domingo, 25 de novembro de 2012

Rio de Janeiro. Desabamento provoca uma morte e deixa três feridos na Feira Brasil Rural.

Nielmar de Oliveira e Akemi Nitahara - Repórteres da Agência Brasil.

24.Nov.2012.Rio de Janeiro - O desabamento de uma estrutura metálica ocorrido na 8ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária – Brasil Rural Contemporâneo, na Marina da Glória, zona sul, provocou a morte de Adriana Ribeiro de Jesus, de 64 anos, além de ferimentos em dois homens e uma jovem.

O local vem recebendo milhares de pessoas nos últimos quatro dias e foi evacuado pelos organizadores, que não repassaram informações mais detalhadas sobre o acidente. O desabamento ocorreu na saída da Praça da Alimentação, que fica às margens da Baía de Guanabara.

A estrutura metálica caiu sobre algumas pessoas e pelo menos cinco delas foram levadas para o hospital. A assessoria de imprensa do evento não informa as condições em que os feridos foram levados para a unidade hospitalar.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) divulgou nota agora à noite confirmando a morte em consequência da queda da estrutura metálica que fazia parte do portal de saída da feira. Na nota, o MDA se solidariza com as famílias das vítimas e garante que todas foram prontamente atendidas. O ministério aguarda os trabalhos da perícia para identificar as causas do acidente. A programação da feira está suspensa até a verificação completa das instalações.

Segundo contou à Agência Brasil o paraibano Evanildo Oliveira Araújo, a jovem ficou gravemente ferida, mas foi levada com vida para o Hospital Souza Aguiar. Ele é expositor e vende castanha de caju e também teve que sair às pressas do local, abandonando todo o produto. A organização do evento também não explicou nada para os expositores.

"Estavam todos distraídos quando um arrocho de vento [rajada] arrancou a estrutura metálica que servia de portal de saída da feira e o jogou sobre as três pessoas que estavam passando pelo local. Uma mulher que tentou ajudar desmaiou, causando ainda mais confusão. Houve muito corre corre, o que tumultuou a área e dificultou o socorro às vítimas. As três pessoas atingidas ficaram sobre a estrutura metálica e foi preciso pelo menos uns trinta voluntários para retirá-las debaixo da estrutura para serem levadas pelos bombeiros para o hospital. A impressão que eu tive era que a jovem estava ferida gravemente".

Depois do acidente os organizadores evacuaram a feira e cancelaram os eventos previstos para hoje, fechando o local ao público. Em consequência houve grande tumulto, porque as pessoas começaram a exigir de volta o dinheiro pago pela entrada.

Os organizadores ainda não sabem se a Feira Brasil Rural Contemporâneo voltará a abrir as portas no domingo (25), dia previsto para o encerramento do evento.

Em nota, a assessoria de imprensa do evento limitou-se a informar que a organização “ainda está apurando as causas do acidente”.

Leia a íntegra da nota:
“A organização do evento está apurando as causas do acidente ocorrido na tarde deste sábado, dia 24. A equipe médica de plantão do evento prestou os primeiros socorros e os feridos foram encaminhados imediatamente ao hospital. Assim que a organização obtiver outras informações, passará novo informativo”.

Antes do acidente, os organizadores da edição da 8a Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária – Brasil Rural Contemporâneo esperavam encerrar o evento, amanhã (25) à noite com o fechamento de negócios da ordem de R$ 15 milhões em negócios – R$ 6 milhões a mais do que a última edição na cidade, em 2009.

A estimativa é que, nos cinco dias do evento, cerca de 150 mil pessoas passem pela feira – 30 mil a mais que na edição de 2009. Promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Feira Brasil Rural Contemporâneo registrou, nos três primeiros dias, cerca de 30 mil pessoas.

Participam da exposição 650 empreendedores da agricultura familiar. A feira incentivou este ano a realização de negócios com representantes do setores de supermercados, atacadistas, hotelaria, lojas de conveniência e produtos naturais, indústria de alimentos e bares e restaurantes. 

Somente a Central de Abastecimento do Rio de Janeiro (Ceasa) convidou cerca de 150 empresas para visitar o estande do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas.

Edição: Andréa Quintiere

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-11-24/atualizada-desabamento-provoca-uma-morte-e-deixa-tres-feridos-na-feira-brasil-rural

sábado, 24 de novembro de 2012

Especialistas em ações afirmativas cobram apoio para alunos cotistas em universidades federais.

