domingo, 4 de agosto de 2013

Música e vídeo sobre protestos de junho fazem sucesso na rede.

Canção inspirada em clássico da resistência italiana ao fascismo já teve mais de 9 mil visualizações.

Por Igor Carvalho
Canção exalta as manifestações pelo país, no meses de junho e julho (Foto: Divulgação)
O “Hino às ruas – Canção dos protestos de 2013”, composta pelo coletivo Baderna Midiática, já ultrapassou as 9 mil visualizações no Youtube. O vídeo traz imagens das manifestações que tomaram conta do país nos meses de junho e julho. Nas redes sociais, a produção tem sido compartilhada por grupos e manifestantes que participaram dos atos.

A música produzida pelo coletivo foi inspirada na canção “Il Ribelli Della Montagna”, um clássico da resistência italiana ao fascismo. Durante o vídeo, um poema é declamado exaltando a rua como espaço de ocupação popular e lembra o “transporte desumano, de carne humana, pra ser moída e desossada no trabalho.”

No vídeo, o Baderna Midiática critica o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP). Com a imagem do parlamentar projetada, o poema afirma que “todo discurso que se opõe à igualdade, que se opõe à autonomia sobre o corpo, é um pouco tribunal da Inquisição.”

O “Hino às ruas” tem 11 minutos e mostra imagens de manifestações em todo o país e falam do desejo de “um país sem catracas”. Os artistas lembram, também, de outros grupos revolucionários como os zapatistas e Panteras Negras.

Confira o vídeo e a letra abaixo:


Letra:

Ela é mais que o asfalto onde eu piso
Ela é o caminho que nos leva à liberdade
Quando os povos oprimidos a conquistam
É a parte mais bonita da cidade
É ela quem escuta os nossos gritos
O riso, o choro, o lamento de dor
As bombas, disparos, os golpes brutais
De quem pratica a guerra e fala em paz


[Refrão]
Ela é dos cantos, das batucadas
É o povo unido quem a detém
É das bandeiras, das barricadas
Ela é de todos porque é de ninguém
Não é dos chefes, nem dos patrões
Não é uma posse, não é um bem
Nem dos Estados, nem das nações
Ela é de todos porque é de ninguém


Rua. Segundo lar
Primeiro campo de futebol


Te querem apenas caminho
pra quem te depreda com fumaça preta


Te querem assunto de urbanistas
engenheiros
criminologistas


Eu te quero assunto de poetas
De amantes
e de povos rebelados


Te quero
dos que te construíram e que hoje não te podem desfrutar
Porque foram descartados, porque foram despejados


Toda ocupação que resiste no centro da cidade
tem um pouco de quilombo


Ameaça ao latifúndio urbano
Monocultura cinza movida a petróleo e suor
O suor de quem vem nos trens lotados


Todo busão que vem cheio das quebradas, que vem cheio de catracas
tem um pouco de navio negreiro
Transporte desumano de carne humana
Pra ser moída e desossada no trabalho


Rua, você é de todos
Que fora do trabalho são suspeitos
De roubar, de depredar, de discordar
Ou de não contribuir pro crescimento do Produto Interno Bruto


Quem veste um capuz e extermina na favela é um pouco capitão-do-mato
Rua
 

Te quero das mulheres ensinadas desde cedo que só podem brincar dentro de casa
porque a rua é perigosa, porque a rua é violenta
porque a rua é dos meninos que não sabem respeitar


Rua eu te conheço, quem te faz uma ameaça às meninas e mulheres
É a mesma opressão que torna as casas inseguras
Mais que as ruas


A rua é de todos os amores
É daqueles que tiveram que ocupa-la
pelo direito de existir


Todo discurso moralista que se opõe à igualdade
Que se opõe à autonomia sobre o corpo
É um pouco tribunal da Inquisição


A rua não comporta privilégios
Não tem dono nem tem preço


É como o vento, o sol, a chuva
o calor, as nuvens, cores
minha alegria e minhas dores


Por isso hoje eu vim pra rua

13 de junho de 2013, noite fria
Ocupamos a rua para devolver o que é dela de direito
O lugar da assembleia mais legítima


