Diplomata, governadores e chefe da alfândega foram alvos das medidas. Foto:Ramil Sitdikov/RIA Novosti |
28 de julho de 2016
Diversos funcionários detentores de altos cargos foram destituídos na Rússia como resultado de uma "limpeza" relâmpago realizada pelo presidente Vladímir Pútin nesta quinta-feira (28). Entre eles, foram quatro governadores - dos quais consta Nikita Belikh, ligado à oposição e já detido, acusado de receber propina -, mas também agentes das forças de segurança do país.
"Essa é uma rotação cíclica regular do chefe de Estado, naturalmente ligada à necessidade de aumentar a efetividade, resolver problemas onde a velocidade do desenvolvimento deixa a desejar. É a rotação regular", disse o porta-voz do presidente russo, Dmítri Peskov.
"A nomeação dos agentes das forças de segurança é uma decisão pessoal do chefe de Estado. Ele mesmo deposita sua confiança e, de acordo com ele, são justamente essas pessoas que têm o potencial para continuar o desenvolvimento dessas regiões", disse Peskov.
O ex-agente do FSB (Serviço Federal de Segurança, órgão que substituiu a KGB) Vladímir Bulávin foi demitido do cargo de representante presidencial no distrito Noroeste do país para substituir o chefe do Serviço Alfandegário, Andrêi Belianinov, que está sendo acusado de contrabando após a realização de uma busca em sua residência na quarta-feira (27).
"A lógica está no fato de que a representação presidencial foi usada também como instrumento de prova para os passos seguintes do serviço de Vladímir Bulávin. Ele é egresso do FSB e por isso, nessa situação, era lógica sua entrada na alfândega", diz o cientista político Evguêni Mintchenko.
O cargo de governador do enclave europeu de Kaliningrado também passou para as mãos do chefe da filial do FSB na região, Evguêni Zinitchev.
"A nomeação de um representante do FSB destaca a importância da região de Kaliningrado e o fato de que o governo não analisará a questão da separação da região do resto da Rússia", diz Mintchenko.
Já a junção do Distrito da Crimeia com o Distrito do Sul é liderada pelo chefe do primeiro, Vladímir Ustinov.
Pútin demitiu também o governador de Iaroslav, Serguêi Iastrebov, que foi substituído pelo tenente-general da polícia Dmítri Mironov, proveniente do Serviço Federal de Proteção, um dos braços contemporâneos da antiga KGB.