Brasília
- 1º Festival de Cultura Inclusiva do Distrito Federal. Composta por
pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra
objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com
deficiência.
Brasília – Uma peça de teatro encenada por cadeirantes, portadores de
síndrome de Down e deficientes visuais e auditivos e uma exposição com
pinturas e esculturas também confeccionados por deficientes fazem parte
do 1º Festival de Cultura Inclusiva do Distrito Federal, realizado até
22 de setembro no Centro Cultural Banco do Brasil.
Segundo a artista
plástica Lurdinha Danezy, idealizadora do projeto, a ideia é mostrar a
capacidade criativa e produtiva das pessoas com deficiência e incluí-las
nos espaços culturais.
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pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra
objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com
deficiência.
Lurdinha é mãe do pintor e artista plástico Lucio Piantino, que tem
síndrome de Down. Ele também é ator e está na peça de teatro Diversos Dias,
encenada no festival. Piantino tem ainda trabalhos na exposição.
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pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra
objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com
deficiência.
A
artista plástica explicou que o preparo para organizar o festival, com
recursos do Fundo de Amparo à Cultura (FAC) e da Petrobras, começou em
janeiro deste ano. “Fizemos oficinas de pintura, papel machê, escultura
em argila e teatro. A gente foi preparando o material para este
festival. Há trabalhos de aproximadamente 30 pessoas, a grande maioria
deficiente”, disse.
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pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra
objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com
deficiência.
De acordo com Lurdinha, entre os alunos e professores das oficinas
atuam deficientes e não deficientes. “A nossa proposta é estabelecer uma
relação entre pessoas com e sem deficiência.
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pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra
objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com
deficiência.
As aulas de escultura em
argila foram ministradas por um escultor cego, o Flávio Luís. A
professora de cerâmica foi a Marta Guedes, que é deficiente visual. A
peça de teatro foi construída em conjunto com a diretora Mônica Gaspar, a
partir das vivências dos participantes”, explicou.
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pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra
objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com
deficiência.
Alguns objetos da exposição também têm relação com as vivências de
seus idealizadores. É o caso do alfabeto Braile em cerâmica. O espaço
tem ainda toda a acessibilidade necessária, como áudio descritor das
peças expostas e intérprete da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). A
proposta do festival impressionou visitantes como o servidor público
Anderson Araújo Couto, de 30 anos.
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pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra
objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com
deficiência.
“Eu percebi que eles [deficientes visuais] retratam bastante as mãos.
Talvez porque as usam para sentir, visualizar. É curioso ver também
trabalhos do pessoal com hanseníase, que tem a visão mas não a
sensibilidade nas mãos. É justamente o oposto dos deficientes visuais. É
um outro olhar. Não é um artista que tem a habilidade da técnica. Eles
têm a habilidade do coração”, disse.
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pinturas, esculturas e objetos em cerâmica e papel machê, a mostra
objetiva agregar e estimular a capacidade artística de pessoas com
deficiência.
Após a temporada no Centro Cultural Banco do Brasil, o 1º Festival de
Cultura Inclusiva segue para o espaço Cia. Lábios da Lua, no Gama,
cidade a 30 quilômetros de Brasília. De acordo com Lurdinha Danezy,
depois disso a ideia é buscar apoio para levar o evento a outras
cidades.
Edição: Aécio Amado - Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative
Commons Atribuição 3.0 Brasil. É necessário apenas dar crédito à Agência Brasil
O sociólogo e filósofo marxista humanista, Marshall Berman, autor das obras "Tudo que É Sólido Desmancha no Ar", "Aventuras no Marxismo" e "Um Século em Nova York" (publicados no Brasil), morreu na última quarta-feira, 11 de setembro de 2013, aos 72 anos.
De acordo com um amigo, ele sofreu um ataque cardíaco enquanto comia em um de seus restaurantes favoritos em Manhattan, Nova York.
Berman
se destacou pelo seu conhecimento das obras de Karl Marx, pensador que
teve acesso quando estudava na Universidade de Columbia, ainda nos anos
1950. Berman foi membro do conselho editorial do "Dissent" e contribuiu
regularmente para a publicação "The Nation". Berman
lecionava ciências políticas no "The City College of New York" e
filosofia política e urbanismo na "City University of New York".
"O
ensaísta esteve em Porto Alegre em diversas ocasiões. Em 1993, realizou
duas palestras em que criticou o isolamento dos intelectuais, propôs a
reinvenção do marxismo e defendeu até mesmo a derrubada do muro da Mauá.
Em 2001, esteve presente no 1º Encontro sobre Espaço e Linguagem e, em
2007, era esperado no Ciclo Fronteiras do Pensamento, mas desmarcou
alegando motivos de saúde. Ao invés disso, enviou um vídeo gravado em
Nova York" (ZERO HORA, 12/10/2013).
