Está na Constituição Brasileira, em seu art. 5º, inciso 16:
Todos podem reunir-se pacificamente,
sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;
Logo, não está em discussão o direito da polícia baiana – como a de
qualquer Estado brasileiro – reunir-se, reivindicar, protestar.
Este blog “apanhou” muito ao criticar a invasão do QG dos Bombeiros, no Rio de Janeiro.
Agora, porém, as cenas de policiais em greve na Bahia, armados,
erguendo pistolas, certamente devem ter feito muitas pessoas entenderem
que isso traz mais perigos do que, dentro da democracia, as instituições
legítimas e eleitas pela população, podem correr.
Não importa se o governador é A ou B. Polícia e bombeiros, embora
seja discutível se o devem ser, são instituições militares. E militar
não protesta armado, como não “toma” quartel.
Igualmente, não se tem notícia de que metalúrgicos, professores,
trabalhadores em geral realizem atos grevistas enchendo-os com suas
mulheres e crianças.
Isso é irresponsável. Fazer isso e depois dizer, como fez um líder
grevista que “”vai acontecer uma chacina aqui, e o responsável é Jaques
Wagner” não é algo correto, independente da justiça que se possa
reconhecer nas reivindicações.
Não se tem notícia de que estes líderes tenham se manifestado assim
diante de qualquer violência praticada pela polícia contra
manifestantes civis desarmados.
Não há nem deve haver limites para o direito de reivindicar. Mas há e deve haver limite nos métodos que se usa para exercê-lo.
Senão, o que é direito de reivindicar, inclusive através de paralisações, vira motim.
A Agência Brasil, pertencente a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação)
–rede pública do governo federal– divulgou nota nesta segunda-feira (6)
reconhecendo erro em uma reportagem que afirmava haver mortos no
processo de reintegração de posse ocorrida na região do Pinheirinho, em
São José dos Campos.
A reportagem da Agência Brasil foi ao ar no dia 23 de janeiro e chegou a ser destacado na manchete do UOL. O texto foi também citado ou republicado por diferentes veículos de imprensa nacionais e internacionais.
Na ocasião, a Agência Brasil afirmou, baseada em declarações de Aristeu
César Pinto Neto, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e também advogado dos moradores
desalojados, que havia mortos na ação policial. As autoridades dos
governos estadual e municipal negaram a informação. “Não houve a devida
checagem da veracidade da informação sobre supostos mortos na operação
de reintegração de posse da área conhecida como Pinheirinho”, afirma a
rede pública.
Leia a íntegra da nota:
Agência Brasil reconhece erro em notícia sobre mortes no Pinheirinho.
A Agência Brasil errou no processo de apuração, edição e publicação
da notícia OAB de São José dos Campos diz que houve mortos em operação
no Pinheirinho, no dia 23 de janeiro. A notícia foi publicada com base
em entrevista concedida à TV Brasil pelo presidente da Comissão de
Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São José dos
Campos, Aristeu César Pinto Neto. No entanto, não houve a devida
checagem da veracidade da informação sobre supostos mortos na operação
de reintegração de posse da área conhecida como Pinheirinho.
A entrevista foi gravada por uma equipe da TV Brasil que se
deslocou para São José dos Campos, mas a parte que denunciava a morte
não foi utilizada no noticiário televisivo por falta de confirmação ou
comprovação. No entanto, a reportagem da Agência Brasil em São Paulo
teve acesso à íntegra da gravação e considerou a informação relevante e
suficiente para ser publicada, tendo em vista o advogado ter se
apresentado como representante de uma instituição respeitável.
A Agência Brasil, embora tenha atendido a exigência de
identificação da fonte da informação, não seguiu os demais procedimentos
da boa prática de apuração, como recomenda o Manual de Jornalismo da
Radiobrás, que ainda está em vigência.
“O jornalismo deve procurar o equilíbrio. O equilíbrio é o cuidado
de ouvir os principais envolvidos e de apurar os aspectos mais
importantes da notícia, para reportar os acontecimentos com
objetividade. Ao apurar um fato, o jornalista deve analisar o interesse
de cada pessoa ou grupo a ele relacionado. Tem que se perguntar quem é o
afetado pela notícia e ir além da velha agenda de fontes, trazendo
novos interlocutores para comentar o tema.
