sábado, 14 de junho de 2014

UFMA - Homicídio é registrado dentro da Cidade Universitária nesta madrugada.

Vítima foi alvejada com cinco tiros, efetuados por vigilante. Vítima morreu no hospital.
 
Imirante.com, com informações da Mirante AM.
 
SÃO LUÍS – Um homicídio foi registrado dentro da Cidade Universitária da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), na madrugada deste sábado (14), durante uma festa. De acordo com as primeiras informações, Igor Albert Vale dos Santos, de 19 anos de idade, morador da Vila Bacanga, foi alvejado por cinco disparos no peito, feitos por um vigilante da universidade, no Colégio Universitário (Colun). A vítima foi socorrida, mas morreu minutos depois já no Hospital Djalma Marques ("Socorrão I").
 
Em nota enviada à imprensa no fim da manhã, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA) informa que Delegacia de Homicídios investiga o caso. "De acordo com informações do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), estava acontecendo um arraial universitário nas dependências do colégio.
 
Teria ocorrido um tumulto e várias pessoas tentaram invadir o local. Na ocasião, um dos vigilantes efetuou alguns disparos para o alto. Igor Albert Vale dos Santos teria partido para cima do mesmo, que acabou disparando contra o jovem, que foi atingido no peito esquerdo", diz trecho da nota. Ainda segundo o Ciops, o vigilante fugiu do local, mas o supervisor da empresa de vigilância para qual ele trabalha garantiu que o vigilante irá se apresentar à polícia com advogado.
 

 
A Universidade Federal do Maranhão, através de sua assessoria de imprensa, divulgou nota para esclarecer sobre o homicídio que foi registrado dentro da Cidade Universitária.
 
Veja nota na íntegra
 
A Universidade Federal do Maranhão, em meio ao caso ocorrido na noite de ontem (13) sobre o homicídio registrado na Cidade Universitária durante o arraial realizado na Concha Acústica, esclarece que, por volta das 23:36 uma senhora que estava em um carro de modelo HB20 informou aos vigilantes da Universidade que aproximadamente 10 indivíduos estavam assaltando os participantes durante o arraial. Após receber esta informação foram acionados dois rondas para ficarem de prontidão e garantir a segurança patrimonial da Instituição.
 
No momento em que os vigilantes foram se aproximando os meliantes começaram a apedrejar as câmeras de segurança, bem como os próprios vigilantes, os quais foram atrás dos infratores para que não quebrassem as câmeras. Com isso, no intuito de dispersar o grupo, um vigilante disparou três tiros para cima, e os meliantes começaram a atirar em direção aos vigilantes, havendo então, uma troca de tiros.

Um dos vigilantes então disparou dois tiros, sendo que só um deles pegou no indivíduo identificado como Igor Albert dos Santos, 19 anos, conhecido por “Cachorrão”. Após a troca de tiros os assaltantes deixaram o local e a vigilância da Universidade acionou a polícia militar no intuito de obter suporte uma vez que os meliantes informaram que iriam retornar ao local para matar e tomar as armas dos vigilantes, porque segundo os indivíduos “somos dos bonde dos 40”. Igor ainda saiu com vida chegando ao óbito logo em seguida, após ter deixado as dependências da Universidade.
 
O supervisor de segurança de plantão informou que a mãe da vítima compareceu, após saber do óbito do filho, ao Instituto Médico Legal (IML) e disse para o supervisor de segurança: “Eu já sabia que isso iria acontecer. Só não sabia que ia ser assim”.
 
Imagens do circuito de monitoramento da UFMA (Foto: Divulgação/UFMA).
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sexta-feira, 13 de junho de 2014

H-36 - O Novo Guerreiro da Selva. Helicóptero H-36 Caracal, já operacional na região amazônica, demonstra as vantagens de levar a tecnologia para as missões de resgate na selva.

