segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O que envolve a construção da nova base de lançamentos espaciais russa.

Andrêi Kisliakov, especial para Gazeta Russa.
 
Objetivo estratégico é tornar o país independente em todos os aspectos da exploração espacial, desde os socioeconômicos e científicos até os voos tripulados; nova base sairá duas vezes mais cara do que a de Baikonur, no Cazaquistão, a qual a Rússia pretende utilizar até o final do contrato de arrendamento assinado com o país.
 
O que envolve a construção da nova base de lançamentos espaciais russa
Projeto da nova base Vostótchni Foto: Svetlana Mikhailova / RIA Nóvosti

Depois de visitar a região do Amur (no Extremo Oriente da Rússia), onde está sendo construída uma nova base de lançamentos espaciais, a Vostóchni, o presidente da Roskosmos (Agência Espacial Russa), Vladímir Popóvkin, salientou a necessidade de acelerar a criação de novos equipamentos espaciais e realizar uma atualização tecnológica nas infraestruturas terrestres associadas.

"Estou satisfeito com o andamento das obras. Se elas continuarem no ritmo atual, o primeiro veículo espacial será lançado daqui em 2015", disse Popovkin.

Os trabalhos, executados dia e noite, envolvem 2.500 trabalhadores e mais de 600 veículos. Neste ano, os investimentos serão de cerca de 20 bilhões de rublos (US$ 630 milhões), enquanto o gasto esperado para 2013 é de 30 bilhões (cerca de US$ 950 milhões).

O objetivo da construção da Vostóchni havia sido esclarecido pelo presidente Vladímir Pútin em reunião dedicada às bases de lançamentos russas em abril passado. "Nosso desafio é construir uma base de lançamentos que atenda aos mais altos padrões e requisitos internacionais", disse Pútin.

Logo, o objetivo estratégico é tornar o país independente em todos os aspectos da exploração espacial, desde os socioeconômicos e científicos até os voos tripulados. Outro motivo é diminuir a pressão sobre a base de lançamentos Baikonur, no Cazaquistão, a qual o país pretende utilizar até o final do contrato de arrendamento assinado com o país.

Segundo a diretoria da Roskosmos, a base Vostóchni terá uma série de vantagens: a trajetória inicial de foguetes não vai passar sobre regiões densamente povoadas nem sobre o território de outros países; locais de queda de módulos separáveis de foguetes ficarão em águas internacionais ou zonas escassamente povoadas da Rússia. Além disso, ela está situada perto de uma rede desenvolvida de rodovias, ferrovias e aeroportos.

Entretanto, do ponto de vista econômico, a nova base sairá duas vezes mais cara do que a de Baikonur. Segundo Gregori Naginski, diretor da Agência Federal de Construção de Instalações Especiais (Spetsstroi), sob cuja jurisdição se encontra o projeto, o custo chegará a 300 bilhões de rublos (cerca de US$ 9,5 bilhões), montante comparável aos gastos com a realização dos Jogos Olímpicos de Sochi e da cúpula da Ásia-Pacífico (Apec), em Vladivostok.

Por outro lado, Rússia e Cazaquistão têm fechado um acordo de arrendamento da base Baikonur até 2050, o que obriga a Rússia a pagar anualmente ao Cazaquistão um aluguel fixo de US$ 115 milhões.

Assim, o montante a ser pago pela Rússia nos restantes 38 anos totalizará, no máximo, 140 bilhões de rublos (cerca de US$ 4,5 bilhões). Portanto, os recursos economizados poderiam ser investidos no desenvolvimento de novos equipamentos espaciais.

Local

A proposta inicial era construir uma base perto do porto de Nakhodka, na região de Primorie, mais ao sul da base Baikonur. Transportar veículos espaciais para o local de lançamento pelo mar é mais barato do que por via área. Não foi à toa que o governo chinês ordenou a construção da sua quarta base de lançamentos, a Wenchang, na costa.

Não obstante todos os argumentos, o governo russo optou por construir a nova base na região do Amur, mais ao norte em relação ao porto de Nakhodka e à Baikonur. Como resultado, teremos que reduzir a carga útil levada para o espaço.