Na televisão 5 mil vândalos sem causa interrompiam o trânsito

Nas ruas 15, 20 ou 30 mil lutavam por uma vida sem catracas

Nos chamavam “loucos” como chamavam os balaios que encaravam o poder de peito aberto em um país construído sobre corpos, assentado sobre o sangue
Dos explorados


Nos chamavam “criminosos violentos” como chamam violento ao rio que tudo arrasta
Mas não as margens que o oprimem


Criminosos também eram chamados os luditas
panteras negras, zapatistas, feministas
milicianos da Espanha, guerrilheiros da América Latina


insurretos de Istambul, do Cairo e de Atenas
de Buenos Aires, de Paris, de Cochabamba
de Pequim, de Porto Príncipe, de Gaza
de Londres, de Soweto, de Lisboa


Trabalhadores anarquistas da Itália ou de São Paulo
quilombolas da Jamaica ou da Bahia
rebeldes e poetas de todas as periferias


Loucos, criminosos, estudantes
Nos querem dentro de hospícios, de cadeias, de escolas
Longe das ruas


Querem as grades, os muros, as cercas, as catracas
Uma cidade em que circulam carros, mas onde as pessoas
São confinadas


Jornalistas, doutores, políticos não podem entender
Que democracia é muito mais que apertar um botão de vez em quando


Que estamos dispostos a fazer a nossa história mesmo nas piores condições
Que não temos ilusões, nem vivemos fantasias
Somos aqueles que se movem
E por isso sentimos o peso das correntes que nos prendem


Eles podem mas não querem entender
Que já sabemos que o Estado e o capital são gêmeos siameses
Vivem brigando, mas partilham o mesmo sangue e o mesmo coração
Nasceram juntos e juntos vão morrer pelas mãos dos explorados


Que já sabemos que o estado de exceção em que vivemos
É na verdade regra geral
Que essa paz que oferecem não é nada além de medo


Que passado este medo não haverá quem defenda suas mansões
E não vai faltar quem abra as portas pelo lado de dentro


Que em tempo de desordem sangrenta e confusão organizada
nada nos parece natural
Nada nos parece impossível de mudar


Que agora as mentiras da TV são motivos de piada
Que o rei está nu e sua foto tá nas redes sociais


Que foi nos organizando que nós desorganizamos
E que é desorganizando
que vamos nos organizar


Nada do que venha a acontecer vai tirar de nós o sentimento
de ter tomado o céu de assalto
de ter presenciado quando a vida surgiu de uma nuvem de gás lacrimogêneo


Arrancamos a política das malhas do mundo profano

Nossas palavras dedicamos a
Ademir, André, Carlos Eduardo
Cleonice, Douglas, Eraldo
Fabrício, Igor, Jonatha
José Everton, Lucas, Luiz
Marcos, Renato, Roberto, Valdinete


E a todas as vítimas anônimas da violência do Estado
em sua defesa feroz do capital


Na rua nenhum monumento é inocente
Nela os que tombaram ressurgem pra lutar ao nosso lado


Os mortos não estarão em segurança se o inimigo vencer
Combatemos para que não morram a morte do esquecimento
Combatemos para impedir o inimigo de vencer



Link desta matéria: http://revistaforum.com.br/blog/2013/08/musica-e-video-sobre-protestos-de-junho-fazem-sucesso-na-rede/

sábado, 3 de agosto de 2013

Agora está explicado: Secretário executivo da Secom é reaça raivoso!

03 de Aug de 2013 .
http://www.viomundo.com.br/denuncias/roberto-messias-2.html
As máscaras estão caindo. A editora do blog Viomundo, Conceição Lemes, arrancou a do secretário-executivo da Secom, Roberto Messias. 

Agora entendemos porque a Secom andou cortando patrocínios para jornais, revistas e sites progressistas e concentrou tanto dinheiro na Globo e seus satélites.


Messias é um reacionário tucano instalado num dos lugares mais estratégicos do governo federal.


A matéria da Conceição Lemes, embasada em documentos, mostra que Messias, além de reacionário, é um mau caráter.


Seu erro, porém, foi abrir a boca na frente de uma das repórteres mais atentas da blogosfera.