O ensaísta norte-americano Marshall Berman, autor do livro "Tudo Que é Sólido Desmancha no Ar", em imagem de 1987
Em 2001, Berman deu uma entrevista que foi publicada na revista "Superinteressante". VejaAQUI.
O sociólogo e filósofo deixou sua mulher, Shellie, e seus filhos Eli e Danny.
A sua principal obra pode ser baixadaAQUI ("Tudo que É Sólido Desmancha no Ar").A resenha do livro "Um Século em Nova York" pode ser acessado AQUI.
Brasília – Mais de 1,5 mil agentes ambientais e militares do Exército
estão atuando na Amazônia Legal para combater o desmatamento ilegal.
As
equipes contam com seis helicópteros e mais de 100 veículos adaptados
para apoiar as operações Onda Verde e Hileia Pátria, do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Os primeiros resultados foram o embargo de 252 mil hectares e a
apreensão de 117 mil metros cúbicos de madeira serrada e 68 mil de
metros cúbicos de madeira em tora. Também foram emitidos 4 mil autos de
infração, com multas que chegam a R$ 1,9 bilhão, e apreendidos 158
tratores, 86 caminhões, 291 motosserras e 44 armas de fogo.
De caráter preventivo, a Operação Onda Verde começou em fevereiro e
tem seis frentes atuando centradas em áreas críticas, que respondiam por
mais de 70% do desmatamento da Floresta Amazônica. Os fiscais
ambientais estão concentrados no norte de Rondônia, nas imediações da
capital, Porto Velho, e no sul do Amazonas, no eixo da Transamazônica,
em que os alertas de desmatamento e de degradação são provocados por
pressão da agropecuária, da grilagem e de assentamentos.
Com duração prevista até o fim do ano, a Onda Verde tem ainda duas
bases em Mato Grosso, nos municípios de Sinop e Juína, com grande
influência da agropecuária, e três bases no Pará, em Novo Progresso,
onde se concentram os casos de grilagem e pecuária, e em Anapu e Uruará,
com grande pressão da pecuária e dos assentamentos.
Em maio, foi incorporada uma nova frente de trabalho, a Hileia
Pátria, que tem apoio logístico e de inteligência do Exército e atuação
mais repressiva, para coibir a extração ilegal de madeira em terras
indígenas e unidades de conservação.No Maranhão, agentes ambientais
estão percorrendo as áreas indígenas de Alto Turiaçu, Awá, Caru e
Arariboia, além da Reserva Biológica do Gurupi. Eles fecharam 27
serrarias, o que resultou na apreensão de 4 mil metros cúbicos de
madeira beneficiada e em toras. As multas aplicadas até o momento chegam
a quase R$ 4,5 milhões.
A Hileia Pátria tem ações também em Rondônia, no Pará, no Amazonas e
em Mato Grosso. “Observamos em várias situações a tentativa de burlar a
fiscalização com camuflagem de equipamentos com tratores pintados de
verde e escondidos no meio da floresta”, disse o coordenador-geral de
Fiscalização Ambiental do Ibama, Jair Schmitt.
Na terça-feira (10), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) e o Ibama informaram que o número de alertas sobre desmatamento e
degradação da Floresta Amazônica aumentou 35% entre agosto de 2012 e
julho de 2013, na comparação com igual período anterior. As imagens de
satélite do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter)
orientam as equipes ambientais onde há concentração de alertas para que a
fiscalização se intensifique nesses locais.
Segundo
Schmitt, o aumento de alertas está relacionado à degradação por uso do
fogo e por exploração seletiva da madeira. “O papel da fiscalização
ambiental é fazer com que as áreas degradadas não sejam convertidas em
corte raso [remoção total da floresta nativa em uma área] e que não
exista uma atividade produtiva ilegal nessas áreas”.
Schmitt ressaltou que há uma mudança na dinâmica do crime ambiental,
já que “o infrator não se arrisca mais a fazer o corte raso
imediatamente”, por causa do trabalho dos fiscais e do monitoramento
diário dos satélites. “O infrator primeiro começa fazendo uma degradação
pelo fogo, mas o Ibama consegue interferir nesse processo antes que se
converta em desmatamento ilegal.”
Edição: Nádia Franco. Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative
Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário
apenas dar crédito à Agência Brasil
Link desta Matéria: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-14/ibama-intensifica-fiscalizacao-para-combater-desmatamento-ilegal-na-amazonia
Rio de Janeiro – As recentes obras de infraestrutura impulsionadas
pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e grandes eventos
esportivos têm gerado enormes oportunidades e também desafios para uma
área antes restrita ao meio acadêmico: a arqueologia.