Pode ser que na origem da decisão tenha estado um componente político. O problema é que a trajetória de foguetes lançados a partir de Nakhodka poderia passar sobre o Japão. Em caso de acidentes ou outras situações de emergência, fragmentos de um veículo espacial  acidentado poderiam cair em território japonês. Pela mesma razão foi rejeitada a proposta de construção de um centro de lançamentos espaciais perto da baía de Soviétskaia, na região de Khabarovsk.

Logo, o projeto de base Vostóchni resultará no encarecimento do transporte de veículos e equipamentos espaciais para o local de lançamento. As principais empresas do setor se concentram em Moscou, Samara e Geleznogorsk, na região de Krasnoiarsk.

A base Baikonur dista dos centros da indústria espacial russa cerca de 2.500 km. Com a construção da Vostóchni, a distância de transporte aumenta  para 5.500 km. A oscilação anual das temperaturas locais, da faixa de 35ºC a - 40ºC, é outro fator que contribui para o aumento do custo das obras.

Seja como for, a nova base é uma realidade. Talvez o vice-primeiro-ministro, Dmítri Rogozin, tenha tido razão quando disse, em abril passado, que ela teria grande importância macroeconômica porque permitiria melhorar a distribuição da população do país, entre outras coisas, frente ao fato de a Rússia se comunicar, ao leste, com países densamente povoados.

Fonte:http://gazetarussa.com.br/articles/2012/11/15/o_que_envolve_a_construcao_da_nova_base_de_lancamentos_espaciais_rus_16461.html

domingo, 25 de novembro de 2012

Foto da NASA. Paisagem Marciana



Há tempos atrás, divulguei neste blog esta página da NASA, porém esta foto de hoje me fez  divulgá-la de novo.


Veja está foto e tire sua impressões sobre MARTE....  Imagem Astronômica do Dia 25 de noembro de 2012.


Quer ver em tamanho ampliado a referida foto é so acessar este endereço:
 
 

Observação: O texto da página é em inglês mas é só usarmos google tradutor e sem problemas na leitura, lei o texto traduzido abaixo.

Descubra o cosmos! Cada dia uma imagem diferente ou fotografia do nosso fascinante universo é caracterizado, juntamente com uma breve explicação escrita por um astrônomo profissional.

25 nov 2012

Eles podem parecer com árvores em Marte, mas eles não são. Grupos de estrias marrons escuros foram fotografados pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter em derretendo dunas rosadas cobertas com luz geada. A imagem acima foi tirada em abril de 2008 perto do Pólo Norte de Marte. Naquele tempo, a areia escura no interior de dunas marcianas se tornou mais e mais visíveis, como o sol da primavera derreteu o gelo de dióxido de carbono mais leve.

Ao dar-se perto do topo de uma duna, areia escura pode cascata da duna deixar riscos superfície escura - estrias que podem aparecer à primeira vista, as árvores em pé em frente às regiões mais claras, mas não produziam sombras. Objetos de cerca de 25 centímetros de diâmetro são resolvidos nesta imagem que mede cerca de um quilômetro. Close-ups de algumas partes desta imagem mostram plumas ondulantes, indicando que as lâminas de areia foram ocorrendo mesmo quando a imagem foi sendo tomadas.

"Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher": medo ainda é barreira para denúncias.

"Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher"Seis anos depois da implementação da Lei Maria da Penha, que endureceu as penas para os agressores das mulheres, o principal desafio nas políticas de combate à violência doméstica é a ampliação da rede de atendimento às vítimas, que inclui delegacias especializadas, centros de referência, casas abrigo, entre outros.
 
[Ministra-chefe da Secretaria de Políticas para Mulheres - Eleonora Menicucci| Fonte:Agência Brasil]
A avaliação é da ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM), Eleonora Menicucci. Segundo ela, o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, comemorado hoje (25), é uma data para se reafirmar o enfrentamento do que chamou de “lamentável tragédia brasileira e mundial”.