Ouvir sempre dois ou mais lados distintos de uma questão é
fundamental para a equidade e para o desenvolvimento do trabalho de
qualidade que a Radiobrás se propõe a fazer. Fontes da sociedade civil
organizada devem ser consultadas e cidadãos não organizados devem ser
considerados. A edição tem que se estruturar de maneira igualitária e
seguir o bom senso. Cada personagem deve ocupar um tempo proporcional a
sua importância relativa dentro da notícia. Quem foi criticado deve ter
chance de responder”, diz o texto.
O Manual de Jornalismo da EBC, que está em fase de revisão, é claro
ao exigir rigor nesse tipo de apuração. “Toda denúncia deve ser
confirmada antes de ser publicada. A apuração de uma denúncia deve
manter o seu caráter jornalístico, ou seja, a intenção de buscar
informação para o cidadão não se confundir com a atuação da polícia, do
Ministério Público ou de qualquer outro ente oficial de investigação. Se
a denúncia tiver origem no trabalho do Jornalismo da EBC e não estiver
publicizada por qualquer outro meio, deve-se conceder ao denunciado um
prazo até 24 horas para sua manifestação”, diz o texto.
Neste caso, a denúncia estava publicizada, não apenas em redes
sociais, mas até na imprensa internacional, que, antes mesmo da Agência
Brasil, já mencionava a suposição de mortes. No entanto, a gravidade da
denúncia requeria ao menos outra fonte fidedigna que a corroborasse.
Faz-se necessário assegurar aos nossos leitores que não houve má-fé
da Agência Brasil ao publicar a matéria. Tampouco houve submissão desta
agência a qualquer interesse de natureza política. O que ocorreu foi um
erro jornalístico diante de uma situação de poucas e controversas
informações em uma situação tumultuada.
A gravidade dos fatos e a urgência em noticiar informações sobre o
assunto também levaram outros veículos a noticiar a possível ocorrência
de mortes no conflito de Pinheirinho. É o caso do jornal britânico The
Guardian, que informou ter recebido informações da mídia social que
tratavam o despejo como um “massacre” e sobre a ocorrência de mortes não
confirmadas.
“Ao longo do domingo [22], sites de mídia social estavam cheios de
relatórios apocalípticos de um suposto "massacre" na comunidade. Um
e-mail, enviado aos meios de comunicação internacionais, afirmou que
havia relatos de que pessoas haviam sido mortas. A maior rede de TV do
Brasil, a TV Globo, descreveu o despejo como "uma operação de guerra",
publicou o jornal britânico, na segunda-feira (23), às 15h27.
A matéria da Agência Brasil foi publicada às 17h30.
As informações controversas, no entanto, não justificam a falta de
rigor nos procedimentos de apuração da notícia. No mesmo dia, às 22h15, a
Agência Brasil publicou a matéria Terreno do Pinheirinho deve R$ 16
milhões em impostos, diz prefeitura de São José dos Campos, na qual o
prefeito do município, Eduardo Cury, negava a ocorrência de mortes.
No dia seguinte, a Agência Brasil publicou uma reportagem com a
negação da existência de mortes. A matéria Autoridades negam que tenha
havido morte durante desocupação em São José dos Campos foi publicada às
14h01 de terça-feira, dia 24.
Para evitar o mau entendimento do leitor, a Agência Brasil ainda
anexou à primeira matéria, que tratava da possibilidade de mortes, o
link da segunda, que desmentia a informação. Além disso, cuidou de
acrescer à primeira matéria uma explicação sobre o ocorrido.
A Agência Brasil reconhece, no entanto, que uma vez publicada uma
informação, mesmo de uma fonte supostamente crível, sem a devida
checagem, foi cometido um erro de difícil reparação. Ampliado pelo fato
de o título da notícia não ter deixado claro que a informação era do
presidente da Comissão de Direitos Humanos, e não da OAB.
Reconhece também que a tentativa de correção do erro no noticiário
seguinte foi insuficiente. Deveria ter sido enfatizada para alcançar a
mesma amplitude da denúncia incomprovada.
Por isso, a Agência Brasil está reorientando seus profissionais e
revendo seus procedimentos internos para evitar que erros como esse
ocorram novamente em seu noticiário.
