sábado, 25 de novembro de 2017

Processados pela Vale: moradores que protestam acabam virando alvo de mineradora.


Por Thiago Domenici. Da Agência Pública.

Acidentes com mortos e feridos são frequentes na ferrovia que leva um dos maiores trens de carga do mundo; quando protestam, moradores das comunidades maranhenses são processados pela mineradora.

Dona Nicinha, Evandro Medeiros, Antônio Alves e João de Mariazinha não se conhecem, mas têm algo em comum: são cidadãos processados criminalmente pela Vale S.A., uma das maiores empresas de mineração do mundo.
Eles não são os únicos quando se trata da interrupção ou da ameaça de paralisação da Estrada de Ferro Carajás (EFC), operada pela mineradora desde 1985.
Pela ferrovia de 972 quilômetros de extensão passa um dos maiores trens de cargas do mundo – da serra dos Carajás, em Parauapebas (PA), local de extração do minério de ferro, até o terminal de exportação de Ponta da Madeira, próximo a São Luís do Maranhão.
Em mais de 900 km, o trem corta 27 municípios onde vivem mais de 100 comunidades. Foto: Andressa Zumpano/Agência Pública.



Seus 330 vagões de 3,3 quilômetros de extensão cortam mais de cem comunidades em 27 cidades, incluindo terras indígenas e quilombolas, assentamentos de reforma agrária e 22 unidades de conservação. Segundo o site da companhia, circulam hoje na EFC 35 composições simultaneamente, o que inclui o trem de passageiros.
O ano de 2017 marca o final da turbulenta duplicação da EFC, que, iniciada em 2013, gerou em 2015 uma suspensão da licença de instalação (já revertido) por irregularidades durante o processo de licenciamento.
Os 559 quilômetros de trilhos da duplicação servem ao escoamento do minério da mina S11D, no Pará, que entrou em operação em 2016 – “o maior projeto de minério de ferro da história da empresa e da indústria da mineração”, segundo a companhia.
Nesses cinco anos de duplicação, um levantamento da Pública identificou que mais de 170 pessoas já foram alvo de processos da mineradora na Justiça do Pará e do Maranhão, além de movimentos sociais, indígenas, quilombolas, agricultores.
Pelo menos 57 ações (somadas as criminais e cíveis) foram identificadas de 2013 até outubro de 2017 – média de 11 por ano.
Nelas, a Vale argumenta que sua “posse está sendo ameaçada”. Na esfera cível, são as ações de interdito proibitório (25 casos) que predominam, ou seja, quando a companhia tenta impedir com antecedência que a EFC seja paralisada, como ocorre usualmente durante os protestos por melhoria de acesso às comunidades em torno da ferrovia e mais segurança nas travessias.
Na sequência, vêm as ações de reintegração de posse (17 casos), e outras ações somam 14 casos.
Em uma das mobilizações do ano passado, uma faixa no povoado de Pedrinhas, em Anajuba, nas proximidades do km 92 da EFC, informava à comunidade que uma interdição estava prevista. O protesto visava pressionar a Vale a construir um viaduto.
Com um pedido liminar, a companhia alegou que “tal fato não poderia ocorrer”. A Vale diz na ação que “a Estrada de Ferro Carajás realiza o transporte de combustível do Porto de Itaqui até as cidades do sul do Maranhão e do Pará” e que a paralisação causaria “prejuízos à economia”. A decisão liminar, concedida em seu favor, estipulou multa de R$ 50 mil a quem descumprisse a ordem.
Edmilson, Rogério e Dona Nicinha, três dos 12 processados criminalmente pela Vale em Alto Alegre do Pindaré. Foto: Andressa Zumpano/Agência Pública.




Entre as 57 ações, somente uma liminar inicial foi desfavorável à companhia. O pedido de reintegração de posse estava direcionado a comunidade de Moitas, no município de Arari, localizado a 180 quilômetros de São Luís. Na liminar, a Vale afirma que houve interdição de uma via pública que dá acesso a EFC e que a situação interrompeu a ferrovia no km 140. Segundo a ação, a manifestação pedia “melhoria na estrada de acesso ao povoado”.
Mas o juiz Milvan Gedeon Gomes argumenta que a mineradora não comprovou suas alegações, tendo juntado como prova um boletim de ocorrência policial. “Sabidamente um documento produzido de maneira unilateral, não se prestando para, de forma isolada, comprovar os fatos narrados”, escreveu no despacho.
Já os casos criminais são mais raros e somam seis nos últimos cinco anos. Entrevistamos réus de quatro processos, três em Alto Alegre do Pindaré e um em Marabá.
Nos seis casos, o expediente jurídico usado pela Vale foi uma queixa-crime por “exercício arbitrário das próprias razões”, termo utilizado para aqueles que fazem justiça com as próprias mãos, com pena prevista de detenção que vai de 15 dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Como explica o advogado Rodrigo Mendes de Almeida, mesmo que protestos e manifestações sejam um direito previsto na Constituição de 1988, o Código de Processo Penal diz que “mesmo que o pleito [a própria razão] seja legítimo, não se pode agir de forma irregular ou ilegal para atingi-lo”.

Assista ao vídeo: Quando o trem passa – Vítimas e Réus.

(Clique na imagem para assistir)
https://www.youtube.com/watch?v=ylW3vpNUE1Y&feature=youtu.be
O vídeo conta a história dos processados da Vila Fufuca, em Alto Alegre do Pindaré e outros casos de mortos e feridos na ferrovia Carajás; 39 pessoas morreram ao longo da EFC entre 2010 e outubro de 2017

Os 12 processados da Vila Fufuca.

Dona Nicinha, lavradora aposentada, é uma das 12 pessoas processadas criminalmente pela Vale, na Vila Fufuca, no município de Alto Alegre do Pindaré, por causa de um protesto que bloqueou a ferrovia por três dias. O motivo: a falta de uma passarela para atravessar a EFC, pleito antigo da comunidade, que no dia anterior havia provocado um acidente grave.
A dona de casa Ediana Santos e seu filho de 1 ano e dois meses foram atingidos pelo trem, que partiu enquanto ela atravessava a ferrovia com o bebê no colo. Ela teve ferimentos nas pernas e perdeu dois dedos de uma das mãos. O bebê teve um dos braços amputado.

