira beneficiada e em toras. As multas aplicadas até o momento chegam a quase R$ 4,5 milhões.

A Hileia Pátria tem ações também em Rondônia, no Pará, no Amazonas e em Mato Grosso. “Observamos em várias situações a tentativa de burlar a fiscalização com camuflagem de equipamentos com tratores pintados de verde e escondidos no meio da floresta”, disse o coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, Jair Schmitt.

Na terça-feira (10), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Ibama informaram que o número de alertas sobre desmatamento e degradação da Floresta Amazônica aumentou 35% entre agosto de 2012 e julho de 2013, na comparação com igual período anterior. As imagens de satélite do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) orientam as equipes ambientais onde há concentração de alertas para que a fiscalização se intensifique nesses locais.

Segundo Schmitt, o aumento de alertas está relacionado à degradação por uso do fogo e por exploração seletiva da madeira. “O papel da fiscalização ambiental é fazer com que as áreas degradadas não sejam convertidas em corte raso [remoção total da floresta nativa em uma área] e que não exista uma atividade produtiva ilegal nessas áreas”.

Schmitt ressaltou que há uma mudança na dinâmica do crime ambiental, já que “o infrator não se arrisca mais a fazer o corte raso imediatamente”, por causa do trabalho dos fiscais e do monitoramento diário dos satélites. “O infrator primeiro começa fazendo uma degradação pelo fogo, mas o Ibama consegue interferir nesse processo antes que se converta em desmatamento ilegal.”

Edição: Nádia Franco. Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil

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Arquelogia é a Ciência da vez. - Armazenar e estudar relíquias arqueológicas é desafio para o Brasil, dizem acadêmicos.

Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil.

Rio de Janeiro –  As recentes obras de infraestrutura impulsionadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e grandes eventos esportivos têm gerado enormes oportunidades e também desafios para uma área antes restrita ao meio acadêmico: a arqueologia.

As leis ambientais criadas há cerca de 20 anos, obrigando a presença de arqueólogos em obras de impacto ambiental e as centenas de obras de infraestrutura, como rodovias e hidrelétricas, aumentram a demanda por arqueólogos. 

Ao mesmo tempo, a realidade exige das autoridades planejamento e investimento para garantir que os milhares de artefatos encontrados sejam estudados e armazenados de forma apropriada.

Para o arqueólogo e historiador Reinaldo Tavares, o país precisa se preparar para as futuras descobertas que podem chegar às toneladas. “Como hoje são poucas as pesquisas, ainda conseguimos manter um nível de preservação bom, mas com o aumento no número de obras será necessário criar espaços para guardar os artefatos arqueológicos”.

Somente no Rio de Janeiro, descobertas arqueológicas importantes para a história do país foram feitas nos últimos anos. Na semana passada, no centro da capital, foi anunciada a descoberta de mais de 200 mil peças dos séculos 17, 18 e 19, com relíquias da família imperial e recipientes intactos. 

Em 2011, na Gamboa, região portuária, foram achados artefatos e ossadas dos primeiros índios brasileiros, datados de 3 a 4 mil anos atrás. A abertura do terreno para a construção de 72 quilômetros da Arco Rodoviário Metropolitano do Rio de Janeiro permitiu a descoberta de cerca de 40 sítios arqueológicos na Baixada Fluminense. 

 
Segundo o Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), dentre as descobertas estão um sambaqui de 6 mil anos e uma aldeia indígena de 2 mil anos, além de um porto que existiu há 300 anos no Rio Iguaçu.

Embora os bens sejam da União, os artefatos podem ficar em comodato, ou sob a guarda de uma instituição ou entidade pública ou não-governamental.  “Toneladas de achados arqueológicos encontrados pelo Brasil em obras de infraestrutura acabam em sua maioria em reservas técnicas de alguma instituição, sem ser estudada e muitas vezes até mal armazenada”, declarou Funari. A Agência Brasil entrou em contato com o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, responsável pela guarda desses artefatos, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

Imagem ilustrativa

É o caso das milhares de peças encontradas no Cais do Valongo, também na zona portuária, onde sete contêineres guardavam centenas de milhares de artefatos entre louças, cachimbos, conchas, ossos e restos de metal pertencentes a negros escravos que chegaram aqui durante a primeira metade do século 19.