Denúncias vão ser apuradas o quanto antes pelos setores competentes para identificação e punição de possíveis responsáveis.
SÃO
LUÍS - A denúncia de que notas estariam sendo vendidas a estudantes de
alguns dos cursos de graduação da Universidade Federal do Maranhão
(UFMA), como toda denúncia e/ou suspeita que envolva a idoneidade dos
processos da Universidade, deve ser apurada o quanto antes. Veiculada em
um blog maranhense e replicada por outros blogueiros há cerca de 15
horas, a denúncia teria partido de uma conta no microblog Twitter que é
atribuída a um professor da Instituição.
Nas mensagens postadas pelo perfil denominado @AyalaGurgel na
rede social, são revelados casos de alunos que teriam sido aprovados
sem sequer terem feito provas em disciplinas ministradas pelo referido
professor. Além disso, o perfil acusa uma das docentes da UFMA de ter
plagiado sua tese de doutorado o que, ainda de acordo com as postagens, é
de conhecimento público.
Cumpre ressaltar que toda denúncia sem provas documentais, seja ela
feita em redes sociais ou em quaisquer outros canais de comunicação,
caracteriza mera leviandade. Mais do que falar ou, nesse caso, escrever,
é preciso estar legalmente respaldado para garantir a imparcialidade na
apuração dos fatos. Ações como essa em nada engrandecem a Instituição
ou potencializam a lisura de seus processos, pelo contrário, contribuem
para uma divulgação negativa da imagem da UFMA com base em posturas
individualistas e amorais.
Ainda assim, segundo o reitor da Universidade, Natalino Salgado
Filho, qualquer indicativo de fraude em qualquer nível e que envolva a
comunidade acadêmica (docentes, discentes e técnicos) é inaceitável
dentro da Instituição. Há, inclusive, uma determinação da Administração
Superior da UFMA para que casos assim sejam apurados rigorosamente pelos
setores competentes para identificação e punição jurídica,
administrativa e/ou pedagógica dos possíveis responsáveis.
Nessa direção, vale destacar que, desde que o atual gestor assumiu a
Reitoria, as ações em prol da moralização dos processos produtivos na
Federal do Maranhão são contínuas. Há, inclusive, casos de professores
que já foram demitidos da Instituição por desleixo e/ou fraco
desempenho, bem como concursos anulados para que candidatos de notório
mérito não fossem, em qualquer etapa dos seletivos realizados,
prejudicados pelas eventuais “panelinhas” - como é popularmente
conhecido o esquema no qual candidatos capazes de assumirem os cargos
seriam prejudicados na atribuição de notas com o intuito de beneficiar
outros candidatos “indicados” por membros de bancas avaliadoras.
Saiba +
Embora alarmantes, as revelações surgem curiosamente logo depois da
veiculação, também pela Internet, de casos de compras de notas e
aprovações “misteriosas” em uma Instituição de Ensino Superior (IES)
privada do Estado. Envolvendo filhos de políticos e de “figurões
maranhenses”, as denúncias ganharam a rede e se espalharam pelos demais
canais de comunicação.
Mesmo que não se possa afirmar que o professor Ayala Gurgel é o
verdadeiro responsável pelas postagens no Twitter, é preciso ter em
vista que esse docente já foi afastado de suas atividades na UFMA em
decorrência de posturas não éticas que ferem os princípios sob os quais
está assentada a maior e mais antiga IES do Maranhao.
Cerca de 600 homens do Exército cercam a Assembleia Legislativa da
Bahia para garantir que a Polícia Federal cumpra os 11 mandados de
prisão contra policiais militares grevistas que ocupam a Casa desde a
semana passada.
A Justiça decretou a ilegalidade do movimento e expediu 12 mandados
de prisão. O primeiro foi cumprido na madrugada de domingo 5. O policial
Alvin Silva foi preso e encaminhado para a Polícia do Exército sob a
acusação de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público
(viaturas). Além disso, o policial vai passar por um processo
administrativo na própria corporação.
O pedido para a desocupação do prédio foi feito no domingo à tarde
pelo presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo. O secretário de
Segurança, Maurício Barbosa, e o comandante-geral da PM, coronel Alfredo
Castro, acompanham a operação.
