domingo, 16 de dezembro de 2012

Virada do Corinthians é também vitória de Lula.

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Nunca antes na história deste país um político fez tanto por um clube como Lula pelo time do Parque São Jorge. Cinco anos atrás, o Corinthians estava rebaixado, sem casa e sem dinheiro. Hoje, é campeão do mundo, terá seu estádio abrindo a Copa do Mundo de 2014 e ainda recebeu um patrocínio de R$ 30 milhões da Caixa Econômica Federal.

16 de Dezembro de 2012 às 11:09
247 - Há exatos cinco anos, o Corinthians, uma das equipes mais populares do País, e que tem a cara do Brasil, estava no fundo do poço. Em dezembro de 2007, a equipe do Parque São Jorge era rebaixada para a Segunda Divisão. 

Torcedor fanático, Lula foi provocado, cutucado nas redes sociais e ironizado, até declarar, três dias depois da degola, que seria um "torcedor militante" do time. "Quero provar que é no momento da adversidade que a gente se mostra torcedor", disse Lula.

Depois do rebaixamento, pode-se dizer que, nunca antes na história deste país, um político fez tanto por um clube de futebol como Lula pelo Corinthians. Bem mais até do que recomendaria a prudência. 

Em agosto de 2010, na véspera do centenário, o clube realizou um sonho antigo e anunciou a construção do seu estádio: o Itaquerão, na zona leste de São Paulo. Naquele momento, o projeto estava orçado em R$ 335 milhões – menos da metade do custo atual.

Em 2010, o estádio saiu como uma determinação pessoal do então presidente à construtora Odebrecht. E, na festa do centenário, Lula foi coroado como um espécie de presidente honorário da República Independente do Corinthians. 

Ainda hoje, dois anos depois, o Itaquerão não conseguiu equacionar totalmente seu projeto financeiro. Não saiu o financiamento do BNDES, nem o do Banco do Brasil. E a proposta de venda dos "naming rights", que daria o nome da arena a empresas privadas, não avançou diante da resistência da Globo.

Apesar das dificuldades, no entanto, a Odebrecht vem executando a construção do Itaquerão no prazo determinado pela Fifa e o estádio deverá ficar pronto a tempo de sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014. Lula e seu pupilo Fernando Haddad, prefeito eleito de São Paulo, enxergam no projeto a oportunidade de despertar maior atenção para a Zona Leste e criar um novo pólo de desenvolvimento em São Paulo. 

Assim, mais do que um presente ao Corinthians, o Itaquerão seria exemplo de uma política pública voltada aos mais pobres – uma tese que ainda terá que se provar.

Além do Itaquerão, Lula quase tomou o poder na Confederação Brasileira de Futebol, nomeando Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, para o cargo de diretor de seleções e emplacando Mano Menezes no comando da equipe. Recentemente, com a queda de Mano, que será substituído por Luís Felipe Scolari, Sanchez renunciou.

De todo modo, o saldo de Lula diante da gigantesca Fiel é positivo. Cinco anos atrás, o Timão do Parque São Jorge estava falido, na segunda divisão e sem casa própria. Hoje, é campeão mundial, tem um estádio que irá abrir a Copa de 2014 e ainda recebeu um patrocínio da Caixa Econômica Federal de R$ 30 milhões.

Lula fez muito pelo Corinthians, sendo fiel ao seu estilo, ou seja, assumindo riscos que outros presidentes evitariam.

Mulher mata marido a marteladas por abusar da filha

 
Uma mulher matou o marido a marteladas quando o flagrou bolinando sua filha menor de idade, neste domingo.

Mônica Luíza Anália de Siqueira, de 38 anos, saiu cedo de casa e quando voltou, no final de manhã e encontrou Sidnei Medeiros dos Santos Silva, de 39 anos, tocando as partes íntimas da garota – cuja idade não foi informada, segundo informações do 20° Batalhão da Polícia Militar de Mesquita, na Baixada Fluminense.

O crime ocorreu no bairro Chatuba, e a polícia foi chamada pelo 190. Quando chegou ao local, o homem já estava morto.

A mulher estava foragida, mas entregou-se mais tarde na 57ª Delegacia de Polícia, em Nilópolis.

Brasil terá míssil de médio alcance em 2016.

Roberto Godoy
16. Dez.2012. Estadao.com.br. - O Exército do Brasil está desenvolvendo os primeiros mísseis nacionais de alcance na faixa de 300 quilômetros e com a capacidade de fazer navegação inteligente até seus alvos. 