O terceiro H-36 entregue à FAB, em abril 2014. Foto - Helibras.
O menino de 13 anos sofria com dores de cabeça e desmaios. Sua pele estava fria e pegajosa. Era a hora de procurar um médico com urgência.

Mas o pequeno Matanari Wa? api é um índio da tribo Mukuru, isolada no meio da selva. O hospital mais próximo estava em Macapá (AP), a 236 km de distância. A vida de Wa? api foi salva com o uso do H-36 Caracal, o mais novo helicóptero da Força Aérea Brasileira. “Pudemos acessar com rapidez a área de resgate para assegurar a vida de uma criança indígena.

Isso é muito gratificante para nós e nos enche de orgulho”, celebra o Capitão Cândido, membro da tripulação daquela missão real.
  
Teste de lançamento de flares, em especial contra mísseis guiados por infravermelho. Foto - Helibras.
A revista Aerovisão visitou a Base Aérea de Belém, no Pará, sede do Esquadrão Falcão. Esta é a primeira unidade da FAB a receber os novos H-36 Caracal, de uma encomenda de 50 unidades para a Marinha, o Exército e a Força Aérea. O helicóptero se destaca pela sofisticação e é ali, em plena Amazônia, que o novo guerreiro de selva tem mostrado seu valor.

A missão de resgate do menino indígena mostrou um dos principais ganhos com a chegada do primeiro H-36 para a FAB, em dezembro de 2011. Seu antecessor, o H-1H, não é capaz de voar à noite ou por instrumentos, quando as condições climáticas não são boas. Sem o H-36, seria necessário que Matanari Wa? api passasse mais uma noite no meio da selva.
 

Praticamente a primeira missão do H-36 no Teatro de Operações da Amazônia, TOA. Aqui uma operação com a Polícia Federal.
Os H-1H, carinhosamente apelidados de Sapão, têm um tempo de reação mais longo. Em uma missão de resgate como essa, a decolagem tinha de aguardar o nascer do sol para se iniciar os procedimentos, que dependiam, sobremaneira, das condições climáticas. Isso podia significar um atraso de até 12 horas na decolagem, caso o acionamento ocorresse às 18h, já que não havia o voo noturno.

Já o H-36 Caracal pode decolar em qualquer momento do dia ou da noite. Mas não é só. O H-1H pode transportar até 13 pessoas a bordo. Já o H-36 leva até 31. O peso máximo de decolagem, que no Sapão é de 4,3 toneladas, no Caracal é de 11. A aeronave mais moderna, com duas turbinas, voa também 70% mais rápido. Seu alcance é de 1.038 quilômetros voando a uma velocidade de 260 Km/h.
 
O H-36 Caracal pode levar 3.500 kg como carga externa como demonstra a foto. Foto - FAB.

 As diferenças também são vistas na cabine de pilotagem. Enquanto no H-1H os pilotos têm vários mostradores analógicos, no H-36 há seis telas multifuncionais, ligadas a equipamentos de bordo de última geração. Entre eles estão os sistemas automatizados, como o piloto automático de quatro eixos que permite, que a aeronave chegue sozinha a um ponto pré-estabelecido e paire no ar.

Os H-36 contam ainda com o FLIR (do inglês “Forward Looking Infra-Red”), sensor que permite detectar a radiação infravermelha emitida por objetos “quentes”, sendo possível, por exemplo, localizar veículos ou até pessoas à noite. Também é possível calcular exatamente uma distância por meio da emissão de raios laser e um modo para acompanhamento automático de alvos em movimento.

A tecnologia faz a diferença nas missões de resgate. “Os recursos tecnológicos da aeronave, que preveem e minimizam os impactos meteorológicos durante o voo, dão mais liberdade de ação, permitindo maior presteza na resposta às emergências, o que aumenta as chances de sobrevivência do paciente”, explica o Major Marco Aurélio, um dos aviadores do Esquadrão Falcão, que fi cou responsável por conhecer e aprender a explorar a potencialidades dos novos helicópteros.