A pesquisadora que coordenou a primeira fase do estudo do Cais do Valongo, Tania Andrade Lima, disse que o problema do armazenamento adequado é discutido há pelo menos 20 anos em congressos de arqueologia e está se agravando, sobretudo no Rio, que virou um verdadeiro canteiro de obras por conta dos grandes eventos.

 “Isso é um problema para o Estado brasileiro, que precisa parar e refletir sobre o que fazer com esse material. Os bens arqueológicos pertencem à União, então é ela que tem que dar a solução para essa questão”.

Para o professor Funari, a solução é deixar a guarda das peças com a comunidade onde elas foram encontradas. “Com uma associação dos moradores, ou seja, tentar fazer com que o material arqueológico não fique muito distante da comunidade e que esteja em um local público acessível”, comentou.

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Edição: Denise Griesinger
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Agência Brasil

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sábado, 14 de setembro de 2013

O holocausto que provocou a morte de 60 mil pessoas no maior hospício do Brasil.

A jornalista Daniela Arbex resgata a história do Hospital Colônia, que foi denunciado pelo psiquiatra italiano Franco Basaglia como “um campo de concentração nazista”. O escritor Guimarães Rosa escreveu um conto a respeito.
 
Paciente bebe água de esgoto do Hospital Colônia - maior
hospício do Brasil
Candice Marques de Lima 
Especial para o Jornal Opção
Em 1913, a escultora francesa Camille Claudel, 49 anos, foi internada em um manicômio por sua família após uma crise na qual quebrou suas obras. 
 
Camille foi diagnosticada com paranoia, apresentava delírios nos quais sentia-se perseguida, achava que seu ex-amante, o escultor Auguste Rodin, roubaria suas esculturas e tinha pensamentos suicidas. 
 
A escultora passou por dois manicômios nos últimos 30 anos de sua vida e somente “libertou-se” do cárcere aos 78 anos, quando, ainda interna, morreu de fome, em 1943, como aconteceu com muitos pacientes por causa da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A história de Camille Claudel serve para ilustrar as inúmeras outras histórias de pessoas que foram encarceradas em manicômios em diversas partes do mundo e só “saíram” dessas instituições após a morte. Os asilos para alienados, manicômios, hospícios, instituições psiquiátricas, entre outros nomes para identificar os lugares de confinamento dos chamados loucos, tiveram sua proliferação por volta do século XVIII. 
 
A loucura, que até meados do século XVII era considerada como manifestação divina ou demoníaca, passou a ser compreendida de maneira diferente após o Iluminismo — perda da razão, alienação — e de meados daquele século em diante, as pessoas que apresentavam algum incômodo para a sociedade, que não se adaptavam às regras sociais, passaram a ser internadas em instituições.
As instituições totais, termo utilizado pelo cientista social Erving Goffman para referir-se aos manicômios, prisões e conventos, caracterizam-se por serem lugares nos quais as pessoas vivem confinadas e por isso geram uma ruptura das barreiras que separam atividades realizadas em locais diferentes, como o lazer, o trabalho e o momento de descanso. 
 
Nessas instituições, as atividades são realizadas no mesmo local, sob uma única autoridade, com vigilância permanente e com um grupo de pessoas que são tratadas da mesma maneira. Geralmente as pessoas são obrigadas a se desfazerem de seus objetos pessoais, inclusive documentos, passam a usar uniformes e podem inclusive ser identificadas por alcunhas ou números. 
 
Dessa forma, perde-se a identidade, que constitui a subjetividade e que é a forma pela qual a pessoa se relaciona com o outro e por ele é identificada. Com o passar do tempo a pessoa internaliza as regras impostas e torna-se institucionalizada, podendo apresentar dificuldades de convivência e sobrevivência quando posta em liberdade. No caso de pessoas com transtorno mental, após longo período vivido em um manicômio, pode ocorrer a cronificação do transtorno, sendo mais difícil seu tratamento e a capacidade desse sujeito lidar com as vicissitudes da vida.
Entre tantas instituições psiquiátricas, surge o nome do que foi considerado o maior hospício do Brasil, o Hospital Colônia de Barbacena. Inaugurado em 1903, foi instalado nas terras da “Fazenda da Caveira”, cujo proprietário era Joaquim Silvério dos Reis, que ganhou as terras como prêmio pela delação do movimento dos inconfidentes. A criação do manicômio foi um prêmio de consolação para a cidade de Barbacena, em Minas Gerais, quando perdeu a disputa para ser a capital do Estado para Belo Horizonte. 
 