A carga explosiva fica entre 150 quilos e 200 quilos. O programa de construção do AV-TM é parte do sistema de artilharia Astros 2020, uma das sete prioridades estratégicas no processo de modernização da Força Terrestre.

O contrato para o desenvolvimento do míssil foi assinado no dia 29 de novembro no Comando do Exército, em Brasília. 

Uma cerimônia discreta. A empresa, dona do projeto, é a Avibrás Aeroespacial. O pacote completo do investimento no Astros 2020 é avaliado em R$ 1,246 bilhão. O custo, só da fase de desenvolvimento do AV-TM, será de R$ 195 milhões. 

Segundo Sami Hassuani, presidente da Avibrás, todas as etapas do empreendimento estarão integralmente cumpridas até 2018, "mas, o primeiro lote, será entre­gue ao Exército já em 2016". 

Em nota, o Comando do Exército informou que no período de 2011 e 2012 aplicou, diretamente no plano, R$ 220 milhões.

Hassuani acredita nas possibilidades do produto no mercado internacional. Ele estima que apenas clientes tradicionais do arranjo atual do Astros, como a Arábia Saudita, a Malásia e a Indonésia, representem "encomendas na escala de US$ 2 bilhões" aos quais "se somam novos negócios potenciais na linha de US$ 3,5 bilhões até 2022".

A primeira versão do míssil foi criada em 1999 e apresentada em 2001, na condição de munição alternativa e avançada do lançador múltiplo de foguetes. Ao longo dos últimos dez anos, a arma passou por constante aperfeiçoamento. O desenho atual é moderno, mais compacto e dispensa as asas retráteis da configu­ração original. O míssil mede 4,5 metros e utiliza materiais compostos. O motor de aceleração usa combustível sólido e é usado no lançamento. Durante o voo de cruzeiro, subsônico, o AV-TM tem o comportamento de uma pequena aero­nave - a propulsão é feita por uma turbi­na, construída também pela Avibrás.

No limite. O sistema está no limite do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis, o MTCR, do qual o Brasil é signatário. O regime pretende conter a pro­liferação dessa classe de equipamento militar com raio de ação acima de 300 quilômetros e ogivas de 500 quilos. Nos termos do acordo multinacional, os 34 participantes - entre os quais, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Rússia e França, todos potências nucleares - assumem que cada Estado deve estabelecer a política nacional de exportação dos vetores de ataque não tripulados. Em 1992 o MT-CR passou a considerar todas as armas de destruição em massa. "O AV-TM es­tá rigorosamente dentro da distância fixada e, de forma bem clara, com folga no peso", explica Sami Hassuani.

Falcão - Vant da Avibras.
De acordo com exposição do coronel Geraldo Antonio Diniz Branco, em seminário do Ministério da Defesa, em 2011, "ser parte do MTCR implica o grave compromisso de não permitir a proli­feração da tecnologia de mísseis a partir de seu território". Para Diniz Branco, todavia, isso não impede o desenvolvimento das tecnologias de mísseis, próprias ou de parceria com outro Estado".

O Comando do Exército destaca que o Astros 2020 e a plataforma para que a Força tenha apoio de fogo de longo alcance com elevados índices de precisão  e letalidade". A navegação do AV-TM é feita por uma combinação de caixa inercial e um GPS. O míssil faz acompanhamento do terreno com um sensor eletrônico corrigindo o curso em conformidade com as coordenadas armazenadas a bordo. Seu objetivo ideal é uma instalação estratégica - refinarias, usinas geradoras de energia, centrais de telecomunicações, concentrações de tropa, depósitos, portos, bases militares, complexos industriais.

"Ainda não tem o radar necessário para buscar alvos móveis; isso pode vir a ser incorporado, claro, em uma série especial", destaca Sami Hassuani. Esse recurso permitirá outras façanhas , - por exemplo, um disparo múltiplo contra uma frota naval, liderada por um porta-aviões, navegando a até 300 quilômetros do litoral, eventualmente ameaçando as províncias pe­trolíferas em alto-mar.