Durante a entrevista, Conceição Lemes menciona o Bônus de Volume milionário que a mídia paga às agências para fidelizá-las. No julgamento do mensalão, o STF considerou o BV recebido pela DNA Propaganda uma propina, desconsiderando que se trata de uma prática comum, regulamentada no país. É absolutamente imoral, concentrador, mas legal. 

 Funciona assim: o anunciante contrata uma agência para veciular uma campanha; a agência escolhe um veículo, a Globo por exemplo; a Globo dá um prêmio em dinheiro à agência pela gentileza de tê-la escolhido. A Globo usa um pouquinho do dinheiro que recebe dos anunciantes para fidelizar a agência. É um verdadeiro jabá pró-monopólio, bancado inclusive com as verbas da Secom.


Em dado momento, Lemes cita Pizzolato, que pode ser preso pelos bônus de volume recebidos pela DNA Propaganda. Messias não resiste a um impulso de ódio ideológico e interrompe a entrevistadora para defender a prisão do petista. 

A entrevista continua, mas a repórter, intrigada, foi pesquisar mais tarde a razão da implicância de Messias contra Pizzolato. E acabou descobrindo algumas importantes peças do quebra-cabeças que a mídia montou para forjar essa peça de ficção que se tornou a Ação Penal 470.


Messias foi subordinado durante muitos anos a Claudio Vasconcelos, dentro do Banco do Brasil. Ambos pertenciam à ala tucana até hoje majoritária do banco. Messias ascendeu na carreira sempre na base da indicação política. Pizzolato é um dos raros petistas que ocuparam posições importantes no BB e ascendeu na instituição eleito pelos próprios funcionários.


A prova do incrível mau caratismo de Messias é que ele sabe que o Fundo Visanet jamais foi “dinheiro público”, conforme o STF, enganado por Joaquim Barbosa, tentou provar para balisar a tese do mensalão. Mais ainda: Messias sabe que a função de Pizzolato era subalterna no BB. 

Quem decidia sobre os contratos de publicidade com a Visanet e outros era a vice-presidência e a gerência-executiva do departamento de Propaganda e Marketing.

Só estas instâncias tinham poder de avalizar transferências de recursos e davam a palavra final sobre as campanhas de marketing. E quem era o gerente-executivo de Propaganda e Marketing do Banco do Brasil, desde 2001, nomeado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, até a época de Pizzolato? Ele mesmo, Claudio Vasconcelos, o querido ex-chefe de Roberto Messias!


A decisão que deliberou a última prorrogação do contrato com a DNA, de Marcos Valério, foi tomada em 4 de fevereiro de 2003,  assinada por… Claudio Vasconcelos. Pizzolato só assumiria a função de diretor de marketing em 14 de fevereiro do mesmo ano.


Pizzolato foi condenado pelo STF porque sua assinatura consta em pareceres internos do Banco do Brasil que falam da DNA. Nenhum desses documentos é deliberativo. São documentos de uso doméstico. Nestes documentos, aparecem outros executivos do banco, como Claudio Vasconcelos. 

Contudo somente Pizzolato foi “sorteado” pra Cristo pela Procuradoria e pelo STF. Nos documentos realmente deliberativos que tratam da relação entre o Banco do Brasil, o Fundo Visanet e a DNA Propaganda, não aparece o nome de Pizzolato, mas o de Claudio Vasconcelos. 

Há um laudo, o 2828, contendo uma investigação pedida pelo próprio Joaquim Barbosa, que prova a inocência de Pizzolato, mas que foi criminosamente ocultado por Barbosa porque desconstruía a narrativa fantástica que eles conseguiram impor ao Brasil.


A presença de Roberto Messias como “homem-forte” da Secom ajudou a dar suporte ao massacre midiático sofrido pelos réus. Com seus critérios ~técnicos~ a Secom concentrou a maioria dos recursos federais em veículos conservadores, e cortou verbas para aqueles que poderiam exercer uma contraponto às posições hegemônicas da grande mídia.


Messias sabe que Pizzolato é inocente, e que sua prisão é uma arbitrariedade e uma injustiça. Mas seu ódio ideológico é maior que tudo.


Conforme diz o Viomundo, ao nomear Helena Chagas e Roberto Messias para chefiar a Secom, Dilma ajudou a CIA a receber em seus quadros dois agentes da KGB.