Além de missões reais de resgate e voos em apoio a outras instituições que atuam na Amazônia, como o IBAMA e a Defesa Civil, o Esquadrão Falcão vem
treinando suas tripulações em missões como resgate na água, formatura tática, navegação a baixa altura entre obstáculos, navegação por instrumentos, exercícios de resgate em ambiente hostil e até de defesa aérea. “Capacitar recursos humanos para operarem esta moderna máquina de guerra em solo nacional é um avanço significativo da aviação de busca e salvamento do Brasil”, opina o Tenente-Coronel Álvaro Marcelo Alexandre Freixo, Comandante do Esquadrão.

A Máquina

O H-36, designação da FAB para o modelo EC725 da empresa Eurocopter, foi concebido para desempenhar múltiplas missões, tais como transporte tático de longa distância, evacuação aeromédica, apoio logístico, busca e salvamento (SAR - do inglês Search And Rescue), busca e salvamento em ambiente hostil (C-SAR, de Combat-SAR), dentre outras. Já desenhado para atuar em missões de resgate, o helicóptero possui dois faróis de busca, dispostos um em cada lado da fuselagem; um guincho elétrico e hidráulico, com capacidade para erguer 272 kg, e um gancho de “barriga” apto a transportar 3,8 toneladas de carga externa.

Além do guincho, o operador de equipamentos da aeronave, que senta em uma posição lateral, também tem à sua disposição um joystick destinado a posicionar o helicóptero quando em voo pairado. Olhando diretamente para o local do resgate, o operador faz pequenos ajustes para posicionar o H-36 de forma ideal. “Este é um recurso muito interessante uma vez que o piloto, geralmente, fica numa posição ‘às cegas’, sendo literalmente guiado através do interfone pelo tripulante.

Com joystick, o operador pode rapidamente posicionar o helicóptero sobre a área de resgate, especialmente se este for sobre a água e à noite”, explica o Capitão Fábio Luis Ridão Valentim.

O helicóptero é equipado com duas turbinas Turbomeca Makila 2A1, capazes de produzir 2.145 shp de potência cada uma. Só para se ter uma ideia da força desses motores, em caso de pane, com apenas um deles a aeronave é capaz de sair do chão.

Com força total, até 3,5 toneladas de carga externa podem ser penduradas no guincho. Dentro da cabine é possível levar 29 passageiros ou instalar até 11 macas e assentos para uma equipe médica de quatro pessoas. O peso máximo de decolagem é de 11,2 toneladas. A cabine também tem as luzes de sinalização para o lançamento de paraquedistas.

Todos os H-36 da FAB já têm a iluminação da cabine compatível com o uso de NVG (Night Vision Goggles – óculos de visão noturna).


Os EC725 receberam designações diferentes em cada Força:
FAB - H-36
Marinha do Brasil - UH-15
Exército Brasileiro - HM-4


O piso é blindado e pode resistir a disparos de armas de calibre até 7,62mm. Por outro lado, o helicóptero pode levar metralhadoras calibre 7,62mm nas suas janelas dianteiras, em ambos os lados, cada uma capaz de disparar mil tiros em um minuto. Mas além dessa versão básica, dos 16 H-36 da FAB, oito serão da chamada versão “operacional”, com modificações que vão tornar o helicóptero uma plataforma ainda mais preparada para as missões em ambientes hostis.

Para sua auto-proteção, os H-36 operacionais terão sistemas como o RWR (alerta de emissões de radares), MWS (alerta contra mísseis), supressor de emissões em infra-vermelho, MAGE (Medidas de Apoio a Guerra Eletrônica) e os dispensadores de chaff e flare. Estes últimos são iscas utilizadas para despistar mísseis lançados contra às aeronaves, sejam eles guiados por calor ou por radar

Fabricação no Brasil e transferência de tecnologia

Além de 50 helicópteros, sendo 16 para cada uma das três Forças Armadas e duas para uso da Presidência da República, o contrato para a aquisição dos helicópteros EC725 tem como foco a transferência de tecnologia e a produção no Brasil das aeronaves pela empresa brasileira HELIBRAS, localizada em Itajubá (MG).