O estado conta com o apoio de mais de 2,5 mil homens das Forças
Armadas e da Força Nacional no patrulhamento de Salvador, Feira de
Santana, Barreiras e Paulo Afonso. O grupo conta também com quatro
veículos de combate Urutu, que já circulam por Salvador.
Os policiais militares da Bahia estão em greve desde a última quarta-feira 1º.
Número de homicídios chega a 87 no estado
Desde o início da greve da Polícia Militar na Bahia na terça-feira
31, 87 pessoas foram assassinadas no estado, segundo dados atualizados
do site da Secretaria de Segurança Pública estadual. A grande maioria
dos crimes, no entanto, ocorreu na região metropolitana de Salvador.
Além das mortes, no mesmo período foram registradas 41 tentativas de assassinato.
O dia mais violento foi a sexta-feira 3, com 32 homicídios e 16
tentativas de assassinato. Na quarta-feira 1, foram registrados sete
homicídios, na quinta-feira, 14, no sábado, 17, e no domingo, até o
momento, 18 mortes.
Segundo o governo baiano, os 12 mandados de prisão expedidos pela
Justiça contra policiais e participantes da greve, considerada ilegal,
começaram a ser executados no estado. A primeira prisão ocorreu na
madrugada deste domingo 5.
Alvin dos Santos Silva, policial militar lotado na Companhia de
Policiamento de Proteção Ambiental (COPPA), foi detido sob a acusação de
formação de quadrilha e roubo de viaturas.
No sábado 4, o governador Jacques Wagner (PT) afirmou que não vai
conceder a reivindicação de anistia para os policiais que participaram
do movimento, apresentada na pauta das associações da PM baiana.
“Ultrapassar a democracia com a violação da lei, comigo não tem acordo.”
Os policiais e participantes da greve estão acampados em frente à
Assembleia Legislativa de Salvador. Eles reivindicam a aprovação do
plano de carreira, regulamentação da gratificação de atividade policial,
nível 5, melhores salários e condições de trabalho.
De acordo com Wagner, nos últimos cinco anos, a corporação recebeu
cerca de 60% de reajuste, ou um ganho real em torno de 35%. O governador
admitiu, porém, que as condições de trabalho precisam ser melhoradas.
A Secretaria de Segurança aponta que a Justiça expediu um mandado de
reintegração de posse para 16 viaturas em posse de manifestantes
ligados aos grevistas e que parte dos veículos foi recuperada.
Ainda de acordo com o órgão, a Justiça determinou o fim do movimento
grevista que conta com a participação de cerca de 20 mil dos 30 mil
policiais baianos. Das 300 viaturas da corporação em Salvador, 210 estão
em atividade.
Ajuda federal
Para avaliar a situação e acompanhar as operações das Forças Armadas
na garantia da segurança da população, o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, e a secretária Nacional de Segurança Pública, Regina
Miki, foram enviados a Salvador o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o chefe do
Estado-Maior das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi, também
estão na cidade.
Cardozo declarou no sábado que a presidenta Dilma Rousseff decretou
Operação de Lei e Ordem. Isso possibilita a mobilização da Força
Nacional, da PF e das Forças Armadas sob o comando do Ministério da
Defesa. Ele ressaltou ainda que depredações e ataques a equipamentos
submetidos à Operação são crime federal. “Neste caso, a PF poderá
investigar, apurar e submeter as ações ao Ministério Público Federal,
para que as medidas corretas sejam tomadas.”
A Secretaria de Segurança estadual informou que cerca de 3,5 mil
militares foram disponibilizados para garantir a ordem no estado durante
a greve da PM. Segundo o órgão, os bairros periféricos de Salvador
começaram a receber o reforço militar na noite de ontem. As operações no
interior do estado ocorrem pontualmente.
Violência
Boatos de arrastões fizeram com que o comércio fechasse mais cedo na
sexta-feira e shows de bandas de axé, como Olodum – que teve um de seus
integrantes morto em um assalto ontem – , e uma apresentação da
cantora Ivete Sangalo fossem cancelados.
A falta de policiais nas ruas gerou uma onda de saques e violência em
todo o estado. Apenas na sexta-feira, 58 carros foram roubados e
algumas lojas arrombadas e saqueadas.