Ediana e a família: acidente amputou o braço do seu filho. Foto: Andressa Zumpano/Agência Pública

Como Ediana explicou à Pública, é comum o trem parar no meio da comunidade, formando uma barreira que impede a circulação. A falta de passarela nas proximidades faz com que as pessoas sejam obrigadas a passar por baixo do trem – mais exatamente, no vão entre a composição e os trilhos.
Segundo Danilo Chammas, o advogado de defesa dos réus, da Rede Justiça nos Trilhos, entidade que atua na defesa das populações afetadas pela EFC, desde 2010 a comunidade pede à Vale “travessias seguras e não é atendida”.
A Pública teve acesso a um documento de 2010 entregue à mineradora e ao Ministério Público Federal (MPF) do Maranhão pela Justiça nos Trilhos. No documento, cujo recebimento foi acusado pela companhia, os moradores da Vila Fufuca pedem uma passarela e melhorias de acesso às comunidades rurais.
Tanto Nicinha quanto os outros acusados de paralisar a EFC negam ter liderado a manifestação, como alega a companhia. Em vídeo divulgado nas redes sociais, a linha férrea está tomada por uma centena de pessoas. Procurada, a Vale não respondeu como identificou os 12 acusados como líderes do protesto. No mês passado, uma passarela a 60 metros do local do acidente, no Km 264, começou a ser construída.
“Nunca na minha vida fui chamada numa delegacia ou fórum. Nem quando eu era mais nova, pra hoje com 60 anos ser acusada pela Vale de algo que não devo”, reclama Nicinha.
Outros acusados criminalmente pela companhia são o professor Silas, o taxista Gerônimo, o vigia do hospital, Celino, o pedreiro Edmilson, o ferreiro Atemir e o conselheiro tutelar Ronaldo Carvalho, todos moradores de Vila Fufuca. É comum em algumas ações a citação do primeiro nome ou uso de apelido para identificação posterior da Justiça.
Na queixa-crime, a Vale afirma que a “ofensa à operação pode afetar diretamente a balança comercial brasileira, desolando diversos contratos com siderúrgicas e indústrias de agricultura, os quais se não forem cumpridos, causarão prejuízos imensuráveis, podendo ocasionar, inclusive, o desemprego de centenas de milhares de pessoas – direta e indiretamente”.
Após o episódio, o pedreiro Edmilson afirma ter perdido o emprego que sustentava ele, a mulher e os filhos. “O patrão não queria problema pra ele”, disse em uma conversa em frente a sua residência às 4h da manhã, momento em que um trem passou por sete minutos. “Aqui o barulho é dia e noite, não tem sossego”, reclamou.
A primeira audiência do caso está marcada para dezembro no Fórum da cidade vizinha, em Santa Luzia. “A gente não vai correr, não”, diz Nicinha, que vive de cuidar dos netos e da saúde. “A minha vida é só essa, tenho problema de osteoporose, glaucoma e já tenho um olho perdido.”

2017, recorde de mortes.

De 2010 para cá, foram 39 mortes por atropelamentos ao longo de toda a ferrovia. Em 2015 foram sete mortes, o recorde. Mas 2017, que ainda não terminou, já se igualou a 2015.
As cidades de Alto Alegre do Pindaré, São Luís, Santa Inês e Bacabeira possuem maior número de feridos, com 16 casos; e Alto Alegre do Pindaré, Marabá, Bacabeira, Açailândia e Vitória do Mearim apresentaram maior número de óbitos, 20 casos.
Quase metade da população de Alto Alegre do Pindaré é extremamente pobre, segundo o último Censo do IBGE. O município também é um dos recordistas de mortes ao longo da EFC. Foram quatro acidentes com morte nos últimos cinco anos, o mais recente no mês passado, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Entre os mortos está Otávio, de 1 ano e três meses, filho da lavradora Leidiane de Oliveira Conceição, que mora na comunidade rural Flor do Dia, município de Alto Alegre do Pindaré.
Em 2012, Otávio engatinhou sem ser visto até a ferrovia, que fica a 40 metros de sua casa, e foi atropelado. A família entrou na Justiça no mesmo ano com pedido de indenização. Em sua contestação, a mineradora alega que a “culpa foi exclusiva da vítima”, já que os “responsáveis pelo menor não tiveram a cautela e zelo necessário para impedir que a criança brincasse na linha férrea”.
“É um trauma muito grande, e a empresa ainda diz que eu sou culpada, mas tenho cercas ao redor da minha casa. Culpado são eles, que têm esse trem passando aí sem nenhuma proteção”, diz a mãe. Segundo ela, a única ajuda que a Vale ofereceu após o episódio foi a “mortalha para o enterro”.
O caso ainda não foi julgado.

O professor e o lavrador.

Não muito longe da Vila Fufuca, Antônio Alves de Oliveira, 30 anos, conhecido como Galego, mora na comunidade rural de Arapapá.
Pai de três filhos, o lavrador convive diariamente com o trem da Vale, que passa a 80 metros de sua casa.
Em janeiro, Galego vai participar da primeira audiência do seu caso. Ele foi processado em março pela mineradora na esfera criminal, e a companhia alega que Galego “invadiu e interrompeu a circulação da Estrada de Ferro Carajás, na altura do Km 283, Locação 18, bem como as vias de acesso à ferrovia, reivindicando melhorias no acesso à comunidade, serviço este completamente alheio às atividades da Vale S.A.”.
Segundo o lavrador, foram dois protestos, um em 2015 e outro no começo deste ano, para reclamar dos acessos “precários, muitos ruins” que levam a Arapapá. “Nós pedimos, imploramos, para a Vale fazer as melhorias, mas ela disse que não faria. A participação da comunidade foi grande na última manifestação”, afirma. Mas Galego nega que a ferrovia tenha sido paralisada nas duas ocasiões.
Processado, Evandro afirma que os processos “são instrumentos políticos” de desmobilização dos críticos da Vale. Foto: Andressa Zumpano/Agência Pública.



Ele diz também não entender por que foi processado. “A intimação só foi pra mim, alegando que eu sou o líder dessas pessoas. A comunidade tem líder, mas não sou eu”, diz. “Não tem sido fácil, porque a Vale é uma mineradora muito potente, muito grande. Imagina eu sozinho brigando com ela na Justiça? Acho que o que ela puder fazer para me massacrar, tenho certeza que ela vai fazer.”
Procurada, a Vale afirmou que não comenta processos em andamento e que“reitera sua confiança no judiciário maranhense, a quem recorrerá sempre que seus direitos forem ameaçados, conforme lhe garante a Constituição Federal.”
O professor Evandro Medeiros, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em Marabá, também foi processado por motivos semelhantes a Galego. “Do final de 2015 e 2016 todinho, foi bem tenso porque tinha uma ameaça real de ser preso, eu já tinha decidido a não entrar em acordo, porque a Vale alcançaria o que ela pretendia, que era intimidar, mas também humilhar aqueles que resistem”, afirma.
“Ela me processou na área cível e criminal por conta de um ato, uma manifestação que a gente realizou em Marabá, em solidariedade às vítimas da tragédia de Mariana”, diz, sobre o protesto ocorrido em novembro de 2015, no bairro do Araguaia.
“Em Marabá, como a gente vive nessa situação da mineração também, a tragédia de Mariana foi algo que tocou muito os sujeitos, por conta da presença da Vale e de todo o histórico dela ali”, explica.
Há poucos meses, Evandro venceu a Vale na primeira instância no processo cível. A Vale ainda pode recorrer da decisão. O processo criminal segue tramitando. “A sentença da juíza foi pelo encerramento do caso, considerando que não havia provas suficientes da minha atividade, que era um protesto, que não tinha como imputar um crime a uma única pessoa e pela falta das provas materiais consistentes”, conta.
Para ele, que atualmente faz doutorado em João Pessoa, os processos jurídicos movidos pela Vale “são instrumentos políticos para desmobilizar aqueles que fazem a crítica”. E cita o seu caso como exemplo: “Eu fui notícia por um tempo. E numa cidade de 200 mil habitantes, isso chega rápido. Meus filhos viviam essa ansiedade, essa tensão. Eles chegavam em casa perguntando o que estava acontecendo porque os amigos na escola perguntavam: ‘O teu pai vai preso? A Vale está processando teu pai?’”.

Rastros da duplicação.

