quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Portugal e a exportação de professores.

Túlio Muniz: Portugal e a exportação de professores.

A mídia cartelista - por Túlio Muniz, via e-mail. Portugal, este domingo, 18 de Dezembro:


– Manchete na edição on-line do “Público”: Passos Coelho sugere a emigração a professores desempregados.


Fugir “a salto” era, no Portugal da ditadura fascista, migrar para França “pulando” a Espanha. Eis que o primeiro ministro da direita portuguesa, Passos Coelho (um político estreante e inábil) reifica a modalidade: se não se pode solucionar a Educação, livra-te dela, ainda que a custa da inteligência de um país.

Os links acima são exemplos da crueldade acerca do que é a genuína direita européia, que mergulha o continente numa era de incertezas e exploração capitalista poucas vezes vistas na História. Acentua-se a gravidade em contextos como os de Portugal, país com uma das maiores defasagens de escolaridade entre seus habitantes (quase 20% não completaram nível algum). A refletir e acompanhar.

Entretanto, uso do delicado acontecimento para remeter ao que abunda na Europa e claudica por cá. Portugal, em que pese a crise econômica e social que atravessa, nos lega uma lição primorosa de jornalismo, essa invenção fantástica do século XIX, na definição Foucault.

Nenhuma das manchetes acima foi gerada por matéria de um dos grandes jornais de Portugal citados no início deste texto, mas pelo “Correio da Manhã”, uma espécie de “O Dia” lusitano. Diferente do que cá ocorre, a imprensa portuguesa não deixa de repercutir um assunto que é de interesse público, ainda que o mote seja o de um concorrente. O mesmo se dá nas redes de TV, nas emissoras de rádio, mesmo que o assunto contrarie este ou aquele interesse privado. Afinal, eis a justificativa da existência do jornalismo, a difusão e o amplo debate público de determinada questão.

No Brasil, há uma interdição ao debate e a citação de um concorrente pelo outro, com exceção poucos de veículos de alcance nacional, como a revista Carta Capital ou a TV Record, raridade replicante nas mídias locais e regionais (em Fortaleza, “O Povo” eventualmente cita e repercute seu principal concorrente, o “Diário do Nordeste”/Globo, mas a recíproca inexiste). Ironia: a rede Recod, de propriedade da Igreja Universal do Reino de Deus é hoje o melhor e mais ético jornalismo televisivo do País, no âmbito das empresas privadas.

Contudo, a não-citação da concorrência, longe de ser uma questão de disputa de mercado, revela-se como estratégia cartelista de poder. “Cartel”, termo oriundo da economia que significa “acordo explícito ou implícito entre concorrentes para, principalmente, fixação de preços ou quotas de produção, divisão de clientes e de mercados de atuação. O objetivo é, por meio da ação coordenada entre concorrentes, eliminar a concorrência, com o conseqüente aumento de preços e redução de bem-estar para o consumidor” (a definição é do próprio Ministério da Justiça, http://portal.mj.gov.br/sde).

Fora do foco das redes e TV e dos jornalões, o lançamento e consequente repercussão do livro “A Privataria Tucana” do jornalista Amaury Ribeiro Jr , provavelmente, o maior fenômeno editoral do século (80 mil exemplares tirados e praticamente vendidos em uma semana), é também símbolo da importância de veículos credíveis de imprensa (Carta e Record). 

Sobretudo, é prova da irreversível penetração da internet na sociedade, legando ao vexame público jornais e jornalistas ávidos por escândalos, desde que não contrariem aos interesses de seus patrões e/ou de patrocinadores de iniciativas e de suas publicações e projetos pessoais. 

A imprensa européia não é imune de controle por parte do mercado, mas não zomba da inteligência do público, tampouco prescinde da presença de intelectuais em suas páginas, diariamente e não a conta gotas semanais, prescrição comum no Brasil (mesmo em certo jornalismo universitário), cuja imprensa é inimiga do pensamento.

“Privataria” e sua desconsideração evidenciam a estratégia orquestrada de poder dos grupos privados de comunicação de massa. O silêncio para com o “concorrente” (aspas, pois aqui não se trata de concorrência e sim de aliado cartelista) ocorre para não promover ao hipotético adversário de mercado, mas para também, e sobretudo, legitimar o próprio silêncio em torno de assunto que contrarie aos interesses do cartel (não confundir com “máfia”, apesar das semelhanças).

