sábado, 24 de novembro de 2012

Edir Macedo conta tudo em entrevista à Istoé.

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Na primeira entrevista em sete anos a um veículo de comunicação que não lhe pertence, bispo da Igreja Universal critica Globo e revela teor da conversa de seu último encontro com a presidente Dilma Rousseff: "Alertei a presidenta Dilma que o monopólio nas comunicações é um caminho perigoso para o País". Segundo ele, "a Igreja Universal é um pronto-socorro espiritual".

23 de Novembro de 2012 às 22:08.

247 - Após sete anos falando apenas com veículos da Rede Record, o bispo Edir Macedo concedeu entrevista à revista Istoé, que estampou o líder da Igreja Universal na capa de sua edição desta semana. Na entrevista, o bispo dispara contra a Globo, que, incusive, foi o tema de sua última conversa com a presidente Dilma Rousseff, durante a Olimpíada de Londres, que a Record transmitiu com exclusividade na tevê aberta. "Procuramos mostrar a ela e aos demais ministros que a democracia nos meios de comunicação, principalmente na televisão, é o melhor caminho para o Brasil. Alertei a presidenta Dilma que o monopólio nas comunicações é um caminho perigoso para o País", disse.

Macedo, que tem batido recordes de vendas com sua biografia, demonstra rancor com a emissora concorrente em outras passagens da entrevista. "Somos sempre alvo de certos setores da sociedade incomodados com a perda de espaço e privilégios, como a Globo e o Vaticano. Há um claro preconceito por trás disso. Uma postura agressiva velada. Ou alguém duvida que a Globo só me ataca e ataca a Igreja Universal por causa da Record? Para eles, a Record é uma ameaça", disse.

Leia a entrevista:
Em entrevista exclusiva, Edir Macedo conta que não tem residência fixa, diz que a Igreja Universal ainda é perseguida pelos católicos, relata o último encontro com a presidenta Dilma Rousseff e fala sobre o futuro da Igreja e da Rede Record.

Mário Simas Filho.
Edir Macedo estava no apartamento de aproximadamente 200 metros quadrados no último andar do prédio da Igreja Universal do Reino de Deus, na avenida João Dias, em São Paulo, quando soube que o lançamento de sua autobiografia "Nada a Perder", na Argentina, fora um sucesso. Na sequência, Macedo foi informado de que o livro também será traduzido para o francês e imediatamente começou a procurar data na agenda para promover um lançamento em Paris no início do próximo ano.

Foi no embalo dessas notícias que, no domingo 18, sentado no sofá da sala do imóvel que costuma ocupar quando está em São Paulo, Edir Macedo concedeu entrevista exclusiva à ISTOÉ. Nos últimos sete anos, é a primeira entrevista do bispo a um meio de comunicação que não pertence a ele. Aos 67 anos, o líder da IURD e dono da Rede Record entende que ainda é tratado como o chefe de uma seita pela cúpula católica. Ele relata o último encontro que teve com a presidenta Dilma Rousseff, afirma que milagres continuam a ocorrer em seus templos e se mostra emocionado quando faz referência às pessoas que conseguem encontrar na Universal um novo caminho para suas vidas.

ISTOÉ - Como é sua rotina? Por que o sr. não mora no Brasil?
Edir Macedo - Não tenho uma rotina definida. Dedico cem por cento do meu tempo às questões espirituais da Igreja Universal do Reino de Deus em todo o mundo. Não exerço uma profissão ou um cargo executivo, exerço uma missão de fé que tem como único objetivo pregar o Evangelho. Isso exige certos sacrifícios, como, por exemplo, não ter uma residência fixa. Viajo os continentes, o máximo que posso, para ensinar o que temos recebido de Deus aos pastores e ao nosso povo. Em quase todos os países, moro em apartamentos construídos no prédio da Igreja. Minha vida se resume ao altar e ao convívio com minha esposa, Ester.

ISTOÉ - O sr. é um homem rico?
Macedo - Vivo da ajuda de custo da Igreja e dos direitos autorais. A Igreja Universal não é patrocinada pelo governo ou por qualquer iniciativa privada. Temos despesas para pagar. Aluguéis, reformas e construções de centenas de templos, contas milionárias de luz e água, ajuda de custo de milhares de pastores, mais de 5.800 funcionários registrados etc., etc...