Em sua apresentação do projeto de duplicação há alguns anos, a mineradora estimou que a S11D produzirá 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Em 2016, o volume total produzido pela companhia foi de 348 milhões de toneladas, um recorde.
Grande parte desse minério passou no quintal de Dona Antônia Macedo, 60 anos, que mora há 40 em Auzilândia, a maior comunidade rural na área de influência direta da EFC, distante 30 quilômetros por estrada de terra do centro de Alto Alegre do Pindaré.
Na visita à parada de trem do povoado rural, no km 299, o primeiro obstáculo é chegar até o local, distante 5 quilômetros por terra do centro da comunidade. “Aqui só de carro ou moto”, diz o taxista Antônio Carlos.
Dona Antônia explica que parte de sua casa, na rua Carajás, está na faixa de domínio da ferrovia. “Às vezes eu acordo com a zoada do trem que parece que a casa vai cair”, conta a aposentada, enquanto observa um trem estacionado em frente à residência.
Em junho do ano passado, Auzilândia foi palco de um protesto da comunidade. A travessa Carajás foi interditada e os reclamantes questionavam a Vale por um problema agravado pelas obras de duplicação: o excesso de poeira, que traz problemas respiratórios à população, segundo a enfermeira Débora Cristina, que trabalha no posto de saúde local.
Um único morador, seu João Raimundo Moreno da Silva, conhecido como João de Mariazinha, foi processado criminalmente pela companhia.
A Vale encomendou neste ano um laudo sobre a mobilidade ao longo da EFC. Foto: Andressa Zumpano/Agência Pública



Ele foi acusado de liderar a interdição, mas a juíza não deu andamento à queixa-crime, pois entendeu que a Vale não conseguiu apontar qual conduta seu João havia cometido. “A Vale apresentou uma acusação genérica na qual não individualiza os atos cometidos pela pessoa que ela estava processando”, explica Ana Paula Santos, advogada da Rede Justiça nos Trilhos.
Em julho deste ano, a Vale ingressou com um interdito proibitório contra os “Moradores do Povoado Auzilândia”. Na liminar, a mineradora afirmou que os moradores interditaram as vias de acesso à obra de expansão da ferrovia e busca prevenir outras interdições.
Em 2016, motivada por denúncias de casos de atropelamentos e acidentes na ferrovia, o MPF também ajuizou uma ação civil pública pedindo a execução de medidas de segurança e fiscalização por parte da companhia e da ANTT, a responsável pela fiscalização da EFC.
Uma liminar judicial determinou em 2016 que a ANTT realizasse vistorias técnicas em todas as localidades atravessadas pela EFC no Maranhão. A vistoria das passagens em nível (PNs), quando o cruzamento entre a linha férrea e a estrada estão no mesmo plano, foi realizada entre o município de São Pedro da Água Branca até São Luís.
Ao todo foram vistoriadas 81 passagens – a maioria delas localizada na zona rural (77 PNs). O laudo final apontou ocorrência de acidentes em 23 passagens. A vistoria não incluiu as passagens superiores (viadutos e passarelas) nem as passagens inferiores (túneis).
Segundo a ANTT, os principais problemas foram a ausência de sinalização horizontal e a falta de asfaltamento nas vias de acesso às passagens, em desconformidade com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A Vale foi notificada das irregularidades e afirmou compromisso de corrigir os problemas.
A Pública apurou que está em andamento um estudo sobre mobilidade para evidenciar o grau de criticidade de cada travessia ao longo da EFC. O laudo foi encomendado a uma empresa terceirizada. Segundo a Vale, “trata-se de um estudo de trafegabilidade por meio do qual a empresa otimizará medidas de segurança ferroviária nos pontos de travessias.”

O outro lado, a Vale.

A Pública enviou à Vale S.A. uma série de questionamentos relacionados a apuração desta reportagem. A mineradora não respondeu a questões específicas e enviou um posicionamento geral, publicado na íntegra.
Sobre a operação ferroviária:
A Vale é uma empresa comprometida com a redução do número de ocorrências de incidentes nas ferrovias. Ao longo dos 972 Km da Estrada de Ferro Carajás (EFC), a empresa mantém uma série de iniciativas para mitigar os eventuais impactos de sua operação, assim o fazendo por meio de equipes dedicadas à gestão, monitoramento, acompanhamento e prevenção de incidentes.
Tendo em vista as peculiaridades da operação de trens, acreditamos no poder que tanto a informação como a educação têm de influenciar a mudança de comportamentos inseguros e, com isso, prevenir ocorrências, razão pela qual a empresa trabalha constantemente na conscientização das comunidades que estão próximas à linha férrea para que todos tenham uma convivência segura com a operação ferroviária.
É importante ressaltar que a Vale é fiscalizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), onde são observados fatores de segurança nos trilhos, sinalização de passagens em nível, conservação da ferrovia, entre outros pontos verificados pelo órgão regulador federal. Eventuais melhorias que se façam necessárias são constantemente estudadas por equipes multidisciplinares visando suas implementações.
Sobre demandas judiciais:
Na condição de concessionária de um serviço público essencial, de interesse nacional que, como tal, não pode sofrer interrupções motivadas por interdições, manifestações, danos e etc., constitui-se não só um direito, mas um dever da Vale zelar por sua integridade e pela segurança de todos. As interdições de ferrovia, além de caracterizarem crime de perigo de desastre ferroviário, acarretam impactos não apenas para o escoamento da produção, mas também nas demais comunidades em virtude da interrupção ou do atraso do transporte de combustíveis e outras cargas e de passageiros. Inúmeros municípios ao longo da EFC necessitam do abastecimento de combustíveis e outros produtos transportados pela ferrovia, no que a paralisação dessa atividade gera o desabastecimento e prejuízos para a balança comercial do Brasil.
A empresa busca entender as motivações das manifestações e tratar as demandas sobre as quais ela pode contribuir, sempre buscando o diálogo como condutor de soluções, não compactuando, no entanto, com meios arbitrários de reivindicação de direitos, utilizando-se dos meios legais necessários para neutralizar e proteger suas operações, empregados e pessoas que direta ou indiretamente estejam envolvidas nas questões afetas à EFC, a exemplo do direito de ir e vir dos passageiros do trem.
Sobre impactos na operação do trem e remoção:
A faixa de segurança da Estrada de Ferro Carajás visa assegurar as operações ferroviárias, evitando incidentes nas áreas próximas aos trilhos da ferrovia. As comunidades são informadas da existência dessa faixa de segurança e orientadas a não construir edificações nesta área. As equipes de Relacionamento com Comunidades e Segurança Empresarial realizam constantes ações de conscientização da população que reside próximo à ferrovia para uma convivência segura.
Assista ao vídeo: Quando o trem passa – Minha casa está caindo