A história do hospício e de tantas vidas que por lá passaram é contada no comovente livro da jornalista mineira Daniela Arbex “Holo­caus­to Brasileiro — Genocídio: 60 Mil Mor­tos no Maior Hospício do Brasil” (Geração Editorial, 255 páginas). A jornalista, repórter especial do jornal “Tribuna de Minas”, interessou-se pelas histórias que apurou a partir de uma série de reportagens sobre o Colônia e decidiu investigar mais o assunto. Tinha um bebê de quatro meses quando começou a pesquisa e viajava 95 quilômetros todas as manhãs até Barbacena.
O título do livro “Holocausto Brasileiro” pode parecer a princípio muito forte, mas, conforme são lidas suas páginas, percebe-se que a jornalista não cometeu exagero ao nominá-lo dessa forma. Sessenta mil pessoas morreram no Colônia por diversas causas, mortes que poderiam ter sido evitadas se tivessem sido tratadas com dignidade e com cuidados médicos. 
 
Na verdade, havia poucos médicos — na década de 1970 era um psiquiatra para 400 pacientes — e os funcionários não tinham formação adequada para o ofício. O hospital era mantido pelo governo mineiro com auxílio da Igreja Católica. Foi projetado para 200 pacientes, mas no final da década de 1950 tinha 5 mil internos. Para lidar com a superlotação, as camas foram substituídas por capins, uma sugestão do chefe do Departa­mento de Assistência Neuro­psi­quiá­trica de Minas Gerais, José Con­sen­so Filho. A proposta das “camas de capim”, de tão bem sucedida, foi recomendada pelo poder público em 1959 para outros hospitais do Estado mineiro.
As mortes aconteciam por fome, frio, doenças e até por eletrochoques. Numa das cenas dramáticas do livro, conta-se como era o tratamento com eletroconvulsoterapia. Tal técnica acontecia de forma indiscriminada e a energia da cidade, em algumas situações, não era suficiente para a carga de eletrochoques. Uma das formas de ascender de cargo no hospital era aprender a aplicar essa terapia. 
 
A funcionária Francisca Moreira dos Reis, que na época trabalhava na cozinha, havia se candidatado para a vaga de atendente de enfermagem e por isso foi chamada para participar das sessões: “A colega Maria do Carmo, que também era da cozinha, foi a primeira a tentar. Cortou um pedaço de cobertor, encheu a boca do paciente, que a esta altura já estava amarrado na cama, molhou a testa dele e começou o procedimento. Contou mentalmente um, dois, três e aproximou os eletrodos das têmporas de sua cobaia, sem nenhum tipo de anestesia. Ligou a engenhoca na voltagem 110 e, após a contagem, 120 de carga. O coração da jovem vítima não resistiu”. Francisca conta que, após a morte do segundo paciente, saiu correndo e não quis mais participar das sessões.
A alimentação era precária. O aspecto da comida era tão repugnante que o psiquiatra e psicanalista Francisco Paes Barreto ao conhecer o hospital em 1965, quando faria uma pesquisa, perguntou ao cozinheiro: “Ué! Vocês criam porcos aqui?” “Não. Isso aqui é a comida dos pacientes”. 
 
Por causa da fome os pacientes comiam ratos e bebiam água do esgoto, que ficava aberto no pátio do hospital, e urina. As crianças internas bebiam leite até vomitarem, no dia que este era servido.
O Colônia também lucrava com a venda de cadáveres para os cursos de Medicina. Entre 1969 e 1980 foram vendidos 1.823 corpos, sem autorização dos familiares das vítimas. 
 
Quando o Colônia estava superlotado havia em média 16 falecimentos por dia, devido a subnutrição, péssimas condições de higiene e falta de atendimento médico. Em vários atestados de óbito aparece o termo “enterite do alienado” para justificar as mortes por diarreia aguda.
Os internos também morriam de frio. Nas noites geladas no hospital, que fica na Serra da Mantiqueira, muitas pessoas tinham suas roupas, esfarrapadas, molhadas e eram colocadas no pátio. Para tentarem sobreviver, ficavam todas juntas e revezavam os que ficavam no meio para as pontas, para suportar o frio. Também dormiam amontoados e muitas vezes os que ficavam na parte de baixo não sobreviviam, por terem sido sufocados.