Quem paga tudo isso? O dinheiro não cai do céu. É Deus quem dá o sustento para a Sua Igreja abençoando a vida das pessoas. Quanto mais elas recebem, mais elas nos ajudam a investir no Evangelho. E mais: nunca recebi nenhuma remuneração da Record, nem como pró-labore ou como ganho de lucros, conforme demonstrado nos balanços da emissora, registrados na Junta Comercial. Todo o lucro é reinvestido na própria Record. Ela está aí para crescer e conquistar um espaço ainda maior.

ISTOÉ - Além da Record, o sr. possui empresas em outros ramos?
Macedo - Tenho em meu nome a Record, mas meu prazer mesmo é pregar o Evangelho.

ISTOÉ - O bispo Edir Macedo consegue se distanciar do empresário das comunicações Edir Macedo?
Macedo - Deixo os negócios sob responsabilidade dos profissionais contratados para tocarem o dia a dia da Record, por isso não me considero um empresário. Não tenho riqueza maior na vida do que a minha fé. O nome do meu livro não é uma mera expressão literária. Não tenho nada a perder. E isso é um recado claro e direto a quem interessar.

ISTOÉ - Logo no início do livro o sr. diz que, no momento de sua prisão, políticos de prestígio, empresários, juízes e desembargadores tomavam decisões sob a influência do alto comando católico. Quais eram os políticos e juízes que agiam sob influência da cúpula católica?
Macedo - A Igreja Universal foi e continua sendo atacada. Isso não acabou. Somos sempre alvo de certos setores da sociedade incomodados com a perda de espaço e privilégios, como a Globo e o Vaticano. Há um claro preconceito por trás disso. Uma postura agressiva velada. Ou alguém duvida que a Globo só me ataca e ataca a Igreja Universal por causa da Record? Para eles, a Record é uma ameaça. Naquele tempo da minha prisão, por exemplo, houve um escândalo sem precedentes na televisão de que pouca gente lembra. 

A Globo teve a petulância de colocar, em uma cena de novela, uma atriz, prestes a ter relações sexuais, jogando o sutiã em cima da "Bíblia Sagrada". Você tem ideia do que isso significa? Uma afronta ao símbolo maior da fé cristã. A "Bíblia" não é um livro sagrado apenas da Igreja Universal, mas de todos os cristãos. E o que aconteceu? Nada! Muita gente aplaudiu, achou bonito. Em outro país, essa emissora de tevê não passaria sem punição. E agora, vários anos depois, essa mesma emissora quer patrocinar eventos de música gospel? Dá para acreditar nas intenções dessa empresa? Estranho, não é?

ISTOÉ - A relação dos líderes católicos com a Universal mudou de lá para cá? E com o Judiciário?
Macedo - Não temos relação com esse segmento religioso (os católicos) porque eles ainda nos consideram como seita. Não temos nada contra o povo católico, em sua enorme maioria formada por gente sincera e de bem. 

Depois de 35 anos, apesar do trabalho social e espiritual desenvolvido pela Igreja Universal, ainda somos tratados com preconceito, mas vamos em frente, vamos arrebentar de qualquer maneira. Sempre foi assim. Sobre os membros do Judiciário, penso completamente diferente. Tenho uma avaliação extremamente positiva do nosso Judiciário. Confio muito no senso de justiça e independência da classe de magistrados do nosso país.

ISTOÉ - Como o sr. se relaciona com a presidenta Dilma Rousseff? E com os ex-presidentes Sarney, Collor, Fernando Henrique e Lula?
Macedo - Ao longo dos últimos anos tivemos alguns encontros com a presidenta Dilma, por quem tenho profundo respeito. O último encontro aconteceu em Londres, durante os Jogos Olímpicos. Procuramos mostrar a ela e aos demais ministros que a democracia nos meios de comunicação, principalmente na televisão, é o melhor caminho para o Brasil. Alertei a presidenta Dilma que o monopólio nas comunicações é um caminho perigoso para o País. Também tivemos algum relacionamento com os demais presidentes brasileiros e diversas autoridades de outros países. Mais isso vou detalhar no volume dois do meu livro de memórias.