As leis ambientais criadas há cerca de 20 anos, obrigando a presença
de arqueólogos em obras de impacto ambiental e as centenas de obras de
infraestrutura, como rodovias e hidrelétricas, aumentram a demanda por
arqueólogos.
Ao mesmo tempo, a realidade exige das autoridades
planejamento e investimento para garantir que os milhares de artefatos
encontrados sejam estudados e armazenados de forma apropriada.
Para o arqueólogo e historiador Reinaldo Tavares, o país precisa se
preparar para as futuras descobertas que podem chegar às toneladas.
“Como hoje são poucas as pesquisas, ainda conseguimos manter um nível de
preservação bom, mas com o aumento no número de obras será necessário
criar espaços para guardar os artefatos arqueológicos”.
Somente no Rio de Janeiro, descobertas arqueológicas importantes
para a história do país foram feitas nos últimos anos. Na semana
passada, no centro da capital, foi anunciada a descoberta de mais de 200 mil peças dos séculos 17, 18 e 19, com relíquias da família imperial e recipientes intactos.
Em 2011, na Gamboa, região portuária, foram achados artefatos e
ossadas dos primeiros índios brasileiros, datados de 3 a 4 mil anos
atrás. A abertura do terreno para a construção de 72 quilômetros da Arco
Rodoviário Metropolitano do Rio de Janeiro permitiu a descoberta de
cerca de 40 sítios arqueológicos na Baixada Fluminense.
Segundo o
Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), dentre as descobertas estão
um sambaqui de 6 mil anos e uma aldeia indígena de 2 mil anos, além de
um porto que existiu há 300 anos no Rio Iguaçu.
Embora os bens sejam da União, os artefatos podem ficar em comodato,
ou sob a guarda de uma instituição ou entidade pública ou
não-governamental. “Toneladas de achados arqueológicos encontrados pelo
Brasil em obras de infraestrutura acabam em sua maioria em reservas
técnicas de alguma instituição, sem ser estudada e muitas vezes até mal
armazenada”, declarou Funari. A Agência Brasil entrou
em contato com o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, responsável
pela guarda desses artefatos, mas não obteve resposta até o fechamento
desta matéria.
Imagem ilustrativa
É o caso das milhares de peças encontradas no Cais do Valongo,
também na zona portuária, onde sete contêineres guardavam centenas de
milhares de artefatos entre louças, cachimbos, conchas, ossos e restos
de metal pertencentes a negros escravos que chegaram aqui durante a
primeira metade do século 19.
A pesquisadora que coordenou a primeira fase do estudo do Cais do
Valongo, Tania Andrade Lima, disse que o problema do armazenamento
adequado é discutido há pelo menos 20 anos em congressos de arqueologia e
está se agravando, sobretudo no Rio, que virou um verdadeiro canteiro
de obras por conta dos grandes eventos.
“Isso é um problema para o
Estado brasileiro, que precisa parar e refletir sobre o que fazer com
esse material. Os bens arqueológicos pertencem à União, então é ela que
tem que dar a solução para essa questão”.
Para o professor Funari, a solução é deixar a guarda das peças com a
comunidade onde elas foram encontradas. “Com uma associação dos
moradores, ou seja, tentar fazer com que o material arqueológico não
fique muito distante da comunidade e que esteja em um local público
acessível”, comentou.
Edição: Denise Griesinger
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Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário
apenas dar crédito à Agência Brasil
A jornalista Daniela Arbex resgata a história do Hospital Colônia,
que foi denunciado pelo psiquiatra italiano Franco Basaglia como “um
campo de concentração nazista”. O escritor Guimarães Rosa escreveu um
conto a respeito.
Paciente bebe água de esgoto do Hospital Colônia - maior
hospício do Brasil
Candice Marques de Lima
Especial para o Jornal Opção
Em 1913, a escultora francesa Camille Claudel, 49 anos, foi internada
em um manicômio por sua família após uma crise na qual quebrou suas
obras.
Camille foi diagnosticada com paranoia, apresentava delírios nos
quais sentia-se perseguida, achava que seu ex-amante, o escultor Auguste
Rodin, roubaria suas esculturas e tinha pensamentos suicidas.
A
escultora passou por dois manicômios nos últimos 30 anos de sua vida e
somente “libertou-se” do cárcere aos 78 anos, quando, ainda interna,
morreu de fome, em 1943, como aconteceu com muitos pacientes por causa
da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A história de Camille Claudel serve para ilustrar as inúmeras outras
histórias de pessoas que foram encarceradas em manicômios em diversas
partes do mundo e só “saíram” dessas instituições após a morte. Os
asilos para alienados, manicômios, hospícios, instituições
psiquiátricas, entre outros nomes para identificar os lugares de
confinamento dos chamados loucos, tiveram sua proliferação por volta do
século XVIII.