"Acredito que [o principal desafio] é consolidar e expandir essa rede. As delegacias especializadas, por exemplo, somam 375, que é muito pouco para o tamanho do Brasil", disse a ministra, acrescentando que, além de poucas, essas unidades são mal distribuídas no país. Somente o estado de São Paulo concentra um terço (125) de todas as delegacias especializadas de atendimento à mulher.

De acordo com dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres, há ainda 115 núcleos de atendimento; 207 centros de referência, que oferecem atenção social, psicológica e orientação jurídica às mulheres vítimas; 72 casas abrigo, 51 juizados especializados em violência domiciliar e 47 varas adaptadas.

Eleonora Menicucci informou que, para expandir a rede, o governo está renovando um pacto com os estados, que prevê a implementação de medidas de proteção à mulher até 2016, como a criação de unidades de saúde para vítimas de violência sexual e ampliação do número de órgãos do Judiciário que atuam com o tema, a exemplo de juizados especiais. Das 27 unidades da Federação, já renovaram o pacto o Distrito Federal, Amazonas, Espírito Santo e a Paraíba.

Neste ano, a SPM investiu cerca de R$ 30 milhões no enfrentamento à violência doméstica contra a mulher.

A diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, uma organização não governamental que atua em projetos de defesa dos direitos da mulher, Jacira Vieira de Melo, acredita que sem o incremento da rede assistencial será impossível tirar do papel a Lei Maria da Penha.

“O Estado precisa dar respostas a essa situação. Nos municípios, por exemplo, não existe um programa de atendimento integrado às vítimas. As delegacias de defesa da mulher são poucas, não atendem 24 horas e ficam distantes dos locais de atendimento psicossocial, que, além de insuficientes, são desconhecidos da população”, disse, enfatizando que o medo ainda é apontado pela maioria das mulheres como principal razão para não denunciarem os agressores.
 

Da Agência Brasil.
 
 

Lei n° 12.732 de 2012. Universalização do tratamento gratuito de Câncer pelo SUS.

Publico baixo um editorial do jornal O Povo comentando este grande feito nacional, e o texto integral da Lei n° 12.732 de 22 de novembro de 2012, que universaliza e torna obrigatório o tratamento do câncer em todo o território brasileiro. 

1º Texto -  SUS: universalização do tratamento gratuito de câncer. Não foram poucas as vezes que este espaço foi dedicado à preocupação com esse tipo de paciente.

Diário Oficial da União publicou, ontem, sexta feira, o texto do projeto de lei, encaminhado pelo Senado e sancionado pela Presidente da República, que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a iniciar em até 60 dias o tratamento do paciente com câncer, contados a partir da data do diagnóstico. A lei entra em vigor em 180 dias.

De acordo com a nova legislação, o paciente terá direito a receber pelo SUS todos os tratamentos necessários. Estabelece ainda que “a padronização de terapias do câncer, cirúrgicas e clínicas, deverá ser revista e republicada, e atualizada sempre que se fizer necessário, para se adequar ao conhecimento científico e à disponibilidade de novos tratamentos comprovados”.

Além disso, se os pacientes reclamarem de dores, em consequência das medidas terapêuticas, deverão receber tratamento privilegiado destinado a aliviá-las. Quem descumprir a lei ficará sujeito a penalidades administrativas. E os estados dotados de grande extensão territorial e desprovidos de serviços especializados em oncologia terão de instalá-los, produzindo planos regionais.

Essa decisão só pode ser recebida com aplausos pela sociedade, pelo seu caráter humano e social. O câncer é uma doença disseminada por todos os segmentos sociais e, apesar de sua gravidade, pode ser curado, se for detectado em seus estágios iniciais, ou ser proporcionada uma maior sobrevida aos pacientes. Contudo, seu tratamento é muito caro e ficava fora de alcance dos que não tivessem um plano de saúde privado.

Não foram poucas as vezes que este espaço foi dedicado à preocupação com esse tipo de paciente. Alertava-se para a necessidade de supri-los de medicamentos que pudessem aliviar as dores atrozes que geralmente acompanham esse tipo de doença. 