ISTOÉ - O sr. é bem tratado pelos agentes do poder?
Macedo - Todos nos tratam com consideração pelo trabalho de recuperação social que a Igreja Universal realiza junto às mais variadas classes sociais. Quantos bilhões os governos economizam com o atendimento espiritual proporcionado pela Igreja Universal? Quando alguém vence uma crise crônica de depressão ou supera o vício das drogas, por exemplo, quanto o sistema de saúde público economiza? Imagine esse efeito multiplicado aos milhões.

ISTOÉ - Estudiosos das igrejas neopentecostais têm pesquisas mostrando que os fiéis costumam fazer um rodízio entre as inúmeras denominações. A Universal seria a preferida daqueles que passam por problemas financeiros. Isso é real?
Macedo - A Igreja Universal é um pronto-socorro espiritual. Ela recebe gente que sofre com os mais variados males, entre eles dificuldades financeiras. Isso me faz lembrar uma importante reflexão. Se tanta gente chega arruinada e é enganada e explorada por nós, como dizem por aí, por que elas permanecem na Igreja Universal? O que é enganado, se deixaria enganar uma única vez e não voltaria nunca mais. Mas por que existem tantos templos lotados no Brasil? Por que existem tantos membros fiéis com décadas de Igreja? Como explicar esse crescimento em todo o mundo, acima de culturas, raças e idiomas? Não é o cumprimento da promessa do bispo Macedo na vida delas. É o cumprimento dos juramentos bíblicos.

ISTOÉ - Sociólogos são unânimes ao explicar o sucesso da Igreja Universal pela máxima de que em seus cultos sustenta-se que a felicidade plena deve ser alcançada e conquistada na vida presente. Então, no seu entender, como seria a vida eterna, a vida pós-morte?
Macedo - Exatamente como a "Bíblia" ensina: salvação da alma para os que aceitam e praticam essa fé e condenação para os que não aceitam. Isso está escrito de maneira simples e objetiva. Acredita quem quer. O destino após a morte é definido pelas escolhas que o ser humano faz em vida. O céu e o inferno não são folclore. Aceitar o Senhor Jesus como seu Salvador é o único caminho da salvação eterna da alma. E essa é a maior riqueza de qualquer pessoa. Não existe bem maior do que a salvação da nossa alma.

ISTOÉ - A principal acusação que o levou à prisão foi a de charlatanismo, em razão de cultos em que havia exorcismo. Nos cultos realizados pelo padre Marcelo Rossi, por exemplo, também se diz que os dons do Espírito Santo são usados para a operação de milagres. O que o difere do padre Marcelo?
Macedo - Não tenho a mínima ideia do que acontece em outros lugares. O fato é que a Igreja Universal baseia sua crença cem por cento nos ensinamentos da Palavra de Deus. E na "Bíblia" existem exemplos claros e incontestáveis da manifestação da fé através da realização de curas e da libertação espiritual. Temos milhares de histórias reais de pessoas que experimentaram esses milagres e podem atestar, nos dias de hoje, a veracidade das promessas cristãs. Mas o maior milagre é a conquista da fé inteligente, capaz de gerar uma mudança radical de comportamento, a transformação completa de pensamentos e de valores.

ISTOÉ - No livro, o sr. sugere que as perseguições contra a Universal aumentaram depois da compra da Record.
Macedo - Como disse, o avanço da Record incomoda muita gente. Crescimento ainda maior da Record significa o fim do monopólio, dos mandos e desmandos de certos barões da mídia, de grupos religiosos conservadores contrários à prática da fé que ensina as pessoas a pensar livremente. São esses setores da sociedade que sempre nos atacaram. Muita gente me odeia sem ao menos me conhecer. 

Pessoas que nem sequer pararam para pensar mais a fundo sobre os princípios que defendemos. Eu só quero que elas pensem e não formem suas opiniões pelo que leem nos jornais ou veem na televisão. Eu sei que a tendência da maioria é ter uma opinião negativa sobre nós porque as pessoas sempre foram alimentadas pelas informações da mídia. Eu não as culpo. Desejo apenas que pensem. Só isso. Pensem.