A loucura, que até meados do século XVII era considerada
como manifestação divina ou demoníaca, passou a ser compreendida de
maneira diferente após o Iluminismo — perda da razão, alienação — e de
meados daquele século em diante, as pessoas que apresentavam algum
incômodo para a sociedade, que não se adaptavam às regras sociais,
passaram a ser internadas em instituições.
As instituições totais, termo utilizado pelo cientista social Erving
Goffman para referir-se aos manicômios, prisões e conventos,
caracterizam-se por serem lugares nos quais as pessoas vivem confinadas e
por isso geram uma ruptura das barreiras que separam atividades
realizadas em locais diferentes, como o lazer, o trabalho e o momento de
descanso.
Nessas instituições, as atividades são realizadas no mesmo
local, sob uma única autoridade, com vigilância permanente e com um
grupo de pessoas que são tratadas da mesma maneira. Geralmente as
pessoas são obrigadas a se desfazerem de seus objetos pessoais,
inclusive documentos, passam a usar uniformes e podem inclusive ser
identificadas por alcunhas ou números.
Dessa forma, perde-se a
identidade, que constitui a subjetividade e que é a forma pela qual a
pessoa se relaciona com o outro e por ele é identificada. Com o passar
do tempo a pessoa internaliza as regras impostas e torna-se
institucionalizada, podendo apresentar dificuldades de convivência e
sobrevivência quando posta em liberdade. No caso de pessoas com
transtorno mental, após longo período vivido em um manicômio, pode
ocorrer a cronificação do transtorno, sendo mais difícil seu tratamento e
a capacidade desse sujeito lidar com as vicissitudes da vida.
Entre tantas instituições psiquiátricas, surge o nome do que foi
considerado o maior hospício do Brasil, o Hospital Colônia de Barbacena.
Inaugurado em 1903, foi instalado nas terras da “Fazenda da Caveira”,
cujo proprietário era Joaquim Silvério dos Reis, que ganhou as terras
como prêmio pela delação do movimento dos inconfidentes. A criação do
manicômio foi um prêmio de consolação para a cidade de Barbacena, em
Minas Gerais, quando perdeu a disputa para ser a capital do Estado para
Belo Horizonte.
A história do hospício e de tantas vidas que por lá
passaram é contada no comovente livro da jornalista mineira Daniela
Arbex “Holocausto Brasileiro — Genocídio: 60 Mil Mortos no Maior
Hospício do Brasil” (Geração Editorial, 255 páginas). A jornalista,
repórter especial do jornal “Tribuna de Minas”, interessou-se pelas
histórias que apurou a partir de uma série de reportagens sobre o
Colônia e decidiu investigar mais o assunto. Tinha um bebê de quatro
meses quando começou a pesquisa e viajava 95 quilômetros todas as manhãs
até Barbacena.
O título do livro “Holocausto Brasileiro” pode parecer a princípio
muito forte, mas, conforme são lidas suas páginas, percebe-se que a
jornalista não cometeu exagero ao nominá-lo dessa forma. Sessenta mil
pessoas morreram no Colônia por diversas causas, mortes que poderiam ter
sido evitadas se tivessem sido tratadas com dignidade e com cuidados
médicos.
Na verdade, havia poucos médicos — na década de 1970 era um
psiquiatra para 400 pacientes — e os funcionários não tinham formação
adequada para o ofício. O hospital era mantido pelo governo mineiro com
auxílio da Igreja Católica. Foi projetado para 200 pacientes, mas no
final da década de 1950 tinha 5 mil internos. Para lidar com a
superlotação, as camas foram substituídas por capins, uma sugestão do
chefe do Departamento de Assistência Neuropsiquiátrica de Minas
Gerais, José Consenso Filho. A proposta das “camas de capim”, de tão
bem sucedida, foi recomendada pelo poder público em 1959 para outros
hospitais do Estado mineiro.
As mortes aconteciam por fome, frio, doenças e até por eletrochoques.
Numa das cenas dramáticas do livro, conta-se como era o tratamento com
eletroconvulsoterapia. Tal técnica acontecia de forma indiscriminada e a
energia da cidade, em algumas situações, não era suficiente para a
carga de eletrochoques. Uma das formas de ascender de cargo no hospital
era aprender a aplicar essa terapia.