Era extremamente desumano e injusto que seres humanos estivessem condenados a tormentos perfeitamente suscetíveis de alívio, simplesmente por não disporem de dinheiro para comprá-los. Agora, finalmente, chega a solução, graças à iniciativa senatorial e à sensibilidade da presidente Dilma Rousseff ao sancionar a lei enviada pelo Senado. É um grande dia para o Brasil.


2º Texto -  Publicação da Lei n° 12.732 de 2012 abaixo.

 LEI N° 12.732, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2012.

Dispõe sobre o primeiro tratamento de paciente com neoplasia maligna comprovada e estabelece prazo para seu início. 

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o  O paciente com neoplasia maligna receberá, gratuitamente, no Sistema Único de Saúde (SUS), todos os tratamentos necessários, na forma desta Lei.
Parágrafo Único.  A padronização de terapias do câncer, cirúrgicas e clínicas, deverá ser revista e republicada, e atualizada sempre que se fizer necessário, para se adequar ao conhecimento científico e à disponibilidade de novos tratamentos comprovados.
Art. 2o  O paciente com neoplasia maligna tem direito de se submeter ao primeiro tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), no prazo de até 60 (sessenta) dias contados a partir do dia em que for firmado o diagnóstico em laudo patológico ou em prazo menor, conforme a necessidade terapêutica do caso registrada em prontuário único.
§ 1o  Para efeito do cumprimento do prazo estipulado no caput, considerar-se-á efetivamente iniciado o primeiro tratamento da neoplasia maligna, com a realização de terapia cirúrgica ou com o início de radioterapia ou de quimioterapia, conforme a necessidade terapêutica do caso.
§ 2o  Os pacientes acometidos por manifestações dolorosas consequentes de neoplasia maligna terão tratamento privilegiado e gratuito, quanto ao acesso às prescrições e dispensação de analgésicos opiáceos ou correlatos.
Art. 3o  O descumprimento desta Lei sujeitará os gestores direta e indiretamente responsáveis às penalidades administrativas.
Art. 4o  Os Estados que apresentarem grandes espaços territoriais sem serviços especializados em oncologia deverão produzir planos regionais de instalação deles, para superar essa situação.
Art. 5o  Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
Brasília, 22 de novembro de 2012; 191o da Independência e 124o da República.

DILMA ROUSSEFF

José Eduardo Cardozo

Alexandre Rocha Santos Padilha


 Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.11.2012

 


Educação concentrada (Universidades particulares).

Vinte grupos detêm 40% do mercado de ensino superior privado, que está em expansão graças a programas de financiamento universitário.

PRISCILLA OLIVEIRA - Jornal Correio Braziliense.

25. Nov. 2012 - Impulsionado pelos incentivos do governo, que têm facilitado o ingresso de brasileiros na graduação por meio de programas de financiamento, o mercado nacional de educação particular se tornou um negócio promissor para os grupos do segmento. De olho nos milhões de estudantes que concluem o ensino médio e não conseguem ingressar nas universidades públicas, grandes empresas têm promovido uma dinâmica sem precedentes de compra de instituições de pequeno e médio portes que chega a movimentar, anualmente, R$ 29,8 bilhões.

Com as recentes fusões e aquisições, mais de 40% desse setor é controlado por apenas 20 empresas, segundo levantamento da consultoria Hoper Educação, concentrando o ensino superior particular — responsável pela preparação de 73,2% dos universitários — nas mãos de poucos. E a expectativa é de que, em 2015, 50% do mercado esteja sob a administração de 12 grupos. De acordo com o presidente da LatinLink Consultoria, Ruy Coutinho, o país deve manter o ritmo de aglomerações durante, pelo menos, os próximos três anos. 

Para ele, o grande atrativo está no potencial do setor, que ainda tem muito a crescer. O número de pessoas com formação intermediária concluída que não cursam a graduação, segundo a consultoria, é de 13 milhões. E esse volume é acrescido anualmente por cerca de 1,8 milhão de brasileiros. “Somente 30% dos alunos que saem do ensino médio ingressam no superior. Os programas de financiamento do governo, como o Fies e o ProUni, têm aumentado essa demanda, o que transformou o Brasil em um bom negócio para as empresas”, afirma Coutinho.