ISTOÉ - O sr. interfere no dia a dia da Record? Tem conhecimento prévio do que vai ao ar?
Macedo - Existe um comitê de gestão formado pela presidência, vice-presidências e algumas diretorias estratégicas que tomam as decisões no dia a dia da Record. Eles se reportam a mim, de tempos em tempos. São profissionais competentes que têm feito um ótimo trabalho e em quem depositamos nossa confiança. Muitas vezes sou surpreendido por uma estreia ou outra no ar. É claro que também dou minhas opiniões e sugestões, mas são muito raras. 

Algumas são reprovadas (risos) e outras aprovadas, como a produção de minisséries bíblicas, a exemplo de "Rei Davi". Foi uma inovação importante para a televisão brasileira. O trabalho foi belíssimo, alcançou um excelente resultado de audiência e atingiu diferentes tipos de público. A determinação geral é seguirmos firmes na construção de uma emissora de tevê com programação diversificada e de qualidade, voltada para todos os brasileiros.

ISTOÉ - Quais os seus planos para o futuro da emissora, já que o mercado das comunicações passa por grande transição?
Macedo - A Record tem um projeto de televisão em andamento. Não vivemos de um acerto pontual ou outro na programação. Construímos um departamento de jornalismo sólido e com credibilidade, uma fábrica de novelas própria com milhares de funcionários e um projeto comercial que conquistou a confiança dos anunciantes. O ano de 2013 será de grandes investimentos em nossa emissora. Nossa meta é a liderança, não importa o tempo que isso demore para acontecer. Nosso foco está bem definido. Vamos chegar lá. Vamos arrebentar.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Polícia Federal desarticula grupo criminoso infiltrado em órgãos federais.


23/11/2012.São Paulo/SP - A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (23), a Operação Porto Seguro, com o fim de desarticular organização criminosa que se infiltrou em diversos órgãos federais para a obtenção de pareceres técnicos fraudulentos com o fim de beneficiar interesses privados. 

A ação ocorre na capital e no interior de São Paulo e em Brasília.

Os policiais federais cumprem 6 mandados de prisão, dos quais 2 são contra servidores públicos. Cumprem ainda 43 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cruzeiro/SP, Dracena/SP, Santos/SP, São Paulo e Brasília.

O inquérito policial teve início em março de 2011 após a PF ter sido procurada por um servidor do Tribunal de Contas da União (TCU) que se viu envolvido num esquema no qual lhe foram oferecidos R$ 300 mil para que elaborasse um parecer técnico para beneficiar um grupo empresarial do setor portuário.

No decorrer da investigação, apurou-se que não se tratava de um caso isolado, mas que havia um grupo que exercia influência em diversos órgãos públicos federais. O grupo, composto de servidores públicos e agentes privados, agia cooptando servidores de órgãos públicos para que fosse acelerada a tramitação de procedimentos ou que elaborassem pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados.

Os investigados responderão, de acordo com suas ações, pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica e falsificação de documento particular, cujas penas podem ir de 2 a 12 anos de prisão.

Será realizada entrevista coletiva à imprensa na Superintendência Regional de São Paulo às 14h30.

Audio - Coletiva de Imprensa

Mais informações: Setor de Comunicação Social da PF em São Paulo
tels: (11) 3538-5013 ou 5030

Operação Porto Seguro. Polícia Federal na antessala da Presidência e de Lula.

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Deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira, Operação Porto Seguro, que prendeu seis e indiciou 18, fez busca e apreensão no escritório paulista da Presidência da República. A investigação levou a Rosemary Novoa de Noronha, chefe de gabinete da Presidência em SP, que era o braço-direito de Lula em São Paulo e teria sido responsável por nomeações na Agência Nacional de Aviação Civil e na Agência Nacional de Águas.

23 de Novembro de 2012 às 21:50.