De acordo com a Secretaria de Segurança, foi registrada “uma série de
casos de vandalismo, com assaltos e arrastões, em várias áreas de
Salvador”, desde que “PMs ligados à Associação de Policiais e Bombeiros e
de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA) anunciaram greve por
tempo indeterminado.”
CIG
- Milhares de pessoas manifestárom-se na tarde desta sexta-feira contra
o Expediente de Regulaçom de Emprego (ERE) apresentado por Alcoa
Inespal e contra a deslocalizaçom da produçom da fábrica da Corunha. A
marcha, convocada polo Comité de empresa, contou com a participação do
quadro de pessoal das centrais que a multinacional tem na comarca da
Marinha, no concelho de Sam Cibrao e nas Astúrias, na cidade de Avilês,
para além do secretário geral da CIG, o secretário nacional da CIG-Metal
e membros da executiva federal.
Com
uma redução da produção de 50% e uma proposta de ERE de suspensão
temporal acima da mesa para metade dos 420 operários e operárias da
fábrica da Corunha, o pessoal de Alcoa Inespal manifestava-se no serám
da sexta-feira pelas ruas da cidade, acompanhado por centenas de pessoas,
para rejeitar as medidas da multinacional do alumínio e contra o
desmantelamento industrial da comarca da Corunha.
Os delegados da CIG na empresa teimam em expor que o problema de
fundo não é o expediente de regulação, senão a inexistência de um plano
de viabilidade que garanta o futuro das instalações. Neste sentido,
tinham reivindicado à direção que apresente que planos tem para a central
da Corunha e qual é a viabilidade industrial que terá dentro do próprio
Grupo. "Se a empresa não responder a estas questões entenderemos que
Alcoa não tem interesse em continuar com a atividade desta central",
sublinham. "Agora a direção parece disposta a assumir que o ERE seja
rotativo para o cem por cento do pessoal, mas desconhecemos por completo
que vai acontecer quando finalizar a vigência da regulação", assinalam.
Dúvidas sobre o futuro da multinacional para as fábricas galegas.
A este respeito, a CIG voltou a advertir que por trás deste corte da
produção e o emprego se agacha a pretensão da Alcoa de deslocalizar a
produção a países que tenhem uma tarifa energética mais barata e um
mercado laboral desregulado. Neste sentido, apontam que os problemas da
central da Corunha começaram com o desmantelamento da linha de produção
de fio, deslocalizada há uns anos à fábrica da Islándia, e realocação que em 2013 está previsto que o consórcio Maaden-Alcoa ponha em marcha
umha mega fábrica na Arábia Saudita.
No mesmo sentido manifestáram-se os companheiros e companheiras da
CIG em Alcoa-Sam Cibrao, que esta tarde se achegaram à Corunha para
participarem da manifestação. A representação da fábrica da Marinha
mostrou-se pessimista quanto às expectativas de futuro para as centrais
que Alcoa tem na Galiza. De fato, sublinham, a própria direção que recusou-se a oferecer garantias sobre a continuidade da atividade nas
instalações de Sam Cibrao, chegando a ironizar sobre que "para assegurar
o futuro já estão Carrefour ou El Corte Inglés".
"Entre a apresentação dos EREs e a predisposição da multinacional a
deslocalizar a produção e o trabalho (praticamente em Sam Cibrao todas
as tarefas som feitas através das auxiliares) temos muitas suspeitas de
que as verdadeiras intenções passam polo encerramento das fábricas do
nosso país". Este alvo, matizam, explicaria o recente Plano de Evacuação
apresentado para a central da Marinha (apesar de levar 30 anos em
funcionamento), através do qual se pretenderia evitar qualquer
reclamação por responsabilidades ambientais uma vez abandonadas as
instalações.
Aliás, as Seções Sindicais da CIG nas duas fábricas matizárom que nos
informes económicos anuais, a empresa sempre destacou a rentabilidade
das centrais galegas. Porém, "de súbito, Corunha não é competitiva e
decidem aplicar-lhe um corte da produção e no emprego com o objetivo de
reduzir custos, mas esta medida vai provocar o efeito contrário já que o
se produzir nessa fábrica sairá mais caro", denunciam.