A duplicação da ferrovia trouxe outro tipo de problema para dona Maria Silva Nogueira e seu companheiro, seu Pedro, agricultores que vivem da colheita do feijão e todos os dias cruzam a ferrovia – duas vezes na ida e duas na volta – para chegar à roça que margeia a EFC. A casa onde moram, assim como a de dona Antônia Macedo, corre o risco de cair por causa da trepidação da ferrovia.
A pedido da Rede Justiça nos Trilhos, um laudo técnico foi elaborado em junho deste ano pelo engenheiro civil Ronaldo Carvalho. A conclusão da perícia indicou que 14 casas estão com “danos estruturais que comprometem a estabilidade, a segurança e integridade física de seus ocupantes”. “Estão inabitáveis”, afirma Carvalho, que atribui os problemas à trepidação causada pela ferrovia.
Dona Antônia espera ser indenizada pela Vale um dia ou ter a possibilidade de se mudar dali. “Eu ia ficar feliz em sair”, diz.
Ana Paula Santos, advogada de Rede Justiça nos Trilhos, explicou que ações serão propostas na Justiça para que a Vale repare todos os danos causados aos moradores afetados. Ela afirma que outras 48 casas estão sendo avaliadas pelo engenheiro. “Será uma batalha longa”, disse a advogada numa reunião com moradores vitimados pelo problema.
Em Marabá, uma situação semelhante à de Auzilândia levou a Defensoria Pública a propor nos últimos dois anos três ações contra a Vale. “Algumas residências do bairro Alzira Mutran e Araguaia ficaram inabitáveis e com risco de ruir com a duplicação da EFC”, explica o defensor público Rogério Siqueira.
A Defesa Civil avaliou que 200 famílias estavam em áreas de risco por causa da ferrovia. “A Vale recorreu e disse que não era responsável, que as pessoas chegaram depois da construção e que na medição deles não havia impacto”, diz o defensor. “Só que a gente tinha duas perícias comprovando o contrário”, explica. “Nós pedimos indenização por dano moral e remoção custeada pela Vale e conseguimos decisão favorável nas duas primeiras ações, mas ainda sem julgamento definitivo”, diz Rogério Siqueira.

Brasília. Fórum por Direitos e Combate à Violência no Campo discute estratégias para o enfrentamento dos conflitos.

Fórum por Direitos e Combate à Violência no Campo discute estratégias para o enfrentamento dos conflitos
Foto: Antônio Augusto / Secom - PGR.
Casos relacionados a reintegração de posse, despejos forçados, abusos na condução de investigações e ameaças a defensores e defensoras de direitos humanos foram discutidos no encontro.

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF), participou nessa quinta-feira (23) de reunião do Fórum por Direitos e Combate à Violência no Campo. Ao todo, mais de 30 participantes, entre representantes de organizações sociais e do poder público, debateram o atual cenário e propuseram estratégias articuladas. 

Os participantes relataram diversos casos de violência no campo relacionados a reintegração de posse, despejos forçados, abusos na condução de investigações e ameaças a defensores e defensoras de direitos humanos.

Para Deborah Duprat, procuradora federal dos Direitos do Cidadão, é necessário ampliar a atuação do Ministério Público na questão agrária e no campo. Nesse sentido, a procuradora destacou que a PFDC e o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) estão realizando o levantamento de todas as normativas internas e internacionais relativas ao tema de despejos forçados para que, eventualmente, possa servir de subsídio à atuação dos membros do Ministério Público e para a elaboração de resolução pelo CNDH. 

Durante o encontro, os participantes também estabeleceram a composição provisória dos grupos de trabalho (GT) do Fórum, divididos entre “Violência e Criminalização”, “Políticas Públicas”, e “Terra, Território, Água e Questões Socioambientais”.

Os participantes deliberaram, ainda, pela adesão à nota pública divulgada nessa semana pelo Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH). No documento, o Comitê manifesta preocupação com o atual cenário em Correntina (BA), sobretudo quanto à condução das investigações referentes às manifestações ocorridas neste mês, onde a população local questiona o poder público sobre a utilização indiscriminada da água do Rio Arrojado por empresas privadas ligadas ao agronegócio. 

O fórum também endossou a nota de repúdio emitida pelo Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), na qual a Coordenação critica a falta de representantes ministeriais do Estado Brasileiro durante a 165ª sessão de audiência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ocorrida no Uruguai em 23 de outubro. Segundo a nota, a ausência de representantes com condições políticas para dialogar com os quilombolas e as organizações de direitos humanos para adotar as providências necessárias evidenciou uma postura desrespeitosa por parte do Brasil e prejudicou o encaminhamento de demandas apresentadas pela sociedade civil à CIDH. 

Uma nova reunião do Fórum por Direitos e Combate à Violência no Campo está prevista para fevereiro de 2018.

Violência – De acordo com o relatório “Defender la Tierra – Asesinados globales de defensores/as de la tierra y el medio ambiente en 2016”, embora os conflitos agrários sejam um fenômeno global, 60% das mortes no campo em 2016 ocorreram na América Latina, sendo o Brasil o líder do ranking de assassinatos (49), seguido por Colômbia (37), Filipinas (28), Índia (16), Honduras (14), Nicarágua (11), República Democrática do Congo (10), Bangladesh (7), Guatemala (6) e Irã (3). 

Produzido pela Global Witnesss, organização internacional que avalia vínculos entre conflitos e a exploração de recursos naturais, pobreza e direitos humanos, o estudo destaca que o Brasil tem sido sistematicamente o país mais funesto para defensoras e defensores do meio ambiente e da terra. “Apesar do chocante e crescente número de assassinatos, o governo brasileiro tem, na verdade, diminuído a proteção a defensores ambientais", denuncia a Global Witness.

Assessoria de Comunicação e Informação - Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) - Ministério Público Federal - (61) 3105 6083/6943/6013 -
pfdc-comunicacao@mpf.mp.br.

Moniz Bandeira: patriota e anti-imperialista. Por Samuel Pinheiro Guimarães.

DIVULGACAO
Foto - Historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira
Luiz Alberto Moniz Bandeira dedicou sua vida ao Brasil e à luta contra o imperialismo. Sua vida e sua obra são testemunhos desta dedicação.

Foi jornalista desde jovem. Trabalhou no Correio da Manhã, no Diário de Noticias e na Última Hora. Como jornalista, teve a oportunidade de conviver e de entrevistar as mais diferentes personalidades brasileiras, entre elas Jânio Quadros, e estrangeiras, como Che Guevara. Assim desenvolveu a capacidade e o hábito de analisar e interpretar os acontecimentos e de procurar sobre eles se documentar.
Foi professor titular de História na Universidade de Brasília. Foi militante político da POLOP, preso, condenado e anistiado. Lutou na clandestinidade. Escreveu um de seus primeiros livros, "Presença dos Estados Unidos no Brasil", quando se encontrava preso.
O eixo de seu pensamento e de sua obra, de mais de 30 livros, traduzidos para o inglês, o alemão, o russo, o chinês e o espanhol, centenas, se não milhares, de artigos e de entrevistas, pode ser resumido em três palavras, os três desafios para o Brasil: desenvolvimento, democracia e soberania.
Três desafios profundamente entrelaçados e que não podem ser vencidos isoladamente.
"Em João Goulart: as Lutas Sociais no Brasil" e em seu livro sobre Jânio Quadros, Moniz Bandeira se apresenta como democrata convicto e autêntico e como um lutador pelo desenvolvimento do País, assim como em suas obras sobre a integração latino e sul-americana.
É em sua analise do imperialismo e das relações entre o Brasil e a potência imperial, os Estados Unidos, e sobre o império americano e sua ação, que se encontra sua principal contribuição como intérprete da realidade política e como historiador, imparcial e preciso, mas militante.
Luiz Alberto nos deixou. Sua obra sobrevive como guia e farol para todos aqueles que lutam por um Brasil mais justo, desenvolvido, democrático e soberano.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Egito. Ataque terrorista contra uma mesquita na Península do Sinai deixou mais de 230 pessoas mortas.