A expectativa é de que todos os 50 helicópteros sejam entregues até 2017.

 
O H-36 Caracal pode voar a 260km/h em velocidade de cruzeiro. Foto - FAB
Além da produção dos helicópteros nacionalmente, o Brasil também passou a ter acesso a tecnologias nas áreas de produção de estruturas aeronáuticas em materiais compostos, usinagem de ligas de alumínio de alto desempenho, engenharia de aeronaves de asas rotativas (helicóptero), projeto, certificação, integração, desenvolvimento de software para sistemas de missão, sensores e integração de mísseis.


FICHA TÉCNICA
Aeronave H-36 Caracal
Pessoas a bordo 31
Motores 02 Makila 2A1
Velocidade de Cruzeiro 260Km/h
Alcance Máximo 1.038Km
Peso Máximo
de Decolagem
11.000Kg
Peso Útil 4.600Kg
Autonomia Cerca de 3 horas e 50 minutos, porém com possibilidade de reabastecimento em voo na versão operacional.
 

Casa da Rússia no Rio está pronta para receber brasileiros e estrangeiros.

Alana Gandra - Repórter da Agência BrasilEdição: Nádia Franco.
 
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O governo da Rússia inaugura nesta sexta-feira (13) um espaço no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro com o objetivo de divulgar entre os brasileiros aspectos culturais e oferecer produtos típicos do país, que será sede da próxima Copa do Mundo, em 2018. A Casa da Rússia abrirá as portas ao público no sábado (14), ao meio-dia, e permanecerá em funcionamento até 13 de julho, data de encerramento do Mundial.

A coordenadora do comitê organizador da Casa da Rússia, Helena Korpusnko, informou que, no espaço montado do MAM foram instalados telões que vão transmitir, em tempo real, todos os jogos da Copa – “e não só os da Rússia”. Helena disse que a iniciativa tem também o objetivo de “falar um pouco da cultura russa, apresentar a comida e a bebida do país, falar das personalidades do esporte". O espaço está pronto para receber torcedores e turistas brasileiros e estrangeiros, informou Helena à Agência Brasil.
Para amanhã, está prevista palestra do ministro do Esporte da Federação Russa, Vitaly Mutko, que apresentará os planos do país para o Mundial de 2018. O horário, porém, ainda não foi definido. E, da mesma forma, ainda não está fechada a programação sobre o futebol russo e a troca de experiências entre o Brasil e a Rússia no campo esportivo.
Segundo Helena, uma réplica da estátua do atleta Lev Tashin, considerado o melhor goleiro da seleção russa de todos os tempos, que está instalada em Moscou, será doada à direção do MAM durante o evento. A estátua já está no Rio de Janeiro. A Casa da Rússia apresentará também uma exposição com fotos do futebol russo e jogos interativos sobre a Copa.
O público que comparecer ao local poderá ainda degustar pratos típicos especiais da culinária russa – alguns deles serão preparados pelo chef russo Syrnikov, que chegará ao Rio no dia 20 deste mês. O cardápio inclui o estrogonofe tradicional, preparado com purê de batata, em vez de arroz; blini, uma espécie de panqueca, e pirozhki, um pastel que pode ter recheios doces e salgados. Outro menu será assinado pelo chef brasileiro Ricardo Lapeyre. Serão servidos diariamente dois tipos de cardápio, das 12h às 22h.