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil.

24.No.2012. Rio de Janeiro - Uma série de recomendações às ações afirmativas foram apresentadas por especialistas em um seminário de avaliação sobre os dez anos do sistema de cotas, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

Ao final do encontro, na quinta-feira (22), foi divulgada uma carta com 12 pontos, sinalizando os desafios para a nova lei de cotas, como a permanência dos estudantes e a entrada de indígenas, que podem ficar sub representados.

Em agosto deste ano, a presidenta Dilma Rousseff aprovou a Lei 12.711, determinando a reserva de 50% das vagas das instituições federais de ensino para estudantes de escolas públicas, com base na renda familiar e na cor/raça deles, em quatro anos.

Reunidos na Uerj, primeira universidade do país a ter cotas raciais, os especialistas destacaram a necessidade de mais recursos do Ministério da Educação (MEC) para manter esses alunos não apenas com ações extras na área acadêmica, mas também com ações nas áreas social e cultural.

Outra preocupação é com a subrepresentação e as especificidades de alunos indígenas. “Considerando que a lei determina que as universidades devem seguir os percentuais de cada população do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na seleção e que em alguns estados o percentual de índios é de 0,4%, corremos o risco de não ter nem um índio por curso”, explicou a professora da Uerj Elielma Machado.

O estudante Amaré Gonçalves, da União dos Estudantes Indígenas do Tocantins, que participou do seminário, lembrou que mais da metade dos índios deixam as universidades em menos de um ano por falta de apoio e de entendimento dos valores e práticas culturais.

A carta também cobra o levantamento e a divulgação de dados sobre alunos cotistas e não cotistas. Nos últimos dez anos muitas informações foram retidas pelas reitorias, avaliaram os especialista.

“Isso permitiu que uma certa experimentação fosse feita sem que os erros fossem penalizados e sem que a imprensa polarizasse os dados”, explicou o coordenador do Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa da Uerj, João Feres. “Mas essa lógica agora se tornou impraticável”, completou, sobre o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou as cotas constitucionais.

O documento menciona ainda o combate o racismo institucional, principalmente em sala de aula. “Estou cansada de receber aluno que chega para mim e diz: até aqui eu consegui chegar, mas daquele cara eu não vou passar, não tem jeito, tudo o que eu faço ele [o professor] diz que está ruim, que não presta”, contou a professora Maria José de Jesus Alves Cordeiro, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

A universalização do ensino superior “como expressão da garantia do direito à educação” e ações afirmativas na escolha de bolsistas de mestrado e de doutorado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) também estão na carta.

Durante o evento, o assessor do MEC Thiago Thobias informou que a pasta estuda criar um comitê para acompanhar a nova lei de cotas e facilitar a troca de experiências entre as instituições. O foco são as políticas bem sucedidas de permanência.

Thobias também adiantou que o MEC deverá transferir diretamente o dinheiro de bolsas para os cotistas, por meio de um cartão, como é feito com os alunos da pós-graduação.

Edição: Andréa Quintiere

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-11-24/especialistas-em-acoes-afirmativas-cobram-apoio-para-alunos-cotistas-em-universidades-federais

Prefeito, sua esposa e vereador são assassinados em Jussiape - BA.


O prefeito eleito do município de Jussiape, no sudoeste da Bahia, Procópio Pereira de Alencar (PDT), o Dr. Procópio, foi assassinado na manhã deste sábado, 24, quando estava em seu consultório médico, ao lado de casa, por um homem identificado como Coló. A primeira-dama, Jandira, que voltava da feira, também foi executada.

De acordo com o jornal da Chapada, o prefeito eleito, de 75 anos, estava em reunião com um vereador, que também morreu no atentado. Policiais militares tentaram conter o homem, houve troca de tiros e dois PMs ficaram feridos. O atirador foi alvejado e morreu, de acordo com a rádio 88 FM, de Livramento de Nossa Senhora.

Em contato com A TARDE, o secretário da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado, Maurício Barbosa, informou que uma grupamento especializado das Polícias Civil e Militar já estão se deslocando para o município.

Doutor Procópio foi eleito com 3.212 votos, e respondia pela prefeitura desde 2008, quando o então prefeito, Vagner Neves Freitas (PTB), teve o mandato cassado. 