A funcionária Francisca Moreira dos
Reis, que na época trabalhava na cozinha, havia se candidatado para a
vaga de atendente de enfermagem e por isso foi chamada para participar
das sessões: “A colega Maria do Carmo, que também era da cozinha, foi a
primeira a tentar. Cortou um pedaço de cobertor, encheu a boca do
paciente, que a esta altura já estava amarrado na cama, molhou a testa
dele e começou o procedimento. Contou mentalmente um, dois, três e
aproximou os eletrodos das têmporas de sua cobaia, sem nenhum tipo de
anestesia. Ligou a engenhoca na voltagem 110 e, após a contagem, 120 de
carga. O coração da jovem vítima não resistiu”. Francisca conta que,
após a morte do segundo paciente, saiu correndo e não quis mais
participar das sessões. A
alimentação era precária. O aspecto da comida era tão repugnante que o
psiquiatra e psicanalista Francisco Paes Barreto ao conhecer o hospital
em 1965, quando faria uma pesquisa, perguntou ao cozinheiro: “Ué! Vocês
criam porcos aqui?” “Não. Isso aqui é a comida dos pacientes”.
Por causa
da fome os pacientes comiam ratos e bebiam água do esgoto, que ficava
aberto no pátio do hospital, e urina. As crianças internas bebiam leite
até vomitarem, no dia que este era servido.
O Colônia também lucrava com a venda de cadáveres para os cursos de
Medicina. Entre 1969 e 1980 foram vendidos 1.823 corpos, sem autorização
dos familiares das vítimas.
Quando o Colônia estava superlotado havia
em média 16 falecimentos por dia, devido a subnutrição, péssimas
condições de higiene e falta de atendimento médico. Em vários atestados
de óbito aparece o termo “enterite do alienado” para justificar as
mortes por diarreia aguda.
Os internos também morriam de frio. Nas noites geladas no hospital, que
fica na Serra da Mantiqueira, muitas pessoas tinham suas roupas,
esfarrapadas, molhadas e eram colocadas no pátio. Para tentarem
sobreviver, ficavam todas juntas e revezavam os que ficavam no meio para
as pontas, para suportar o frio. Também dormiam amontoados e muitas
vezes os que ficavam na parte de baixo não sobreviviam, por terem sido
sufocados.
70% das pessoas internadas no hospital não tinham diagnóstico de
transtornos mentais. “Eram epilépticos, alcoolistas, homossexuais,
prostitutas, gente que se rebelava, gente que se tornara incômoda para
alguém com mais poder. Eram meninas grávidas, violentadas por seus
patrões, eram esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a
amante, eram filhas de fazendeiros as quais perderam a virgindade antes
do casamento.
Eram homens e mulheres que haviam extraviado seus
documentos. Alguns eram apenas tímidos.” A internação dessas pessoas se
justificava pelo Decreto Presidencial 24.559 de 1934, baixado por
Getúlio Vargas, pelo qual qualquer pessoa poderia solicitar a internação
de alguém em hospital psiquiátrico apenas com um atestado médico.
A maioria das pessoas chegava ao Colônia no “trem de doido”, uma
locomotiva que percorria o interior do país até a parada na estação Bias
Fortes, localizada no fundo do hospital. No conto de Guimarães Rosa
“Soroco, sua mãe, sua filha”, do livro “Primeiras Estórias” é mostrado o
principal meio de transporte para as pessoas encaminhadas ao hospital,
que neste caso são a mãe e a filha de Soroco. “O trem chegando, a
máquina manobrando sozinha para vir pegar o carro. O trem apitou, e
passou, se foi, o de sempre. Soroco não esperou tudo se sumir. Nem
olhou. Só ficou de chapéu na mão, mais de barba quadrada, surdo — o que
nele mais espantava. O triste do homem, lá, decretado, embargando-se de
poder falar algumas suas palavras. Ao sofrer o assim das coisas, ele, no
oco sem beiras, debaixo do peso, sem queixa, exemploso”.
Quando chegavam ao hospital, as pessoas eram separadas “por sexo, idade
e características físicas. Eram obrigados a entregar seus pertences,
mesmo que dispusessem do mínimo, inclusive roupas e sapatos. (...) Todos
passavam pelo banho coletivo, muitas vezes gelado. Os homens tinham o
cabelo raspado de maneira semelhante à dos prisioneiros de guerra”.
Era-lhes entregue um uniforme azul de brim, que não protegia do frio da
cidade e depois eram separados entre os que podiam trabalhar e os que
não tinham condições laborais. Muitas mulheres choravam quando eram
obrigadas a se despir para a triagem. Os documentos eram confiscados e
os que não tinham documentos eram rebatizados pelos funcionários.
O horror vivido diariamente no hospital foi denunciado diversas vezes
na imprensa nacional e internacional, mas, apesar disso, a última cela
do Colônia foi desativada apenas em 1994. Em 13 de maio de 1961,
coincidentemente o dia no qual se comemora o fim da escravidão no
Brasil, a revista “O Cruzeiro” publicou cinco páginas da reportagem “A
sucursal do inferno”, escrita pelo jornalista José Franco e com
fotografias de Luiz Alfredo.
