quinta-feira, 20 de abril de 2017

CUT Nacional divulga um detalhado relatório sobre a reforma trabalhista pretendida pelo governo Michel Temer (PMDB).

Leia a íntegra do relatório da CUT Nacional. http://www.esmael morais.com.br/wp-content/uploads/2017/04/PRIMEIRAS-CONSIDERACOES-SOBRE-O-RELATORIO-DO-PL-6787-Versao-resivada-19abr17-2.pdf



A CUT Nacional divulgou nesta quinta-feira (20) um detalhado relatório sobre a reforma trabalhista pretendida pelo governo Michel Temer (PMDB). “Nem o regime militar, que instalou no país um modelo de acumulação de capital extraordinário ousou tanto”, opina a maior entidade sindical do Brasil.
A CUT analisou os seguintes pontos apresentados no PL 6787/16: ampliação da duração do contrato de trabalho temporário (de 3 meses para 6 meses); aumento da jornada do contrato por tempo parcial (de 25 para 30 horas semanais); a permissão para que 13 direitos fundamentais possam ser negociados entre patrões e empregados em termos piores do que prevê a CLT (o chamado negociado sobre o legislado); a criação do representante no local de trabalho sem caráter sindical e multa para combater a informalidade.
O documento afirma que o substitutivo apresentado pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), cuja tramitação se dará em regime de urgência, tem como objetivo geral aumentar o lucro das empresas, baratear os custos do trabalho e enfraquecer os sindicatos no Brasil.
Além de denunciar a precarização da mão de obra, o relatório da CUT identifica ataque “estrategicamente pensado” num momento de forte instabilidade e fragilidade política no país, de paralisia das instituições e descaracterização dos interlocutores institucionais e, principalmente, a dificuldade de reação sindical em meio a 13 milhões de desempregados.
Mesmo com a conjuntura desfavorável, a CUT se irmanou com as demais centrais sindicais na luta pela resistência ao desmonte do Estado Social. Exemplo disso é a greve geral nacional convocada para o próximo dia 28 de abril.


A seguir, leia a íntegra do relatório da CUT Nacional. http://www.esmael morais.com.br/wp-content/uploads/2017/04/PRIMEIRAS-CONSIDERACOES-SOBRE-O-RELATORIO-DO-PL-6787-Versao-resivada-19abr17-2.pdf



Fortaleza/CE. Em 24 horas, criminosos fizeram 22 ataques a ônibus e metralham delegacias.

Um dos ônibus incendiados na Barra do Ceará
Foto - br.sputniknews.com

Uma onda de violência aterroriza os moradores da grande Fortaleza. Em menos de 24 horas, foram registrados pelo menos 22 ataques a ônibus, que foram incendiados, incluindo um ônibus escolar. 

Os criminosos também queimaram dois carros da Cia de Água e Esgoto e três da empresa de energia elétrica, além de metralharem um banco e delegacias na cidade de Maracanaú e Fortaleza entre a noite de quarta (19) e a madrugada desta quinta-feira (20).

Uma carta entregue pelos criminosos a um motorista de um dos ônibus incendiados, em um dos ataques diz que os crimes estão sendo cometidos em represália as transferências de presos e mudanças nos presídios.

O Secretário de Segurança Pública do Ceará, André Costa, que está há pouco mais de quatro meses no cargo, não confirmou a relação dos ataques com a situação nos presídios. 

André Costa disse que a Polícia está investigando as motivações dos crimes e prometeu responder a onda de violência com firmeza. "Nós não vamos deixar que isso fique impune. Estamos com a atuação da Polícia Civil, com toda a nossa inteligência, para que todas essas pessoas possam sim responder pelas condutas praticadas."