Manifesto do quadro de pessoal
Ao acabar a marcha, o Presidente do Comité de Alcoa Inespal, deu
leitura ao manifesto dos trabalhadores e trabalhadoras que reproduzimos a
seguir:
MANIFESTO
Boa noite:
No nome do Comité de empresa e dos trabalhadores/as de Alcoa-Inespal
de Agrela, recebede uma carinhosa saudação todas e todos os que hoje
nos acompanham (especialmente os companheiros e companheiras do norte
do país e das Astúrias) por solidarizar-se e acompanhar-nos nesta
manifestação reivindicativa pelo emprego e contra a deslocalização.
A central corunhesa de Alcoa leva mais de 50 anos na comarca
herculina e em toda esta vida industrial com as diferentes denominações,
sendo empresa pública ou privada (Alumínios da Galiza, Inespal, Alcoa),
deu a possibilidade de que milhares de trabalhadores e trabalhadoras da
cidade da Corunha, da comarca e da Galiza, tivessem um trabalho para
poder viver dignamente com as suas famílias ou ir avante na sua
trajetória laboral.
Mas hoje estamos aqui, porque a direção da Alcoa, a 9 de janeiro,
convocou o Comité de empresa com carácter de urgência para informar
sobre o corte de produção de 12% há nível mundial, devido aos maus
resultados económicos no 4º trimestre de 2011.
Segundo a direção 7% da redução seria nos EUA (291.000 toneladas). O
restante 5% faria-se na Europa mediante o encerramento da fábrica de
Portovesme (Itália) de maneira permanente (155.000 toneladas), e uma
redução temporal da produção na Corunha (Galiza) e Avilês (Astúrias) de
90.000 toneladas em Alcoa Inespal, o que suporia uma paralisação da
produção de 50% em cada uma das fábricas. O corte de produção nas
fábricas galega e asturiana implicaria um ERE temporal de um ano para
150 trabalhadores/as em Avilês e 210 na Corunha.
A Alcoa quer justificar esta medida na Galiza e nas Astúrias
baseando-se nos altos custos de produção a causa do incremento das
materias primas (coque, brea) e do baixo preço do metal na bolsa de
metais de Londres (LME), com uma redução de 27% em 2011. Além do mais,
está o incremento na tarifa elétrica e a falta de um contrato de energia
competitivo de longo prazo.
Esta última questão, a da energia, é o verdadeiro problema que nos
traz hoje aqui, pois não se pode esquecer que quase metade dos custos da
produção do alumínio pertencem à eletricidade. Se a isto acrescentarmos
que o atual contrato com as elétricas finaliza em dezembro deste ano,
mais claro que a água.
Por todo iso, Alcoa propõe um ERE para uma central emblemática,
desmantelando o futuro industrial da comarca corunhesa. Isto põe em
risco os postos de trabalho tanto de Alcoa, como das companhias
auxiliares Reymogasa, Masa Galicia, Montajes Dimar, Fremap, Climagal,
Segasa, Galman, Montajes Biermar, Traexla, Jofrasa, Cotelsa, etc., que
prestam os seus trabalhos auxiliares, assim como a incidência negativa que
pode implicar para o setor metalurgico. Em total mais de 1.500
empregos afetados direta ou indiretamente.
O Comité de empresa leva anos insistindo para que Alcoa apresente um
plano industrial que cubra as exigências da central, garantindo a sua
viabilidade, e não aplicando saídas conjunturais que não suponhem
nenhuma solução de futuro.
Pelo qual, exigimos da direção de Alcoa, que não é imprescindível a
aplicação de um ERE, que tal e como está proposto põe em risco o futuro
da fábrica, já que o que sim é preciso é a apresentação de um Plano
Estratégico de Futuro que permita que esta atividade continue a gerar
emprego e riqueza nesta comarca corunhesa que tanto apostou de forma
direta e indireta polo mantenemento e a sobrevivência destes postos de
trabalho, tanto para os trabalhadores/as atuais como para as geraçons
vindouras.
Aliás, exigimos aos poderes políticos (Cámaras municipais,
Deputados, Governo galego e espanhol) que se envolvam num compromisso
político, claro, nítido e necessário para que esta atividade industrial
continue a ter futuro e siga a ser um referente na comarca corunhesa.