Com 464 polos para aulas presenciais e a distância no Brasil, a Kroton Educacional compete com o grupo Anhanguera — que soma cerca de 500 unidades — pelo posto de maior rede de ensino privado do país. No mundo, as duas empresas brasileiras só rivalizam com a chinesa New Oriental, cujo valor de mercado é de US$ 3,025 bilhões (veja arte), ou R$ 6,3 bilhões.

O movimento de aquisição de instituições menores pelos grandes grupos, segundo os especialistas, começou em 2007, com o processo de abertura de capital, e se expandiu rapidamente. Nos últimos 12 meses, a Kroton, cotada a R$ 4,7 bilhões, comprou duas unidades e praticamente dobrou o número de alunos: passou de 264 mil para 411 mil. Avaliada em R$ 4,8 bilhões, a Anhanguera tem outros 440 mil alunos, 209 mil deles incorporados este ano.

Para o presidente da Hoper, Cosme Massi, a concentração, nesse caso, é vista como positiva, além de inevitável. “Na mão desses grupos, a concorrência entre as faculdades fica acirrada, o que puxa a mensalidade para baixo”, afirma. “Do ponto de vista da qualidade, as avaliações do ensino feitas pelo Ministério da Educação não permitem que essas instituições deixem a desejar nesse quesito”, completa.

Na contramão, o economista da Planer Consultoria, Demetrius Lucindo, acredita que o oligopólio de setores essenciais, como educação e saúde, é negativo a longo prazo. “Quanto menor o número de pessoas ofertando o serviço, mais fácil a manipulação dos preços”, afirma.

Fundos de investimento - Segundo analistas de mercado, ao contrário do que ocorre em outros segmentos, em que as companhias se endividam para crescer com novas aquisições, os grupos educacionais de maior relevância compram centros por meio de fundos de investimento. 

O economista Clodoir Vieira explica que, como as empresas apresentam um endividamento baixo em relação ao patrimônio construído, ainda há espaço para comprar novas unidades sem a utilização dos fundos. “Há espaço para se endividar, caso interesse às empresas não utilizar os fundos de investimento”, afirma. “Esses grupos não têm nenhuma preocupação em crescer organicamente. O objetivo é aumentar o valor de mercado com novas aquisições”, completa.

Do ponto de vista jurídico, os analistas procurados pelo Correio acreditam que as operações não devem ser barradas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), à medida que várias instituições de ensino menores, sem ligação com os grandes grupos, permitem uma pulverização do mercado. Ao todo, existem no Brasil 2,1 mil instituições, que somam 4,7 milhões de alunos. 

Vagas ociosas  - A adesão aos financiamentos ainda é baixa — apenas 17% parcelam os estudos —, o que aumenta o potencial de alunos que podem recorrer ao incentivo. Falta oferta de crédito para cerca de 2 milhões de estudantes, de acordo com a pesquisa da Hoper Educação. Por outro lado, sobram vagas a serem preenchidas: o setor privado tem hoje 1,5 milhão de oportunidades ociosas. “Potencialmente, tem gente para estudar, o grande problema é como transformar esse jovem em aluno de fato, já que ele não consegue arcar com os custos do estudo”, argumenta Cosme Massi.

'Vida se paga com vida, sangue se paga com sangue'.

 Jornal O GLOBO.

Novo estatuto levou ao assassinato de policiais como represália

25.Nov.2012. São Paulo - Desde o início deste ano, 96 policiais militares foram mortos em São Paulo (em todo ano passado foram 47). 

O "salve" de agosto, espécie de comunicado interno da facção criminosa, determina que os PMs a serem assassinados devem ser da mesma corporação responsável pela morte de integrantes da organização. Pelo menos duas execuções por parte da elite da PM paulista, a Rota, teriam motivado os ataques, de acordo com o texto.