Por conta dos ataques, a população ficou sem transporte para voltar para casa desde ontem (19) à noite e na manhã desta quinta-feira (20), poucas pessoas se arriscaram a sair de casa para o trabalho, com medo de novos ataques.
O Secretário de Segurança do Ceará, afirmou que a cidade não pode parar e disse que o trabalho vai ser o de garantir a segurança do transporte público em Fortaleza, assegurando que a população possa sair de casa,  ir trabalhar com segurança e voltar para casa com segurança. "A Cidade não pode parar, a gente vai acompanhar para que as pessoas saiam de casa, vão ao trabalho e voltem para suas casas."
Segundo a Secretaria de Segurança, pelo menos oito pessoas suspeitas dos crimes já foram presas. Durante os ataques, um motorista e um cobrador deficiente físico ficaram feridos. O caso mais grave é do cobrador  José Nunes de Sousa Neto, 56 anos. Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do estado do Ceará (Sindiônibus), ele teve 90% do corpo queimado e segue hospitalizado.

Ceará. Polícia prende seis suspeitos de incendiarem ônibus em Fortaleza.

http://www.pinheirinho.net/2017/04/faccao-criminosa-ordena-ataques-onibus.html
Edwirges Nogueira - Correspondente da Agência Brasil.
Seis pessoas foram presas hoje (19) suspeitas de participarem dos ataques a ônibus em Fortaleza, iniciados nesta tarde. Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o número de veículos incendiados passou de 12 para 16, sendo 12 na capital e quatro em cidades da região metropolitana. Além dos ônibus, três carros de órgãos públicos foram incendiados.

http://www.pinheirinho.net/2017/04/faccao-criminosa-ordena-ataques-onibus.html
O secretário da Segurança do Ceará, André Costa, disse em coletiva nesta noite que, embora mais de um ataque tenha sido feito por um mesmo grupo de pessoas, ainda não é possível afirmar se os incêndios fazem parte de uma ação coordenada. 
Os crimes serão investigados pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
http://www.pinheirinho.net/2017/04/faccao-criminosa-ordena-ataques-onibus.html
Entre as hipóteses levantadas durante o dia estão movimentações de detentos em presídios cearenses e a ação de uma organização criminosa autointitulada Guardiões do Estado (GDE). 
Pelas redes sociais, foram divulgadas imagens de cartas supostamente assinadas pelo grupo que teriam sido encontradas em locais onde ônibus foram queimados.
"Não tem nada que indique que todos os ataques foram feitos por um grupo e nem a confirmação de que essas pessoas presas sejam ligadas a esse grupo", informou a secretaria.
Por conta dos ataques, grande parte dos ônibus foi recolhido às garagens das empresas e as paradas ficaram lotadas de usuários que aguardavam alguma linha passar.

http://www.pinheirinho.net/2017/04/faccao-criminosa-ordena-ataques-onibus.html
O secretário informou que o funcionamento das linhas vai voltar ao normal ainda esta noite a partir de um trabalho de acompanhamento e monitoramento das rotas e das principais avenidas da cidade por agentes da Polícia Militar, incluindo o Batalhão de Choque e duas aeronaves. "O transporte público é muito importante, a cidade não pode parar. Vamos manter o acompanhamento para que as pessoas possam sair de suas casas e ir para os seus trabalhos e voltarem para casa. Será assim até termos a certeza de que a situação está normalizada."
Edição: Fábio Massalli

Anvisa atendendo determinação do MPF/MG proíbe a venda de termômetros analógicos com coluna de mercúrio em todo o país.

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Proibição vale para o todo o país, mas produtos ainda poderão ser vendidos até 2019. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a Resolução nº 145/2017, proibindo, em todo o território nacional, a fabricação, importação e comercialização, assim como o uso em serviços de saúde, dos termômetros e esfigmomanômetros com coluna de mercúrio. A resolução foi publicada no mês passado, mas os produtos poderão ser vendidos até 2019 para adaptação por parte das empresas.

Altamente tóxico, o mercúrio pode causar danos graves ao metabolismo celular, resultando no mau funcionamento de rins, fígado, pulmão e cérebro. "Depois de vários anos de maturação e debates entre os órgãos públicos envolvidos, contando inclusive com a participação da sociedade civil, a Anvisa, finalmente, publicou (22 de março deste ano) a tão esperada resolução", comemora o procurador da República Fernando de Almeida Martins.

Para ele, "trata-se de importantíssimo ato normativo, que visa preservar não só a saúde dos consumidores brasileiros, mas o próprio meio ambiente, pois foi regulamentado também o correto descarte dos produtos na natureza".