Para o jornalista, a primeira imagem
que veio-lhe à cabeça quando adentrou as portas do hospital e foi
cercado por pessoas de cabelos desgrenhados e extremamente magros foi
uma cena de o inferno de Dante. As fotografias de Luiz Alfredo ilustram o
livro de Daniela Arbex e são testemunhas da tragédia vivida naquele
lugar. Embora a matéria da revista tenha incomodado e gerado
discussões entre os governantes, com o tempo tudo permaneceu da mesma
maneira.
“O cheiro deste lugar é indescritível. É o cheiro de suor, de fezes, de
sofrimento, de gente amontoada, de falta de higiene”, comentou o
cineasta Helvécio Ratton, durante as filmagens de seu documentário “Em
Nome da Razão”, realizado no Colônia em 1979. O documentário pode ser
visto integralmente no youtube e denuncia a estrutura adoecida na qual
milhares de pessoas foram colocadas para morrer.
Durante as filmagens,
um dos internos segurou Ratton pelo braço e disse-lhe “Sei o que vocês
estão fazendo. Tirando foto de todo mundo. Assim, quando a gente morrer,
as pessoas vão saber que estivemos aqui”. A partir daí, o cineasta teve
certeza de estar realizando um registro histórico e uma denúncia, que
sensibilizaria pessoas pelo mundo. O documentário ganhou prêmios e até
hoje incomoda por suas imagens fortes, os sons e lamentos dos pacientes
são registrados assim como suas histórias. Crianças “mantidas em berços dentro do Colônia” até quando eram levadas para tomar sol
Após 18 anos da matéria da revista “O Cruzeiro”, o jornalista Hiram
Firmino fez uma série de reportagens publicadas em 1979 no jornal
“Estado de Minas” denominadas “Os porões da loucura”, que denunciavam as
condições do hospital. Hiram descobriu que “em cada um dos dezesseis
pavilhões havia dois funcionários para cuidar de mais de 200 pacientes, e
a maioria dos contratados não tinha formação.
Passou por uma ala onde
havia 400 mulheres peladas” e levantou dados sobre o alto índice de
infecção hospitalar. Concluiu que o objetivo do hospital não era
terapêutico, mas político. Observou também internos que ali estavam por
terem perdido a carteira e estarem sem documentos e outros que foram
pegos porque estavam usando maconha.
A denúncia serviu para mobilizar a
sociedade numa época em que estava no auge o movimento da
antipsiquiatria, representado pelo psiquiatra italiano Franco Basaglia,
que conseguiu estabelecer a abolição dos hospitais psiquiátricos na
Itália, com a aprovação da lei nº 180 de 1978, também conhecida como Lei
Basaglia. A repercussão dessa lei foi para além da Itália e em julho
de 1979 Basaglia veio ao Brasil para participar do III Congresso
Mineiro de Psiquiatria.
Durante sua estada em Minas Gerais, Franco Basaglia foi convidado pelo
psiquiatra mineiro Antônio Soares Simone, que por suas denúncias foi
processado e chegou a ter cogitada a cassação de seu registro
profissional pelo Conselho de Medicina, a conhecer as instituições
psiquiátricas públicas mineiras, entre elas o Hospital Colônia. Ao sair
do hospital Basaglia pediu que Simone acionasse a imprensa e fez a
seguinte declaração “Estive hoje num campo de concentração nazista. Em
lugar nenhum do mundo, presenciei uma tragédia como esta”. A repercussão
foi grande e até o jornal “New York Times” se interessou pela história.
A partir do final da década de 1980 começou a se delinear no Brasil uma
nova política de atendimento para as pessoas com transtornos mentais,
na qual buscava-se o fim do modelo de internação em hospitais
psiquiátricos para atendimentos ambulatoriais.
O deputado Paulo Delgado
(PT) apresentou em 1989 um projeto de lei que propunha regulamentar os
direitos da pessoa com transtornos mentais e extinguir de forma
progressiva os manicômios no país. Somente em 2001 o projeto proposto
tornou-se a Lei Federal 10.216 (Lei Paulo Delgado) — tornando possível a
reforma psiquiátrica no país.
Durante esses anos a história do Colônia tomou outros rumos, pois,
embora na esfera política a lei da reforma psiquiátrica tenha sido
sancionada apenas em 2001, as mentalidades haviam mudado especialmente
após a década de 1970. Em 1979 o psiquiatra Jairo Toledo foi transferido
para o hospital a convite do superintendente da Fundação Hospitalar do
Estado de Minas Gerais (Fhemig). Sua primeira decisão foi transferir as
33 crianças que estavam internadas em Barbacena para Belo Horizonte.