A reação dos policiais aos ataques, com mais mortes, foi um dos motivos que levaram à queda do secretário de Segurança Antonio Ferreira Pinto, que perdeu o controle da tropa, segundo avaliação do governo paulista.

Desde janeiro, 4.107 pessoas morreram no estado de São Paulo, contra 3.610 no mesmo período do ano passado - um aumento de 14%. Em outubro, foram 176 mortes na capital, contra 82 no mesmo mês de 2011.

A atuação dos integrantes da facção pelo Brasil é supervisionada por membros chamados de "sintonia dos estados", que respondem diretamente ao comando. Eles dividem entre si as áreas de influência, cada um com seu caixa próprio, alimentado por mensalidades, lucros de rifas e doações. A maior dificuldade nos outros estados é manter os integrantes fiéis à facção quando deixam as unidades prisionais. Diferentemente de São Paulo, onde a presença marcante de integrantes nas ruas facilita o controle sobre infiéis.

Cada integrante fora da cadeia era obrigado a pagar R$ 600 mensais à organização. Desde meados deste ano, com o fortalecimento do combate ao grupo, o preço subiu para R$ 850. Em troca da mensalidade, o integrante obtém benefícios no caso de ser preso (advogado e ajuda financeira para a família), além do direito de se identificar como integrante da facção.

Se os primeiros estatutos da facção davam mais ênfase à "luta pela liberdade, justiça, paz e igualdade", a última versão trata do fortalecimento do crime e da cobrança pela morte de policiais a cada execução de integrantes. "Vida se paga com vida, sangue se paga com sangue", diz o texto.

A expansão da organização fora de São Paulo se deu a partir da prisão de criminosos paulistas ligados à facção em outros estados. O grupo mantém um livro de controle único para novos adeptos, alimentado com dados transmitidos dos estados e com numeração por ordem de chegada. Foi dessa forma que se constatou serem mais de 5 mil. Em São Paulo, o controle é feito pelo número de matrícula dos detentos no sistema prisional.
 

Brasil. Maior grupo criminoso do país está em expansão.

Relatório da Justiça mostra que facção se espalha por 21 estados e no DF, e movimenta R$ 72 milhões por ano.

Thiago Herdy - Sérgio Roxo (Jornal O GLOBO).

25. Nov. 2012. SÃO PAULO - Nascida e gerida a partir dos presídios de São Paulo, a maior organização criminosa brasileira vive um momento de franca expansão e já conta com representantes em 21 estados e no Distrito Federal, além de Paraguai e Bolívia. 

A facção movimenta pelo menos R$ 72 milhões anuais com o comércio de drogas e mensalidades pagas por 13 mil integrantes, dos quais 6 mil estão em presídios paulistas, 2 mil nas ruas de São Paulo e 5 mil em outros estados, segundo relatório reservado da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça.

A expansão para outros estados estava prevista desde os primeiros estatutos da organização, mas ganhou força nos últimos dois anos, de acordo com levantamentos dos órgãos de inteligência. Desde julho do ano passado promotores trocam informações sob o comando do Grupo Nacional de Combate a Organizações Criminosas (GNCOC). 

Os dados obtidos pelo grupo mostram que apenas entre janeiro e setembro de 2011 foram realizados 90 "batismos" de novos integrantes em Minas Gerais e 56 na Bahia, estados que mais se destacam pelo crescimento da organização em seus presídios. 

Houve aumento significativo também em Mato Grosso do Sul (45) e Paraná (27), estados estratégicos em função do fornecimento de drogas via Paraguai e Bolívia, além de Espírito Santo (30) e Pernambuco (21).

Principal responsável pela atual crise de segurança em São Paulo, a mensagem espalhada entre os integrantes da facção cobrando a morte de dois policiais para cada integrante assassinado nas ruas foi captada em 8 de agosto, mas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) só admitiu a existência da guerra entre o grupo e a polícia 83 dias depois, em 30 de outubro. 
 
Atualmente, 135 das 152 unidades prisionais de SP são controladas pela organização. Em reunião dia 6 de novembro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, revelou a Alckmin preocupação com a expansão pelo país.