Desde 2012, o Ministério Público Federal (MPF) em Belo Horizonte vinha requerendo à Anvisa a proibição dos termômetros analógicos devido ao risco potencial que acarretam aos usuários em função da presença do mercúrio.

Relatório da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), realizado em março daquele ano e que deu origem ao procedimento investigatório, apontava que "o mercúrio dos termômetros é metal líquido, denso, fragmentável, volátil e inodoro; evapora em quantidade proporcional à sua superfície livre e à temperatura ambiente", fatores esses que variam com as estações do ano. O produto pode penetrar no organismo por via digestiva, pela pele e pela via respiratória.

O artigo 2º da Resolução nº 145 dispôs que os produtos que forem retirados de uso deverão ser descartados conforme as normas similares que regem o descarte dos resíduos produzidos pelos serviços de saúde e que são regulamentados por outro ato da Anvisa, a RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004.

Legitimação - Enquanto o procedimento tramitava no MPF, o Brasil participou e foi um dos signatários da Convenção de Minamata sobre Mercúrio, realizada pela ONU em 10 de outubro de 2013, que objetiva reduzir gradativamente o mercúrio no meio ambiente ao controlar as fontes e o comércio da substância. Ainda não ratificada pelo parlamento brasileiro, a Convenção de Minamata foi, no entanto, utilizada como parâmetro por um grupo de trabalho interministerial que atuou na regulamentação do tema.

A resolução da Anvisa foi inclusive submetida, anteriormente à sua publicação, a uma consulta pública, obtendo no total 16 contribuições, sendo que nove concordaram com o texto, cinco concordaram parcialmente e apenas duas discordaram integralmente da proposta, o que, para Fernando Martins, "evidencia a transparência do processo e legitima a edição do novo regulamento".

O procurador da República afirma ainda que o fato de a resolução somente entrar em vigor daqui a dois anos, em 2019, em nada a desqualifica. "Esse período é salutar, haja vista que ainda há muitas empresas no Brasil que têm em seus estoques e/ou assinaram contratos visando à importação/distribuição de termômetros e esfigmomanômetros com coluna de mercúrio. Portanto, existe a necessidade de um período de adaptação por parte das empresas ao novo cenário normativo".

Assessoria de Comunicação Social - Ministério Público Federal em Minas Gerais - Tel.: (31) 2123.9010 / 9008 - No twitter: mpf_mg.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Brasília. Plenário da Câmara aprova urgência para projeto da reforma trabalhista. Veja como votaram os Deputados do Maranhão.

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 287 votos a 144, o regime de urgência para o projeto de lei da reforma trabalhista (PL 6787/16). Na noite de ontem, o Plenário havia rejeitado o regime de urgência por insuficiência de votos, pois o pedido obteve o apoio de 230 parlamentares, quando o necessário é 257.
Com a aprovação do regime de urgência, não será possível pedir vista ou emendar a matéria na comissão especial que analisa o substitutivo do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN).
O relatório apresentado na comissão mantém a prevalência dos acordos coletivos em relação à lei, conforme previsto no texto original, e acrescenta outras modificações, como regras para o teletrabalho e o trabalho intermitente.
A oposição protestou contra a nova votação do requerimento de urgência, um dia após sua rejeição pela Casa.

Link: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/530218-PLENARIO-APROVA-URGENCIA-PARA-PROJETO-DA-REFORMA-TRABALHISTA.html

VEJA COMO VOTARAM OS DEPUTADOS DA BANCADA MARANHENSE.


DEPUTADOS DA BANCADA MARANHENSE QUE VOTARAM  FAVORÁVEIS  A URGÊNCIA.