Foguete. O Astros 2020 terá ainda um novo, - menos sofisticado, mas mais barato - tipo de munição, o foguete guiado SS-AV-40, para chegar a  40 quilômetros com precisão e pouco "espalhamento", evitando a dispersão em relação ao ponto de impacto com recursos eletrônicos de direção I - entretanto, incapaz de navegar e procurar a área do objetivo. O Exército destinou R$40 milhões ao projeto. Cada bateria do sistema é composta por seis carretas lançadoras apoiadas por seis remuniciadoras, um blindado de comando, um carro-radar de tiro, um veículo-estação meteorológica e um de manutenção (veja gráfico). 

O míssil AV-TM é disparado dois a dois. O SS-30 em salvas de 32 unidades, o SS-40, de 16; os SS-60 e SS-80 de três em três. O grupo se desloca a 100 km/hora em estrada semipreparada e precisa de apenas 15 minutos de preparação antes do lançamento. Cumprida a missão, deixa o local des­locando-se para outro ponto da ação, antes que possa ser detectado.

A série 2020 opera os mesmos foguetes regulares do Astros-2, dois deles, o SS-60 e o SS-80, são dotados de cabeças de guerra de 150 kg de alto explosivo, ou perto de 70 granadas independentes. O conjunto eletrônico é da sexta geração. Melhora a exati­dão do disparo e permite a integra­ção do Veículo Aéreo não Tripulado (Vant) Falcão, da mesma Avibrás, ex­pandindo o reconhecimento.
 
Fonte: http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha

O ator Gérard Dépardieu renuncia à nacionalidade francesa.

Gerard Depardieu
EPA


O ator francês Gérard Dépardieu que mudou-se para a Bélgica para não pagar impostos à França, renunciará à nacionalidade francesa porque o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault qualificou sua partida de “miserável”. 

A resposta de Dépardieu às palavras do primeiro-ministro foi publicada pelo Journal du Dimanche.

Em carta aberta, o ator, considerado insultado, declarou devolver o passaporte francês e a segurança social de que nunca se tinha servido. “Não temos mais a mesma pátria, sou um verdadeiro europeu, um cidadão do mundo, conforme me foi sempre inculcado por meu pai”, escreve Dépardieu.

As autoridades francesas adotam a partir de 2013 um imposto de 75% sobre os ricos cujo rendimento anual ultrapasse um milhão e 300 mil euros. 

Os honorários de Dépardieu podem rondar os 2 milhões de euros.


sábado, 15 de dezembro de 2012

Infanticidio. Homem mata sobrinha de 3 anos a pauladas

15. Dez. 2012 - Um homem de 29 anos foi preso na noite de sexta-feira (14) depois de confessar ter matado a sobrinha de 3 anos a pauladas em Ibiúna, interior de São Paulo.

A criança foi encontrada morta na manhã de sexta-feira, depois que o tio chamou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) porque ela estaria passando mal. 

O crime ocorreu na noite de quinta-feira, quando o tio e a criança estavam sozinhos em casa.

O homem contou à polícia que mandou a menina ao banheiro e ficou nervoso por ela ter desobedecido, pegou um pedaço de madeira e desferiu dois golpes.

De acordo com o tio, ela dormiu logo em seguida mas, ao acordar na manhã seguinte, chamou o serviço de urgência porque ela estava gelada. 

Quando o Samu chegou ao local, a criança já estava morta e a polícia foi chamada.

A avó da menina, que tinha a guarda da criança, e o seu marido, moravam na casa, mas estavam viajando na noite do crime. 

O tio tinha passagens pela polícia por tráfico de drogas e receptação.

DO TERRA, COM EDIÇÃO DO GI PORTAL

Fonte: http://www.gazetadailha.com.br/2012/12/15/homem-mata-sobrinha-de-3-anos-a-pauladas/

Lula e o presidente francês François Hollande lançam em Paris o anti-consenso de Washington.

 
Antes de ontem, em reunião conjunto do Instituto Lula com a Fundação Jean Jaurès, do Partido Socialista francês, foi divulgada uma nota conjunta histórica, encabeçada por Lula e pelo presidente francês François Hollande.

Nela, convocam-se instituições, fundações e demais entidades ligadas à social-democracia para definir um novo modelo de governança global, baseado na experiência brasileira pós-crise de 2008.

Entenda melhor o alcance dessa manifesto.

Desde a Revolução Industrial inglesa, duas linhas de pensamento dominaram as discussões sobre políticas econômicas nacionais.

Uma delas, internacionalista, defendia o primado do mercado, limitava as ações regulatórias e reduzia o grau de intervenção das políticas nacionais. 
 