No espaço de 1.200 metros quadrados da Casa da Rússia, haverá uma área aberta para todos os visitantes e uma área VIP (do inglês very important person, pessoa muito importante).
A carta de bebidas inclui a vodca Tsarskaya, considerada uma das melhores do mundo, com a qual serão feitos drinques variados, e a cerveja Baltica, uma das melhores da Rússia. As bebidas poderão ser degustadas diariamente, até a meia-noite, quando se encerrarão as atividades diárias na Casa da Rússia. Produtos típicos do país, como as matryoshkas, (série de bonecas que são colocadas umas dentro das outras) estarão à venda no local, além de bebidas, camisetas, bonés e canecas.
DJs russos, como Anja Womso, residente em Londres, e KTO, que tocou na abertura e no encerramento das Olimpíadas de Inverno de Sochi, garantirão o som durante todos os dias da Copa.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deverá visitar o espaço no final do Mundial, em julho, informou Helena. O ambiente promete ainda outras atrações para os visitantes, como um carnaval e uma festa junina ao estilo russo.
 

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Secretária Marcia Rollemberg representará o MinC na Reunião da UNASUR no SURINAME.

10/6/2014
A secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, representará a ministra da Cultura, Marta Suplicy, na II Reunião de Ministros de Cultura da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas), que será realizada nos dias 12 e 13 de junho, em Paramaribo, no Suriname. Ela viaja acompanhada do coordenador-geral de Relações Multilaterais do Ministério da Cultura, Eduardo Coelho.

É um encontro de trabalho que irá tratar sobre a destinação dos recursos do Fundo de Iniciativas Comuns; aprovar o texto da Declaração de Prevenção ao Tráfico Ilícito de Bens Culturais e lançar uma série de novos projetos na área cultural, entre eles o ‘Expresso Sul', que trabalha com a produção de programas audiovisuais sobre festas nacionais e é coordenado pela Colômbia.
Os ministros vão discutir, também, as propostas e estratégias da Cultura na região e as formas de integração com os ‘Objetivos do Milênio', traçados pela ONU (Organização das Nações Unidas), além de aprovar o Plano de Ação do Conselho de Ministros de Cultura da UNASUL para 2014/2015 e apresentar o relatório do biênio anterior.  
O Conselho de Cultura da UNASUL é composto por ministros de 12 países sul-americanos (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela).
A UNASUL foi criada oficialmente em maio de 2008, com o propósito de construir um espaço de articulação entre os povos da América do Sul nas áreas social, econômica, política e cultural. Busca a manutenção da paz e da segurança na região e prioriza a inclusão social e a participação cidadã como instrumentos de fortalecimento da democracia e da soberania e independência dos Estados. O Suriname é o atual país sede da Secretaria-Geral  ProTempore  da organização.
(Texto: Patrícia Saldanha, SCDC/MinC)

domingo, 8 de junho de 2014

Brasil - A reação antidemocrática da direita à participação popular.


A tradicional – e secular – contradição entre democracia representativa e participativa reapareceu, com força, no cenário político desde a publicação, no Diário Oficial da União (em 26 de maio) do decreto nº 8243, que institui a Política Nacional de Participação Social – PNPS – e o Sistema Nacional de Participação Social – SNPS.

A reação da direita e dos conservadores ao decreto 8243 expôs uma questão mais profunda a respeito da organização do Estado democrático moderno – o problema mais geral do exercício da soberania.

O parágrafo único do artigo 1º da Constituição de 1988 diz, sem ambiguidade: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Isto é, o soberano é o povo, que exerce o poder através de representes eleitos ou diretamente.

Esta determinação constitucional democrática provoca alergia nos setores mais conservadores e isso pode ser observado na reação provocada pelo decreto 8243. Os conservadores colocam o limite da soberania popular na cabine do voto, onde seria transferida aos representantes eleitos. Afinal, quem governa é a classe dominante através dos “representantes do povo”. Para ela, o exercício da soberania popular representa um perigo não só em relação ao direito de propriedade – o dogma fundamental do Estado burguês – mas em relação a todos os atos de governo.