O vice-prefeito Gilberto Freitas (PSC) assume a prefeitura até dezembro e em janeiro, toma posse no lugar do prefeito assassinado.

Operação Porto Seguro. Presidência determina exoneração dos indiciados pela Polícia Federal.

Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil.
 
São Paulo – Todos os servidores indiciados na Operação Porto Seguro, deflagrada pela Polícia Federal, serão afastados ou exonerados de suas funções, conforme nota oficial da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgada hoje (24). 

A determinação da presidenta Dilma Rousseff também inclui o afastamento dos diretores das agências envolvidas na investigação com a abertura de processos disciplinares.

O Palácio do Planalto confirmou a exoneração da chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha. Dentre os investigados também estão José Weber Holanda Alves, adjunto do advogado-geral da União, e Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional das Águas.

A decisão foi anunciada após reunião no Palácio da Alvorada entre a presidenta Dilma Rousseff; a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas; a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti; e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

A Presidência determinou ainda que todos os órgãos citados no inquérito abram processo de sindicância. São eles: Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antac), Advocacia-Geral da União, Secretaria do Patrimônio da União (SPU), Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério da Educação (MEC).

Em nota oficial, a Secretaria de Aviação Civil, informou que o ministro Wagner Bittencourt solicitou o afastamento imediato de Rubens Carlos Vieira do cargo de diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Anac e a abertura de processo administrativo.

Ontem (23), a PF prendeu seis pessoas acusadas de participar de organização criminosa que funcionava infiltrada em órgãos federais para favorecer interesses privados na tramitação de processos. As prisões foram efetuadas em São Paulo, Santos e Brasília.

Foram presos em Brasília dois servidores públicos e um advogado, além de dois advogados em Santos e um empresário na capital paulista. Ao todo, 18 pessoas foram indiciadas.

Leia a íntegra da nota da Secretaria de Comunicação da Presidência da República:

Por determinação da Presidência da República, todos os servidores indiciados na Operação Porto Seguro da Polícia Federal serão afastados ou exonerados de suas funções. 

Todos os órgãos citados no inquérito deverão abrir processo de sindicância. 

No que se refere aos diretores das Agências, foi determinado o afastamento, com abertura do processo disciplinar respectivo.

Edição: Davi Oliveira

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-11-24/presidencia-determina-exoneracao-de-indiciados-na-operacao-porto-seguro

Desopilando - Feira de trocas promove economia solidária no Distrito Federal.

Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil.
 
Brasília –  Há seis anos funciona no Distrito Federal uma feira de trocas, a Escambau, onde é expressamente proibida a circulação de dinheiro e a compra e venda de produtos. 

Os participantes levam coisas que não precisam mais e buscam algo que os interesse. 

Se conseguirem fechar negócio com o dono do objeto de desejo, a troca acontece. 

O projeto é uma iniciativa da cooperativa socioambiental Trilha Mundos e tem o objetivo de promover os princípios da economia sustentável e solidária.

“É uma forma de inclusão social. Em uma feira onde não existe dinheiro, você pega algo que não usa mais e troca por outras coisas”, explica Cláudia Sachetto, organizadora da Escambau e diretora-presidente da Trilha Mundos. 

Ela destaca que a iniciativa tem ainda importância ambiental, pois o que não serve mais para um é reaproveitado por outro em vez de ser descartado.

Cláudia explica que 2012 é um ano especial, pois pela primeira vez o evento saiu do Plano Piloto, zona central de Brasília, e ganhou outras cidades do DF. "Conseguimos um patrocínio e este ano fizemos a Escambau em Taguatinga, Ceilândia e Guará", informou, referindo-se às regiões administrativas que circundam a capital federal.

Hoje (24) a última edição da feira no ano acontece em Brazlândia, a 50 quilômetros do centro de Brasília.

A ideia da feira atrai muita gente, como o professor de literatura Paulo Cézar Alves Custódio, 60 anos, frequentador assíduo e admirador do projeto. "Já até perdi a conta de quantas vezes fui nessa feira. 

Frequento há mais de quatro anos. Prefiro quando é na zona central de Brasília, pois fica mais perto da minha casa", relata o morador da Asa Norte.