Pois estamos convencidos os sindicatos, trabalhadores/as e o povo, que
se não o faz assim poderiam ser partícipes na desfunção industrial de
uma atividade que leva mais de cinco décadas e vai a continuar a ter
uma demanda de futuro do seu produto independentemente da situação pela
que atualmente está a passar.
Obrigado de parte do quadro de pessoal de Alcoa e dos seus familiares
por ter compartilhado conosco esta jornada reivindicativa e
desejar-vos aos companheiros e companheiras da Marinha e das Astúrias uma feliz viajem de volta.
PORTUGAL: PETROBRAS APRESENTA PRINCIPAIS PROJETOS NO PAÍS EUROPEU
“O gerente de Exploração da Petrobras Portugal, Rudy Ferreira, apresentou, na quinta-feira (02/02), os principais projetos da empresa no país durante a Conferência “Potencial Petrolífero em Portugal, Atividades e Perspectivas”, em Lisboa.
Rudy Ferreira falou sobre a exploração das bacias de Peniche e Alentejo
e sobre investimentos em educação e formação de quadro técnico por meio
de importantes parcerias com várias universidades do país.
bacias de Peniche e Alentejo
Alentejo
Ferreira destacou a importância da experiência de empresa como a
Petrobras no desenvolvimento de projetos que estão sendo atualmente
implementados em Portugal. “A Petrobras é reconhecida como Companhia
de excelência na exploração e produção em águas profundas e utiliza
isso como fator diferencial nos países em que atua”, disse.
Rudy Ferreira enfatizou que a aposta da Companhia no país não é de agora. “O
interesse da Petrobras de participar da exploração de petróleo em
Portugal já vem de longa data, mesmo antes da assinatura dos contratos
de exploração na bacia de Peniche, em 2007”. Além de Peniche, a Petrobras também explora a bacia do Alentejo, mais a sul do país, num consórcio com a “Galp Energia”.
O gerente destacou, ainda, o envolvimento da Petrobras em projetos de
formação de recursos humanos e investigação com universidades
portuguesas: “Em 2007, foi assinado convênio com a Universidade de
Coimbra e de Lisboa, o ‘Projeto Atlantis’, que deu muitos frutos e
rendeu entendimento muito melhor do que é a bacia lusitana.”
Rudy Ferreira terminou o discurso com mensagem otimista. “Esperamos, em 2013, realizar a primeira operação de perfuração nas águas ultraprofundas de Portugal”.
A Conferência “Potencial Petrolífero em Portugal: Atividades e Perspetivas”, foi promovida pela Direção Geral de Energia e Geologia, um departamento do Ministério da Economia e do Emprego de Portugal.
O seminário contou, também, com a presença de vários responsáveis de
empresas petrolíferas que atualmente detêm concessões de exploração em
Portugal, algumas das quais em regime de consórcio com a própria
Petrobras, incluindo a Partex, a Galp, a Repsol e a Mohave. Também,
estava presente o Secretário de Estado da Energia do Governo Português.”
A nova presidenta da Petrobrás, Maria da Graça Foster, nasceu em uma
favela. Sua infância foi vivida no Morro do Adeus, no Rio de Janeiro,
que hoje integra o Complexo do Alemão.
Até os 12 anos, ela catou papel e
lata na rua para custear os estudos, como narrou recentemente em
entrevista ao jornal "Valor". Há mais de três décadas na Petrobras, Graça
sucedeu José Sérgio Gabrielli, que dirigiu a estatal no ciclo mais
importante desde sua criação, nos anos 50.
Foto: Valor Liderança.
A mulher que assume esse patrimônio histórico sabe
onde o Brasil grita e precisa ser ouvido. O Brasil pobre hoje grita em
‘Pinheirinho’, por exemplo, a ocupação de quase seis mil pessoas,
violentamente despejada no domingo (22) em São José dos Campos (SP).
No momento em que a truculência do dinheiro e o menosprezo conservador
pelos excluídos produz uma tríplice aliança entre o poder judicial
paulista, o governo do Estado e a administração tucana de São José dos
Campos, é valioso saber que dentro do governo existem olhos e ouvidos
que sabem onde o Brasil grita.
Reverter o arrasa-terra em ‘Pinheirinho’ seria a melhor forma de o
governo Dilma transformar a nomeação de Graça Foster mais do que numa
boa notícia: um símbolo de seu mandato, em defesa das meninas pobres que
ainda catam papel e lata nas ruas do país.