247 - A Operação Porto Seguro, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira, passou, entre outras repartições, pelo escritório da Presidência da República em São Paulo. A PF fez busca e apreensão no escritório durante as ações para desarticular uma organização criminosa que se infiltrou em diversos órgãos federais para a obtenção de pareceres técnicos fraudulentos. A ação ocorreu em São Paulo capital e outros três municípios paulistas, além de Brasília, e resultou na prisão de seis pessoas e no indiciamento de 18.

A investigação levou a Rosemary Novoa de Noronha, chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo. Rosemary secretariava para o então presidente Lula em viagens internacionais e foi responsável pela nomeação dos diretores Paulo Vieira (Agência Nacional de Águas) e Rubens Vieira (Agência Nacional de Aviação Civil). Os dois são irmãos e alvo da operação, suspeitos de fraudar pareceres.

Rosemary está entre os 18 indiciados pela PF na operação e prestou depoimento em São Paulo pela manhã. A acusação contra ela seria de tráfico de influência, segundo a Folha de S.Paulo. Rosemary teria indicado pessoas para empresas em troca de presentes como viagens, passagens aéreas e camarotes em carnavais.

Segundo reportagem da Folha, os agentes da operação queriam apreender computadores, mas Rosemary teria reagido energicamente, chegando a ameaçar que comunicaria à presidência da República. A PF, então, teria optado por apenas copiar os arquivos.

De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio, os agentes também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Rosemary. A coluna Radar Online informa que Dilma foi avisada sobre a ação e está monitorando cada passo da PF.

Nesta sexta-feira, a presidente recebeu o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams (cujo braço-direito também é investigado), e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em audiências que não constavam na agenda oficial.

Rosemary conheceu o ex-presidente Lula nos anos 1990, quando trabalhava com o então presidente nacional do PT, José Dirceu, de quem foi assessora por 12 anos. Ela ingressou no governo federal em fevereiro de 2003, como assessora especial do gabinete regional, e passou a chefe da unidade em 2005.

Porto Seguro - A operação Porto Seguro prendeu dois servidores públicos e um advogado em Brasília, além de dois advogados em Santos e um empresário na capital paulista. De acordo com o superintendente regional da PF de São Paulo, Roberto Troncon Filho, há comprovação da participação de servidores corrompidos da Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Nacional de Avião Civil (Anac), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antac), Advocacia-Geral da União, Secretaria do Patrimônio da União (SPU), do Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Segundo a PF, a investigação começou após um servidor do TCU ter procurado a polícia para confessar que havia sido cooptado por criminosos interessados em comprar um parecer técnico. A recompensa seria o pagamento de R$ 300 mil. Ele chegou a elaborar o documento e receber a primeira parcela, de R$ 100 mil, mas se arrependeu posteriormente.

Segundo o delegado, as investigações indicaram que não se tratava de um caso isolado. "Acabou se constatando a existência de um grupo que contava com dois de seus integrantes como servidores de agências reguladoras. O grupo prestava serviços para empresários que tinham interesse em ações como a agilização de processos e até mesmo a elaboração de pareceres técnicos, sob medida, comprados para favorecer interesses privados", disse Troncon.

De acordo com o superintendente, dois servidores – um da ANA e outro da Anac – tinham a função de contatar outros servidores de órgãos públicos federais. Os demais membros da quadrilha se encarregavam do contato com os grupos empresariais ou pessoas físicas interessadas em vantagens ilegais na administração pública federal.

"[Os servidores envolvidos] eram de segundo e terceiro escalão, que agiram por conta própria e sem o conhecimento de seus superiores ou dos dirigentes desses órgãos. Os dirigentes máximos colaboraram prontamente para o cumprimento dos mandados judiciais e o desenvolvimento da investigação", destacou o superintendente.

A conclusão da investigação, que contou com 180 policiais, deve ocorrer em até 60 dias. Os investigados responderão, de acordo com suas ações, pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica e falsificação de documento particular, cujas penas podem ir de dois a 12 anos de prisão.

Todos os órgãos citados foram contatados pela reportagem. Até o momento, apenas a ANA e a AGU se manifestaram em nota. "A Polícia Federal realizou operação na manhã de hoje em instalações da Agência Nacional de Águas. A operação, iniciada às 6h30 e concluída às 10h45, restringiu-se ao interior do gabinete do diretor Paulo Rodrigues Vieira, para coleta de documentos. Segundo mandado da Polícia Federal, a operação não envolve a Agência Nacional de Águas", diz a nota.