Para Custódio, mais importante do que os objetos a serem trocados é a oportunidade de conhecer pessoas. "O lance mesmo da feira é que você faz amizade, é terapêutico. 

O que eu gosto nem é o objeto em si, mas a relação que acontece ali, estabelecer esse laço de permuta.”.

Ele destaca ainda o valor afetivo dos objetos, que é reforçado pela proibição da venda. "As coisas não têm preço, as coisas têm valor", opina. O professor de literatura conta que já garimpou muita coisa interessante em suas idas à Escambau. "Eu consegui  um prato de metal para colocar na parede, todo amarelo e com uma mandala no meio. 

Nunca me desfaço dele. Trouxe também para casa um livro sobre arte", diz. Entre os objetos que levou para trocar, estão livros, DVDs e uma coleção de gibis. "O pessoal se amarrou nessa coleção", comenta.

Cláudia Sachetto explica que quem quiser levar seus objetos para trocar na feira não precisa fazer inscrição. Quem deseja participar deve ficar atento às datas e aos locais de realização, divulgados no site da cooperativa Trilha Mundos

Basta reunir os objetos e comparecer ao lugar onde estiver acontecendo a Escambau. "Se a pessoa tiver mais de 20 objetos, a gente disponibiliza uma mesinha", informa Cláudia.

Para a ambientalista Sílvia Alcântara Picchioni, secretária executiva do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Fboms), iniciativas como a Escambau são importantes por destacar o papel de reutilização das coisas. "Você tem algo que não serve e para outras pessoas pode ser super útil. 

O produto não vai para o lixo fazer volume. O aspecto da solidariedade também tem que ser destacado. 

Não tem aquela coisa do lucro, há a sensibilidade de não precisar de alguma coisa e passar adiante. Aquilo vai estar sendo reutilizado e reduz-se o consumo", analisa.

A Escambau deste sábado acontece das 14h às 18h na Praça do Artesão, em Brazlândia. Interessados em participar podem levar artigos culturais, esportivos, de utilidade doméstica, vestuário, decoração e outros. Não são permitidas a compra e a  venda de produtos.

Edição: Andréa Quintiere

Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-11-24/feira-de-trocas-promove-economia-solidaria-no-distrito-federal

São Luís - Motorista de lotação estupra estudante na área Itaqui-Bacanga.


Uma estudante de inicias J.C.C  procurou o plantão Central da Refessa, no final da noite de ontem, sexta-feira (23), para comunicar que foi estuprada pelo motorista de um dos veículos que faz o transporte de passageiros irregularmente na área Itaqui-Bacanga.

A vitima, que reside no Anjo da Guarda, disse ao delegado que havia saído da escola onde estuda localizada na Vila Maranhão, e se dirigiu a um ponto de ônibus na BR 135, quando minutos depois um carro de cor cinza que faz lotação parou, dentro do veiculo havia dois estudantes da sua escola, que a chamaram para ir com eles para casa.

De acordo, ainda, com o relato da jovem os dois colegas de escola saltaram do carro antes de chegarem no Anjo da Guarda, e ela seguiu com o motorista que momentos depois parou em lugar deserto e a estuprou.

Depois ela foi deixada em frente a estação da Vale, ela não soube informar a placa do carro e nem se conhecia o estuprador, só informou que ele era moreno e forte aparentando 25 a 30 anos.

POLICIA FEDERAL INDICIA Nº 2 DA AGU E CHEFE DE GABINETE DA PRESIDÊNCIA

PF DESMONTA QUADRILHA NO ALTO ESCALÃO DO GOVERNO.
Organização criminosa pagava para que fraudassem pareceres técnicos no serviço público. 

Um funcionário do TCU que aceitou suborno de R$ 300 mil e depois se arrependeu foi quem denunciou o esquema.

José Weber Holanda Alves, adjunto do advogado-geral da União, e a chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, são acusados de integrar a quadrilha que corrompia servidores encarregados de fraudar os pareceres técnicos para acelerar processos de interesse de empresários.