70% das pessoas internadas no hospital não tinham diagnóstico de transtornos mentais. “Eram epilépticos, alcoolistas, homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava, gente que se tornara incômoda para alguém com mais poder. Eram meninas grávidas, violentadas por seus patrões, eram esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, eram filhas de fazendeiros as quais perderam a virgindade antes do casamento.
 
Eram homens e mulheres que haviam extraviado seus documentos. Alguns eram apenas tímidos.” A internação dessas pessoas se justificava pelo Decreto Presidencial 24.559 de 1934, baixado por Getúlio Vargas, pelo qual qualquer pessoa poderia solicitar a internação de alguém em hospital psiquiátrico apenas com um atestado médico.
A maioria das pessoas chegava ao Colônia no “trem de doido”, uma locomotiva que percorria o interior do país até a parada na estação Bias Fortes, localizada no fundo do hospital. No conto de Guimarães Rosa “Soroco, sua mãe, sua filha”, do livro “Primeiras Estórias” é mostrado o principal meio de transporte para as pessoas encaminhadas ao hospital, que neste caso são a mãe e a filha de Soroco. “O trem chegando, a máquina manobrando sozinha para vir pegar o carro. O trem apitou, e passou, se foi, o de sempre. Soroco não esperou tudo se sumir. Nem olhou. Só ficou de chapéu na mão, mais de barba quadrada, surdo — o que nele mais espantava. O triste do homem, lá, decretado, embargando-se de poder falar algumas suas palavras. Ao sofrer o assim das coisas, ele, no oco sem beiras, debaixo do peso, sem queixa, exemploso”.

Quando chegavam ao hospital, as pessoas eram separadas “por sexo, idade e características físicas. Eram obrigados a entregar seus pertences, mesmo que dispusessem do mínimo, inclusive roupas e sapatos. (...) Todos passavam pelo banho coletivo, muitas vezes gelado. Os homens tinham o cabelo raspado de maneira semelhante à dos prisioneiros de guerra”. 
 
Era-lhes entregue um uniforme azul de brim, que não protegia do frio da cidade e depois eram separados entre os que podiam trabalhar e os que não tinham condições laborais. Muitas mulheres choravam quando eram obrigadas a se despir para a triagem. Os documentos eram confiscados e os que não tinham documentos eram rebatizados pelos funcionários.
O horror vivido diariamente no hospital foi denunciado diversas vezes na imprensa nacional e internacional, mas, apesar disso, a última cela do Colônia foi desativada apenas em 1994. Em 13 de maio de 1961, coincidentemente o dia no qual se comemora o fim da escravidão no Brasil, a revista “O Cruzeiro” publicou cinco páginas da reportagem “A sucursal do inferno”, escrita pelo jornalista José Franco e com fo­tografias de Luiz Alfredo. 
 
Para o jor­na­­lista, a primeira imagem que veio-lhe à cabeça quando adentrou as portas do hospital e foi cercado por pessoas de cabelos desgrenhados e ex­tremamente magros foi uma cena de o inferno de Dante. As fotografias de Luiz Alfredo ilustram o livro de Daniela Arbex e são testemunhas da tragédia vivida naquele lugar. Em­bora a matéria da revista tenha in­comodado e gerado discussões entre os governantes, com o tempo tu­do permaneceu da mesma maneira.
“O cheiro deste lugar é indescritível. É o cheiro de suor, de fezes, de sofrimento, de gente amontoada, de falta de higiene”, comentou o cineasta Helvécio Ratton, durante as filmagens de seu documentário “Em Nome da Razão”, realizado no Colônia em 1979. O documentário pode ser visto integralmente no youtube e denuncia a estrutura adoecida na qual milhares de pessoas foram colocadas para morrer. 
 