Proibiu a transferência indiscriminada de pacientes de outros hospitais
para o Colônia, criando a regionalização do atendimento e critérios para
a internação de pessoas — os pacientes tinham no prontuário a data de
saída do hospital.
Em 1995, com o projeto Memória Viva financiado pela prefeitura de
Barbacena, surgiu a ideia de criar o Museu da Loucura no Hospital
Colônia. Inaugurado em 16 de agosto de 1996, o museu tem cinco salas
abertas à visitação, com instrumentos usados para lobotomia, entre
outros.
O antigo Colônia tornou-se Centro Hospitalar Psiquiátrico de
Barbacena (CHPB) e atualmente tem 170 pacientes internos como
“crônicos”, mas 120 destes devem ser encaminhados para módulos
residenciais. Conta também com 30 vagas para casos agudos de psiquiatria
e 100 para outras especialidades médicas, além de 20 vagas para pessoas
com dependência química. A relação funcionário/paciente também foi
alterada, pois o hospital tem mil funcionários para 300 leitos.
Ao ler a história contada pela premiada jornalista Daniela Arbex não
posso dizer que o hospital teve um final feliz, pois, além da morte de
60 mil pessoas, muitas tiveram suas vidas roubadas durante o período que
permaneceram no hospital. Há histórias de desencontros, como uma que
contarei a seguir e histórias de dor, que chegam a deixar os olhos rasos
d’água.
Não é um livro que se lê tranquilamente, ele mobiliza e faz
pensar nas formas que criamos para nos proteger do que é diferente,
incômodo e assustador. Enquanto nossa sociedade se constituir num
projeto de higienização e medicalização, possivelmente muitas histórias
como essa se repetirão. Um exemplo recente foi a discussão a respeito da
internação compulsória dos usuários de crack.
Serão mesmo necessárias
internações dessa natureza e a criação de instituições totais para
tratamento aos usuários de álcool e outras drogas? A lei Paulo Delgado
possibilitou a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps),
que tratam de forma ambulatorial as pessoas com transtorno mental que
estão na fase aguda e os dependentes químicos.
Em muitas cidades ainda
não existe o modelo de Caps III, com atendimento de 24 horas, que
precisam ser implantados. Há um risco de retrocesso que precisa ser
sempre repensado para que genocídios, como o do Hospital Colônia de
Barbacena, possam ser evitados. Candice Marques de Lima é psicóloga clínica e professora da Universidade Federal de Goiás
Uma história de desencontros Débora Aparecida Soares, filha da interna Sueli Rezende (morta em 2011), “foi doada ao nascer”
No documentário de Helvécio Ratton — “Em Nome da Razão” —, Sueli
Aparecida Rezende aparece cantando uma música-denúncia das condições da
alimentação no hospital. Por ser considerada uma paciente difícil e
muito agressiva, “arrancou a orelha de muitos pacientes”, se mutilou
usando grampos para ferir os pulsos e chegou a matar uma pomba no pátio
do hospital e comê-la alegando ser seu único alimento, os médicos
cogitaram a possibilidade de arrancar sua arcada dentária para poder
contê-la.
Sueli teve duas filhas durante sua internação de 35 anos no Colônia.
Foi encaminhada para o hospital de Oliveira aos 8 anos de idade por ser
epiléptica e trocar favores sexuais por merenda na escola em que
estudava. Em 1971 foi para o hospital de Barbacena e de lá saiu morta
por infarto aos 50 anos. Suas duas filhas foram encaminhadas para a
adoção, como pelo menos trinta bebês que nasceram no hospital. Sobre sua
filha Luzia, nascida em 1986 não se sabe o paradeiro, mas Débora
Aparecida Soares teve conhecimento da mãe biológica quando já era adulta
e foi em busca de sua história.
Sueli teve um relacionamento amoroso com José Malaquias, também interno
do Colônia por alcoolismo, e daí nasceu Débora. Com dez dias de vida,
Débora foi retirada dos braços da mãe biológica e adotada por uma
auxiliar de enfermagem do hospital. Durante sua infância, a menina
muitas vezes acompanhou a mãe adotiva em seu trabalho e aos 7 anos
conheceu uma paciente. “Tia, por que você está aqui?”, “Porque não tenho
casa. Mas tenho duas filhas”, “E onde elas estão? Queria brincar com
elas”, “Isso eu não sei”. Despediram-se com um abraço e uma funcionária
que viu a cena de longe escondeu-se para chorar, pois sabia que ali
estavam mãe e filha sem que soubessem do grau de parentesco. Durante os
anos após o nascimento da filha, Sueli lembrou-se de todos os seus
aniversários e, quando estava morrendo, foi o nome dela que chamou.