Já a AGU disse que irá manter em sigilo o nome do servidor envolvido, por orientação da Polícia Federal, e que o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, já instruiu a corregedoria da instituição para que abra procedimento interno de apuração. "A Advocacia-Geral da União informa que a Polícia Federal esteve hoje na sede da AGU, em Brasília, para cumprir mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal de São Paulo. A coleta de documentos se restringiu à sala de um único servidor", diz trecho da nota.

Com Agência Brasil

Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/86128/PF-na-antessala-da-Presid%C3%AAncia-e-de-Lula-PF-antessala-Presid%C3%AAncia-Lula.htm

Brasil. As novas percepções na escalada da violência.

*WASHINGTON NOVAES.


Que quer dizer exatamente a onda redobrada de violência na Grande São Paulo e no interior paulista, em Santa Catarina, Goiás, Paraíba, Bahia, Ceará e outros Estados? O tema está a cada dia mais presente na comunicação e suscita, até mesmo em entrevistas e artigos assinados, muitas interpretações. 

Na verdade, a questão já era muito forte e só agora temos uma nova visão? Ou se trata de uma escalada na violência? Por quê? Será coincidência ou um salto de consciência?

Carmo Bernardes, o falecido escritor mineiro/goiano, costumava dizer que os acontecimentos (e a consciência sobre eles) em nossa vida não escorrem lentamente, e sim dão saltos repentinos: de um momento para outro, vem-nos a consciência de que houve uma mudança forte, um salto. Será assim neste momento? Ou se trata apenas de coincidência, situações momentâneas? Por um lado, as estatísticas de crimes mostram que a situação não é nova, embora possa ter-se agravado – apenas se estaria dando mais ênfase. 

De fato, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, citado pelo ministro da Justiça (Estado, 14/11), diz que já tínhamos no ano passado 471.200 pessoas presas em 295.400 vagas, com um déficit de 175.800 vagas e 1,6 preso por vaga. 

Só no Estado de São Paulo, 195 mil presos, ou 1,9 por vaga. Nas 28 prisões da Região Metropolitana, no ano passado, 43.600 presos. E 250 mil pessoas detidas provisoriamente.

Então, por que não percebemos antes a enormidade do quadro e só lhe damos atenção agora? Há indícios de que ocorreram mudanças importantes e certas coisas parecem mais visíveis. 

Entre elas, um aparente deslocamento geográfico do crime organizado, em busca de novos territórios, desde que cessou o acordo não declarado que havia no Rio de Janeiro, desde o governo Chagas Freitas, na década de 1970, entre a polícia e o tráfico de drogas – “vocês não descem o morro e nós não subimos”. 

Com a ocupação de morros e favelas pelo programa das Unidades de Polícia Pacificadora, o crime (tráfico de drogas, especialmente) teve de migrar – inclusive para fora do Estado. São Paulo e Santa Catarina parecem ser novos territórios, ou a busca deles.

Mas essa busca tem implicado uma escalada. Os comandos de organizações na área do tráfico têm recorrido até à requalificação técnica de seus membros, matriculando-os em cursos que ensinam a manusear explosivos (Folha de S.Paulo, 18/11). Tem significado a exigência de que os devedores aos mandantes do tráfico sejam obrigados a saldar suas dívidas executando policiais – seis PMs e dois agentes prisionais foram executados em 20 dias (Estado, 15/11), quando 154 pessoas foram assassinadas. 

Em um ano, foram mortos 93 policiais (19/11). Ordens de ataques têm partido de dentro de prisões (15/11), a ponto de os governos federal e paulista cogitarem de instalar bloqueadores de celulares em presídios, ao custo de R$ 1 milhão em cada um deles, levados para 143 unidades prisionais (19/11). 

A evidência de que esses novos fatores influenciam a visão das autoridades paulistas está no processo, já iniciado, de transferir líderes de organizações criminosas para penitenciárias de segurança máxima fora do Estado (17/11) e no anúncio de que haverá ações importantes em “14 pontos estratégicos do Estado”.