Indicada para a presidência da Petrobras pelo ministro Guido Mantega,
presidente do conselho de administração da companhia, Maria das Graças
Foster foi eleita uma das 15 executivas em destaque pela "Valor
Liderança - Executivas". Na época da premiação, em dezembro passado, a
revista publicou um perfil da executiva. Confira abaixo.
Dedicação quase absoluta
Integrante da curta lista de pessoas que gozam da total confiança da
presidente Dilma Rousseff, Maria das Graças Silva Foster, ou Graça
Foster, como prefere ser chamada, tem um currículo poderoso. É diretora
da área de gás e energia da Petrobras e seu nome é cotado para presidir a
empresa quando José Sergio Gabrielli deixar o posto. Em outubro, ela
participou como executiva da Petrobras da comitiva presidencial à
Bulgária, Bélgica e Turquia.
Engenheira química, com mestrado em engenharia de fluidos, pós-graduação
em engenharia nuclear e MBA em economia, Graça Foster nasceu em uma
favela do Rio de Janeiro nos anos 1950, o Morro do Adeus, que hoje
integra o Complexo do Alemão, ocupado pela polícia neste ano. Foi lá que
ela viveu até os 12 anos, quando a família se mudou para a Ilha do
Governador. No morro, começou a trabalhar, aos 8 anos, como catadora de
papel, garrafas e latas de alumínio que vendia para comprar material
escolar e presentinhos para sua “florzinha”, como chama a mãe, Terezinha
Pena Silva, que continua sendo alvo de sua dedicação.
“Minha mãe é a coisa mais linda, a coisa mais bonitinha que tem, é
pequenininha, é a minha flor”, desmancha-se a filha durona no trabalho,
de 1,78 metro de altura, negociadora implacável, temida e, por que não
dizer, criticada por parte dos executivos que convivem com ela. É a mãe a
única capaz de competir com sua outra paixão: a Petrobras, empresa onde
trabalha desde 1981, depois de quase dois anos na Nuclebrás, seu
primeiro emprego com carteira assinada.
Prioridade de vida
“A Petrobras é uma prioridade na minha vida. Raramente acontece uma
inversão, mas só minha mãe está na frente. Graças a Deus o resto da
família não precisa. A Petrobras sempre foi importante para mim. O
normal é estar disponível para a empresa. Tudo na vida é paixão. E como
posso não estar apaixonada e ficar aqui de dez horas a 12 horas todos os
dias, torcendo para tudo dar certo?”
O início da vida acadêmica tampouco foi fácil. Aos 22 anos e ainda na
faculdade, Graça teve a filha Flávia, que é mãe de sua neta Priscila,
hoje com 16 anos. As três são do signo de Virgem e muito próximas. Mais
tarde veio Colin, filho do seu terceiro casamento, “um garotão que tem
2,05 metros e estuda jornalismo”.
A área comandada por Graça Foster na estatal acumulou lucro de R$ 2,6
bilhões até setembro de 2011, o segundo melhor resultado da empresa, só
atrás da exploração e produção. Quando ela assumiu, em setembro de 2007,
o prejuízo era de R$ 895 milhões.
Trabalhadora compulsiva
A executiva comanda a diretoria de gás e energia com mão de ferro.
Trabalhadora compulsiva – conta que nunca teve remorso de deixar os
filhos em casa antes de viajar a trabalho por um ou dois meses –, e
chefe exigente com prazos e metas estabelecidos e cobrados com rigor,
Graça tem um calendário de “marcos” atrás da mesa, que detalha datas das
diferentes fases das obras de sua área.
Raramente, ela sai antes das 21 horas e sempre carrega uma pasta enorme e
grossa onde está escrito “Trabalho de Casa” à mão. Ali ela tem acesso a
relatórios, notas técnicas e à agenda de reuniões do dia seguinte.
“Mesmo que tenha reunião com minha equipe, eu me preparo, para a reunião
andar rápido.” Em casa, além de olhar a “pastinha”, ela costuma tomar
meia garrafa de vinho antes de dormir. Magra, elegante, ela diz que
prioriza o vinho a qualquer outra iguaria.