O Itamaraty publicou uma nota nesta sexta-feira prestando solidariedade ao Egito por conta do atentado terrorista em uma mesquita na Península do Sinai que matou mais de 230 pessoas.
A diplomacia brasileira expressou consternação com o atentado e condenou o ataque à mesquita nesta sexta-feira (30). 
“O governo brasileiro tomou conhecimento, com grande consternação, do ataque terrorista, ocorrido hoje, contra mesquita em Al-Arish, na província do Sinai, no Egito, que deixou centenas de mortos e feridos", diz a nota.
"Ao expressar suas condolências às famílias das vítimas, seus votos de plena recuperação aos feridos e sua solidariedade ao povo e ao governo do Egito, o Brasil reitera veementemente seu repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo, independentemente de sua motivação”, destaca a nota publicada pelo Itamaraty. 
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro acrescentou que não foram registrados cidadãos brasileiros entre as vítimas do atentado terrorista. 
Terroristas detonaram uma bomba durante oração da sexta-feira na Península do Sinai e depois abriram fogo contra pessoas que saíam da mesquita. De acordo com os dados mais recentes, mais de 230 pessoas morreram e outras 130 ficaram feridas. 

Brasília. Especialistas alertam para aumento da violência nas escolas públicas.

Audiência pública sobe a violência nas escolas
Audiência pública da Comissão de Educação reuniu especialistas para debater violência nas escolas públicas e possíveis soluções a serem adotada.
Especialistas em educação fizeram um alerta nesta quinta-feira (23) sobre os diversos tipos de violência em sala de aula, que envolvem agressão contra professores, preconceito contra alunos, cobrança excessiva por alto desempenho escolar e ausência de diálogo entre escola e comunidade. O assunto foi discutido em audiência pública da Comissão de Educação da Câmara.
Em 57,5% das escolas públicas brasileiras, ao menos 2 professores relataram ter sofrido algum tipo de violência, na maioria, agressão verbal. Os dados são da pesquisa Prova Brasil que entrevistou diretores, alunos e professores do 5º e 9º anos do ensino fundamental em 2015.
"Chama muita atenção que esse percentual em 2013 era de 52%”, observou Caio Callegari, representante do movimento Todos pela Educação. Segundo ele, em um estudo realizado pela instituição em 2016, com 1500 jovens de 15 a 19 anos, a segurança no ambiente escolar foi apontada como o maior atrativo da escola, atrás da acessibilidade e da infraestrutura, sobretudo pelos alunos do Centro-oeste, Sul e Nordeste.
O mesmo estudo mostrou que a falta de segurança preocupa a maioria dos estudantes no Sul, Sudeste e Norte. "Uma parte do quebra-cabeça é a falta de integração entre as famílias e a comunidade com a escola. Têm de trazê-las para o debate, porque (a violência) é um problema que existe fora da escola. Não dá para fazer um trabalho em que a escola olhe só para o próprio umbigo", afirmou.
Callegari citou uma política pública bem-sucedida de integração da comunidade com a escola aplicada em Taboão da Serra (SP). "Ao levar os professores para a casa dos estudantes, para que eles conversassem com as famílias, e ao trazer as famílias para dentro da escola, para participar efetivamente das decisões escolares, o resultado foi a resolução de muitos conflitos domésticos e também de conflitos dentro da escola”, relatou.
A necessidade de reunir educadores e familiares em torno de assuntos polêmicos, como orientação sexual, foi destacada pela deputada Pollyana Gama (PPS/SP), que solicitou a audiência. Ela falou sobre sua experiência como professora. “Era importante ouvir essas famílias antes mesmo de apresentar o conteúdo na sala de aula. É algo que sempre orientei, ainda mais num momento em que a gente tem ainda muitos tabus a serem vencidos”, opinou.
Alto rendimento e discriminação
Já a representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ângela Soligo, destacou o incentivo ao uso indiscriminado de remédios para aumento da performance escolar, como exemplo de violência contra crianças e adolescentes.
“No Brasil, o uso de Ritalina (psicoativo de tarja preta), só é menor do que nos Estados Unidos e o crescimento é exponencial: em dez anos nós tivemos um crescimento do consumo de mais de 700%. E muito desse consumo é aplicado no ambiente escolar”, alertou.
Segundo a pesquisa “Violência e Preconceitos na Escola” realizada pelo CFP entre 2013 e 2015, os alvos da violência são aqueles que sofrem preconceito dos colegas, professores e administração escolar.
“Verificamos, em especial, a presença de preconceitos racial, de gênero, de orientação sexual e, no Norte, contra os indígenas”, disse Ângela Soligo. “Uma outra coisa é a presença de todas as formas de violência: física, verbal, isolamento e descriminação”, continuou.
Ainda segundo a psicóloga, os alunos denunciam a ausência de diálogo com a direção das escolas e os coordenadores pedagógicos, o que, em sua visão, resulta em uma política de “silenciamento”. "Eles querem ser ouvidos (os estudantes) e denunciam a omissão da escola", assinalou a especialista.

Reportagem - Emanuelle Brasil - Edição - Geórgia Moraes.

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Anapurus. Prefeitura está há dois meses sem pagar os salários dos aposentados.

Aposentados reivindicam seus salários em atraso à Prefeitura de Anapurus



Os aposentados do município de Anapurus não tiveram o que comemorar nos últimos dois meses. Atrasos de salários, desrespeito do poder público municipal com os aposentados é a marca da administração da atual prefeita.

Na manhã dessa quarta-feira, 22, um grupo de pessoas se dirigiram ao IPA de Anapurus, para protestarem sobre o atraso no pagamento salarial dos aposentados.

A reivindicação era uma só: o pagamento de todo o funcionalismo em atraso.


“Estamos mais uma vez aqui presentes, para, mais uma vez, registrar nossa indignação por conta do atraso do pagamento. É muito triste a situação na qual os aposentados se encontram. Só vamos sair quando a senhora PrefeitaVanderly vier falar conosco. Porque alguém precisa tomar uma atitude para resolver essa situação desagradável. Os aposentados merecem respeito”, disse D. Maria.

Este blog deixa aberto o espaço para publicação do contraditório da prefeitura de Anapurus.

Encontro Putin/Assad: Começo do fim da dominação dos EUA no Oriente Médio?

Foto - Putin e Assad.
23/11/2017, Tom Luongo, Zero Hedge.

Não sou homem terrivelmente religioso. Mas gostaria de acreditar que haja um canto especial no inferno reservado para os que fomentaram a Guerra na Síria.

Desde o início da guerra síria, na Líbia, com as armas encaminhadas através da embaixada dos EUA em Benghazi, até o encontro de ontem, entre o presidente da Rússia Vladimir Putin e o presidente da Síria Bashar al-Assad, todo esse affair será lembrado como um dos períodos mais cínicos, violentos e abusivos da história da humanidade.



A chamada ‘Guerra Civil’ síria [nunca foi guerra civil: sempre foi guerra lá implantada] foi promovida para ser a culminância dos sucessos das políticas de EUA/Israel/Sauditas no Oriente Médio, a apoteose do neoconservadorismo.


Se aquela política tivesse sido bem-sucedida teria transformado o mundo num inferno ardente governado por gente como Hillary Clinton, George Soros, Angela Merkel e o cartel da banqueiragem EUA/Grã-Bretanha.