Para completar o quadro da redistribuição geográfica do crime organizado: parece claro que o Centro-Oeste brasileiro se transformou no ponto de recepção e redistribuição de drogas advindas das regiões de fronteira. Goiânia teve quase 500 homicídios no ano passado, mais de 500 este ano, até agora – quase invariavelmente relacionados com o tráfico e o não pagamento de dívidas. Em Rio Verde, cidade de 185 mil habitantes, quase cem assassinatos em 2011. Este ano, mais (O Popular, 19/11).

De certo modo, os fatos estavam diante dos nossos olhos há muito tempo. Na Paraíba, a Polícia Federal prendeu mais de 30 policiais e agentes de segurança “envolvidos em grupos de extermínio” (Estado, 10/11). “De 1984 para cá”, escreve o leitor Marcelo de Lima Araújo, “mais de 1 milhão de pessoas foram assassinadas intencionalmente no Brasil”, o “20.º país mais violento do mundo” (Fórum dos Leitores, 7/11).

E mesmo deixando de lado as razões sociais desse quadro não há como entrar nessa seara abominável do crime e do crime organizado sem referência à situação calamitosa do Judiciário, que implica também a ausência de ressocialização de quem está na prisão – parte da pena quase inexistente. 

Nada menos que 423.400 processos, ao todo, estão paralisados em tribunais federais e estaduais (Agência Globo, 16/11), aguardando julgamento. Nos tribunais federais, nada menos que 26 milhões de processos foram abertos em 2011 (eram 5,1 milhões em 1990). E com isso 90 milhões de processos tramitam nos tribunais. Mas no ano passado cada ministro do Superior Tribunal de Justiça julgou 6.955 ações; no Tribunal Superior do Trabalho, 6.299 cada um; no Tribunal Superior Eleitoral, 1.160. Como dar conta da papelada toda?

É evidente que nossos modos de viver, acotovelados em grandes cidades e megalópoles, criam condições favoráveis – geográficas, econômicas, sociais, de dificuldade de cobertura policial em toda a área, etc. Mas as verbas previstas para a construção de presídios até 2014 são de apenas R$ 1,1 bilhão, com 24 mil vagas implantadas, 42 mil contratadas; apenas 7.106 entregues (Folha de S.Paulo, 18/11).

E quanto a novas condições sociais e econômicas nas grandes cidades, não há muitas razões para otimismo. Estudo de 40 especialistas da Universidade de São Paulo (USP), ao lado de 81 técnicos da Prefeitura, para o governo paulistano, diz que “a São Paulo dos sonhos” “poderá estar pronta em 2040″, nas áreas de transportes coletivos, habitação, despoluição de rios, etc. E custaria R$ 314 bilhões.

Haja paciência e fé! E ainda a crença ilusória de que algo será possível, principalmente nas áreas de segurança e Justiça, sem reformas mais amplas, de caráter global mesmo. 

Migração de fatores sociais e da criminalidade, escaladas de violência, etc., não se detêm diante de fronteiras municipais, estaduais ou nacionais.

* JORNALISTA – E-MAIL: WLRNOVAES@UOL.COM.BR

São Luís. Começa hoje a Feira do Livro.

Feira do Livro oferece espaço para a troca de livros entre leitores.  O espaço visa dar maior rotatividade aos livros que, em vez de ficar guardado em uma prateleira, são socializados com outros leitores.

Publicação: 22/11/2012 20:01

Lugar de livro não é na estante como objeto de decoração. Se você tem vários livros guardados, traga-os para a 6ª Feira do Livro de São Luís e participe do Troca-troca Literário, um espaço destinado especialmente para socializar, entre leitores, livros que já perderam a importância e que podem ser substituídos por outros. 
 
Diversos títulos, previamente doados, já estarão à exposição no espaço à disposição do público. No entanto, pode haver a troca de livros entre os visitantes, promovendo também o intercâmbio de informações e experiências.

Os leitores interessados podem estar providos de obras dos mais diversos temas e autores, sendo inclusive, exemplares didáticos ou revistas em quadrinhos. A quantidade de trocas realizadas por pessoas é ilimitada.