Grosseiramente invisibilizado pela mídia convencional, “Privataria” demonstra como o cartel foi assimilado pela grande (?) mídia nacional não só em termos de disputa mercado, mas também de negação de um imaginário já consolidado entre a população, que lhe presta assistência e audiência, mas não mais se deixa guiar acriticamente como há duas décadas. 

Lembremos da reeleição de Lula em 2006: sob massacre e bombardeio da mídia cartelista, ele não só venceu o segundo turno como seu adversário (Alckmin) teve menos votos que obtivera no primeiro.

Portanto, o caso de “Privataria” não é o primeiro. Será o último? 

Túlio Muniz, jornalista, historiador, doutor pela Universidade de Coimbra (Portugal) e professor (temporário) da Universidade Federal do Ceará.

Leia também:
Amaury: Convites para eventos em todo o Brasil

Luciano Martins Costa: Renúncia ao bom jornalismo


Protógenes e a CPI da Privataria


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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Bancada Maranhense na Câmara dos Deputados foi vice-campeã de assiduidade no ano de 2011.

Dep. Edvaldo Holanda

Bancada Maranhense na Câmara dos Deputados foi vice-campeã de assiduidade no ano de 2011.

Dos 513 deputados federais, apenas 13 tiveram 100% de presença no plenário ao longo do ano de 2011, sem uma falta sequer nas 202 sessões. 

São eles: Alexandre Leite (DEM-SP), Edivaldo Holanda Junior (PTC-MA), Hermes Parcianello (PMDB-PR), Jesus Rodrigues (PT-PI), Lincoln Portela (PR-MG), Lourival Mendes (PTdoB-MA), Lúcio Vale (PR-PA), Luiz Fernando (PSDB-SP), Manato (PDT-ES), Pedro Chaves (PMDB-GO), Reguffe (PDT-DF), Salvador Zimbaldi (PDT-SP) e Tiririca (PR-SP).

Confira o total de frequências por Estado da Federação: 

1° - São Paulo (04)

2° - Maranhão (02)

3° - Distrito Federal (01)

4° - Espírito Santo (01)

5° - Goiás (01)

6° - Minas Gerais (01)

7° - Pará (01)

8° - Paraná (01)

9° - Piaui (01).

Esta matéria foi escrita usando dados de apoio: http://blogdoazedo.blogspot.com/

Expulsão dos alunos da USP não foi submetida ao Conselho Universitário. Afirma Prof. Adrián Fanjul

20 de dezembro de 2011.por Conceição Lemes

Sábado passado, 17 de dezembro, o Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou um despacho do reitor da USP, João Grandino Rodas,  expulsando seis estudantes moradores do CRUSP por conta da ocupação da sede da COSEAS (Moradia Retomada). As expulsões estão baseadas no decreto de 1972, da ditadura militar, ainda vigente no Regimento Geral da USP, que permite perseguições e penalidades políticas.

Um dos pontos que fundamentaram a decisão do reitor, segundo o seu próprio despacho, é o item 4:


Coincidentemente no dia 13 de dezembro, houve reunião do Conselho Universitário da USP, onde estiveram presentes dirigentes das Unidades de Ensino e Pesquisa e Órgãos Centrais da Universidade. Representando os professores doutores, Adrián Pablo Fanjul, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCHL), participou.

“Ao longo da reunião, nada foi dito acerca das expulsões nem de um documento que as respaldaria”, afirma o professor Adrián Fanjul.

– Nada, mesmo?!

“Realmente nada”, salienta Fanjul. “Nem por parte da reitoria nem de nenhum outro dirigente.”

Aliás, durante a reunião do dia 13 do Conselho Universitário foram feitos vários pronunciamentos contrários aos processos em andamento contra estudantes e funcionários e/ou pela anulação do decreto de 1972, da época da ditadura, que os embasam. E já houve anteriormente várias moções contra eles. Uma delas, recente, de 2010, da Congregação da FFCHL, assinada pela sua presidente, professora Sandra Nitrini.
– Então esse documento a que se refere o despacho do reitor seria secreto?