Por: Miguel do Rosário
Links destas matérias:

Quatro funções secretas que existem em seu celular e você nem sabia

celulares, funções 
 
Seu celular é uma caixinha de surpresas! Ele tem quatro funções secretas que você nem imaginava que existissem – tudo bem que elas são mais úteis se você estiver em apuros, mas mesmo assim são muito legais! Confira:
 
Emergência I
O número universal de emergência para celular é 112! Por isso, se você estiver fora da área de cobertura de sua operadora e tiver alguma emergência, disque 112 e o celular irá procurar conexão com qualquer outra operadora disponível. Este número pode ser digitado até mesmo se o teclado do aparelho estiver bloqueado!
 
Emergência II
Transmissão de sinal. Exemplo: se você trancar seu carro com a chave dentro e a chave reserva estiver em sua casa, ligue pelo seu celular, para o celular de alguém que esteja lá. Segure seu celular cerca de 30 cm próximo à porta do seu carro e peça que a pessoa acione o controle da chave reserva, segurando o controle perto do celular dela. Isso irá destrancar seu carro.
 
Emergência III *3370#
Vamos imaginar que a bateria do seu celular esteja fraca. Par ativar, pressione as teclas: *3370#. Seu celular irá acionar a reserva e você terá de volta 50% de sua bateria. Essa reserva será recarregada na próxima vez que você carregar a bateria.
 
Emergência IV *#06#*
Para conhecer o número de série do seu celular, pressione os seguintes dígitos: *#06#* Um código de 15 dígitos aparecerá. Este número é único. Anote e guarde em algum lugar seguro.
 
Se seu aparelho for roubado, ligue para sua operadora e dê esse código. Assim eles conseguirão bloquear seu celular e o ladrão não conseguirá usá-lo.
 

Dirigentes de ONG são presos por desvio de verbas no montante de R$ 44 Milhões de Reais.

O presidente da ONG Pierre Bourdieu, Dênis de Carvalho Silva Gama, foi um dos presos em operação da Secretaria da Segurança Pública (SSP) em parceria com o Ministério Público Estadual. 
A ONG é suspeita de ter firmado convênios irregulares com a Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult) e com a Universidade Estadual da Bahia (Uneb). 
A estimativa da SPP é que os três convênios investigados envolvem recursos de R$ 100 milhões e os presos são suspeitos de desviar R$ 44 milhões da Secretaria de Educação entre 2010 e 2012. 
A Operação Prometheus foi deflagrada nesta sexta-feira (2) para cumprir sete mandados de prisão e 19 de busca e apreensão. Além do presidente, dois diretores - Rubens Antônio Almeida e Michel Souza Silva - e o contador da ONG, Petter Souza Silva tiveram prisões temporárias decretadas e foram levados à Delegacia Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap). 
O dono da Multi Comercial, uma das empresas que forneciam notas fiscais para a ONG, Ítalo Menezes, também foi preso. São considerados foragidos Alã Guedes, dono das empresas Trapiche Informática e AMG Informática, e Robenilson Santos, da ITPE Informática. 
Entre as irregularidades investigadas estão a falta de prestação de contas em compras de materiais como computadores e alimentos. 
A polícia ainda apreendeu computadores, equipamentos eletrônicos e de documentos fiscais e de créditos em vários lugares, incluindo a sede da ONG, perto do Largo dos Aflitos.

Estatuto da Juventude será sancionado nesta segunda-feira.

Da Redação
A lei que institui o Estatuto da Juventude será sancionada pela presidente Dilma Rousseff, na segunda-feira (5), em evento previsto para as 15h, no Palácio do Planalto, com participação do senador Renan Calheiros, segundo informou a assessoria de imprensa da Presidência do Senado.

O texto é uma declaração de direitos da população jovem, que hoje alcança cerca de 51 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, o maior número de jovens registrado na história do Brasil. O estatuto faz com que direitos já previstos em lei – como educação, trabalho, saúde e cultura – sejam aprofundados para atender às necessidades específicas dos jovens.