Crescia em períodos de esgotamento dos modelos nacionais, acumulava forças, sobrepunha-se a toda forma de regulação, privilegiava o livre fluxo de capitais e, depois, esgotava-se em seus próprios exageros, imersas em grandes crises globais.
 
A segunda, nacionalista, impunha controles aos capitais, práticas protecionistas, graus crescentes de intervenção estatal e, assim como a primeira escola, acabava se esgotando nos seus próprios excessos de intervencionismo.

De certo modo, desde o século 19 a economia mundial capitalista oscila entre esses dois extremos.

Os modelos de intervenção do Estado assumiram um caráter desenvolvimentista nos países do terceiro mundo e um caráter social nos países desenvolvidos. 
 
Nesse segundo grupo gerou a social democracia europeia, responsável pelo avanço do chamado estado do bem estar social.
 
***
Do pós-Guerra até os anos 60 vigorou a linha mais intervencionista. No plano global, foi o período de predominância das grandes instituições multilaterais - FMI, Banco Mundial, BIRD, do controle de capitais e das oscilações cambiais.

De 1972 em diante - quando o presidente norte-americano Richard Nixon desvinculou o dólar do ouro - predominou um período de gradativa liberalização financeira. 
 
No início dos anos 90, um documento denominado de "Consenso de Washington" sugeriu as linhas básicas de política econômica a serem adotadas pelos diversos países que pretendessem se integrar à globalização.
 
Através de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil foi um seguidor religioso do receituário, deixando de lado investimentos públicos e políticas sociais para se concentrar exclusivamente na criação de um ambiente propício ao grande capital. 
 
Supunha-se que, atendidas suas exigências, o desenvolvimento viesse automaticamente.

Essa ilusão atravessou os dois governos FHC e o governo Lula até a grande crise de 2.008.

De lá para cá, houve mudanças gradativas na política econômica interna.
 
Constatou-se que políticas sociais, em vez de passivo, tornou-se um enorme ativo nacional, na medida em que gerou um mercado de consumo dinâmico.
 
Em todas as crises do governo FHC, a reação automática era a de um pesado pacote fiscal que aprofundava ainda mais a crise.
 
Nesse mesmo período, a Europa se afundou na maior crise desde a Segunda Guerra, fruto de políticas econômicas ortodoxas. Pior: iniciou o desmonte do seu estado de bem-estar, um dos grandes avanços civilizatórios do século.

É nesse quadro que se situa o manifesto, em cima de grandes forças globais atrás de um discurso que unifique as ações e permita a superação do modelo e da crise atuais.
 
As virtudes da globalização - Começa pelo reconhecimento da inevitabilidade da globalização: "A globalização é um imenso desafio com o qual se confronta a humanidade. Ela tem um poder formidável de mudança para todas as sociedades: a mudança econômica, com a intensificação das trocas; a mudança cultural, pois essas trocas possibilitam a circulação de ideias e a transformação das práticas culturais e de costumes; a mudança política".

Os problemas da globalização - Depois, aponta os problemas atuais: "A globalização, da forma que ocorre atualmente, está longe de satisfazer as aspirações que legitimamente suscita. A crise econômica internacional agrava a concorrência entre os países e as sociedades. Ela atinge os mais vulneráveis, particularmente os trabalhadores e os jovens. (...) Ela conduz governos a adiar as decisões necessárias para prevenir o aquecimento global".

A críticas às políticas de austeridade - Depois, uma crítica às políticas de austeridade adotadas pela União Europeia: "Isoladas, (...)  mostraram seus limites para encontrar a saída da crise. A retomada ainda não esta garantida, ao mesmo tempo em que os direitos econômicos e sociais estão ameaçados. 
 
É imprescindível que sejam adotadas políticas de crescimento. Somente assim a globalização poderá garantir o respeito à coesão social e ao meio ambiente".

A nova governança - A defesa da nova governança: "Uma nova governança é necessária para regular os conflitos entre as nações e garantir a paz e, de outro, permitir que cada nação realize o modelo de sociedade que escolheu.
 
Os poderes públicos devem garantir que todos tenham oportunidades de desenvolver suas capacidades individuais. Devem também trabalhar em prol da perenidade do meio ambiente para as gerações futurasemail:.

Novo mundo em marcha - Depois, aponta as mudanças em curso: "A sociedade civil mundial se tornou uma realidade tangível. Políticas públicas inovadoras e outros modos de governar surgem em todos os continentes, particularmente nos países emergentes e em desenvolvimento. 
 