“Secreto não é, porque o próprio reitor informa sua existência. Mas ele não foi nem mencionado no  Conselho Universitário que se reuniu nesse mesmo dia 13, e ainda não foi divulgado”, observa Fanjul. “De fato, a reunião do Conselho Universitário foi mero espaço de formalidade, onde o tema nem se tratou, enquanto a verdadeira decisão era tomada em sigilo.”

– A decisão teria sido tomada sem a presença de todos então?

“A decisão não foi tomada pelo Conselho Universitário”, esclarece Fanjul.  “É o reitor quem assina o despacho.”

“Mas se o reitor conta com o respaldo da maioria dos diretores, conta de fato com a maioria do Conselho. Se eles assinaram um documento de apoio à medida tão grave no mesmo dia, por que no Conselho ninguém disse nada?”, acrescenta Fanjul. ” Não submeter o assunto ao Conselho, ou sequer mencioná-lo, explica-se para evitar que uma minoria indesejável – leia-se nós, representantes, e alguns diretores  –  condenasse a medida. Garantiu-se, assim, a ‘surpresa’ do final de semana pré-natalino.”


  
Matéria copiada: http://www.viomundo.com.br/denuncias/professor-adrian-fanjul-expulsao-dos-alunos-da-usp-nao-foi-submetida-ao-conselho-universitario.html

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

USP - Expulsa estudantes que participaram de manifestação.

Eles protestam contra a expulsão de seis alunos da instituição por terem participado da invasão da Coordenadoria de Assistência Social, em março. Na época, o grupo reivindicava melhorias nas condições de moradia e o aumento do número de vagas no alojamento.

247 – Uma nova manifestação de estudantes deve acontecer hoje na Universidade de São Paulo (USP). Desta vez, eles protestam contra a expulsão de seis alunos, publicada no Diário Oficial do estado deste sábado. Também está previsto um acampamento em frente ao prédio onde fica o reitor João Grandino Rodas, que assinou decreto que oficializou a expulsão.

Os estudantes foram expulsos da instituição por terem participado da invasão do Coseas (Coordenadoria de Assistência Social), ocorrida em março. Entre eles estão dois alunos da ECA (Escola de Comunicações e Artes) e quatro da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas).

A direção alega desrespeito do Regimento Interno da Universidade, segundo despacho assinado pelo reitor da USP.

Moradores do Crusp (Conjunto Residencial da USP), eles participaram de uma invasão do bloco da sala da assistência social, para reivindicar a melhoria nas condições de moradia e o aumento do número de vagas no alojamento. Os alunos passaram a dormir no local e se recusaram a deixá-lo, mesmo após a reitoria ter obtido a reintegração de posse na Justiça.

matéria copiada: http://brasil247.com.br/pt/247/brasil/30824/Estudantes-marcam-nova-manifesta%C3%A7%C3%A3o-na-USP.htm

Os avanços de 2011 Por Venício A. de Lima em 13/12/2011.

Mais um fim de ano. Tempo de balanços, de reavaliar metas, de planejar o futuro. Sobretudo, tempo de refletir sobre o que se fez e o que se deixou de fazer no campo das comunicações.
Ao contrário do rotineiro, e para evitar a repetição do já escrito ao longo do ano, arrisco um balanço seletivo de 2011. Sem qualquer ordem de relevância e sem pretender ser exaustivo, registro dez pontos que, numa perspectiva histórica, podem ser considerados como avanço no sentido da garantia democrática de que mais vozes participem e sejam ouvidas no debate público.

Dez avanços

1.Relatório do special rapporteur para a “promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e expressão” do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, tornado público no dia 3 de junho, reconhece o acesso à internet como um direito humano (ver, neste Observatório, “Na pauta da igreja e da ONU”).
Os últimos dados sobre a internet no Brasil indicam, segundo a agência F/Nazca, que somos 81,3 milhões de internautas (a partir de 12 anos). Para o Ibope/Nielsen, somos 78 milhões (a partir de 16 anos – setembro/2011). De acordo com a Fecomércio-RJ/Ipsos, o percentual de brasileiros conectados aumentou de 27% para 48%, entre 2007 e 2011 (ver aqui).
Neste contexto, um projeto de lei para definir regras sobre direitos, deveres e princípios para o uso da internet (marco civil) foi enviado pela Presidência da República ao Congresso Nacional em agosto (ver aqui).