A nova lei faz com que novos direitos sejam assegurados, como as garantias à participação social, ao território, à livre orientação sexual e à sustentabilidade. Também define os princípios e diretrizes para o fortalecimento e a organização das políticas de juventude, em âmbito federal, estadual e municipal. Isso significa que essas políticas se tornam prerrogativas do Estado, e não só de governos.  A partir de agora, será obrigatória a criação de espaços para ouvir a juventude, estimulando sua participação nos processos decisórios, com a implantação dos conselhos estaduais e municipais de juventude.

Dia histórico
Depois de nove anos de tramitação no Congresso Nacional, o estatuto (PLC 98/2011) foi aprovado na Câmara dos Deputados no dia 9 de julho. Já no Senado, o texto foi aprovado no dia 16 de abril.

Com a presença, nas galerias da Casa, de lideranças juvenis de quase todos os partidos e artistas como a atriz Beatriz Segall, os senadores definiram no voto os pontos que ainda se mantinham polêmicos na proposta: a exclusão da meia-entrada nos jogos da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016; a limitação de ingressos de meia-entrada em cada evento; e a oferta de assentos gratuitos aos jovens de baixa renda no transporte interestadual.

– Conversamos muito, buscamos uma construção que representasse a vontade da maioria. No que não foi possível ter consenso, decidimos no voto, de forma democrática – afirmou o senador Paulo Paim (PT-RS), autor do substitutivo levado a votação em Plenário.

Depois da votação, os estudantes se reuniram em torno da Mesa, levando o presidente Renan Calheiros a suspender a sessão para a confraternização. Ao encerrar a sessão, Renan classificou o dia como "histórico".

Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), relator da proposta na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o estatuto representa um “marco legal” na consolidação das políticas públicas voltadas para a juventude, assegurando a visibilidade e a prioridade desse público “tão heterogêneo e dinâmico quanto fundamental para o desenvolvimento do país”.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fim de aposentadoria como penalidade para juízes deve voltar à pauta do Senado

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil.

Brasília - Na próxima semana, com o fim do recesso branco, senadores devem retomar os debates sobre o fim da aposentadoria compulsória de juízes afastados por crimes de corrupção. 

A medida prevista na proposta de emenda à Constituição (PEC) 53/2011 divide posições no Congresso e levou um grupo de magistrados a tentar um acordo com os parlamentares. A mobilização fez com que a PEC fosse retirada de pauta no último dia 11 por um pedido de vista da Mesa Diretora.

Os autores da proposta, entre eles o senador Humberto Costa (PT-PE), criticam as brechas deixadas pela atual legislação que permite que juízes que cometeram falhas graves sejam punidos com a aposentadoria, recebendo integralmente os benefícios. De acordo com esse grupo de parlamentares, a punição se transforma em um prêmio.

O relator da proposta, senador Blairo Maggi (PR-MT), reconheceu a necessidade de aperfeiçoar o regime disciplinar aplicado tanto aos magistrados quanto aos membros do Ministério Público. 

Maggi também é relator de outra proposta que prevê possibilidades de aplicação de penas de demissão e cassação de aposentadoria de promotores e procuradores. 

Para o relator, as duas matérias deveriam estar incluídas em um mesmo texto que trataria tanto de penalidades de juízes quanto de membros do Ministério Público.

"Na terça-feira [6], às 15h, haverá reunião de líderes e é quando definiremos a data de votação das PECs 75 e 53 em plenário. 

As emendas apresentadas já foram incorporadas ao segundo substitutivo que apresentei. A expectativa é que as PECs sejam incluídas na pauta dessa próxima semana."

Maggi defende que, nos casos de crimes que preveem a perda do cargo, o Conselho Nacional de Justiça ou o Conselho Nacional do Ministério Público sejam obrigados a representar ao Ministério Público para que o órgão proponha ação judicial para a perda do cargo, no prazo de 30 dias, em regime de tramitação preferencial. 

Nesse caso, a Justiça poderia determinar a suspensão cautelar das funções do juiz, promotor ou procurador e essa ação judicial não impediria que outras punições disciplinares fossem aplicadas.

No caso de crimes hediondos e equiparados, corrupção ativa e passiva, peculato, na modalidade dolosa, concussão e outros ilícitos graves definidos em lei complementar, juízes e membros do Ministério Público seriam colocados em disponibilidade com subsídios proporcionais, até que a ação judicial fosse concluída, sem a penalidade da aposentadoria.