As instâncias multilaterais também estão se reconfigurando. A constituição do G20 reflete a mudança dos equilíbrios mundiais, mas seu impacto ainda limitado ilustra a dificuldade dos governos de chegarem a um acordo e de agir de forma concreta".

A conclamação - Finalmente a conclamação: "Os riscos que atualmente ameaçam a humanidade são grandes demais para nos focarmos apenas em uma gestão de curto prazo. 
 
Fazemos uma conclamação em defesa da confiança na capacidade humana de se reinventar e do poder criador de nossa sociedade-mundo, para sair definitivamente da crise e construir as bases de um futuro harmonioso que possa ser compartilhado por todos".
 

O enésimo escândalo e a passividade bovina do PT

Por Lincoln Secco, especial para o Viomundo 
14.Dez.2012 - “Irene preta / Irene boa / Irene sempre de bom humor/ Imagino Irene entrando no céu:/ — Licença, meu branco!/ E São Pedro bonachão:/ — Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.” (Manuel Bandeira).

É de Manuel Bandeira o belo poema “Irene no Céu”. Os três primeiros versos são sempre ritmados por uma acentuação das sílabas poéticas que facilmente nos convida a cantar. Assim, mais que a cor de Irene, também o ritmo parece popular.

Ao mesmo tempo é visível o distanciamento entre o eu poético e a voz da própria Irene ao entrar onde, a princípio, não seria convidada. Afinal, Irene pede licença. Ela não deveria, posto que seja seu o direito de entrar no céu, já que é boa.

Desde 2003, quando Lula se tornou presidente, o Partido dos Trabalhadores (PT) aparece na grande imprensa como uma imensa coleção de escândalos. E desde então uma pergunta tem incomodado a base social do PT: por que os dirigentes petistas têm tanto medo? A resposta não é simples e poderia ser reformulada: Por que alguém que recebe o poder das mãos do povo pede licença para exercê-lo?

Recentemente, a Polícia Federal invadiu o escritório da Presidente da República para encontrar “provas” contra o seu antecessor, que é simplesmente o seu maior apoiador. A primeira e única defesa petista foi a de que agora a PF age como instituição republicana e independente blá blá blá blá… 

Da mesma maneira o STF agiu como instituição independente… Ora, alguém imaginaria a PF invadindo o escritório de Fernando Henrique Cardoso quando ele era presidente?

Ante a condenação de José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha, o PT não reagiu. Aceitou o julgamento como legítimo. Ante o receio do confronto com a imprensa, o relator Odair Cunha buscou refúgio no presidente do PT, Rui Falcão. E este, escondeu-se em algum lugar.

É certo que há políticos em qualquer partido que ganham com a queda de seus adversários internos e o PT não é diferente. Mas nada disso explica um comportamento coletivo de uma passividade bovina. 

A explicação da covardia política não é, evidentemente, a de que os dirigentes petistas sejam naturalmente medrosos. Como em todos os partidos existem os covardes, os corruptos, os que se associam a banqueiros etc. Mas há também os que não se curvam e lutam.

Que o “oprimido” se ache sem o direito de ocupar um lugar que não é o seu, é bastante compreensível. O PT forjou em sua história uma nova elite de sindicalistas, professores de ensino fundamental, líderes de movimentos sociais e pessoas de classe média que oportunamente aderiram ao partido.

A ascensão social e política dessas pessoas não teve correspondência na ideologia, a qual continua sendo a dos que detêm os meios de produção de mercadorias materiais e espirituais.

Contudo, por mais que ataquem o PT e destruam seletivamente suas lideranças, os opositores não conseguem retomar o governo. E isto acontece porque eles não dispõem de programa alternativo nenhum. Sem discutir os erros estruturais do Governo Lula, é visível a melhoria social que ele gerou.

Enquanto durar esta conjuntura, as armas da oposição serão inúteis e o PT poderá continuar jogando seus timoneiros ao mar. Há “petistas” que imaginam que é bom que a imprensa “limpe” o partido. Há os que acreditam que os escândalos apenas maculam a sua História. Nada mais falso. Não é a história do PT que está em jogo. É o seu futuro.

Lincoln Secco é Professor de História Contemporânea na USP e autor de “A História do PT” (São Paulo, Ateliê Editorial)

Fonte:http://mariafro.com/