Síria deveria ter sido a cunha que escancararia não só o Oriente Médio, mas também a Ásia Central. Poria fim à ressurgência da Rússia como potência mundial e subjugaria a Europa, metendo-a num pesadelo sem fim de assimilação cultural forçada e bancarrota completa dos EUA, para pô-los em linha com o fracassado projeto de integração europeia.

Tratados supranacionais como as Parcerias Trans-Pacífico [ing. TPP] e Transatlântica de Comércio e Investimento [ing. TTIP] e o Acordo de Paris foram concebidos para criar uma supraestrutura indiferente a qualquer apoio do povo, exatamente os mais afetados por eles.

No discurso crucial do presidente Vladimir Putin à Assembleia Geral da ONU dia 28/9/2015, a oposição ao projeto dos EUA foi afinal expressa nos termos mais claros e fortes e, francamente, nos termos mais assumidamente humanistas que seria possível imaginar. Lembro as partes mais importantes daquela fala histórica, no que se relaciona à Síria.

“Nessas circunstâncias, é atitude hipócrita e irresponsável pôr-se a fazer ‘declarações’ sobre a ameaça do terrorismo internacional, ao mesmo tempo em que os mesmos ‘declarantes’ fingem que não veem os canais por onde caminha o dinheiro que financia e mantém terroristas, inclusive o tráfico de drogas e o comércio ilícito de petróleo e de armas. Também é igualmente irresponsável tentar ‘manobrar’ grupos extremistas e pô-los a seu próprio serviço para que ‘colaborem’ na busca de objetivos políticos só dos supostos ‘manobradores’, na esperança de “negociar com eles” ou, dito de outro modo, sob a certeza de que, “depois”, poderão matá-los facilmente.

Aos que têm procedido assim, gostaria de dizer: “Caros senhores, não duvidem: os senhores estão lidando com gente dura e cruel, mas não são pessoas ‘primitivas’ ou ‘atrasadas’. São exata e precisamente tão espertos quanto os senhores. Na relação com eles, ninguém jamais saberá quem manipula quem. Perfeita prova disso está nos dados recentes sobre destino final do armamento doado àquela oposição suposta “moderada”.

Os russos acreditamos que qualquer tentativa de ‘jogar’ ou ‘brincar’ com terroristas – e de armar terroristas, então, nem fala! – não é só comportamento de pessoas sem visão, mas é criar pontos de alto risco de fogo, do tipo que iniciam grandes incêndios. É comportamento que pode resultar em aumento dramático na ameaça terrorista, e que se alastre para outras regiões – dado, especialmente, que o Estado Islâmico reúne em seus campos de treinamento militantes de muitos países, inclusive de países europeus.

Na verdade, todo o discurso merece ser relido. É impressionante reflexão e evidência de que Putin, normalmente homem reservado e de poucas palavras, sim, abriu completamente o jogo, expôs todas as suas cartas sobre a mesa e acusou diretamente os EUA por terem declarado guerra a todos os povos do mundo.

E 48 horas depois os jatos Sukhois já sobrevoavam a Síria bombardeando alvos que se opunham ao governo sírio legítimo, o que abriu caminho para várias sucessivas importantes vitórias militares do Exército Árabe Sírio. Pouco depois, uma coalizão formada em torno do governo de Assad, já reunia a Guarda Revolucionária Iraniana, o braço armado do Hezbollah libanês e o apoio financeiro e moral tácito dos chineses.

Putin disse a quem quisesse ouvir, na ONU: “Chega. Agora, basta.” Na sequência, ofereceu ações que completaram a significação das palavras. A guerra é sempre lastimável. Quase nunca é justificada. Mas, quando se tem de enfrentar inimigo implacável, pouco resta a fazer senão dar-lhe combate.

Pela minha avaliação, as forças conservadoras que comandavam as decisões de fazer guerra contra Assad eram esse tipo de inimigo implacável.

Fim de ‘Assad tem de sair’ by Killary
Com o movimento de Putin, iniciou-se o processo para desmontar e desmascarar a narrativa falsa, cuidadosamente construída, da qual o mundo ouviu falar sob o rótulo de ‘guerra civil síria’.

Mas chega de história.

A Síria sobreviveu como unidade política. Ontem, Putin apresentou Assad aos comandantes militares mais diretamente responsáveis pela estabilização da Síria.

A velha guarda da Arábia Saudita está presa, perdeu quantidades astronômicas de dinheiro e continua a perder influência pelo mundo, mais a cada minuto. O governo neoconservador de Israel liderado por Benjamin Netanyahu, o alucinado, reclama impotente ante o desenrolar dos eventos, e, claro, os terroristas do ISIS foram varridos dos dois países, Síria e Iraque.

Os EUA continuam a mentir mentiras diferentes, uma para cada interlocutor, dando fuga a alguns terroristas do ISIS, na esperança de voltar a usá-los, presumivelmente contra Irã e/ou Líbano, ao mesmo tempo em que se autoatribui supostas glórias da derrota do ISIS e da libertação de Raqqa.

A situação lastimável em que se veem os EUA é reflexo das questões de fundo jamais equacionadas e que consomem as gigantescas comunidades diplomática, militar e de inteligência dos EUA e das dificuldades que o presidente Trump enfrenta para reorganizar esses grupos que não se entendem nem internamente nem externamente, sem se mostrar fraco ou ineficaz.

Basta considerar o estranho evento durante o fim-de-semana, de helicópteros militares pousando no quartel general da CIA em Langley, para saber que, no mínimo, há uma guerra interna em andamento dentro do governo dos EUA.

A melhor explicação que ouvi (e não há absolutamente prova alguma) é que militares norte-americanos agiram e aplicaram um show de força contra os obamistas dentro da CIA que continuam a manobrar terroristas que mantêm a serviço deles na Síria. E que aquelas operações estão em oposição direta aos objetivos militares dos EUA naquela região.

Se for esse o caso, Putin acerta ao simplesmente ignorar os EUA e fazer andar adiante as conversações políticas em ritmo acelerado, ignorando as conversações de Genebra e dando a Assad todo o apoio de que precisa para continuar como presidente da Síria, no caso de ser eleito pelo voto dos sírios.

Dado que Assad conta com integral apoio de seus militares, e considerando-se o modo como as forças sírias conduziram em campo a guerra contra os terroristas do ISIS e outros grupos separatistas, não há dúvidas de que Assad receberá o indispensável apoio dos eleitores sírios nas próximas eleições.

Não se verá regozijo de Putin
Mas a grande questão é que preço os EUA terão de pagar pela sua participação em tudo isso. Putin de modo algum porá Trump em situação difícil. A desmoralização dos EUA já aconteceu no plano internacional.

A cumplicidade do governo Obama nesse vergonhoso capítulo da história dos EUA no Oriente Médio já está praticamente exposta, nua e crua, aos olhos de quem abra os olhos e queira ver.

Putin oferecerá uma saída honrosa a Trump, deixando que toda a culpa recaia sobre Obama, Clinton, McCain e o resto da gangue. Só quem não queira ver não verá a conexão entre esse movimento e o fim sem glória da investigação de Robert Mueller sobre o affair ‘Russia-Gate‘. Mueller está tentando alucinadamente salvar todos os implicados dentro dos EUA, de processo em que serão fatalmente acusados de crimes de alta traição. Mas tenho esperança de que tudo, no cenário político dos EUA, esteja à beira de mudar radicalmente.