Durante as filmagens, um dos internos segurou Ratton pelo braço e disse-lhe “Sei o que vocês estão fazendo. Tirando foto de todo mundo. Assim, quando a gente morrer, as pessoas vão saber que estivemos aqui”. A partir daí, o cineasta teve certeza de estar realizando um registro histórico e uma denúncia, que sensibilizaria pessoas pelo mundo. O documentário ganhou prêmios e até hoje incomoda por suas imagens fortes, os sons e lamentos dos pacientes são registrados assim como suas histórias.
Crianças “mantidas em berços dentro do Colônia” até quando eram levadas para tomar sol
Após 18 anos da matéria da revista “O Cruzeiro”, o jornalista Hiram Firmino fez uma série de reportagens publicadas em 1979 no jornal “Estado de Minas” denominadas “Os porões da loucura”, que denunciavam as condições do hospital. Hiram descobriu que “em cada um dos dezesseis pavilhões havia dois funcionários para cuidar de mais de 200 pacientes, e a maioria dos contratados não tinha formação. 
 
Passou por uma ala onde havia 400 mulheres peladas” e levantou dados sobre o alto índice de infecção hospitalar. Concluiu que o objetivo do hospital não era terapêutico, mas político. Observou também internos que ali estavam por terem perdido a carteira e estarem sem documentos e outros que foram pegos porque estavam usando maconha. 
 
A denúncia serviu para mobilizar a sociedade numa época em que estava no auge o movimento da antipsiquiatria, representado pelo psiquiatra italiano Franco Basaglia, que conseguiu estabelecer a abolição dos hospitais psiquiátricos na Itália, com a aprovação da lei nº 180 de 1978, também conhecida como Lei Basaglia. A repercussão des­sa lei foi para além da Itália e em julho de 1979 Basaglia veio ao Brasil para participar do III Con­gresso Mineiro de Psiquiatria. 
 

Durante sua estada em Minas Gerais, Franco Basaglia foi convidado pelo psiquiatra mineiro Antônio Soares Simone, que por suas denúncias foi processado e chegou a ter cogitada a cassação de seu registro profissional pelo Conselho de Medicina, a conhecer as instituições psiquiátricas públicas mineiras, entre elas o Hospital Colônia. Ao sair do hospital Basaglia pediu que Simone acionasse a imprensa e fez a seguinte declaração “Estive hoje num campo de concentração nazista. Em lugar nenhum do mundo, presenciei uma tragédia como esta”. A repercussão foi grande e até o jornal “New York Times” se interessou pela história.
A partir do final da década de 1980 começou a se delinear no Brasil uma nova política de atendimento para as pessoas com transtornos mentais, na qual buscava-se o fim do modelo de internação em hospitais psiquiátricos para atendimentos ambulatoriais. 
 
O deputado Paulo Delgado (PT) apresentou em 1989 um projeto de lei que propunha regulamentar os direitos da pessoa com transtornos mentais e extinguir de forma progressiva os manicômios no país. Somente em 2001 o projeto proposto tornou-se a Lei Federal 10.216 (Lei Paulo Delgado) — tornando possível a reforma psiquiátrica no país.
Durante esses anos a história do Colônia tomou outros rumos, pois, embora na esfera política a lei da reforma psiquiátrica tenha sido sancionada apenas em 2001, as mentalidades haviam mudado especialmente após a década de 1970. Em 1979 o psiquiatra Jairo Toledo foi transferido para o hospital a convite do superintendente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Sua primeira decisão foi transferir as 33 crianças que estavam internadas em Barbacena para Belo Horizonte. Proibiu a transferência indiscriminada de pacientes de outros hospitais para o Colônia, criando a regionalização do atendimento e critérios para a internação de pessoas — os pacientes tinham no prontuário a data de saída do hospital.

Em 1995, com o projeto Memória Viva financiado pela prefeitura de Barbacena, surgiu a ideia de criar o Museu da Loucura no Hospital Colônia. Inaugurado em 16 de agosto de 1996, o museu tem cinco salas abertas à visitação, com instrumentos usados para lobotomia, entre outros. 
 
O antigo Colônia tornou-se Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB) e atualmente tem 170 pacientes internos como “crônicos”, mas 120 destes devem ser encaminhados para módulos residenciais. Conta também com 30 vagas para casos agudos de psiquiatria e 100 para outras especialidades médicas, além de 20 vagas para pessoas com dependência química. A relação funcioná­rio/paciente também foi alterada, pois o hospital tem mil funcionários para 300 leitos.
Ao ler a história contada pela premiada jornalista Daniela Arbex não posso dizer que o hospital teve um final feliz, pois, além da morte de 60 mil pessoas, muitas tiveram suas vidas roubadas durante o período que permaneceram no hospital. Há histórias de desencontros, como uma que contarei a seguir e histórias de dor, que chegam a deixar os olhos rasos d’água. 
 