A absurda reação contra o decreto é uma demonstração desse temor e revela uma concepção limitada e restritiva de democracia. Os conservadores pretendem manter o sistema político sob seu controle estrito e repetem sucessivas tentativas de limitar qualquer participação popular mais ampla.

Na reação contra a ampliação da participação popular vale tudo, inclusive a má-fé. Um analista da direita chegou ao absurdo de ver o Brasil em situação semelhante à da Rússia às vésperas da Revolução de 1917! Outro enxergou no decreto a “instalação da ditadura petista por decreto”! Houve quem escrevesse que a sociedade civil – que o decreto manda consultar – é formada por “todos aqueles que promovem manifestações, quebra-quebras, passeatas, protestos, e saem por aí reivindicando terra, ‘direitos’ trabalhistas, passe livre, saúde e educação – MST, MTST, MPL, CUT, UNE, sindicatos”! Para outro o decreto é “o passo mais ousado já tomado pelo PT” rumo ao socialismo! Para o jurista conservador Ives Gandra Martins o decreto é “ditatorial” e de inspiração bolivariana; ele invocou assim outro espantalho da direita, o fantasma do presidente Hugo Chávez.

O senador tucano paranaense Álvaro Dias apressou-se a protocolar na última segunda-feira (2) um pedido de decreto legislativo para barrar o decreto 8243, e teve a companhia de um leque de agremiações, formado por nove partidos (DEM, PPS, PSDB, Solidariedade, PR, PV, PSD, PSB e PROS).

A qualificação usada pelo senador tucano para avaliar o decreto nada fica a dever ao delírio direitista descrito acima. Disse que o decreto é inconstitucional, demonstrando não ter lido atentamente a Constituição de 1988. E, num rasgo de sinceridade, alegou que a Carta Magna não se refere à “ampliação do sistema de representação popular”! Para ele, o decreto significa a “falência do Poder Legislativo federal e o sucateamento total e absoluto do Congresso Nacional”.

No editorial “Mudança de regime por decreto” (publicado em 29 de maio) o jornalão paulistano O Estado de S. Paulo, por sua vez, viu uma tentativa do governo de “modificar o sistema brasileiro de governo” e “a ordem constitucional”. E foi claro sobre a forma como compreende o funcionamento da democracia: “a participação social numa democracia representativa se dá através dos seus representantes no Congresso, legitimamente eleitos”. 

Uma leitura atenta do texto do decreto não ratifica o delírio antidemocrático da direita e dos conservadores. Nele, o objetivo é, diz, “fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil”; e determina que, na “formulação, na execução, no monitoramento e na avaliação de programas e políticas públicas e no aprimoramento da gestão pública serão considerados os objetivos e as diretrizes da PNPS”. 

A leitura do decreto deixa claro que se refere às ações do Poder Executivo, nada determinando em relação ao Legislativo, mesmo porque uma alteração desse porte, como alega a reação direitista e conservadora, só poderia ser feita através de emenda constitucional ou de uma nova assembleia constituinte.

Trata-se, contudo, de um passo importante para ampliar e fortalecer a democracia e o protagonismo popular. Passo que se insere no quadro de mudanças políticas que ocorrem desde 2003. A direita e os conservadores reagem em defesa de seus privilégios. Mas os brasileiros querem mais democracia e este é o sentido da mudança preconizada pelo decreto 8243, cujo objetivo é envolver a população e o povo organizado nas decisões políticas de que o país necessita. 

Renasce o Fascismo.

Frei Betto - Adital.


Jean-Marie le Pen, líder da direita francesa, sugeriu deter o surto demográfico na África e estancar o fluxo migratório de africanos rumo à Europa enviando, àquele sofrido continente, "o senhor Ebola”, uma referência diabólica ao vírus mais perigoso que a humanidade conhece. Le Pen fez um convite ao extermínio.