O Troca-Troca Literário foi idealizado pelos organizadores da
tradicional Feira de Porto Alegre e trazido desde 2009, por iniciativa do coordenador da Feira em São Luís, José Maria Paixão. "O objetivo do espaço é promover a maior rotatividade aos livros e a circulação do conhecimento. Na edição passada, foram trocados cerca de trezentos livros", afirma.

A Feira do Livro de São Luís é uma promoção da Prefeitura de São Luís por meio da Fundação municipal de Cultura (Func). Este ano, terá como tema "São Luis, 400 anos escrevendo nos livros sua história". 
 
Nesta edição, a grande homenageada é a cidade de São Luís. Toda a temática e a programação do evento estarão voltadas para a celebração do seu quarto centenário. O evento acontece até 02 de dezembro, no Complexo Ceprama (Madre Deus).
 

São Luís - Acontece hoje a Sétima Marcha da Periferia.



www.viasdefato.com.br

Ao longo de toda esta semana (de 18 a 23 de novembro), foram realizados diversos eventos ligados as comemorações da Semana da Consciência Negra.

O tema, escolhido nacionalmente, para a Marcha da Sétima Semana da Periferia foi "Contra os despejos forçados e a faxina étnica".

Hoje, dia 23 de novembro (sexta- feira) Segue a PROGRAMAÇÃO:
 
Tarde (15:00 horas) - Ocorrerá a 7ª MARCHA DA PERIFERIA. Concentração na Praça Deodoro – Centro.

Noite (19:00 horas) – Realização do 23° Festival de Hip Hop ZUMBI. Local: Praça Lagoa Amarela (Praça da Criança) no Centro Histórico.

O referidos eventos são uma promovidos por:

· Movimento de Hip Hop Organizado do Maranhão.
·   Quilombo Urbano, 
 ·   Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe,
·   Movimento Nacional Luta Popular, 
·   Sindicato dos Bancários,
·   APRUMA, 
·   SINASEFE – Seção Monte Castelo,
·   SINTRAJUFE, 
·   PSTU,
·   ANEL.

Jornalista, dono de jornal é assassinado por pistoleiro.

Jornalista era ex-PM e havia publicado em seu site que “muita coisa viria à tona” no final do ano 

 
Ketllyn Fernandes.

Mais um jornalista brasileiro entrou para a estatística de violência contra profissionais da imprensa. Eduardo Carvalho, de 52 anos, foi executado a tiros disparados por uma dupla de motociclistas na noite desta quarta-feira, 21. Ele estava em frente à sua residência, em Campo Grande (MS). 

Carvalho era dono do jornal eletrônico Última Hora News, que em suas publicações mais recentes havia se mostrado polêmico, tendo afirmado que “muita coisa viria à tona nesse final de ano”.

Conforme apurado pela polícia, tratam-se de pistoleiros que aguardavam por ele no local. 

O jornalista chegou com sua esposa, em um veículo Fusion, e enquanto ela foi estacionar o carro na garagem, Carvalho desceu para guardar sua moto, como sempre fazia; neste momento foi alvejado. Carvalho chegou a ser atendido pelo Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu). 

Segundo testemunhas, ocorreram de três a cinco disparos com calibre 38, encontrados na rua. Os pistoleiros, segundo hipótese inicial da polícia, teriam voltado ao local para confirmar se a vítima realmente havia morrido, ou para buscar os cartuchos.

Eduardo era ex-policial militar e já havia sido vítima de atentado em outra ocasião. "Falar a verdade e mostrar sujeira de vagabundo é comigo mesmo e vou trazer à tona, muita coisa nesse final de ano”,  foi uma das suas últimas publicações polêmicas de Carvalho.

*Notícia Relacionadas: Projeto avalia agravar pena para assassinos de jornalistas
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Radialista Valério Luiz é morto a tiros em frente a emissora
"Tenho certeza de que foi crime encomendado", diz Mané de Oliveira
Documento apócrifo aponta que policial pode ter matado Valério Luiz. Chega a citar seu nome.

Fonte: http://jornalopcao.com.br/posts/ultimas-noticias/dono-de-jornal-e-assassinado-por-pistoleiro#.UK55M1ty_xU.facebook