2.O crescimento e fortalecimento dos movimentos pró-criação dos conselhos estaduais de comunicação social (CCS) em vários estados da federação (ver “Onde estamos e para onde vamos”).
A pioneira Bahia elegeu os representantes da sociedade civil para o CCS-BA – 10 entidades do segmento empresarial e 10 do movimento social – que tomam posse no dia 12 de dezembro, juntamente com os 7 membros indicados pelo governo do estado.
No Rio Grande do Sul, o pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) aprovou, no dia 1º de dezembro, a recomendação ao governador do estado de criação do CCS-RS. Agora será formado um grupo de trabalho composto por membros do CDES e da Casa Civil para elaborar o projeto de lei a ser encaminhado a Assembleia Legislativa.

3.A realização do II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, em Brasília, em junho; e do I Encontro Internacional de Blogueiros, em Foz do Iguaçu, PR, em outubro. Os dois encontros sinalizam a consolidação da organização dos blogueiros progressistas no Brasil e o início de uma articulação internacional.

4.A construção e divulgação da “Plataforma para um novo Marco Regulatório das Comunicações no Brasil”, em outubro. O texto que contem as 20 propostas prioritárias, resulta de um trabalho histórico que convergiu na realização da I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e foi inicialmente sistematizado no seminário “Marco Regulatório – Propostas para uma Comunicação Democrática”, realizadopelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e outras entidades nacionais e regionais, no Rio de Janeiro, em maio (ver aqui).

5. A continuidade das atividades quase heroicas de entidades como a Rede de Educação Cidadã (Recid) e o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) promovendoa comunicação popular e sindical. 

A Recid é uma articulação de atores sociais, entidades e movimentos populares, vinculada à Secretaria Geral da Presidência da República, que desenvolve um trabalho junto a grupos vulneráveis econômica e socialmente (indígenas, negros, jovens, LGBT, mulheres e outros), totalmente à margem da grande mídia. Um exemplo das atividades da RECID foi a realização da IV Ciranda de Educação Popular, em maio (ver “Direito à comunicação: o Fórum e a Ciranda”). Já o NPC dedica-se à assessoria de comunicação – do jornal impresso à internet, da oratória ao uso do rádio e do vídeo – e oferece, por exemplo, cursos ligados a comunicação sindical e popular e a história dos trabalhadores.

6.Os inúmeros observatórios de mídia, ligados ou não à Rede Nacional de Observatórios da Imprensa (Renoi), que surgem e se consolidam em vários estados brasileiros, mobilizando grupos de jovens voluntários que trabalham pelo direito à comunicação. Um exemplo: o Observatório da Mídia Paraibana, um projeto de ensino, pesquisa e extensão, criado em 2010, por iniciativa de estudantes da Universidade Federal da Paraíba, com o objetivo de analisar a mídia do estado.

7.O processo de consolidação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que completou o mandado de sua primeira diretoria e inicia uma nova gestão ampliando a construção e a presença de um sistema público de comunicação no território nacional. Registre-se a continuidade importante de programas como o pioneiro Observatório da Imprensa na TV e o Ver TV, janelas solitárias para a discussão da grande mídia na televisão brasileira, comandados, respectivamente, pelos jornalistas Alberto Dines e Lalo Leal Filho.

8.A criação da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação com Participação Popular (Frentecom), em abril. A Frentecom, composta por 194 parlamentares e mais de uma centena de organizações da sociedade civil e coordenada pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP) e pelo deputado Emiliano José (PT-BA), tem como objetivo acompanhar os debates sobre direito à comunicação e liberdade de expressão no Estado brasileiro, especialmente na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados e no Ministério das Comunicações.

9.A disponibilização do cadastro dos concessionários de radiodifusão do Ministério das Comunicações (Dados de Outorga) cujo acesso voltou a ser permitido, a partir de 30 de maio, em relação às entidades por localidadee aos sócios e diretores por entidade.