Tão logo o juiz Roy Moore vença as eleições no Alabama* e assuma sua cadeira no Senado (pesquisas mostram que a probabilidade de isso não acontecer aproximam-se de zero), Trump terá maioria na Câmara e no Senado para ficar imune a impeachment. Então poderá mandar Mueller para o chuveiro, ou forçá-lo a negociar.

Assim, Trump ganha a oportunidade de aparecer como o grande pacificador. Pode melhorar sua posição como homem capaz de administrar os piores atores que Arábia Saudita e Israel puseram em cena, e mantê-los sob rédea curta.

Na verdade, pode-se até supor que o expurgo na Arábia Saudita tenha também a ver com o rearranjo das relações com a Rússia de Putin. O contragolpe comandado por Mohammed bin Salman aconteceu com as bênçãos de Trump.

Putin pode agir do mesmo modo, para afastar suspeitas quanto a intenções do Irã e do Hezbollah. Também pode impedir que Assad decida retaliar contra seus inimigos – retaliação que é mais que justificada –, em nome de construir uma paz duradoura. E tão logo as conversações estejam concluídas, e superado o risco de independência curda, a Turquia retirará da Síria as suas tropas.

Putin telefonou a Trump no início da semana, para atualizá-lo sobre o que virá a seguir. É óbvio que os dois mantêm contato ativo sobre como as coisas estão andando na Síria. E Trump, por sua vez, espertamente deixou para Putin o serviço de faxina final, enquanto ele lida com seus problemas neoconservadores domésticos.

Aconteça o que acontecer depois – ou fixam-se as linhas gerais para uma paz duradoura, ou se configura um difícil cessar-fogo, com a Rússia fazendo o trabalho de intermediário, pelo menos por hora –, os EUA já perderam toda a credibilidade na região, exceto em Riad e em Telavive.

E, disso, os únicos culpados somos nós mesmos.*****

* Haverá uma eleição especial no estado do Alabama para eleger novo senador, marcada para 12/12/2017. A eleição especial é prevista por lei, necessária para escolher quem substituirá o ex-senador Jeff Sessions e completará o mandato dele, até 3/12/2021. O ex-senador Sessions renunciou ao Senado em fevereiro de 2017 para assumir o cargo de U.S. Attorney General. O governador do Alabama Robert J. Bentley escolheu Luther Strange, ex-Advogado Geral do Alabama, para substituir Sessions no Senado até a data marcada para a eleição especial. Embora tivesse poderes para marcar uma eleição em 2017, Bentley decidiu fazer coincidir a eleição especial e a eleição geral de 2018. Mas a sucessora dele no governo do Alabama, Kay Ivey, mudou a data para 12/12/ 2017, agendando a primária do Estado para 15 de agosto e o segundo turno para 26 de setembro [NTs, com informações de Wikipedia] .

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Maranhão. João Batista dos Santos acusado de feminicidio e preso pela Polícia Civil.

Foto do Acusado João Batista dos Santos.

No ultimo dia 20 de novembro, a equipe de captura da Superintendência de Homicídios e proteção à Pessoa da SHPP por meio do Departamento de Feminicídio capitaneado pela Dpc Viviane Azambuja, acaba de prender João Batista dos Santos no bairro Nova República.

O mesmo é acusado de matar a ex esposa Domingas Ladyelle Maciel, técnica em Enfermagem, no bairro do Bom Jesus. João Batista dos Santos foi levado à SHPP onde será autuado pelo crime de Feminicídio.

Circula hoje no whats app um texto questionando a João.

E agora, João?
Resolveu alguma coisa? Valeu a pena, se revelar um monstro?
Assassino cruel da ex-mulher, a técnica de enfermagem Domingas Ladyelle, João Batista Santos confessou o crime, alegando que a vítima mantinha "outro relacionamento afetivo", mesmo estando os dois separados.
Já está na cadeia o homem acusado de matar a ex-mulher Domingas Ladyelle Maciel, técnica em enfermagem, à facadas, no último dia 16, dentro de sua própria casa, no bairro do Bom Jesus, Coroadinho. João Batista Santos, que não aceitava o fim do casamento de 16 anos, era separado da vítima, há 3 meses, premeditou todo o crime, que resultou no desfecho cruel.
A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, close-up
A vítima Domingas Ladyelle.
A PRISÃO - A prisão foi feita após a polícia receber denúncias anônimas informando a localização de João Batista no bairro Vila Nova República, zona rural de São Luís. 
Segundo as investigações, o homem deferiu cerca de 49 facadas contra a vítima no interior da casa onde a mesma residia. Após o crime, João Batista se evadiu do local.
RÉU CONFESSO - Na sede da Superintendência de Homicídios e de Proteção à Pessoa (SHPP), o acusado confessou o crime, alegando que a vítima mantinha outro relacionamento afetivo, mesmo estando os dois separados. 
João Batista foi autuado pelo crime de Feminicídio e posteriormente encaminhado ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas.
Com informações do whats-app e  Coroadinho-on-line.

Novo modelo de certidão de nascimento permite inclusão de nome de padrasto.

Resultado de imagem para PROVIMENTO N. 63, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2017.

O CNJ através do PROVIMENTO N. 63, DE 14 DE NOVEMBRO DE 2017. "Institui modelos únicos de certidão de nascimento de casamento e de óbito a serem adotadas pelos oficios de registro civil das pessoas naturais e dispõe sobre o reconhecimento voluntário e a averbação da paternidade e maternidade socioafetiva no Livro"A" e sobre emissão da respectiva certidão dos filhos havidos por reprodução assistida." 

Por Décio Trujilo - Da Agência Brasil.

A partir desta terça-feira (21), os cartórios de registro civil podem começar a adotar os novos modelos de certidões de nascimento, casamento e óbito definidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 
As alterações visam a facilitar registros de paternidade e maternidade de filhos não biológicos e regulamentar o registro de crianças geradas por técnicas de reprodução assistida, entre outras medidas. Os cartórios têm prazo até 1º de janeiro de 2018 para se adaptar, data em que os novos formatos se tornam obrigatórios.
A principal novidade é a que permite a inclusão de nomes de pais socioafetivos na Certidão de Nascimento sem necessidade de recorrer ao Judiciário. Ou seja, para que um padrasto, madrasta ou novo companheiro de um dos pais da criança conste no documento como pai ou mãe, basta que o responsável legal por ela manifeste esse desejo no cartório. No caso de filhos a partir de 12 anos de idade, é necessário seu consentimento.
No campo filiação, haverá indicação dos nomes dos pais, que podem ser heterossexuais ou homossexuais, e os avós maternos e paternos serão substituídos pela nomenclatura ascendentes. A certidão poderá conter os nomes de até dois pais e duas mães em razão da dissolução de casamentos ou relacionamentos estáveis dos pais e a formação de um novo núcleo familiar. Do ponto de vista jurídico, não haverá diferença entre eles.
“Essa medida tem grande importância social, pois dá valor legal aos vínculos de amor e afeto criados ao longo da vida entre pais e mães socioafetivos e a criança”,  avalia Gustavo Fiscarelli, diretor regional da Grande São Paulo da Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Arpen-SP). Para ele, além de oficializar um relacionamento natural, a medida também assegura os direitos de ambas as partes no contexto da relação, como direitos a heranças e pensões. O filho socioafetivo passa a gozar dos mesmos direitos de um filho biológico ou adotivo.
Em relação à reprodução assistida, o registro das crianças também passa a poder ser feito diretamente no cartório quanto a gestação for resultado das técnicas de inseminação artificial, doação de gametas ou barriga de aluguel, além de casos post mortem – quando o genitor doador de material genético já tiver morrido.
A naturalidade da criança também tem novas regras. A partir de agora, a família pode registrar o filho tanto pela cidade onde nasceu, como ocorre hoje, como pelo local onde reside a família. “Essa medida aproxima a criança de suas raízes, do local onde seus ascendentes se instalaram e talvez onde ela vá viver”, diz o representante dos cartórios. “Muitas cidades que não têm maternidades simplesmente não têm cidadãos naturais.”
O número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) também passa a constar obrigatoriamente dos documentos. A intenção é facilitar a vida dos cidadãos, que terão praticamente um documento universal. Além do CPF, a certidão terá espaço para incluir os números da carteira de habilitação, do passaporte e do documento de identidade, que serão introduzidos durante a vida da pessoa.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