Em troca, os integrantes do esquema recebiam propina e outros benefícios. Segundo a PF, a quadrilha cooptou funcionários das agências reguladoras Anac, ANA e Antaq, da Secretaria do Patrimônio da União, do TCU, da Advocacia-Geral da União (AGU), dos Correios e do Ministério da Educação. Seis pessoas foram presas e 18 indiciadas. Não é a primeira vez que José Weber é suspeito de cometer irregularidades. Em 2003, ele foi exonerado do posto de procurador-geral federal após reportagem do Correio sobre suposto desvio de dinheiro público. Voltou à cúpula da AGU no fim de 2009, trazido pelo atual advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

Entre os indiciados estão o número dois da AGU, uma assessora da Presidência em SP e dois diretores de agências reguladoras.

Agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão ontem no gabinete da Presidência da República em São Paulo, na Advocacia-Geral da União (AGU), em duas agências reguladoras, em um ministério e na sede dos Correios. Seis pessoas foram presas, sendo dois funcionários públicos de alto escalão, e 18 indiciadas na Operação Porto Seguro, desencadeada ontem pela PF, em parceria com o Ministério Público Federal (MPF). Os agentes desarticularam uma organização que agia em órgãos federais pagando propina por pareceres técnicos fraudulentos. Entre os indiciados, estão o advogado-geral adjunto da União, José Weber Holanda Alves, e a chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha.

José Weber e Rosemary foram indiciados ontem após serem ouvidos pela PF. Ele prestou depoimento depois que policiais apreenderam documentos em seu gabinete, que tem acesso direto à sala do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
 
A AGU abriu investigação interna sobre a conduta de Weber. Em seu currículo, suspeitas de envolvimento em denúncias de desvio de dinheiro público já o derrubaram do primeiro escalão do órgão em 2003. Ele voltou à AGU em 2009, a convite de Adams, que se reuniu ontem com sua equipe para discutir o impacto da operação da PF.

Além dos dois altos funcionários do governo, 16 pessoas foram indiciadas por diferentes crimes, como corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e tráfico de influência.

Segundo a PF, o núcleo da organização era composto pelas seis pessoas presas ontem. Os servidores públicos são os irmãos Rubens Vieira e Paulo Vieira, diretores de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA), respectivamente, que teriam sido indicados para os cargos por Rosemary. 

O outro irmão deles, o empresário Marcelo Vieira, também foi preso preventivamente. Os advogados Patrícia Santos Maciel de Oliveira, Marcos Antônio Negrão Martorelli e Lucas Henrique Batista foram detidos temporariamente. Patrícia foi solta logo depois.

Os seis são acusados de formação de quadrilha. De acordo com o delegado Roberto Troncon Filho, superintendente regional da PF em São Paulo, a organização corrompia funcionários de outros órgãos federais. "(A quadrilha) prestava serviço a empresários que tinham interesse na aceleração de processos e, até mesmo, na formulação de pareceres técnicos fraudulentos, mediante pagamento e outros benefícios."

O delegado disse que a organização cooptou funcionários da Anac, da ANA, da Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq), da Secretaria de Patrimônio da União, do Tribunal de Contas da União (TCU), da Advocacia-Geral da União (TCU), da Advocacia-Geral da União (AGU), dos Correios e do Ministério da Educação (MEC). Foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão nesses órgãos e em residências em Brasília, São Paulo, Cruzeiro (SP), Dracena (SP) e Santos (SP).

Corrupto arrependido. As investigações começaram em março do ano passado, depois de denúncia de um servidor do TCU. De acordo com Troncon, esse servidor revelou ter sido procurado por um dos integrantes da organização para fazer um parecer técnico fraudulento, com a promessa de receber R$ 300 mil. Chegou a ganhar R$ 100 mil da quadrilha. 

Porém, arrependeu- se, devolveu o dinheiro e procurou a PF, que constatou que aquele não era um caso isolado. "Os dois servidores (os irmãos Vieira) tinham a função de identificar e contatar funcionários de outros órgãos federais. Os demais integrantes se encarregavam dos contatos com grupos empresariais ou pessoas físicas interessadas em vantagens ilegais na administração pública federal."

O delegado destacou que os superiores dos funcionários públicos envolvidos não sabiam das negociações criminosas e que os órgãos federais colaboraram "prontamente" com a ação da PF. Segundo Troncon, independentemente dos documentos apreendidos ontem, a PF já tem provas "robustas" para fechar as investigações, que serão concluídas em 60 dias.

FONTE:
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/11/24/pf-indicia-no-2-da-agu-e-chefe-de-gabinete-da-presidencia