“Com a colocação em disponibilidade o agente público terá uma redução em sua remuneração e, por ficar, ainda, vinculado à respectiva carreira, manterá os impedimentos que, conforme estamos propondo no substitutivo, serão integralmente aplicados nessa situação”, destacou Maggi. A proposta é que o magistrado, promotor ou procurador não possa advogar ou prestar consultoria nesse período.

Segundo ele, com essas alterações, é possível avançar dentro dos parâmetros constitucionais, para alcançar um regime previdenciário que garanta a punição de “maus profissionais”, avaliou o senador.

Uma das principais críticas de magistrados e do Ministério Público é que a PEC ameaça o princípio constitucional da vitaliciedade. O pressuposto, que impede que esses profissionais sejam afastados ou demitidos, é apontado como uma das principais garantias da autonomia do Judiciário.

O relator ainda quer incluir duas mudanças no texto. A primeira alteração que Maggi propõe no substitutivo transfere para os tribunais funções que hoje são exercidas pelo presidente da República, como promoção de juízes por antiguidade e merecimento para os tribunais regionais federais e para os tribunais regionais do Trabalho. 

A outra alteração também deixaria na mão da [?] (sic) a responsabilidade pela edição dos atos de concessão de aposentadoria de seus membros.

Edição: Talita Cavalcante
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Link desta matéria: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-03/fim-de-aposentadoria-como-penalidade-para-juizes-deve-voltar-pauta-do-senado

Mais Médicos vai levar profissionais para 626 cidades vulneráveis.

 

Em sua primeira seleção, o Programa Mais Médicos vai levar 1.753 médicos para 626 municípios. 

De acordo com o Ministério da Saúde, 51,3% das vagas ocupadas estão em municípios de maior vulnerabilidade social do interior e 48,6% nas periferias de capitais e regiões metropolitanas, todas elas nas áreas prioritárias do programa.

Os médicos com registro brasileiro selecionados têm até o dia 3 às 16h para homologar a inscrição. 
 
Ao todo, 2.379 médicos com diploma brasileiro fizeram a escolha dos municípios de preferência para atuar pelo programa. 
 
 Desses, 507 não foram alocados em suas escolhas por indisponibilidade de vagas e poderão ajustar suas opções até segunda-feira (5).

Os demais 119 que, descumprindo as regras do edital, não apontaram as possibilidades de municípios para trabalhar, poderão voltar a participar do segundo mês de inscrições, que começa no próximo dia 15.

Dos 626 municípios selecionados na primeira etapa, 375 estão em regiões com 20% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza, 159 em regiões metropolitanas, 68 estão em um grupo de 100 cidades com mais de 80 mil habitantes de maior vulnerabilidade social e 24 são capitais. Na distribuição dos profissionais foram atendidos ainda 23 distritos sanitários indígenas (Dseis).

Os municípios da Região Nordeste foram contemplados com o maior número de médicos, com um total de 619 profissionais direcionados a 300 cidades e um Dsei. Em segundo lugar, vem o Sudeste, com 460 dos médicos para atender a 122 municípios. Em seguida vem a Região Sul, com 244 médicos em 90 municípios. A Região Norte vai receber 250 médicos em 74 municípios e 17 Dseis; e Centro-Oeste, com 180 médicos em 40 municípios e cinco Dseis.

As vagas estão distribuídas entre Bahia (161), Minas Gerais (159), São Paulo (141), Ceará (138), Goiás (117), Rio Grande do Sul (107) e Amazonas (73)

A partir de terça-feira (6) até dia 8, os médicos que se formaram no exterior e finalizaram o cadastro no programa poderão selecionar os municípios com vagas não ocupadas por brasileiros.

No fim da tarde de hoje, o presidente da Associação Brasileira de Municípios, Eduardo Tadeu Pereira, esteve em reunião com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. 
 
Ele pediu que o governo agilizasse acordo com outros países, como Espanha, Portugal, Cuba, Argentina e Uruguai, para a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil. "Com chamadas individuais o problema não vai ser resolvido", defendeu. 
 
Em entrevista à Agência Brasil, Pereira avaliou que o Programa Mais Médicos é emergencial e deve suprir a ausência de profissionais, mas que a medida necessária é a formação de mais médicos no Brasil.