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy propôs a suspensão do Tratado de Schengen, que defende a livre circulação de pessoas entre trinta países europeus. Já a livre circulação do capital não encontra barreiras no mundo... E nas eleições de 25 de maio a extrema-direita europeia aumentou o número de seus representantes no Parlamento Europeu.

A queda do Muro de Berlim soterrou as utopias libertárias. A esquerda europeia foi cooptada pelo neoliberalismo e, hoje, frente a crise que abate o Velho Mundo, não há nenhuma força política significativa capaz de apresentar uma saída ao capitalismo.

Aqui no Brasil nenhum partido considerado progressista aponta, hoje, um futuro alternativo a esse sistema que só aprofunda, neste pequeno planeta onde nos é dado desfrutar do milagre da vida, a desigualdade social e a exclusão.

Caminha-se de novo para o fascismo? Luis Britto García, escritor venezuelano, frisa que uma das características marcantes do fascismo é a estreita cumplicidade entre o grande capital e o Estado. Este só deve intervir na economia, como apregoava Margareth Thatcher, quando se trata de favorecer os mais ricos. Aliás, como fazem Obama e o FMI desde 2008, ao se desencadear a crise financeira que condena ao desemprego, atualmente, 26 milhões de europeus, a maioria jovens.

O fascismo nega a luta de classes, mas atua como braço armado da elite. Prova disso foi o golpe militar de 1964 no Brasil. Sua tática consiste em aterrorizar a classe média e induzi-la a trocar a liberdade pela segurança, ansiosa por um "messias” (um exército, um Hitler, um ditador) capaz de salvá-la da ameaça.

A classe média adora curtir a ilusão de que é candidata a integrar a elite embora, por enquanto, viaje na classe executiva. Porém, acredita que, em breve, passará à primeira classe... E repudia a possibilidade de viajar na classe econômica.

Por isso, ela se sente sumamente incomodada ao ver os aeroportos repletos de pessoas das classes C e D, como ocorre hoje no Brasil, e não suporta esbarrar com o pessoal da periferia nos nobres corredores dos shopping-centers. Enfim, odeia se olhar no espelho...

O fascismo é racista. Hitler odiava judeus, comunistas e homossexuais, e defendia a superioridade da "raça ariana”. Mussolini massacrou líbios e abissínios (etíopes), e planejou sacrificar meio milhão de eslavos "bárbaros e inferiores” em favor de cinquenta mil italianos "superiores”...

O fascismo se apresenta como progressista. Mussolini, que chegou a trabalhar com Gramsci, se dizia socialista, e o partido de Hitler se chamava Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista (de Nationalsozialist).

Os fascistas se apropriam de símbolos libertários, como a cruz gamada que, no Oriente, representa a vida e a boa fortuna. No Brasil, militares e adeptos da quartelada de 1964 a denominavam "Revolução”.

O fascismo é religioso. Mussolini teve suas tropas abençoadas pelo papa quando enviadas à Segunda Guerra. Pio XII nunca denunciou os crimes de Hitler. Franco, na Espanha, e Pinochet, no Chile, mereceram bênçãos especiais da Igreja Católica.

O fascismo é misógino. O líder fascista jamais aparece ao lado de sua mulher. Como dizia Hitler, às mulheres fica reservado a tríade Kirche, Kuche e Kinder (igreja, cozinha e criança).

O fascismo é anti-intelectual. Odeia a cultura. "Quando ouço falar de cultura, saco a pistola”, dizia Goering, braço direito de Hitler. Quase todas as vanguardas culturais do século XX foram progressistas: expressionismo, dadaísmo, surrealismo, construtivismo, cubismo, existencialismo. Os fascistas as consideravam "arte degenerada”.

O fascismo não cria, recicla. Só se fixa no passado, um passado imaginário, idílico, como as "viúvas” da ditadura do Brasil, que se queixam das manifestações e greves, e exalam nostalgia pelo tempo dos militares, quando "havia ordem e progresso”. Sim, havia a paz dos cemitérios... assegurada pela férrea censura, que impedia a opinião pública de saber o que de fato ocorria no país.