TRF1. Município de Arame/MA é condenado a implantar sistema de esgoto e a despoluir rio degradado por funcionamento de hospital.


DECISÃO: Município de Arame/MA é condenado a implantar sistema de esgoto e a despoluir rio degradado por funcionamento de hospital

O município de Arame/MA foi condenado a implantar sistema de esgoto, coletar e tratar resíduos sólidos produzidos em seu território, assegurando destinação adequada por meio de instalação de aterro sanitário a ser licenciado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), bem como a despoluir o Rio Zutiwa e cessar as atividades poluidoras em seu leito, derivadas de lançamento de resíduos pelo hospital, lixão e matadouro mantidos pelo município. A decisão foi da 6ª Turma do Tribunal Federal da 1ª Região (TRF1) no reexame necessário da sentença em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal (MPF). 
 
O relator do caso, desembargador federal Kassio Marques, esclareceu que é obrigação do administrador público a preservação dos recursos hídricos e vegetais, assim como do meio ambiente equilibrado. O inciso VI, do art. 23 da Constituição Federal (CF) vigente dispõe, ainda, que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas. 
 
Para o magistrado, não há como excluir a responsabilidade pelo dano ambiental da pessoa jurídica de direito público municipal, pois ela é encarregada da exploração dos serviços de água e esgoto locais.  Segundo o relator, ficou suficientemente demonstrado nos autos o elevado índice de poluição no único rio do município de Arame devido ao lançamento, em seu leito, de poluentes oriundos das atividades do hospital municipal, do matadouro municipal e do lixão mantido pelo município, pois não existe tratamento sanitário adequado do esgoto. Tudo isso compromete de forma incontestável a saúde da população local. 
 
O desembargador federal citou ainda o art. 225 da CF, que dispõe que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. 
 
O Colegiado, acompanhando o voto do relator, negou provimento à remessa oficial mantendo a sentença integralmente.  
 
Processo n°: 0017300-79.2011.4.01.3700/MA - Data do julgamento: 04/09/2017 - Data da publicação: 19/09/2017.
 
JP  - Assessoria de Comunicação Social - Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Rio de Janeiro. Operação do Bope termina com cinco homens mortos no Morro do São Carlos.

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Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil
Os cinco homens suspeitos de tráfico de drogas, levados pelos policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio para serem socorridos, já chegaram mortos ao Hospital Souza Aguiar. As mortes teriam ocorrido durante operação no Morro do São Carlos, no Estácio, região central da cidade, e foram confirmadas pela Secretaria Municipal de Saúde.
A operação do Bope ocorreu no início da madrugada de hoje (21). Os traficantes estariam tentando tomar os pontos de vendas de drogas quando os policiais do Bope foram chamados a intervir.
Inicialmente, as informações da Polícia Militar eram de que “depois de uma noite de intenso tiroteio, cinco homens foram feridos e presos por policiais do Batalhão de Operações Especiais e levados ainda com vida para o Souza Aguiar.
Após intenso confronto e estabilizada a área, os policiais localizaram cinco homens caídos no chão, dizia a nota, acrescentando que o caso iria para registro na Delegacia de Homicídios.
Segundo as informações da PM, foram apreendidos um fuzil com carregadores e munições, três pistolas Glock, um revolver Taurus, três granadas, além de radiotransmissores, carregadores e farta quantidade de maconha e cocaína.

Matéria alterada às 10h38 de hoje (21) para atualização de informações. Diferentemente do que foi informado anteriormente, os suspeitos chegaram mortos ao hospital.


Edição: Graça Adjuto.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Órgãos públicos federais no Amapá são orientados pelo MPF a aceitar nome social de transexuais e travestis.

Órgãos públicos federais no Amapá são orientados pelo MPF a aceitar nome social de transexuais e travestis
Foto: EBC

Objetivo é que órgãos cumpram a legislação e assegurem tratamento digno aos cidadãos, independente da sexualidade. 

O Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP) recomendou aos órgãos públicos federais no estado que regulamentem a utilização de nome social por transexuais e travestis. 
A finalidade do MPF é evitar discriminação contra pessoas em razão de sua orientação sexual e identidade de gênero. 

Além disso, pretende orientar os órgãos a seguir a legislação, especificamente o Decreto nº 8.727/2016, que obriga as entidades da Administração Pública Federal a adotarem os nomes sociais das pessoas transexuais e travestis que assim o requererem.

A atuação teve origem em inquérito civil aberto a partir de representação da Articulação de Travestis e Transexuais do Estado do Amapá (Arttrans). Ivana Costa, presidente da Arttrans, relatou ao MPF episódio de discriminação sofrido em órgão público federal ao tentar utilizar seu nome social. Além de solicitar apoio, informou que o Amapá tem cerca de 25 mil travestis e transexuais, 750 delas filiadas à Arttrans; quatro utilizam nome social.

Na recomendação, o MPF enfatiza que a Constituição Federal veda quaisquer formas de discriminação quanto a origem, raça, sexo, cor e idade. A instituição orienta os órgãos a adotar todas as providências administrativas necessárias para regulamentar a utilização do nome social. Além disso, capacitar seus funcionários para lidar corretamente com esse público. Outra orientação é incluir nos sistemas de informação a possibilidade de utilização do nome social.

A recomendação foi encaminhada à Advocacia-Geral da União e à Procuradoria Federal no Estado do Amapá, para que orientem os órgãos federais com sede no Estado do Amapá a respeitar tais normas. Se as orientações não forem acatadas, o MPF vai adotar as medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis.

Audiência pública – A utilização do nome social, discriminação com base no gênero e outras questões envolvendo as pessoas LGBT serão debatidas em audiência pública que acontece no dia 30 de novembro, em Macapá. O evento, promovido pelo MPF/AP, tem apoio da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e da Justiça Federal. As informações completas estão no site www.mpf.mp.br/ap
Assessoria de Comunicação Social - Ministério Público Federal no Amapá -  (96) 3213 7895 - prap-ascom@mpf.mp.br - www.mpf.mp.br/ap - www.twitter. com/mpf_ap - www.fb.com/mpfederal - www.youtube.com/tvmpf.