1 – DEM – Juscelino Filho – Sim;
2 – PMDB – Alberto Filho – Sim;
3 – PMDB – Hildo Rocha – Sim;
4 – PMDB – João Marcelo Sousa – Sim;
5 – PP – André Fufuca – Sim;
6 – PRB – Cleber Verde – Sim;
7 – PSB - José Reinaldo – Sim;
8 – PPS – Elisiane Gama – Sim;
9 – PTB – Pedro Fernandes – Sim;
10 – PTN – Aluísio Mendes – Sim
11 - PSD - Victor Mendes - Sim;
12 - PEN - Junior Marreca - Sim;
13 - PP - Waldir Maranhão - Sim.
DEPUTADOS DA BANCADA MARANHENSE QUE VOTARAM  CONTRÁRIOS À URGÊNCIA.

1 – PDT – Julião Amin – Não;
2 – PSB – Luana Costa – Não;
3 – PDT – Weverton Rocha – Não.

DEPUTADOS AUSENTES.
1 – PT – Zé Carlos;
2 – PC do B – Rubens Pereira Junior.

Deputado Glalbert Cutrim presenteia Vitória do Mearim com emenda para pavimentação asfáltica.

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O deputado Glalbert Cutrim (PDT) participou, na noite desta terça-feira (18), da abertura da semana de festividades em comemoração aos 184 anos de emancipação política do município de Vitória do Mearim. O ato aconteceu na Praça Rio Branco, no centro da cidade e contou com homenagens dos alunos da rede municipal de ensino.

Foto - Deputado Glaubert e Prefeita Dídima Coêlho.
Glalbert aproveitou a ocasião para presentear a cidade com emenda parlamentar que será usada na pavimentação de ruas. “É uma grande satisfação poder entregar essa emenda nas mãos da prefeita Dídima Coelho, e ter certeza que estamos ajudando na reconstrução do município. Investir em asfalto é mais do que garantir infraestrutura, pois uma rua pavimentada evita poeira e lama, o que também previne diversas doenças. Portanto, na data em que o município completa 184 anos de emancipação política, faço questão de trazer esse grande presente a toda população dessa querida cidade”, disse o deputado.

A prefeita Dídima Coelho agradeceu o presente e falou da importância do deputado para o município. “Esse presente vem no momento certo, pois recebemos a cidade em péssima situação administrativa. Sabemos que podemos contar com o apoio do deputado Glalbert Cutrim, por isso, estamos juntos para trazer mais bem estar para a população de Vitória do Mearim”, agradeceu Dídima.

O evento também contou com a participação dos vereadores Marcelo da Colônia, Mauruzan (PCdoB), e do presidente da Câmara de Vereadores, Cristiano Falcão, além de secretários municipais.

Assecom/ Deputado Glalbert Cutrim
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LEIA MAIS: No aniversário de Vitória do Mearim, população é presenteada com "Totem de Wi Fi" para acesso gratuito a internet. https://maranauta.blogspot.com.br /2017/04/no-aniversario-de-vitoria-do-mearim.html

Brasil. “MP 759 agrava problemas da regularização de terras no Brasil”, alerta PFDC em nota técnica ao Congresso.


“MP 759 agrava problemas da regularização de terras no Brasil”, alerta PFDC em nota técnica ao Congresso