Não é um livro que se lê tranquilamente, ele mobiliza e faz pensar nas formas que criamos para nos proteger do que é diferente, incômodo e assustador. Enquanto nossa sociedade se constituir num projeto de higienização e medicalização, possivelmente muitas histórias como essa se repetirão. Um exemplo recente foi a discussão a respeito da internação compulsória dos usuários de crack. 
 
Serão mesmo necessárias internações dessa natureza e a criação de instituições totais para tratamento aos usuários de álcool e outras drogas? A lei Paulo Delga­do possibilitou a criação dos  Cen­tros de Atenção Psicos­social (Caps), que tratam de forma ambulatorial as pessoas com transtorno mental que estão na fase aguda e os dependentes químicos. 
 
Em muitas cidades ainda não existe o modelo de Caps III, com atendimento de 24 horas, que precisam ser implantados. Há um risco de retrocesso que precisa ser sempre repensado para que genocídios, como o do Hospital Colô­nia de Barbacena, possam ser evitados.
Candice Marques de Lima  é psicóloga clínica e professora da Universidade Federal de Goiás

Uma história de desencontros
Débora Aparecida Soares, filha da interna Sueli Rezende (morta em 2011), “foi doada ao nascer”

No documentário de Helvé­cio Ratton — “Em Nome da Razão” —, Sueli Aparecida Rezende aparece cantando uma música-denúncia das condições da alimentação no hospital. Por ser considerada uma paciente difícil e muito agressiva, “arrancou a orelha de muitos pacientes”, se mutilou usando grampos para ferir os pulsos e chegou a matar uma pomba no pátio do hospital e comê-la alegando ser seu único alimento, os médicos cogitaram a possibilidade de arrancar sua arcada dentária para poder contê-la.

Sueli teve duas filhas durante sua internação de 35 anos no Colônia. Foi encaminhada para o hospital de Oliveira aos 8 anos de idade por ser epiléptica e trocar favores sexuais  por merenda na escola em que estudava. Em 1971 foi para o hospital de Barbacena e de lá saiu morta por infarto aos 50 anos. Suas duas filhas foram encaminhadas para a adoção, como pelo menos trinta bebês que nasceram no hospital. Sobre sua filha Luzia, nascida em 1986 não se sabe o paradeiro, mas Débora Aparecida Soares teve conhecimento da mãe biológica quando já era adulta e foi em busca de sua história.

Sueli teve um relacionamento amoroso com José Malaquias, também interno do Colônia por alcoolismo, e daí nasceu Débora. Com dez dias de vida, Débora foi retirada dos braços da mãe biológica e adotada por uma auxiliar de enfermagem do hospital. Durante sua infância, a menina muitas vezes acompanhou a mãe adotiva em seu trabalho e aos 7 anos conheceu uma paciente. “Tia, por que você está aqui?”, “Porque não tenho casa. Mas tenho duas filhas”, “E onde elas estão? Queria brincar com elas”, “Isso eu não sei”. Despediram-se com um abraço e uma funcionária que viu a cena de longe escondeu-se para chorar, pois sabia que ali estavam mãe e filha sem que soubessem do grau de parentesco. Durante os anos após o nascimento da filha, Sueli lembrou-se de todos os seus aniversários e, quando estava morrendo, foi o nome dela que chamou.

Débora soube da existência da mãe biológica somente em 2007, quando procurou sua babá para tentar esclarecer o motivo de suas dificuldades no relacionamento com a mãe que a criara e de sua infelicidade. Ao saber que tinha sido adotada e que a mãe era interna em Barbacena, viajou de São João del-Rei, cidade onde morava e cursava Letras, para lá. Ao chegar ao hospital, soube que a mãe falecera há um ano. Triste, mas decidida a conhecer a história de sua mãe, a jovem passou quinze dias em uma sala da instituição lendo os prontuários da mãe, forma que encontrou para conhecê-la, reconstruir e ressignificar sua própria história.  (C.M.L.).

O menino de Goiás
Em 1976, com o fechamento do Hospital de Neuropsiquiatria Infantil no município de Oliveira, Minas Gerais, 33 crianças foram transferidas para o Colônia e passaram a conviver com os pacientes adultos. A única diferença entre eles eram os berços no lugar das camas de capim. “Havia berços onde crianças aleijadas ou com paralisia cerebral vegetavam. 