10.A atitude corajosa de membros do Judiciário que, na contramão de instâncias superiores, enfrentam o poder da grande mídia nas suas respectivas áreas de atuação. Dois exemplos ocorridos em outubro: a entrevista do presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul(Ajuris) e a Ação Civil Pública do Ministério Público da Paraíba, que pede suspensão de programa por exibição de cenas de estupro de menor, cassação da concessão da TV Correio (repetidora da TV Record) e pagamento de indenização de R$ 500 mil à menor, pelo uso indevido da imagem, violação da privacidade e danos morais, além de danos morais à coletividade, no valor de R$ 5 milhões.

“Finalidade sem fim”

Tomo emprestado um pouco da sabedoria e do otimismo do professor Antonio Cândido, em admirável entrevista publicada no jornal Brasil de Fato, em julho. Explicando sua opção socialista, o professor recorre a Kant, via Bernstein, e afirma:
“O socialismo é uma finalidade sem fim. Você tem que agir todos os dias como se fosse possível chegar ao paraíso, mas você não chegará. Mas se não fizer essa luta, você cai no inferno.”

A regulação da mídia para a democratização da comunicação parece constituir uma dessas “finalidades sem fim” em nosso país.
Feliz 2012.

***
[Venício A. Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Regulação das Comunicações – História, poder e direitos, Editora Paulus, 2011]

Matéria copiada: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed672_os_avancos_de_2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Delegado Protogenes tem 173 assinaturas para criar a CPI da Privataria Tucana

O deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B/SP) enviou requerimento de CPI para investigar as denúncias documentadas no livro A Privataria Tucana. 

Segundo Protógenes, até o momento, já assinaram Ubiali (PSB/SP), Paulo Foletto (PSB/ES), Dr. Aluizio (PV/RJ) e Romário (PSB/RJ).

CÂMARA DOS DEPUTADOS

REQUERIMENTO DE CPI

(Do Sr. Delegado Protógenes)

Requer a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito com a finalidade de investigar as denúncias de irregularidades e lavagem de dinheiro apresentadas pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior em seu livro, “A Privataria Tucana”.

Senhor presidente,

Requeiro a Vossa Excelência, nos termos do § 3° do art. 58 da Constituição Federal e na forma do art. 35 do Regimento Interno, a instituição de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar em profundidade as denúncias de irregularidades e lavagem de dinheiro apresentadas pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior em seu livro, “A Privataria Tucana”.

JUSTIFICATIVA

Está na Carta Magna brasileira, em seu artigo 3º, incisos I e II, que constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil “construir uma sociedade livre, justa e solidária” e “garantir o desenvolvimento nacional”.

O livro “A Privataria Tucana”, lançado no último dia 09 de dezembro, revela, com uma farta documentação, um esquema do uso de dinheiro das privatizações, ocorridas nos anos de 1990, para beneficiar políticos e seus apadrinhados. Estas denúncias configuram real ameaça à realização da República nos seus moldes constitucionais.

Em reportagem de capa, a revista Carta Capital, em edição do dia 14 de dezembro de 2011, debruça-se sobre as principais denúncias elaboradas pelo autor do livro, o jornalista Amaury Ribeiro Jr.

Segundo o autor, os documentos secretos da CPI do Banestado demonstram a existência do “maior esquema de lavagem de dinheiro já detectado no Brasil” cujo personagem principal é o ex-governador de São Paulo e candidato presidencial derrotado em 2002 e 2010, José Serra, e mentor o seu ex-tesoureiro de campanha, Ricardo Sérgio de Oliveira.

O livro-reportagem apresenta ainda documentos da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda que comprovam o envolvimento de parentes de políticos à época, como o irmão do ex-senador Tasso Jereissati, o empresário Carlos Jereissati, no repasse de 2 milhões de reais da suposta propina para a campanha de José Serra ao Senado, no ano de 1994. Segundo Ribeiro Jr., o próprio empresário confirmou a doação, mas o candidato só declarou ao tribunal Regional Eleitoral R$ 95 mil.

Parte das provas do relatório da CPI do Banestado, que comprovam o pagamento da propina das privatizações está em um CD de informação do MTB Bank, instituição financeira liquidada pela promotoria distrital de Nova York por lavagem de dinheiro. Estes arquivos revelam também mais de 10 mil operações das contas chamadas “Contas-ônibus” que levavam e traziam dinheiro de paraísos fiscais que ocultavam os nomes dos responsáveis pelas movimentações. Segundo o livro-reportagem, as planilhas do MTB Bank e outros documentos da CPI do Banestado revelam que o ex-tesoureiro da campanha de Serra, Oliveira, movimentou no exterior, em 5 anos, 20 milhões de dólares.