Documento aponta inconstitucio-nalidades da medida provisória e busca subsidiar análise parlamentar da proposta.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF), enviou ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (19) nota técnica para subsidiar a análise parlamentar da Medida Provisória (MP) 759, editada em dezembro de 2016 pelo Governo Federal e que modifica diretrizes legais sobre a regularização de terras urbanas e rurais no país.
Para a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, as propostas apresentadas pela MP – que impactam em direitos fundamentais como moradia, função social da propriedade e meio ambiente – acabam por intensificar o grave problema da regularização de terras no Brasil. Isso porque a MP está em franco descompasso com o que determina a Constituição Federal acerca das políticas para a propriedade e uso de terras, e também no que se refere à proteção ambiental. A medida também revoga mais de dez leis essenciais à regularização fundiária e as substitui por normas que ainda serão definidas pelo poder Executivo.
“A revogação de legislação essencial à área, e sua substituição por normas que não são autoaplicáveis, faz com que a MP 759, na verdade, venha agravar os problemas que, segundo enuncia, seriam de urgente resolução”, destaca a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat. A procuradora assina a nota técnica em conjunto com o Grupo de Trabalho Reforma Agrária, da PFDC.
O documento elenca mais de uma dezena de legislações que são alteradas pela medida provisória. Entre elas, a que trata da regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, o Programa Minha Casa Minha Vida, a lei que dispõe sobre a preservação da vegetação nativa e a que trata da regularização de terras fruto de ocupações na chamada Amazônia Legal.
“Causa enorme espanto a adoção, pelo presidente da República, de medida legislativa extraordinária que modifica mais de uma dezena de leis ordinárias aprovadas pelo Congresso Nacional, algumas das quais fruto de processos legislativos que envolveram grande participação popular, o que representa grave distorção do sistema democrático”, alerta o órgão do Ministério Público Federal.
Para a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, além de não apresentar os requisitos constitucionais de urgência e relevância necessários à publicação de qualquer medida provisória, a MP 759 também peca nas propostas apresentadas em seus três temas centrais: regularização fundiária rural, regularização fundiária urbana e desmatamento.
Regularização fundiária rural – A Constituição Federal, em seu art. 188, determina que a destinação de terras públicas e devolutas “será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária”. A análise encaminhada pela PFDC ao Congresso Nacional aponta que a MP 759 não apresenta, em nenhuma de suas diretrizes, o alinhamento da destinação das terras a essas políticas.
O texto destaca que a norma inscrita no art. 188 da Constituição tem o propósito de assegurar três objetivos específicos: primeiro, que a destinação de terras públicas e devolutas não se faça em prejuízo da população do campo que aguarda a implementação do direito à moradia; segundo, que haja democratização do acesso à terra, desconcentrando a estrutura fundiária brasileira; e, terceiro, que a produção agrícola se diversifique, como garantia de alimentação adequada a todos os brasileiros e brasileiras. “A MP 759 está absolutamente dissociada de quaisquer dessas metas”, informa o documento.
Regularização fundiária urbana – No que se refere à regularização de terras na cidade, a PFDC aponta que a MP 759 é marcada pela falta de participação popular no planejamento municipal, pela ausência de diálogo com planos diretores da cidade e com o próprio licenciamento ambiental e urbanístico – indo na contramão de diretrizes legais que versam sobre o tema, tais como os artigos 29 e182 da Constituição Federal, o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) e o tratado sobre cidades, vilas e povoados sustentáveis, elaborado durante a ECO-92.
“Não bastou à Constituição Federal assegurar que todos e cada integrante da sociedade brasileira fosse sujeito de direito. Era também preciso garantir que essas pessoas, até então excluídas dos espaços públicos, tivessem ali voz e vez. Daí por que a Constituição instituiu a necessidade de uma política de desenvolvimento urbano, cujo objetivo é ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. As propostas contidas na MP 759 ignoram essa concepção de cidade inaugurada pela Constituição de 88”, diz o documento do MPF.
O texto ressalta ainda que, ao desconsiderar as determinações do Estatuto da Cidade, a MP 759 incide em outro grave vício: o em retroceder em matéria de direitos fundamentais, o que é vedado pelo dever de progressividade assumido pelo Brasil no Protocolo de San Salvador e no Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
Proteção ambiental – Sobre o desmatamento, a nota técnica aponta que além de não conter instrumentos eficazes para deter o problema a MP 759 torna mais frágil a proteção ambiental. “Ao passar para o domínio privado uma quantidade enorme de terras públicas e devolutas, a MP dificulta em demasia a criação de áreas de proteção ambiental. Isso se dá em função do diminuto estoque de terras públicas e devolutas que resta para tal fim e pelo custo implicado na aquisição de áreas privadas, especialmente em tempos em que os gastos públicos estão reduzidos”, diz o texto.
A nota alerta ainda para o risco de que a Medida Provisória venha a potencializar os danos ambientais com a ampliação, para todo o país, do programa Terra Legal – antes restrito à Amazônia Legal. O texto ressalta que não há evidências empíricas de que o Terra Legal, instituído pela Lei 11.952/2009, tenha resultado em diminuição do desmatamento e destaca fragilidades ambientais trazidas pelo programa.
Acesse aqui a íntegra da Nota Técnica PFDC.
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