Ninguém os retirava de lá nem para tomar sol. Quando a temperatura aumentava, os berços eram colocados no pátio, e os meninos permaneciam encarcerados dentro deles”. Quando o jornalista Hiram Firmino perguntou a uma secretária o que aconteceria com essas crianças quando crescessem, ouviu como resposta “Ué? Eles morrem”.

Dentre essas 33 crianças, havia um menino de Goiás chamado Roberto – o livro não informa seu sobrenome nem a cidade de onde era proveniente. O garoto de 9 anos foi enviado para o hospital de Oliveira por ter hidrocefalia. Após quase um ano de internação no Colônia, foi a única criança a ser visitada por um familiar. 

Quando o pai chegou ao hospital o menino correu em sua direção e possivelmente por causa da emoção teve uma incontinência urinária e molhou sua roupa. “O goiano até tentou esconder o desconforto diante daquela criança desajeitada, mas não conseguiu. Constrangido com o aspecto do filho, o pai disse que sairia para buscar almoço. Deixou a comida lá e nunca mais apareceu”. Após o episódio o menino definhou até a morte.

Mais uma tragédia em Tuntum - Uma adolescente de 16 anos foi assassinada a tiro.

Foto da jovem Egila Daniele no Facebook.

Tuntum - Ontem por volta das 23:30 horas a menor Egila Daniele de 16 anos foi cruelmente assassinada, na Rua Frederico Coelho próximo a ponte do Mil Reis. Egila estava conversando com dois amigos em uma casa, quando levou o tiro que causou sua morte, até o momento não se sabe quem matou a adolescente.

Egila Daniele é filha do já falecido Expedito Francisco da Silva, que trabalhou muitos anos na delegacia de Tuntum, com a professora Gildete Vieira Sousa. 
 
O corpo da adolescente está sendo velado na residência de sua avó, na Rua Primavera, no bairro do Mil Reis.
 
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Polícia Federal - Operação Esopo: secretário de Políticas Públicas do MTE pede demissão

Paulo Victor Chagas - Repórter da Agência Brasil.

Brasília - O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou há pouco uma nota em que anuncia a demissão de Antonio Sergio Alves Vidigal, secretário de Políticas Públicas de Emprego da pasta. De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, o secretário “pediu demissão do cargo no início da noite desta sexta-feira [13]”.
Divulgação/PF
Foto - Carro apreendido pela  PF na Operação Esopo.
O pedido de demissão ocorre após virem à tona denúncias de irregularidades no ministério, deflagradas pela Polícia Federal (PF) na última segunda-feira (9) pela Operação Esopo. 

A operação revelou esquema de fraudes em licitações do ministério e causou prejuízos de R$ 400 milhões aos cofres públicos, segundo balanço da PF. De acordo com as investigações, havia indícios de fraudes em licitações de prestações de serviços, de construção de cisternas, de produção de eventos turísticos e de festivais artísticos.

Ex-secretário do MTE, Paulo Roberto Pinto.

Quarta-feira (11), foi publicada no Diário Oficial da União a exoneração a pedido do então secretário executivo do ministério, Paulo Roberto Pinto. 

Após as investigações virem a público, três servidores do Ministério do Trabalho foram presos: Anderson Brito Pereira, assessor do gabinete do ministro Manoel Dias; Geraldo Riesenbeck, coordenador de Contratos e Convênios da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego; e o subsecretário de Planejamento do ministério, Antônio Fernando Decnop. 

Citado nas investigações, o então secretário executivo do ministério, Paulo Roberto Pinto, prestou depoimento e foi liberado em seguida.

Riesenbeck e Pereira foram exonerados de seus cargos no Ministério do Trabalho na terça-feira (10). Decnopo, que estava cedido à Fundação Nacional do Índio (Funai), também foi exonerado na terça-feira do cargo de coordenador-geral de Recursos Logísticos da Diretoria de Administração e Gestão, da fundação, que é vinculada ao Ministério da Justiça. Já o ex-secretário executivo pediu exoneração na quarta-feira (11).      
  
Ontem, o MTE publicou portaria criando comissão para analisar as investigações da PF.      
 
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