O livro também mostra a sociedade entre o ex-Governador paulista e o espanhol Preciado, marido da sua prima, na compra de um terreno na capital paulista. O espanhol também movimentava a mesma conta do MTB Bank, usada para lavar o dinheiro das privatizações. O jornalista Ribeiro Jr. lembra que o esquema foi desmontado, em 2004, pela Polícia Federal, na operação farol da Colina. Neste caso, mais uma vez os documentos da CPI do Banestado comprovam a ligação entre José Serra e os apadrinhados na lavagem de dinheiro, ao demonstrar que o espanhol depositou 2,5 bilhões de dólares, entre 1998 e 2002, na conta de Ricardo Oliveira, seu ex-tesoureiro.

A ampla documentação exibida no livro mostra que o ex-tesoureiro da campanha de Serra movimentou 1,9 milhões de reais em 2002, data da disputa presidencial entre o ex-presidente Lula e o então candidato José Serra. Também se verifica a participação da filha de Serra, Verônica, que entre 2000 e 2002, véspera da campanha presidencial, trouxe para o Brasil cerca de 7 milhões de reais procedentes do Caribe.

A reportagem evidencia a ligação entre a filha de José Serra com o banqueiro condenado pela justiça Daniel Dantas em investimentos de 15 milhões de dólares entre as empresas de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas. Os investimentos levaram a filha de Serra a comprar casa de luxo na Bahia e casa em bairro de classe média alta em São Paulo, no valor de 475 mil, onde o pai mora hoje.

As denúncias que no presente requerimento destacamos e que exemplificam a calamidade da situação que aqui temos a intenção de averiguar, vem a público após 12 anos de extensa pesquisa do renomado jornalista Amaury Ribeiro Jr.

Respaldadas por vasta documentação, constituem ameaças reais a democracia brasileira e por isso são, sem dúvida alguma, preocupações atuais de todos brasileiros. Não são denúncias de mero cunho eleitoreiro e não se referem a fatos apagados pelo tempo. Pelo contrário, referem-se a acontecimentos que ainda repercutem na atual política brasileira pondo em risco nosso projeto de democracia e que continuarão a repercutir caso não tomemos as devidas providências.

É por isso que nos é imperativo chamar atenção para o fato de termos que instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito dessas denúncias, respaldada pelas assinaturas que acompanham esta proposição, no intuito de promover uma completa e profunda investigação dos fatos alardeados.

Sala de Sessões, 12 de dezembro de 2011.
DELEGADO PROTÓGENES
Deputado Federal – PCdoB/SP
Atualização 14/12/2011
Deputado Protógenes informou que já tem mais de 100 assinaturas para a CPI da Privataria Tucana. Segundo o Portal Vermelho, Marco Maia garantiu que a CPI será instalada assim que o deputado tiver o mínimo de 171 assinaturas.

Marco Maia instalará a CPI da Privataria, proposta por Protógenes — Portal Vermelho
Atualização 15/12/2011

Vai sair a CPI da Privataria!!! Deputado Protógenes informou hoje pela manhã no Twitter que será ultrapassada a marca de 200 assinaturas.
https://twitter.com/#!/ProtogenesQ/status/147269793798569984
Atualização 15/12/2011 [2]

CPI da Privataria Tucana tem 173 assinaturas, eram necessárias 171. O 171º deputado a assinar foi Juliano Rabelo (PSB/MT); foi o 172º, Brizola Neto (PDT/RJ).

A casa caiu: Protógenes cria CPI!


DEPOIMENTO DO JORNALISTA AMAURY JR. NA CÂMARA DOS DEPUTADOS ESTA MARCADO PARA AS 14:00 HORAS DO DIA 20 DE DEZEMBRO DE 2011.


Matéria copiada de : http://tatianeps.net/?subscribe=success#blog_subscription-3

"CERRA" canta para AECIO eu nao sou lixo...

Apresentando o maior sucesso musical da Internet neste momento.