Débora soube da existência da mãe biológica somente em 2007, quando
procurou sua babá para tentar esclarecer o motivo de suas dificuldades
no relacionamento com a mãe que a criara e de sua infelicidade. Ao saber
que tinha sido adotada e que a mãe era interna em Barbacena, viajou de
São João del-Rei, cidade onde morava e cursava Letras, para lá. Ao
chegar ao hospital, soube que a mãe falecera há um ano. Triste, mas
decidida a conhecer a história de sua mãe, a jovem passou quinze dias em
uma sala da instituição lendo os prontuários da mãe, forma que
encontrou para conhecê-la, reconstruir e ressignificar sua própria
história. (C.M.L.).
O menino de Goiás
Em 1976, com o fechamento do Hospital de Neuropsiquiatria Infantil no
município de Oliveira, Minas Gerais, 33 crianças foram transferidas para
o Colônia e passaram a conviver com os pacientes adultos. A única
diferença entre eles eram os berços no lugar das camas de capim. “Havia
berços onde crianças aleijadas ou com paralisia cerebral vegetavam.
Ninguém os retirava de lá nem para tomar sol. Quando a temperatura
aumentava, os berços eram colocados no pátio, e os meninos permaneciam
encarcerados dentro deles”. Quando o jornalista Hiram Firmino perguntou a
uma secretária o que aconteceria com essas crianças quando crescessem,
ouviu como resposta “Ué? Eles morrem”.
Dentre essas 33 crianças, havia um menino de Goiás chamado Roberto – o
livro não informa seu sobrenome nem a cidade de onde era proveniente. O
garoto de 9 anos foi enviado para o hospital de Oliveira por ter
hidrocefalia. Após quase um ano de internação no Colônia, foi a única
criança a ser visitada por um familiar.
Quando o pai chegou ao hospital o
menino correu em sua direção e possivelmente por causa da emoção teve
uma incontinência urinária e molhou sua roupa. “O goiano até tentou
esconder o desconforto diante daquela criança desajeitada, mas não
conseguiu. Constrangido com o aspecto do filho, o pai disse que sairia
para buscar almoço. Deixou a comida lá e nunca mais apareceu”. Após o
episódio o menino definhou até a morte.
Tuntum - Ontem por
volta das 23:30 horas a menor Egila Daniele de 16 anos foi cruelmente assassinada,
na Rua Frederico Coelho próximo a ponte do Mil Reis. Egila estava conversando
com dois amigos em uma casa, quando levou o tiro que causou sua morte, até o
momento não se sabe quem matou a adolescente.
Egila Daniele
é filha do já falecido Expedito Francisco da Silva, que trabalhou muitos anos
na delegacia de Tuntum, com a professora Gildete Vieira Sousa.
O corpo da
adolescente está sendo velado na residência de sua avó, na Rua Primavera, no
bairro do Mil Reis.
Brasília - O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou há
pouco uma nota em que anuncia a demissão de Antonio Sergio Alves
Vidigal, secretário de Políticas Públicas de Emprego da pasta. De acordo
com a assessoria de imprensa do ministério, o secretário “pediu
demissão do cargo no início da noite desta sexta-feira [13]”.
Foto - Carro apreendido pela PF na Operação Esopo.
O pedido de demissão ocorre após virem à tona denúncias de
irregularidades no ministério, deflagradas pela Polícia Federal (PF) na
última segunda-feira (9) pela Operação Esopo.
A operação revelou esquema
de fraudes em licitações do ministério e causou prejuízos de R$ 400
milhões aos cofres públicos, segundo balanço da PF. De acordo com as
investigações, havia indícios de fraudes em licitações de prestações de
serviços, de construção de cisternas, de produção de eventos turísticos e
de festivais artísticos.
Ex-secretário do MTE, Paulo
Roberto Pinto.
Quarta-feira (11), foi publicada no Diário Oficial da União a
exoneração a pedido do então secretário executivo do ministério, Paulo
Roberto Pinto.
Após as investigações virem a público, três servidores do
Ministério do Trabalho foram presos: Anderson Brito Pereira, assessor
do gabinete do ministro Manoel Dias; Geraldo Riesenbeck, coordenador de
Contratos e Convênios da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego; e o
subsecretário de Planejamento do ministério, Antônio Fernando Decnop.
Citado nas investigações, o então secretário executivo do ministério,
Paulo Roberto Pinto, prestou depoimento e foi liberado em seguida.
Riesenbeck e Pereira foram exonerados de seus cargos no Ministério
do Trabalho na terça-feira (10). Decnopo, que estava cedido à Fundação
Nacional do Índio (Funai), também foi exonerado na terça-feira do cargo
de coordenador-geral de Recursos Logísticos da Diretoria de
Administração e Gestão, da fundação, que é vinculada ao Ministério da
Justiça. Já o ex-secretário executivo pediu exoneração na quarta-feira
(11).
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