O fascismo é necrófilo. Assassinou Vladimir Herzog e frei Tito de Alencar Lima; encarcerou Gramsci e madre Maurina Borges; repudiou Picasso e os teatros Arena e Oficina; fuzilou García Lorca, Victor Jara, Marighella e Lamarca; e fez desaparecer Walter Benjamin e Tenório Júnior.

Ao votar este ano, reflita se por acaso você estará plantando uma semente do fascismo ou colaborando para extirpá-la...

Frei Betto é escritor, autor de "Batismo de Sangue” (Rocco), entre outros livros. http://www.freibetto.org/> twitter:@freibetto.   [Você acaba de ler este artigo de Frei Betto e poderá receber todos os textos escritos por ele - em português, espanhol ou inglês - mediante assinatura anual via mhgpal@gmail.com].

sábado, 7 de junho de 2014

Brasil - No estado do Mato Grosso do Sul mais um Índio kaiowá é encontrado morto com dois tiros na cabeça em aldeia de Dourados.

Mayara Sá, com assessoria.

Foto: (((ATENÇÃO!!! DENÚNCIA!!!))) Por favor leiam, curtam e compartilhem!
ÍNDIO KAIOWÁ É ENCONTRADO MORTO COM DOIS TIROS NA CABEÇA EM ALDEIA DE DOURADOS - Mayara Sá - O guerreiro CARVALINO KAIOWÁ, de 61 anos, foi encontrado morto com 2 tiros na cabeça na manhã deste sábado (7). O corpo foi encontrado por dois jovens, próximo de uma aldeia de Dourados – cidade a 225 quilômetros de Campo grande – quando eles se dirigiam para o trabalho.

Carvalino morava na área retomada Gwyrakambiy, que fica na propriedade do fazendeiro Cícero Bastos.

Conforme informações dos indígenas, desde que a Força Nacional foi embora do Mato Grosso do Sul, devido à Copa, eles voltaram a viver cercados de episódios extremamente violentos.

Desde a última 5a-feira, o indígena Guarani-Kaiowá ANDERSON VEGAS está DESAPARECIDO. Na semana passada, o cacique EXPEDITO DA SILVA foi INTERCEPTADO por uma caminhonete de cor vermelha e VALMIR GUARANI-KAIOWÁ, genro de Nísio Lopes, foi SEQUESTRADO, TORTURADO e ABANDONADO AMARRADO a uma árvore. Ele conseguiu se desamarrar e sobreviveu ao ataque de 4 homens encapuzados.

http://www.midiamax.com.br/noticias/913336-indio+kaiowa+encontrado+morto+com+dois+tiros+cabeca+aldeia+dourados.html#.U5O9nNJdUeo
 
GleiceOliveira Guarani-Kaiowá


O guerreiro Carvalino Kaiowá, de 61 anos, foi encontrado morto com dois tiros na cabeça na manhã deste sábado (7). 

O corpo foi encontrado por dois jovens, próximo de uma aldeia de Dourados – cidade a 225 quilômetros de Campo grande – quando eles se dirigiam para o trabalho.

Carvalino morava na área retomada Gwyrakambiy, que fica na propriedade do fazendeiro Cícero Bastos.

Conforme informações dos indígenas, desde que a Força Nacional foi embora do Mato Grosso do Sul, devido à Copa, eles voltaram a viver cercados de episódios extremamente violentos.

Desde a última quinta-feira, o indígena Guarani-Kaiowá Anderson Vegas está desaparecido. 

Na semana passada, o cacique Expedito da Silva foi interceptado por uma caminhonete de cor vermelha e Valmir Guarani-Kaiowá, genro de Nísio Lopes, foi sequestrado, torturado e abandonado amarrado a uma árvore. 

Ele conseguiu se desamarrar e sobreviveu ao ataque de quatro homens encapuzados.